O Diagnóstico Visionário de Celso Furtado

segunda-feira, 20 de outubro de 2025
atualizado em segunda-feira, 20 de outubro de 2025

“O crescimento cria, ele mesmo, uma série de desequilíbrios.”
Celso Furtado


Um mergulho profundo no pensamento de um dos maiores economistas do Brasil. Em 1957, Celso Furtado traçou um diagnóstico ousado da economia brasileira: estávamos dando os primeiros passos rumo ao crescimento autossustentado, mas enfrentando desequilíbrios internos e externos que ameaçavam esse avanço. Principais ideias:

  • O Brasil podia crescer até 8% ao ano, mas não sustentava esse ritmo sem planejamento.
  • O setor industrial e o exportador (especialmente o café) eram os motores do crescimento.
  • A desigualdade regional era gritante: o Nordeste sofria com baixa renda e pouca integração econômica.
  • A agricultura interna, ainda organizada de forma pré-capitalista, não acompanhava a demanda urbana — gerando inflação e especulação.
  • A política cambial favorecia o Centro-Sul e prejudicava regiões exportadoras pobres.
  • A industrialização só seria sustentável com autonomia produtiva e uso estratégico de recursos como o potencial hidrelétrico.
  • Pensar na matriz energética, é fazer planejamento estratégico!
  • Furtado defendia uma política econômica que orientasse investimentos, fortalecesse a agricultura e aproveitasse ao máximo a capacidade de exportação — tudo para evitar os desequilíbrios que o próprio crescimento gerava.

Esse texto é uma aula sobre desenvolvimento, desigualdade e planejamento e continua atual.

Autoria: Semíramis Mangueira de Lima (doutoranda em direito pelo PPGCJ/UFPB) e Inglid Lima Ferreira (graduanda em direito pelo CCJ/UFPB)

Fonte: FURTADO, Celso. Perspectivas da economia brasileira. In: MONTEIRO FILHA, Dulce Corrêa; MODENESI, Rui Lyrio (Orgs.). Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Brasil). BNDES, um banco de idéias: 50 anos refletindo o Brasil. Rio de Janeiro : Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2002. p. 19-45.

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