A FINANCEIRIZAÇÃO DA TERRA E DOS RECURSOS NATURAIS: PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO

Você sabe quais são as principais consequências da financeirização dos recursos naturais?

MARX, se dedica à análise da propriedade fundiária e da renda da terra sob o domínio do modo de produção capitalista. A análise parte do pressuposto de que a agricultura está dominada pelo modo de produção capitalista, sendo operada por capitalistas que visam o lucro.

Ainda, segundo o autor, o monopólio da propriedade da terra é uma premissa histórica e base constante do modo de produção capitalista.

Dessa forma, a renda fundiária, parte específica e determinada do mais-valor que é um excedente sobre o lucro, é a forma de valorização econômica da propriedade fundiária.

Por sua vez, segundo Layza Rocha em sua tese, aborda a expansão da lógica financeira para a natureza e seus efeitos na crise ecológica.

Caracterizada pela proliferação de instrumentos e agentes financeiros no setor, a financeirização é vista como um fenômeno central do capitalismo contemporâneo, impulsionado pela desregulamentação e desintermediação.

Em sua obra, evidencia como a subordinação da “economia real” à lógica financeira, sob uma perspectiva marxista do capital fictício, intensifica a exploração de recursos naturais e transforma a natureza em ativos financeiros, como créditos de carbono e títulos verdes, implicando na colocação de pressão ecológica através de impactos ambientais negativos, como poluição da água, terra, ar, entre outros, sem contar os conflitos socioambientais relacionados.

Autores: Marciel Antonio de Sales (Doutorando em Ciências Jurídicas pelo PPGJC da UFPB) e Caren Beatriz de Oliveira Araujo (Graduanda em Direito pela UFPB)

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: livro III: o processo global da produção capitalista. São Paulo: Boitempo, 2017 (cap. 37).

SOARES, Layza da Rocha. A natureza subjugada à lógica financeira: evidências da agricultura brasileira. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2023. Cap. 1.