PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS (PPGCJ)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Não informado

Dissertações/Teses


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2024
Descrição
  • FELIPE PEIXOTO DE BRITO
  • O discurso de ódio contra grupos vulneráveis sob o exame da tópica jurídica no direito brasileiro: ditadura, democracia e direitos humanos
  • Orientador : ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
  • Data: 29/05/2024
  • Hora: 14:00
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  • O objeto de pesquisa consiste na análise do fenômeno do discurso de ódio contra grupos vulneráveis no direito brasileiro, sob uma perspectiva jurídico-social, ao considerar o período ditatorial – de 1964 a 1985 – até a atualidade. Há destaque para direitos em colisão na problemática, a liberdade de expressão e o direito à igualdade em sua vertente da não discriminação, com o pressuposto interpretativo da aplicabilidade do princípio da dignidade da pessoa humana. Ao considerar-se a transição recente do Brasil de uma ditadura militar para um regime democrático, o problema expressa-se na questão: Que modelo jurídico – e sua hermenêutica – seria eficaz para conciliar os direitos em tensão nos casos de discurso de ódio no País? A hipótese levantada para responder a esse problema é de que o discurso de ódio além de não estar de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro e o direito internacional dos direitos humanos, produz impactos negativos para a sociedade e o Estado, inclusive nos âmbitos político e social; e demanda uma hermenêutica jurídica inovadora para compreender a proteção dos direitos humanos em tensão no problema. O objetivo geral é analisar, numa abordagem realista, o arcabouço jurídico-social paradoxal herdado de período ditatorial recente no Brasil e suas implicações para a regular concretização da liberdade de expressão no Estado Democrático de Direito, com ênfase na questão do discurso de ódio contra grupos vulneráveis ao investigar os direitos em colisão. Os objetivos específicos são: Abordar os direitos humanos e a teoria constitucional do estabelecimento dos princípios, garantias e direitos fundamentais, com suas implicações; Examinar a evolução histórico-jurídica entre o período ditatorial e a democracia no Brasil, ao se relacionar com o desenvolvimento dos direitos humanos no País; Verificar a aplicabilidade da liberdade de expressão e do direito à igualdade e não discriminação em tensão jurídica nos casos de discurso de ódio contra grupos vulneráveis, ao se averiguar a possibilidade de uma hermenêutica jurídica efetiva à proteção dos direitos fundamentais; Por fim, analisar o impacto político-social do discurso de ódio no Brasil, e buscar meios de minimizar as violações de direitos e danos sociais. O método utilizado é o hipotético-dedutivo, com referencial teórico a partir da teoria dos direitos e garantias fundamentais, com um exame sob a perspectiva da tópica de Theodor Viehweg, obra “Tópica e jurisprudência”, ao se analisar acerca da possibilidade de aplicação da tópica jurídica ao objeto de pesquisa. Quanto aos aspectos jurisprudenciais, a pesquisa parte da análise do caso Ellwanger – Habeas Corpus nº 82424/RS –, que é paradigmático no direito brasileiro no que se refere ao discurso de ódio. Em seguida, casos mais recentes, também da Corte Constitucional brasileira, são examinados. Os grupos vulneráveis enfatizados, sob a perspectiva da tópica jurídica, são: os afrodescendentes, com o exame tópico do Acórdão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal acerca do Inquérito nº 4.694/DF; e a comunidade LGBTI+, com o exame tópico da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26/DF.
  • HELOÍSA FERNANDA DA SILVA SANTOS
  • AS CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NOS PLANOS NORMATIVOS INTERNACIONAL E INTERNO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA DE ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO
  • Orientador : MARIA CREUSA DE ARAUJO BORGES
  • Data: 30/04/2024
  • Hora: 09:30
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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo as concepções de Educação em Direitos Humanos (EDH) nos projetos políticos pedagógicos das Escolas de Referência em Ensino Médio do Agreste de Pernambuco em diálogo com a normativa internacional e interna de direitos humanos. O objetivo geral consiste em identificar a incorporação da EDH nos projetos políticos pedagógicos das Escolas de Referência em Ensino Médio de Pernambuco e a concepção de EDH que é adotada. Parte-se do pressuposto de que a proposta pedagógica de Pernambuco, no contexto das Escolas de Referência em Ensino Médio, em que se vivencia uma perspectiva de Educação Integral que objetiva a formação multidimensional do aluno (cognitiva, social, política, emocional), incorporou uma concepção de EDH crítica, vislumbrando-a como instrumento de formação de sujeitos protagonistas, agentes de mudanças sociais. Explicita-se uma perspectiva de EDH a partir da valorização dos conhecimentos prévios e dos diversos saberes que compõem a bagagem cultural dos educandos, fundamentando-se na proposta teórico-metodológica da Ecologia de Saberes, com aporte na teoria crítica dos direitos humanos. A pesquisa explicita as concepções de EDH a partir da análise dos documentos normativos que regulamentam a EDH no Ensino Médio em Pernambuco, quais sejam: o Regimento Escolar Unificado a Rede Estadual de Educação de Pernambuco e os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das Escolas de Referências do Ensino Médio (EREM). Tais escolas ficam localizadas na área de abrangência territorial da Gerência Regional de Ensino (GRE) do Agreste Meridional de Pernambuco, com sede no município de Garanhuns. A análise dos dados permitiu concluir que a EDH está presente de forma rudimentar nas propostas pedagógicas das Escolas de Referência em Ensino Médio do Agreste Meridional de Pernambuco, presença constatada a partir da menção a elementos caracterizadores da EDH na maioria dos PPPs, em itens como os objetivos, a missão, a visão, os valores, a abordagem metodológica. Evidencia-se uma concepção de EDH de orientação universalista dos direitos humanos, referenciando documentos elaborados no quadro da ONU e da UNESCO, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948. Contudo, ante o cenário que se apresentou após a realização da pesquisa, faz-se indispensável que os projetos políticos pedagógicos sejam reformulados, haja vista a desatualização majoritária deles, com a finalidade de incorporar uma concepção crítica de EDH como princípio norteador da educação emancipatória que as referidas escolas afirmam promover em suas propostas.
  • DANIEL CANDIDO DE LIMA
  • O Brasil na OCDE: análise dos aspectos jurídicos, políticos e econômicos das estratégias de inovação e abertura de mercado no projeto Going Digital
  • Orientador : FERNANDA HOLANDA DE VASCONCELOS BRANDAO
  • Data: 29/04/2024
  • Hora: 11:00
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  • Neste estudo, propõe-se a análise das interações entre Direito, Política e Economia no contexto da transformação digital e da possível adesão do Brasil à OCDE. O comércio internacional é reconhecido como um catalisador para o desenvolvimento econômico global, com a OCDE se destacando como uma organização central nesse cenário de cooperação entre nações soberanas. O projeto Going Digital da OCDE é citado como uma estratégia importante para orientar a transição para uma economia digital mais sustentável. A problemática central reside na compreensão das dinâmicas entre Direito, Política e Economia durante essa transição, considerando o papel das inovações tecnológicas e das estratégias propostas pela OCDE. O objetivo geral desta dissertação é analisar como a interação entre Direito, Política e Economia, mediada por inovações tecnológicas e estratégias propostas pela OCDE no projeto Going Digital, influencia a posição do Brasil no cenário econômico global durante a transição econômica para uma base tecnológica. Os objetivos específicos incluem analisar a Teoria dos Sistemas de Luhmann como uma estrutura conceitual capaz de explicar as complexas interações entre as áreas estudadas; examinar os impactos das tecnologias disruptivas nas práticas em Direito, Política e Economia durante a transição para uma base tecnológica; e avaliar as estratégias da OCDE no projeto Going Digital e seu efeito na posição do Brasil no cenário global. A metodologia adotada é a dissertativo-descritiva com métodos bibliográficos e documentais, além do método de abordagem sistêmico baseado na Teoria dos Sistemas de Luhmann. Os resultados destacam a relevância da teoria de Luhmann para a compreensão das interações complexas entre os sistemas sociais, assim como os impactos das inovações tecnológicas nas práticas jurídicas, políticas e econômicas durante a transição para uma economia digital. De igual modo, os resultados ressaltam os potenciais benefícios da adesão do Brasil à OCDE, como acesso a padrões internacionais, modernização e competitividade, além de explorar implicações teóricas e práticas, como a adaptação do Direito às questões tecnológicas emergentes e a melhoria da governança digital na Política. As conclusões apontam para pesquisas futuras, como o impacto crescente da transformação digital nos sistemas sociais e a análise mais abrangente da governança digital e da regulação jurídica na era da economia digital.
  • WALDEMAR DE ALBUQUERQUE ARANHA NETO
  • CONTROVÉRSIAS SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO ITBI NO TEMA REPETITIVO N.º 1.113DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: uma análise crítica das teses e da legislaçãopertinente a partir da delimitação do conceito de valor venal
  • Orientador : FERNANDO JOAQUIM FERREIRA MAIA
  • Data: 22/04/2024
  • Hora: 10:00
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  • Esta pesquisa tem por objeto o debate acerca da base de cálculo do ITBI que assumiu notóriarelevância acadêmica e socioeconômica na fixação das teses para o Tema Repetitivo n.º 1.113,perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Que é valor venal para o Direito? Configura-secomo algo distinto de preço do negócio jurídico? Qual dos dois deve ser levado em conta nomencionado imposto? Ambos? Nesse contexto, que peso deve ser dado ao preço declaradopelas partes? Partindo da hipótese de que há falhas no julgado, tem-se como objetivo geral asanálises críticas do conjunto normativo que deu origem à controvérsia e das posições firmadasno precedente. De início, os contornos da investigação são delineados em abordagem quedescreve as normas pertinentes do Município de São Paulo e, ainda, os discursos presentesna trajetória processual havida no âmbito do Poder Judiciário. Adiante, outras áreas do sabersão recrutadas para apresentar as noções de preço de equilíbrio (Economia); valor de mercado(Engenharia de Avaliações); e valor justo (Contabilidade). Por meio de abordagemcomparativa, sustenta-se que, salvo nuances específicas, tais conceitos equivalem ao daexpressão “valor venal”, delimitada pela tradição jurídica nacional como sendo a quantiaestimada que seria obtida com a venda do bem, à vista, em condições normais de mercado,distinguindo-se do preço pactuado no negócio jurídico. A seguir, o debate relativo à qualgrandeza deve compor o critério quantitativo da exação é trabalhado por meio de abordagemdialética, onde são descritos e discutidos os vários discursos contrapostos, a fim de defender-se a tese de que ela deva corresponder ao conceito jurídico tradicional de valor venal.Firmados os pressupostos, a dialética é novamente utilizada para realizar o objetivo geralpretendido. Em relação à legislação paulistana, critica-se a previsão de uma base de cálculoambígua e o arbitramento por simples discordância. No âmbito das decisões judiciais, critica-sea incompreensão do conceito de valor venal; a inadequada aplicação da técnica dearbitramento; os fundamentos e argumentos utilizados para permitir a prática de valoresdistintos no ITBI e IPTU; e a decisão de considerar ilegal a tabela de valores de referência
  • HIOMAN IMPERIANO DE SOUZA
  • CRIPTOLAVAGEM E METAVERSO: EXAME DOGMÁTICO E ATUAÇÃO REGULATÓRIA ESTATAL
  • Orientador : ROMULO RHEMO PALITOT BRAGA
  • Data: 12/03/2024
  • Hora: 09:00
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  • A tese tem como objeto o exame dogmático lavagem de dinheiro digital (criptolavagem) e a estrutura do metaverso enquanto ambiente de atuação criminosa. Neste contexto, as hipóteses foram organizadas nos respectivos capítulos, onde, primeiramente, parte-se de uma gradativa compreensão de como ocorreu a criminalização da prática da lavagem de dinheiro, baseando- se em aspirações internacionais. Em seguida, demonstram-se os principais aspectos da Convenção de Viena sobre o tráfico e substâncias entorpecentes, da Declaração de Princípios do Comitê da Basiléia e da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional como bases estruturantes do entendimento acerca do processo de lavagem de capitais, percorrendo-se a internalização de legislações anti-lavagem em outros territórios, até o reconhecimento em solo brasileiro, sobretudo a partir da Lei Federal no 9.613, de 3 de março de 1998 e sua ulterior atualização. Segue-se ainda realizando um panorama dos avanços tecnológicos para análise do metaverso, considerando um novo ambiente de convivência humana no mundo hiperdigital, com o elenco de atributos, fundamentos próprios e reflexos intersetoriais nas diversas esferas da sociedade, notadamente no plano jurídico. A partir deste ponto, é examinado como a lavagem de dinheiro digital, denominada de criptolavagem, atua no ambiente do metaverso e na utilização do plano virtual, enquanto modelo de cibercriminalidade macroeconômica, comparando-se com a tipologia tradicional da lavagem, traçando especificidades dogmáticas desta atuação criminosa. Finalmente, são expostas ferramentas estatais responsáveis pelo enfrentamento da lavagem de dinheiro digital, por meio da atuação cooperativa de organismos internacionais e instituições brasileiras. A justificativa para a realização deste estudo se dá, inicialmente, em razão da novidade sobre o tema, à vista de que o uso de criptomoedas para a prática da lavagem ocorre através de mecanismos complexos trazidos pelas inovações tecnológicas e, notadamente, porque ainda há certa escassez legislativa para a regulamentação tanto do ambiente metavérsico, como das condutas que implicam na lavagem de dinheiro digital. Logo, com base na problemática apresentada, tem-se como objetivo geral analisar o conteúdo dogmático da criptolavagem, traçando um paralelo com o ambiente hiperdigital do metaverso e a forma como o Estado pode atuar nestes dois cenários, seja para o enfrentamento desta modalidade de lavagem de dinheiro, seja na ingerência regulatória proporcionada pelas novas tecnologias de super- realidade virtual. Metodologicamente, por meio de uma pesquisa qualitativa de vertente jurídica, no curso da investigação foram manejadas técnicas de levantamento de dados bibliográficos e documental, por meio de livros e artigos científicos elaborados por autores especializados, além de legislações pertinentes. Vislumbra-se que há uma necessidade real de ser aperfeiçoado o ordenamento jurídico brasileiro, em virtude do modo de como a lavagem de dinheiro agora também se vale de ativos financeiros digitais, justamente em razão dos aspectos singulares desta prática e, de igual forma, fazer com que o Estado possa agir com seus órgãos persecutórios e judiciais, além de entes fiscalizatórios, dentro no mundo digital do metaverso, notadamente por ser um ambiente bem mais propício de atuação dos criminosos, onde as facilidades tecnológicas são largamente instrumentalizadas como ferramentas para a consecução de delitos de difícil rastreabilidade.
  • RÁRISSON JARDIEL SANTOS SAMPAIO
  • TRANSIÇÃO ENERGÉTICA JUSTA E EXPANSÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NO NORDESTE BRASILEIRO: contradições e conflitos territoriais sob a instalação de parques eólicos
  • Orientador : TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 25/01/2024
  • Hora: 09:00
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  • As mudanças climáticas impõem a necessidade de uma rápida transformação da economia rumo a um modelo com baixa emissão de carbono. As energias renováveis constituem um importante componente para o desenvolvimento sustentável de comunidades. O emprego de sistemas descentralizados tem o potencial de universalizar o acesso à energia, a partir de fontes limpas, em localidades mais remotas ou desprovidas de infraestrutura adequada. Ao mesmo tempo, a expansão de projetos de infraestrutura e geração centralizada, quando bem gerenciados, podem movimentar a economia e proporcionar uma fonte de renda para pequenos proprietários de terras e coletividades que participam desses projetos. Todavia, para que esses benefícios ocorram, é necessário ter uma política energética e econômica alinhada com a justiça social, por meio de processos inclusivos, que considerem a participação e representação efetiva dos interesses de grupos e comunidades mais vulneráveis. O Nordeste brasileiro é uma região que detém os maiores potenciais de produção de energia eólica no Brasil, com um número crescente de parques eólicos em todo o território. A implementação das atividades, contudo, tem se convertido em apropriação do território e dos recursos, na contramão de uma transição justa. O abuso contratual de empresas de energia para o uso da terra e os impactos da atividade têm afetado comunidades rurais e povos tradicionais do semiárido. Contraditoriamente, os potenciais de produção de riqueza coexistem com conflitos socioambientais e um baixo retorno econômico para as famílias que habitam o entorno dos grandes projetos. Organizações e movimentos da sociedade civil têm reivindicado justiça nos processos de transição energética, ao mesmo tempo em que buscam aprofundar o debate sobre a transição justa junto de autoridades e governos a nível estadual e federal. A presente pesquisa tem como objetivo investigar a conformação da transição energética no semiárido nordestino, tendo como objeto de estudo o avanço de parques eólicos na região e as alterações que incidem sobre a dinâmica social das comunidades que se veem afetadas por esses empreendimentos. Questiona-se qual é a natureza do processo de transição energética em curso no país e quais elementos de justiça poderiam orientar uma transição justa no contexto regional. A investigação consiste em um estudo qualitativo, de cunho descritivo e exploratório, sob procedimentos essencialmente bibliográficos e de análise documental. Como resultados, verifica-se que a transição energética no Brasil assume predominantemente um caráter econômico, com a preocupação climática em segundo plano. Uma transição justa deve incorporar princípios de justiça e aprimorar esferas de governança, tornando-as mais inclusivas. A exploração eólica tem reproduzido um modelo neoextrativista, provocando conflitos e injustiças nos territórios. A mobilização da sociedade é fundamental para sensibilizar atores públicos e representantes políticos a fim de discutir propostas para uma transição energética mais justa no semiárido.
2023
Descrição
  • RENATA PATRÍCIA OLIVEIRA NÓBREGA GAMBARRA
  • UMA PONTE COM A DEFENSORIA: NARRATIVAS DE DEFENSORAS E DEFENSORES PÚBLICOS SOBRE OS CURSOS DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS PROMOVIDOS PELA INSTITUIÇÃO
  • Data: 22/12/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente Dissertação tem como objeto as narrativas de defensoras e defensores públicos sobre os “cursos de defensoras e defensores populares”, um tipo de atividade de educação jurídica direcionada ao público leigo em Direito que vem sendo desenvolvida por diversas Defensorias Públicas no Brasil. Esses cursos são desenvolvidos enquanto atividades de educação em direitos, atribuição institucional da Defensoria Pública, e têm como público-alvo lideranças comunitárias e demais pessoas com potencial multiplicador do conteúdo discutido. São focados na formação para o exercício da cidadania, abordando temas jurídicos em uma perspectiva prática, visando qualificar os/as cursistas para o conhecimento de direitos e dos órgãos e equipamentos, principalmente do sistema de justiça, destinados a garanti-los. A pesquisa se utiliza de metodologia empírica tendo como corpus principal dados coletados diretamente a partir de entrevistas semiestruturadas com defensoras e defensores públicos responsáveis por seis experiências dos cursos estudados, resultando em análises que são também fruto da observação participante. Seu objetivo é identificar as concepções e práticas envolvidas no desenvolvimento dessas experiências educativas a partir das narrativas dos/as profissionais que as coordenam, tendo como marco teórico a educação popular e as teorias críticas do Direito. O primeiro capítulo é dedicado à síntese das discussões que emergem do campo, com a apresentação do objeto e seu contexto. Além da caracterização das formações de defensoras e defensores populares é trazido o histórico de estabelecimento da Defensoria Pública e as principais discussões sobre seu papel na sociedade. No segundo capítulo, prossegue-se com a análise crítica das concepções sobre educação que exsurgem, implícita e explicitamente, das narrativas estudadas, tendo como ponto central a percepção da dialogicidade como fundamento da prática educativa. Por fim, no terceiro capítulo, é feito o debate sobre as orientações ideológicas acerca do Direito que circulam nesses espaços, concluindo-se pela impossibilidade da separação entre Direito e política no exercício da cidadania e pela potencialidade para abrir fissuras no monopólio do saber jurídico através das atividades educativas estudadas.
  • CAROLINE STÉFANY CORREIA DE MEDEIROS
  • A OMISSÃO FEDERAL QUANTO À REGULAMENTAÇÃO DA MACONHA MEDICINAL NO BRASIL E A AUTOPOIESIS DO DIREITO: o futuro é canábico, mas e o presente?
  • Data: 21/12/2023
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem como tema a regulamentação da maconha medicinal no Brasil, especialmente a omissão federal quanto à temática, sensivelmente quanto à distribuição pública desses medicamentos, mesmo diante de um número crescente de pacientes que fazem o seu uso, bem como da consolidação de estudos científicos relativos à temática. Trabalha-se com a hipótese de que ocorre, no Brasil, uma inércia na legislação federal quanto à matéria em reflexo de uma política nacional proibicionista do uso da maconha, enraizada em um racismo cultural, o que importa em verdadeira barreira ao direito ao acesso à maconha medicinal de forma ampla. O objetivo geral é o de explorar a construção do direito à saúde no Brasil, especialmente por meio da retomada histórica do surgimento da farmácia no mundo, apontando para o uso de plantas e recursos naturais, destacando a maconha medicinal. Nesse aspecto, busca-se analisar a atuação judicial sobre o tema, pontualmente o fenômeno da judicialização da saúde. O escrito é dividido em quatro partes, sendo a primeiro destinada ao estudo do direito à saúde e seus marcos legais, especialmente no ordenamento jurídico pátrio; na oportunidade, buscou-se uma análise da história da farmácia. No capítulo posterior, propôs-se um enfoque ao manejo da maconha desde seu uso primitivo, passando pela sua proibição e o resgate de seu uso terapêutico. Na mesma oportunidade, analisou-se às normativas infralegais, especialmente aquelas prolatadas pela ANVISA. Em um momento posterior, passou-se a analisar a teoria dos sistemas sociais e os institutos do acoplamento estrutural e processos sobrecomunicativos, evidenciando as comunicações existentes entre o sistema Direito e Político, direcionando à violação do princípio da separação dos poderes. Por fim, estudou-se o fenômeno da judicialização da saúde, especialmente ligadas ao acesso aos medicamentos extraídos da cannabis, evidenciando o acoplamento estrutural, sucedido por uma evidência de processo sobrecomunicativo existente. A presente pesquisa tem como referencial teórico principal as obras de Niklas Luhmann, quanto à teoria dos sistemas sociais, e as lições de Lucas Oliveira e Natália de Campos, quanto à regulamentação da maconha medicinal no Brasil. Para realização desta, utilizou-se uma metodologia pautada em escritos dos supracitados autores, como base, assim como a contribuição de outros autores que discutem questões relacionadas, formando uma abordagem qualitativa de viés teórico-bibliográfico; para além disso, utilizou-se, também, uma abordagem quantitativa, com o intuito de coletar informações relacionadas à judicialização da saúde no Brasil e o número de pacientes, atualmente, relacionados às associações direcionadas à viabilização do uso medicinal da maconha no Brasil. Os resultados apontam que, diante da omissão legislativa federal, o direito à saúde dos pacientes canábicos no Brasil é especialmente limitado e classista, sendo acessível apenas àqueles que possuem uma condição financeira considerável, distanciando-se da maior parte da população brasileira. Por fim, considerações conclusivas vão no sentido de apontar e provocar reflexões a partir da pesquisa, especialmente por envolver tema de grande preconceito social, ao invés de propriamente fechar uma conclusão definitiva sobre o tema.
  • JESSICA ALVES DE SOUZA
  • CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE NO BRASIL E NA ITÁLIA: ESTUDO COMPARADO SOB A PERSPECTIVA DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO
  • Orientador : JAILTON MACENA DE ARAÚJO
  • Data: 20/12/2023
  • Hora: 09:30
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  • A conjuntura histórica do contrato intermitente no Direito do Trabalho – italiano e brasileiro – alinha-se a uma tendência mundial de flexibilização das relações trabalhistas. Esta flexibilização faz convergir uma série de instrumentos criados com o objetivo precípuo de minimizar o desemprego e combater a informalidade, na medida em que se considera que tais situações constituem uma afronta flagrante aos Direitos Humanos. Os esforços no enfrentamento do tema justificam-se, especificamente, pelo advento da reforma trabalhista, ressaltando sua importância e sua proeminência no âmbito do trabalho, uma vez compreendido o seu valor social submetido à tutela dos Direitos Humanos e como, por conseguinte, elemento constitutivo da identidade individual e coletiva. Ao se evidenciar quão problemática é a violação dos princípios constitucionais que abarcam os direitos do trabalhador, explicita-se a relevância científica e social das discussões que envolvem a regulamentação do trabalho intermitente, no Brasil e na Itália, uma vez que se reconhece a crescente necessidade de que os princípios, da dignidade do trabalhador e do valor social do trabalho, sejam apresentados de forma mais clara e objetiva. Assim, pretende-se responder o problema sob a perspectiva de um estudo comparado com a legislação italiana, investigando se existe, no Brasil, inconstitucionalidade entre o contrato intermitente e a Constituição. Sustenta-se como hipótese que a modalidade contratual brasileira constitui instrumento de precarização laborativa, fruto da tendência mundial da desvalorização trabalhista. Busca-se averiguar se existe inobservância aos direitos constitucionais, ocasionando uma inconstitucionalidade. Desta maneira, pretende-se expor as conexões entre o contrato de trabalho na modalidade intermitente no Brasil e na Itália. Para isso, utilizando-se da hermenêutica constitucional dos princípios supracitados, partindo da premissa de um sistema protetivo internacional capaz de se antepor ao sistema nacional, também pelo uso do argumento comparativo. Com o manejo das técnicas de análise textual e a comparação de sistemas jurídicos constitucionais, a pesquisa bibliográfica cujas abordagens de raciocínio são do tipo documental indireta, apresenta dados históricos, bibliográficos e estatísticos. Verifica-se que o advento da reforma trabalhista, especificamente a figura do contrato intermitente, evidenciada sua importância no âmbito laboral, acaba por configurar violações dos princípios constitucionais trabalhistas, o que se espraia, em razão de sua manifesta relevância científica e social – a partir da racionalidade econômica que o norteia –, para as querelas que abrangem a legislação no Brasil e na Itália, não sendo instrumento constitucional e convencional adequado para promoção do trabalho decente.
  • LEDA BATISTA DA SILVA DIÔGO DE LIMA
  • O MERCADO DE TRABALHO VISTO PELA LENTE DO DIREITO DA CONCORRÊNCIA
  • Orientador : MARIA LUIZA PEREIRA DE ALENCAR MAYER FEITOSA
  • Data: 19/12/2023
  • Hora: 09:00
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  • Concorrência e trabalho foram tradicionalmente vistos como mundos à parte, e pouquíssima interdisciplinaridade existia entre essas disciplinas até então. Contribuía para essa distância a percepção de que representavam valores completamente distintos (de um lado, a valorização do trabalho enquanto veículo de promoção da dignidade humana; de outro, o livre mercado e a livre concorrência) e a presunção de que mercados de trabalho eram altamente competitivos. Contudo, diversos estudos conduzidos especialmente a partir de 2010 começaram a colocar em xeque várias premissas tidas até então como verdadeiras: percebeu-se que os mercados de trabalho não são tão competitivos como se imaginava, que os salários não acompanharam o aumento da produtividade nos últimos anos, que a existência de assimetrias de informação e custos atrelados à busca por um novo emprego tornam empregados mais vulneráveis e com baixo poder de barganha. Embora o senso comum tenha disseminado uma percepção negativa acerca da correlação entre trabalho e concorrência, sendo esta última vista por vezes pejorativamente como fomentadora de um crescimento econômico ilimitado, esta Dissertação intenciona refletir a respeito da seguinte questão: o Direito Concorrencial pode auxiliar no desenvolvimento sustentável das relações de trabalho ao ser aplicado para coibir potenciais efeitos anticompetitivos no mercado de trabalho? Para responder a essa pergunta, a Dissertação passará por três etapas. Primeiro, objetivará situar o problema de pesquisa e discutir por que é importante analisar dinâmicas no mercado de trabalho sob a ótica concorrencial, abordando o papel do Direito da Concorrência no binômio crescimento econômico-desenvolvimento humano. Em seguida, por meio de uma revisão bibliográfica, mapeará a evolução temática em perspectiva comparada e analisará a jurisprudência relevante local com a finalidade de posicionar o estado da arte da discussão. A partir dessas constatações, sistematizará quais dinâmicas trabalhistas podem ser pertinentes ao estudo do Direito da Concorrência e problematizará que o reconhecimento da competência das autoridades concorrenciais brasileiras para analisar determinadas dinâmicas no mercado de trabalho passa por algumas reflexões a respeito da expansão do Direito Concorrencial tradicional, da responsabilidade social da empresa e dos efeitos da atribuição de tal competência. Metodologicamente, a pesquisa instrumentaliza-se pelo método de abordagem hipotético-dedutivo, por meio da técnica de pesquisa documental indireta, abastecida de extensa revisão bibliográfica. O tema foi escolhido por sua relevância jurídica e social, dado que a ausência de previsão legal e de jurisprudência consolidada abre espaço para abusos que podem impactar negativamente a situação do empregado, particularmente agravada pela desigual realidade brasileira.
  • ROSIMAYRE GONÇALVES DE CARVALHO
  • APARTHEID DIGITAL E SISTEMA DE JUSTIÇA: A MITIGAÇÃO DE VULNERABILIDADES SOCIAIS NO ÂMBITO DO JUDICIÁRIO 4.0
  • Orientador : GUSTAVO RABAY GUERRA
  • Data: 18/12/2023
  • Hora: 19:00
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  • A transformação digital do Poder Judiciário brasileiro tem ganhado destaque mundialmente por seu amplo alcance e avanço. Este estudo busca analisar as repercussões dessa profunda mudança na vida cotidiana do cidadão brasileiro, especialmente daqueles que não têm acesso ao sistema eletrônico devido às limitações materiais ou intelectuais. A emergente Justiça 4.0, enquanto proponente de benefícios como a redução de custos, aceleração, eficiência e contribuição ao PIB, também enfrenta o desafio do "apartheid digital" ou "exclusão digital". A atual transformação digital está alinhada, ao menos em princípios, com as metas da Agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável. Portanto, é crucial avaliar os impactos dessa mudança na luz do princípio da inafastabilidade da jurisdição. Este trabalho tem como objetivo geral investigar os efeitos reais e potenciais dessa revolução digital na vida dos excluídos digitalmente, usando como parâmetro o princípio do amplo acesso à justiça. O sistema de justiça, em teoria, busca diminuir as desigualdades e fortalecer as instituições através da inclusão. A análise se baseia no pensamento de filósofos contemporâneos como Byung-Chul Han, Amartya Sen e Boaventura de Sousa Santos. Estes pensadores podem ajudar a entender o embasamento filosófico que sustenta essas mudanças e direcionar o sistema de justiça em direção à igualdade de oportunidades e acesso. Ao analisar os atuais paradigmas socioeconômicos que regem as mudanças no sistema de justiça, é importante ter um olhar crítico sobre as consequências da redução do acesso aos direitos sociais, o que pode levar à marginalização dos socialmente vulneráveis. O estudo utiliza o método indiciário para aglutinar uma pesquisa bibliográfica e documental do quadro teórico e empírico, associando e interpretando livremente os conceitos abordados, dado que é um tema em fase inicial de percepção.
  • LAURA EMÍLIA BEATRIZ LOURENÇO DAMASCENO
  • Hipossuficiência dos proprietários de terra frente à instalação de parques eólicos na área rural do município de Santa Luzia - PB.
  • Data: 18/12/2023
  • Hora: 11:00
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  • As transformações no modo de exploração econômica ocasionaram uma necessidade mundial de diversificação da matriz de energia elétrica com o objetivo de torná-la mais limpa e de diminuir os problemas ambientais, ocasião em que surgiram as energias renováveis, dentre elas, a energia eólica. O município de Santa Luzia, na Paraíba, localizado na mesorregião do Planalto da Borborema, tem se destacado quanto ao volume de investimentos do setor de energia eólica, fruto dos olhares dos investidores voltados ao Nordeste, por ser uma região de favoráveis condições climáticas e incisivos esforços governamentais. Contudo, apesar de estar em posição de destaque na matriz energética brasileira, uma energia não pode ser considerada “limpa” somente considerando o não uso de combustíveis fósseis e afins, mas também os impactos jurídicos e socioambientais que o processo de instalação e de execução do projeto de captação de energia causam/podem causar ao seu entorno. Dentre os principais conflitos decorrentes das instalações de parques eólicos na cidade, estão os oriundos dos contratos de arrendamento celebrados entre as empresas e os proprietários de terra, que são expostos à cláusulas contratuais abusivas. Assim, no presente trabalho foi analisado o processo de instalação dos parques de energia eólica, a partir da análise de contratos celebrados no município de Santa Luzia - PB, à luz do conceito de renda da terra em Marx, a fim de demonstrar como os contratos de arrendamento ou afins desprotegem os proprietários de terras e favorecem exponencialmente as empresas, entendendo como a população local enxerga a chegada dos empreendimentos de energia eólica na cidade e pontuando os principais impactos das instalações de parques eólicos na região. Para isso, foi utilizada revisão bibliográfica e pesquisa documental, a fim de demonstrar a hipossuficiência dos proprietários de terra na relação arrendador x arrendatário, estabelecendo formas de ajuste dos termos para promoção de uma relação contratual mais justa.
  • HARRISON ALEXANDRE TARGINO JUNIOR
  • TERRA SEM LEI? MODERAÇÃO DE CONTEÚDO NO INSTAGRAM E SEUS EFEITOS SOBRE SEUS PRINCIPAIS EXPOENTES: OS INFLUENCIADORES DIGITAIS
  • Orientador : ADRIANO MARTELETO GODINHO
  • Data: 18/12/2023
  • Hora: 08:30
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  • A presente dissertação faz uma análise das políticas de uso do Instagram, a aplicação destas no que diz respeito à moderação de conteúdo e as consequências materiais e jurídicas que vêm pesando sobre os usuários, em especial os influenciadores digitais. Especificamente, esta pesquisa propõe-se a encara o problema da moderação de conteúdo exercida pelo Instagram, suas eventuais falhas e os prejuízos sofridos pelos influenciadores digitais frente à uma aplicação de políticas de uso nebulosa que vem a ser eventualmente arbitrária. Para tanto, o estudo explora os aspectos sociológicos e econômicos acerca do crescimento do mercado digital, analisa a história e a proporção que as redes sociais – sobretudo o Instagram – tomaram na sociedade moderna, haja vista sua influência transcender o mundo virtual. Pretende-se ainda analisar como o perfil dos usuários nestas plataformas tornou-se verdadeira extensão de suas personalidades, em especial no caso do influenciador digital, essa nova modalidade de formador de opinião que surgiu nas plataformas digitais e que capitalizou suas atividades de tal maneira que hoje são verdadeiras empresas personificadas e com perfil nas mídias sociais, sendo, portanto, empresas dependentes das plataformas, mas que têm direitos da personalidade próprias dos indivíduos. A existência destas páginas enquanto bens digitais híbridos que gozam inclusive de alguns dos direitos fundamentais individuais, tais como liberdade de expressão, dentro de um espaço particular de uma big tech acende inúmeros debates, especialmente sobre os poderes destas plataformas para podar as liberdades destes perfis, a maneira como tal poderia é exercido e os prejuízos causados pelos provedores de conteúdo no exercício irregular deste comando. Sabendo que se trata de um problema global, a pesquisa navega sobre a legislação estrangeira, analisa o Marco Civil da Internet - que atualmente traz as principais diretrizes da legislação brasileira -, assim como as principais propostas de leis que buscam mudar a abordagem brasileira do tema e as iniciativas de outros poderes que buscam forçar a alteração por meios constitucionalmente questionáveis. Para realizar tal trabalho as pesquisas abrangem áreas de conhecimento diversas, indo além do Direito e debruçando-se sobre sociologia, economia, administração, tecnologia, comunicação, publicidade e mídias digitais. A metodologia utilizada é a pesquisa de natureza aplicada com objetivo descritivo, abordagem qualitativa, método indutivo, tipo de leitura seletiva a partir de fontes de pesquisa secundárias e pesquisa bibliográfica.
  • NAYARA TOSCANO DE BRITO PEREIRA
  • Medida socioeducativa de internação: (in)aplicabilidade da dosimetria da pena em João Pessoa – PB
  • Data: 15/12/2023
  • Hora: 16:30
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  • Esta tese versa sobre o fenômeno da Socioeducação, voltado para os adolescentes, que são pessoas em desenvolvimento, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fazendo jus a oportunidades e facilidades que possibilitem um desenvolvimento saudável em todas as esferas. A base para a construção desta imagem é a Constituição Federal de 1988 (CF/88), que promoveu o reconhecimento dos adolescentes não apenas como extensão dos adultos, sem proteção efetiva, mas sim como sujeitos sociais e de direitos específicos, que precisam ser tutelados, a quem deve ser destinada proteção integral. É reconhecida a sua vulnerabilidade, que acarreta a exigência de prioridade absoluta de ações por parte da família, da sociedade, da comunidade e do Estado. Neste sentido, ainda que os adolescentes pratiquem atos infracionais, a necessidade de proteção e acompanhamento específicos deve continuar em prática, de modo que não há a aplicação de penas, mas sim de medidas socioeducativas que reprovam o ato. Os juízes, por sua vez, precisam agir em consonância com esta base protetiva, de modo que é preciso inferir o nível de discricionariedade que pode ou não ser aplicado às decisões de manutenção de medidas socioeducativas privativas de liberdade. Neste contexto, a presente tese teve por problema norteador: a decisão judicial de manutenção da internação do socioeducando reproduz a aplicação da dosimetria da pena criminal ou deve observância ao paradigma de discricionariedade fraca necessária? Como objetivo geral, se buscou demonstrar que a decisão judicial de manutenção da internação dos socioeducandos é de discricionariedade fraca necessária. Por sua vez, os objetivos específicos foram: a) contextualizar o aporte teórico sobre as imagens em torno da adolescência, contrapondo o status de sujeito de direito protegido integralmente à figura do menor infrator; b) analisar as medidas socioeducativas, em especial a referente à internação, destacando-se os seus marcos normativos nacional e internacional; c) verificar como se apresentam teoricamente os níveis de discricionariedade em decisões judiciais; d) investigar o funcionamento da Unidades Socioeducativas de Internação de João Pessoa-PB sob a ótica das entrevistas realizadas com a equipe técnica multidisciplinar, comparando seus relatórios psicossociais de avaliação do cumprimento da medida com as decisões judiciais referentes à reavaliação da medida internação. Para tanto, o referencial teórico de base se ateve principalmente: às teorias da necessidade, assistência e roteção, de Irene Rizzini e Francisco Pilotti, no que concerne à imagem dos adolescentes; à CF/88, à Convenção sobre os direitos da criança, ao ECA e à Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, em relação ao sistema protetivo dos direitos dos adolescentes; à teoria da discricionariedade de Marcelo Neves e da discricionariedade judicial de Hart, no que se refere ao nível de discricionariedade das decisões de manutenção da internação de socioeducandos e à Doutrina da Proteção Integral como instrumento teórico pragmático de interpretação das decisões judiciais. Foram realizadas entrevistas com as equipes técnicas multiprofissionais que acompanham e avaliam o cumprimento da medida socioeducativa de internação dos adolescentes do sexo masculino no Centro Educacional do Adolescente, no Centro Socioeducativo Edson Motta e no Centro Educacional do Jovem, buscando compreender os seguintes indicadores: perfil e capacitação técnica do profissional; perfil do adolescente em conflito com a lei e o ato infracional praticado; formas de avaliação e acompanhamento dos socioeducandos; Direitos Humanos, Socioeducação e sistema protetivo de direitos; Relatório social, Audiências e decisão judicial de manutenção da internação de socioeducandos. Os resultados mostraram como é feita a avaliação dos adolescentes por parte da equipe técnica profissional, quais são os desafios encontrados no sistema socioeducativo pessoense e como as decisões judiciais de manutenção da medida socioeducativa de internação por vezes não estão alinhadas ao Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, com discricionariedade fraca necessária, não considerando a excepcionalidade e brevidade da medida diante da boa avaliação.
  • JARDIEL PEREIRA DE FREITAS
  • EROSÃO DEMOCRÁTICA: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMO BALUARTE DA DEMOCRACIA
  • Orientador : ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
  • Data: 30/11/2023
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação de mestrado apresenta como objetivo geral analisar, sob um viés crítico, o processo de erosão das democracias liberais e como as Cortes constitucionais podem contribuir para debelar esse processo, possuindo como lócus da pesquisa cenário brasileiro, especificamente, busca-se ainda compreender a legitimidade democrática das decisões contramajoritárias do Supremo Tribunal Federal e, por fim, examinar as consequências do modelo do judicial review. Nesse sentido, o problema de pesquisa, sob o prisma da filosofia constitucional, consiste em inquirir qual a função do Supremo Tribunal Federal na defesa da democracia. Edificamos como hipótese a possibilidade de atuação mais proativa da Corte nessa conjuntura. No tocante à metodologia aplicada, valemo-nos de uma revisitação da bibliografia correlata, explorando lacunas teóricas a fim de preenchê-las no decorrer do trabalho. Ademais, analisamos casos concretos levados ao STF e que ilustram a problemática. A pesquisa se desenvolve ao longo de três capítulos, onde no primeiro deles são feitos apontamentos históricos e evolutivos da democracia, desaguando na rebuscada análise conceitual do termo. No segundo capítulo, discorre-se sobre a penumbra que se abateu sobre a democracia e as modernas formas de vulnerá-la, fartandonos de exemplos do contexto geopolítico atual. No terceiro capítulo, à luz do arquétipo teórico apresentado, refletimos sobre a relação Judiciário/ Executivo em um panorama de sobrestamento dos valores democráticos. Ao epílogo, reservamos a função de prescrever as convicções firmadas no transcurso da pesquisa, as quais compreendemos ser um contributo para o incremento da democracia.
  • ANDREZA KARINE NOGUEIRA DA SILVA
  • CODIFICAÇÃO E JURISDIÇÃO CRIMINAL COMO INSTRUMENTOS PARA CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: ATUAÇÃO DA JUSTIÇA NOS SERTÕES (1841-1888)
  • Orientador : JOSE ERNESTO PIMENTEL FILHO
  • Data: 27/11/2023
  • Hora: 15:30
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  • A presente dissertação tem como escopo discutir o papel da jurisdição criminal na construção do Brasil enquanto Estado. Sob a perspectiva da História do Direito, buscou-se analisar em que medida as codificações em matéria penal, bem como a jurisdição criminal, ambas fabricadas no século XIX, se constituíram instrumentos para consolidação do Estado, garantindo a concretização dos projetos de unidade nacional e manutenção da ordem, tendo em vista o cenário de conflitos internos a questão da criminalidade e do exemplo de fragmentação vivenciado pelos países vizinhos. A hipótese sustentada é de que o sistema punitivo, por meio de seus agentes e instituições, atuou como mecanismo elementar para busca de legitimidade e expansão do Estado nos mais diversos rincões do país, notadamente nos sertões. Para tanto, inicialmente investigou-se o cenário político e jurídico vivenciado pelo país que culminou na elaboração dos primeiros grandes códigos: o Código Criminal de 1830 e o Código do Processo Criminal de 1832, seguindo a tendência codificacionista herdada da modernidade e, em seguida, procurou-se analisar as práticas da jurisdição criminal sob uma perspectiva localizada, notadamente nos sertões do país, utilizando fontes judiciais e administrativas que auxiliaram a compreender como o poder de punir do Estado chegou a espaços considerados incivilizados e distantes para efetivar a ordem e a busca pela unidade nacional. Para esta pesquisa, o recorte espacial concentra-se no sertão seridoense, na então província do Rio Grande do Norte e no sertão de Pombal, localizado na província da Paraíba, no período de 1841 a 1888. Assim, lançando do método histórico de investigação, por meio da pesquisa documental e quantitativa realizada nos processos criminais das comarcas em estudo e nos relatos dos presidentes das províncias, observou-se que a partir da legitimidade conferida pelas codificações, o aparato da justiça criminal alcança os sertões, sendo acionado pelos sertanejos, afastando as ameaças à ordem e estabelecendo os parâmetros para a sociedade civilizada requerida pela elite política da época.
  • ARLLEY CAVALCANTE DE OLIVEIRA
  • Do poder como controle de liberdade ao poder como liberdade de controle: A Lei Geral de Proteção de Dados e a (des)proteção de dados no contexto das redes sociais
  • Orientador : GUSTAVO RABAY GUERRA
  • Data: 31/10/2023
  • Hora: 16:00
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  • A proteção de dados é de interesse coletivo, e, particularmente, de cada usuário da Internet. O arrebatamento inicial em torno das redes sociais logo cedeu à preocupação, emergindo o interesse na existência de um caminho que garanta segurança na circulação, controle e tratamento das informações geradas pelo indivíduo, ora tuteladas como bem jurídico. A Era dos dados é palco de disputas econômicas, sociais e culturais, e, devido ao ritmo e à velocidade frenética, não se sabe quem os coleta nem quem os utiliza, tampouco a finalidade do seu armazenamento. Levando em consideração essa problemática e a partir da obra de Shoshana Zuboff, “A era do Capitalismo de Vigilância”, que compõe um dos principais referenciais teóricos desta pesquisa, questiona-se: a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) consegue atingir o seu papel de proteção efetiva de dados pessoais frente ao Facebook, WhatsApp e Instagram, integrantes do grupo econômico Meta? Para isso, o estudo, inicialmente, contextualizará o surgimento do capitalismo de plataformas fundamentado na coleta generalizada de dados e praticado pelas grandes empresas de tecnologia da informação e telecomunicações. Permeado pela racionalidade neoliberal, para quem somente extrair dados não é mais suficiente e a privacidade é obsoleta, surgiu a denominada sociedade de controle, que, baseada no conceito de modulação de comportamentos, avança agora sobre o aspecto emocional e é caracterizada pelo monitoramento constante dos aparelhos tecnológicos. Em seguida, o segundo capítulo analisará a origem e evolução do direito fundamental e transversal à proteção de dados e da autodeterminação informativa, bem como, de forma prioritária, serão analisados dispositivos legais da Lei 13.709/2018 imprescindíveis para responder ao questionamento central. A hipótese que se considerou plausível foi responder à pergunta negativamente, devido ao nítido e incontestável desequilíbrio nas relações de poder pelo domínio de dados, ou seja, a LGPD não consegue coibir abusos aos direitos da personalidade que devem por ela ser protegidos. Ademais, a presente pesquisa será de natureza explicativa, utilizando-se o método de abordagem hipotético-dedutivo, sendo ainda auxiliada pelos métodos hermenêutico e histórico-evolutivo, com o emprego da técnica de pesquisa bibliográfica. Nesse diapasão, confirmando-se a resposta inicialmente prevista, a análise aponta para o fato de que, não obstante os dispositivos legais vigentes no microssistema de proteção de dados, o grupo Meta tem, de forma reiterada, atuado de forma abusiva, enquanto a estruturação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados caminha lentamente. A desproteção decorre muito mais dos fundamentos do capitalismo de vigilância, que se sustenta da extração de dados de forma massiva e inconsequente, aprofundada pela falta de uma cultura de proteção de dados. Enquanto a segurança dos dados estiver atrelada à dinâmica atual de mercado, não haverá proteção real. Apesar das características positivas da LGPD, a resposta ao problema supracitado precisa ir além, inclusive, de questões como quebra de monopólio e de proteção ao direito à privacidade, motivo por que, ao final, a presente pesquisa aponta a necessidade de novas intervenções legislativas e a governança algorítmica como mais uma solução plausível a esta conjuntura.
  • FRANCISCO LEITE DUARTE
  • Forma e sentido do tributo no Estado brasileiro: Estudo à Luz da Teoria dos Sistemas Sociais de Niklas Luhmann
  • Data: 31/10/2023
  • Hora: 14:00
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  • O tributo é comunicação recursiva que ganha forma e sentido no bojo das Constituições financeira e econômica do Estado fiscal e democrático de direito, cuja compreensão é, primordialmente, haurida a partir dos sistemas econômico, político e jurídico da sociedade, segundo a autopoiese e autorreferência de cada um desses sistemas sociais. O Direito tributário brasileiro, que tem o tributo como objeto de estudo, firmou-se numa dogmática conceitualista, não dando conta, por completo, da complexidade do regime tributário nacional, tanto o é que não há, como espaço compreensivo do sentido da atividade de tributação, um enlace de correlação da receita com a despesa pública, seja no direito positivo, na doutrina ou na jurisprudência. Esse enfoque, desconsiderando-se a razão de ser do tributo, que nem sequer está contemplada no enunciado do artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN), empobrece o instituto e aleija o cidadão em relação a esse importante instrumento da cidadania. O objeto desta pesquisa é o estudo do tributo, um dos temas centrais da Constituição financeira da república federativa do Brasil. A problematização revela-se nas perguntas: Em que medida ou forma, é possível fixar um sentido para o tributo? E como questões específicas: I. Qual o sentido do tributo?; II. Como o sentido do tributo se dá para as diferentes partes envolvidas na atividade de tributação?; e III.Os conceitos doutrinários e legais de tributo são suficientes para expressar esse sentido?Como possíveis respostas a essas questões, tem-se como hipóteses: a) Os conceitos legais de tributo, conforme os enunciados do artigo 3º do Código Tributário Nacional e artigo 9º da Lei no 4.320/1964, bem como a dissecação da regra de incidência tributária, embora sejam elementos de construção do sentido do tributo, são insuficientes, enquanto categorias analíticas, à compreensão da complexidade da atividade de tributação no Brasil, sendo o sentido, enquanto uma forma em um meio (médium) ao Estado fiscal constitucional de direito, à maneira de atualidade/possibilidade, mais apropriado para dar conta dessa compreensão; b) É do amálgama de atos comunicacionais dos sistemas político, jurídico e econômico, que se estabelecem os diversos sentidos do tributo, ainda que, isoladamente, cada sistema mantenha a sua autonomia, mas, apesar de o sentido do tributo estar no lado marcado, de uma forma de dois lados, estenão prescinde, mas pressupõe, uma existência condicionada ao lado não marcado; e c) O estudo do direito tributário, calcada no positivismo lógico ou normativista, dificulta a observação da atividade financeira do Estado como uma unidade de sentido, posto que não sensibiliza os seus acoplamentos estruturais a tal mister, com perdas à estabilização das expectativas normativas do cidadão contribuinte e das do próprio Estado.O objetivo geral é compreender o sentido do tributo e demonstrar a sua complexidade no contexto da ordem jurídica brasileira a partir da Teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann.Os objetivos específicos são: a) identificar o tributo como uma forma (Spencer Brow) a partir de um horizonte de sentido específico: o Estado fiscal constitucional e democrático de direito brasileiro; b) estudar as dimensões material, temporal e social do sentido do tributo enquanto comunicação recursiva dos sistemas político, econômico e jurídico no contexto de um meio, o Estado constitucional fiscal e democrático de direito; c) testar a teoria dos sistemas sociais, de Niklas Luhmann, sobretudo, as categorias analíticas da forma e do sentido, no estudo do tributo e do fenômeno tributário. Em termos metodológicos, empregam-se procedimentos de pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, apoiando-se no método sistêmico-funcional, de matriz construtivista. As reflexões indicam que o estudo do tributo enquanto forma, dotada de sentido em meio ao Estado fiscal constitucional democrático de direito, possibilita uma compreensão da atividade de tributação que ultrapassa a racionalidade estrita do conceito estatuído no artigo 3º do CTN, bem como da peculiar norma jurídica da incidência tributária.
  • MARIANA SILVA PIRES
  • PROLETARIADO DIGITAL E REGULAÇÃO JURÍDICA: PARÂMETROS NORMATIVOS PARA A (RE)SIGNIFICAÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO UBERIZADA NO BRASIL
  • Data: 31/10/2023
  • Hora: 14:00
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  • O avanço das tecnologias digitais, aliado às transformações no mundo laboral, possibilitou o surgimento de uma nova dimensão de trabalho precário: a uberização. Esse fenômeno, que combina alta tecnologia e ausência de direitos, ocorre no trabalho mediado por plataformas digitais. É o caso dos entregadores de aplicativo e motoristas de transporte individual, atualmente submetidos à condição precária de serem empregados sem direitos ou “empresários de si próprios”. Sob as retóricas de liberdade, autonomia e empreendedorismo, o universo empresarial promove a tônica da redução de custos, ao tempo em que transfere todos os encargos ao hipossuficiente. O resultado disso são milhões de trabalhadores just in time por todo o mundo desprovidos de um estatuto profissional estável e juridicamente definido, numa espécie de limbo jurídico socialmente aceito. A ausência de uma categorização definida possibilita um espaço de maleabilidade e flexibilização preocupante, além de culminar em mais exploração ao trabalhador uberizado. Nesse cenário em que as relações de trabalho passam por modificações estruturais, especialmente diante do surgimento de uma nova relação para os prestadores de serviços digitais, levanta-se o seguinte questionamento: como deve se estabelecer a relação jurídica existente entre plataformas digitais e seus trabalhadores uberizados segundo as diretrizes do próprio sistema jurídico (nas atividades legiferante e, principalmente, jurisdicional) de modo a preservar o sistema de proteção do trabalho? A partir do referido problema, o trabalho propõe um conjunto de reflexões críticas acerca do debate sobre a uberização, visando analisar o vínculo jurídico entre as plataformas e os trabalhadores. Sob o método hipotético-dedutivo e a partir da leitura de artigos, obras e jurisprudências referentes ao assunto, revela-se o papel do Direito do Trabalho como importante regulador dessas novas relações de trabalho. Constata-se que a suposta autonomia consiste em limitada liberdade de auto-organização, incapaz de desnaturar o caráter empregatício existente. Nesse sentido, o estudo revela a necessidade de uma legislação atualizada, aos moldes do trabalho digital, bem como do esforço hermenêutico dos aplicadores da lei ao caso concreto, sempre à luz dos parâmetros normativos da ordem constitucional.
  • GIOVANNA PAOLA BATISTA DE BRITTO LYRA MOURA
  • A INSERÇÃO DA VARIÁVEL CLIMÁTICA NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
  • Orientador : TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 30/10/2023
  • Hora: 14:00
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  • Atualmente, o mundo enfrenta graves problemas decorrentes da ação do homem frente à natureza e aos recursos naturais, cuja exploração desenfreada gerou, entre outras alterações ambientais, um aumento significativo na ocorrência das mudanças climáticas, causadas, principalmente, pela emissão de gases poluentes na atmosfera terrestre, como fator potencializador do efeito estufa. Diversos eventos internacionais foram realizados no sentido de discutir não somente a questão climática, mas, mais especificamente, formas de diminuição emissão de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera, com destaque, entre outros, para a 21a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que resultou na elaboração do Acordo de Paris, aprovado em 12 de dezembro de 2015. Os signatários do referido tratado têm a obrigação de desenvolver e aplicar instrumentos internos de mitigação às mudanças climáticas, com vistas a cumprir as metas de redução de emissão de gases assumidas pela adesão a ele, a partir do desenvolvimento de uma política ambiental pautada na preocupação com o clima. No Brasil, um dos mais valiosos instrumentos de política ambiental é o licenciamento ambiental, que é um procedimento administrativo que tem como objetivo exercer o controle e acompanhamento preventivo de atividades que utilizem recursos naturais e que sejam potencialmente causadoras de impacto ambiental. Apesar de sua consabida importância enquanto instrumento de política ambiental nacional, ainda são incipientes as iniciativas de inserção da variável climática nos procedimentos administrativos de concessão e renovação de licença ambiental para atividades potencialmente poluidoras no Brasil. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a viabilidade normativa e metodológica de inserção da variável climática nos processos de outorga e renovação de licença ambiental no país. Para responder à pergunta de pesquisa, é utilizada a abordagem quali-quantitativa, valendo-se das técnicas de levantamento de dados bibliográfica e documental, bem como da utilização do método comparativo, realizado através do método funcionalista, envolvendo a comparação da legislação brasileira com a legislação internacional em matéria de licenciamento ambiental.
  • QUÉVIA LINAMARA DE ALMEIDA CAMBOIM
  • DESLOCADOS CLIMÁTICOS: A DECISÃO DO COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS DA ONU NO CASO IOANE TEITIOTA X NOVA ZELÂNDIA E SEUS POSSÍVEIS REFLEXOS NO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
  • Orientador : SVEN PETERKE
  • Data: 10/10/2023
  • Hora: 16:00
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  • Com o agravamento das mudanças climáticas previsto para ocorrer ao longo do século XXI, diversos impactos negativos serão esperados, dentro eles, a elevação do nível do mar, o que implicará no desaparecimento de vários países insulares. Como consequência, haverá um aumento no número de deslocados climáticos, que, entretanto, ainda não possuem tutela jurídica específica no direito internacional. Este trabalho se debruça sobre a decisão tomada pelo Comitê de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas no caso Ioane Teitiota x Nova Zelândia em 7 de janeiro de 2020 (n.º 2728/2016), buscando compreender sua importância para o reconhecimento dos direitos dos deslocados climáticos no cenário internacional. A pesquisa parte da análise das mudanças climáticas como causa de migração forçada e das dificuldades para enquadrar as suas vítimas nas categorias existentes de pessoas deslocadas, sobretudo no Direito Internacional dos Direitos Humanos e dos Refugiados. O caso Ioane Teitiota x Nova Zelândia demonstra que o direito à vida e o princípio de non-refoulement tem aplicabiliddade nesses casos, ao mesmo tempo em que evidencia as dificuldades enfrentadas para comprovação do limiar de risco iminente de ameaça à vida, bem como sua relação com o direito ao meio ambiente sadio. As teorias de Enrique Leff e Edgar Morin são propostas como ferramentas interdisciplinares para abordar a complexidade deste tema. Em conclusão, a pesquisa reitera a necessidade urgente de concretizar a proteção internacional aos deslocados climáticos, defendendo a cooperação internacional como chave para desenvolver mecanismos práticos.
  • JUAN DE ASSIS ALMEIDA
  • A CONFIGURAÇÃO DO MARCO REGULATÓRIO DA EDUCAÇÃO JURÍDICA: as disputas normativas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Direito a partir da relação Estado, Mercado e Educação.
  • Orientador : MARIA CREUSA DE ARAUJO BORGES
  • Data: 25/09/2023
  • Hora: 09:00
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  • A tese examina a configuração do marco regulatório da educação jurídica, especificamente a elaboração normativa das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Direito, que resultou na Resolução nº. 05/2018 CNE/MEC. O debate capitaneado pelo Ministério da Educação contou com a participação de agentes governamentais, acadêmicocientíficos, econômicos e profissionais do campo da educação jurídica, que deliberaram numa arena política de disputa. Objetiva-se analisar a elaboração e as próprias diretrizes curriculares e determinar a influência da posição dos agentes e seus ativos (capitais) na configuração normativa do que consiste ser a formação em direito, a partir das relações entre Estado, mercado e educação. Enfatiza-se a dinâmica relacional entre o campo jurídico e o campo econômico, cujo propósito consiste em instrumentalizar o direito e a educação para servir as condições de reprodução social. Parte-se do pressuposto que a configuração normativa reproduziu, majoritariamente, um modelo hegemônico de formação jurídica, de cariz epistemológico normativista e orientado pela ideologia neoliberal, que indicaram o protagonismo de agentes profissionais e econômicos no debate curricular. Não obstante, percebeu-se a incorporação, minoritária, de perspectivas formativas jurídico-emancipatórias, em razão da produção normativa ter sido consensualizada entre os agentes, que dão margem às estratégias de transformação da educação jurídica pela interdisciplinaridade, educação em direitos humanos, de educação das relações étnico-raciais afro-brasileira e indígena e a curricularização da extensão universitária. Utiliza-se os conceitos de habitus e de capital simbólico para tracejar o campo empírico na perspectiva do sociológico Pierre Bourdieu. Para fins de análise do corpus documental, utilizou-se da técnica de análise de discurso, por se constituir uma técnica voltada a compreensão dos textos e das práticas sociais inscritas nos discursos jurídico-curriculares enunciados na construção normativa das DCNs, que possibilitaram a criação de unidades temáticas que compuseram o fenômeno sob estudo.
  • MARIA CLARA ALÉCIO RODRIGUES
  • "CABEÇO", O POVOADO SUBMERSO: A PROTEÇÃO JURÍDICA AO PATRIMÔNIO CULTURAL SUBAQUÁTICO BRASILEIRO NAS LIÇÕES DA ARQUEOLOGIA NO VELHO CHICO.
  • Data: 19/09/2023
  • Hora: 14:00
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  • O Patrimônio Cultural Subaquático (PCS), espécie de patrimônio encontrado submerso por corpos d’água salgados ou doces, pode ser compreendido como uma cápsula do tempo capaz de guardar a memória de uma civilização ou grupo social. A sua localização, fora do alcance dos olhos, acaba por colocá-lo em uma posição de maior risco de agressão ou destruição, do que aquela enfrentada pelo patrimônio cultural terrestre, exigindo do direito um esforço ainda maior de proteção. Assim, a pesquisa debruçou-se sobre as normas internacionais e nacionais de proteção, mais pontualmente o Anexo da Convenção da Unesco para Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático de 2001, a Constituição Brasileira e as Leis nº 7.542/86, alterada pela Lei nº 10.166/2000 (Lei que dispõe sobre a pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens afundados) e Lei nº 3.924/61 (Lei que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos), a fim de identificar a natureza jurídica e as possíveis lacunas persistentes da normativa em relação ao PCS. Movida pelo acompanhamento do projeto de pesquisa arqueológica do Baixo Rio São Francisco, a presente pesquisa procurou averiguar os instrumentos daquela experiência arqueológica na busca de propor um modelo jurídico de proteção possível diante da fluidez da normativa brasileira e internacional existente. E enfrentou o seguinte problema: a partir do projeto do Baixo São Francisco, considerando a natureza jurídica do PCS, que medidas podem ser utilizadas para colmatar as lacunas deixadas pela legislação nacional e internacional? A hipótese norteadora é de que a Arqueologia dialoga com o Direito, e vice-versa, na medida em que permite o resgate da experiência cultural material e imaterial ao integrar os sujeitos com seu patrimônio, possibilitando que as diretrizes principiológicas e normativas dadas pelo Direito sejam construídas por meio do que a pesquisa arqueológica revela. Assim, propõe-se, enquanto ação preventiva, para a regulamentação de cada regime específico, a utilização da pesquisa arqueológica na proteção jurídica do PCS, como etapa essencial para a adoção de medidas jurídicas capazes de impedir ou minimizar ações ilícitas como o tráfico e a exploração comercial danosa do patrimônio submerso, a fim de prevenir sua dispersão irreversível, pilhagem ou destruição.
  • DEMETRIUS ALMEIDA LEAO
  • TRABALHO ATRAVÉS DAS PLATAFORMAS DIGITAIS: DA LIQUEFAÇÃO DA MODERNIDADE À HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL DA SOLIDARIEDADE E DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO
  • Data: 12/09/2023
  • Hora: 15:15
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  • A simbiose contemporânea entre Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e trabalho tem dado ensejo a formação de novas dinâmicas laborais, provocando redesenhos no mundo do trabalho e, por conseguinte, do próprio Direito do Trabalho e das Políticas públicas voltadas ao tema. A esta evidência, identifica-se o fenômeno do trabalho realizado a partir das plataformas digitais como formas ditas disruptivas, que se espalham de forma global, ainda que com consequências diversas nos âmbitos locais, fragmentando o trabalho e, ao mesmo tempo, criando novas formas de direção e controle sobre este. Questiona-se se as formas apresentadas nesse capitalismo de plataforma reclamam a necessidade de uma nova arquitetura jurídica capaz de oferecer respostas às peculiaridades do trabalho sob demanda por meio de aplicativos ou se, contrariamente, o ordenamento jurídico é capaz de abarcar tais tipos de trabalho, de modo a perscrutar: Quais as bases para construção de um conceito de trabalho plataformizado decente? As contribuições são relevantes do ponto de vista da análise econômica da precarização do trabalho e o impacto social dessa mesma precarização, revelando também como os poderes constituídos enfrentam o tema, acerca das estruturas protetivas do trabalho e da aplicação dessas estruturas ao fenômeno. Para enfrentar o problema, utiliza-se método hipotético-dedutivo e se busca, dentro do próprio Direito, solução inovadora na interpretação jurídica, com objetivos de preservação de valores do trabalho (calcados na Constituição e na OIT) para proteção do trabalhador de plataforma, reconhecendo a liquidez das relações sociolaborais estabelecidas, as quais, utilizadas como desvirtuamento do agir comunicativo, impõem a necessidade de uma nova instrumentalidade normativa que condicione a proteção do trabalhador a partir do valor social do trabalho, constitucionalmente assegurado. Objetiva-se, pois, identificar a plataformização como marca de um capitalismo leve e flutuante (Bauman), marcado pelo enfraquecimento dos laços e forma de precarização e flexibilização do trabalho, que utiliza mecanismos muito sofisticados de poderes invisíveis embarcados nas tecnologias presentes nos aplicativos, além de distorção comunicacional utilizada pelas empresas que visam converter sub-repticiamente os trabalhadores em empresários de si mesmo, numa racionalidade econômica pura e voltada ao aumento da mais valia e à precarização do trabalhador, que se sujeita voluntariamente ao processo precarizante, perdendo formas clássicas de proteção jurídica. O trabalho realizado através das plataformas é recepcionado de formas diversas, de acordo com ambientes sociais, jurídicos e econômicos com os quais interage, se adapta e sofre resistências. Os países reagem, dentro das suas estruturas, tentando alinhar ou impor condições mínimas pelas quais o trabalho realizado através das plataformas pode (ou não) existir, nos seus ordenamentos, com regulamentações e pela atividade judiciária. Nesse sentido, a pesquisa propõe, dentro das estruturas constitucionais e legislativas, e após desvelar inexistência de disrupção nos trabalhos estruturados a partir das plataformas digitais, construção para reconhecer os trabalhadores platafomizados como empregados, numa opção hermenêutica-constitucional de – reconhecida a vulnerabilidade desse trabalhador, nos termos propostos no presente texto, sobretudo em ambiente de subdesenvolvimento como o Brasil – aplicação integral dos direitos trabalhistas constitucionais ao trabalhador de plataforma, apontando a necessária interpretação alinhada com uma racionalidade solidária, fundamentada pelo valor social do trabalho e dignidade humana e na vedação imposta pelo princípio democrático ao exercício de poderes invisíveis, típicos das relações de trabalho através das plataformas, construção apontada no intuito da formulação de um conceito de trabalho de plataforma decente.
  • CAIO LIVIO SULPINO DANTAS
  • Direitos Humanos, Universalismo e Alteridade: A Hermenêutica Diatópica como Justiça Ética
  • Orientador : NARBAL DE MARSILLAC FONTES
  • Data: 30/08/2023
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho versa sobre a relação entre a difusão do moderno discurso de direitos humanos, como discurso de salvaguarda da dignidade humana, e o convívio com a ineficácia de seus efeitos. Para abordar a questão, optou-se pelo estudo de dois pensadores conjuntamente, o filósofo franco-lituano, Emmanuel Levinas, ao lado do sociólogo português, Boaventura de Sousa Santos. Aborda-se, primeiramente, a crítica à noção clássica de humanismo que viria fundamentar os direitos humanos com o passar dos séculos, no esforço de remetê-la a um humanismo transcendente e baseado em alteridade, o humanismo do Outro homem. Depois, discute-se a elevação do humanismo tradicional à categoria de universalidade, problematizando o efeito do universalismo no humanismo, tido por uma decorrência colonizatória e ligada a uma retórica do poder. Finalmente, com vistas a inverter o panorama do universalismo humanista, cujo efeito prático é a produção de uma hegemonia objetivista dos direitos humanos, chega-se ao conceito de hermenêutica diatópica, pertencente ao pensador indiano Raimon Panikkar e apropriado por Boaventura. A hermenêutica diatópica se baseia no olhar comum de dois ou mais lugares argumentativos, os topoi, visando encontrar suas incompletudes como um lugar argumentativo dinâmico. Esse conceito, devido à sua matriz dialógica e intercultural, contemplará, para nós, as expectativas da categoria levinasiana de justiça, como a ética do humanismo por alteridade. A justiça ética, vem, por fim, subsidiar a hermenêutica diatópica, ao fundamentar a prática linguística em uma subjetividade passiva, que se lança verdadeiramente à diferença cultural por meio da concepção de justiça. Distingue-se, assim, o que é próprio da ética no discurso e o que é próprio da injustiça na retórica, mediante o confronto do mecanismo diatópico e da justiça. Justiça não entendida como mandamento jurídico dos direitos humanos, mas como ética que se antecipa à retórica e mesmo à liberdade.
  • ELIS FORMIGA LUCENA
  • A MULTIDIMENSIONALIDADE DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA: CONTRIBUIÇÕES PARA A INCORPORAÇÃO DO URBANISMO SUSTENTÁVEL AO PLANEJAMENTO URBANO E ORDENAMENTO DAS CIDADES
  • Data: 08/08/2023
  • Hora: 14:00
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  • A rápida urbanização e a produção informal do espaço urbano, atreladas à marginalização do enfrentamento das questões socioambientais no ordenamento das cidades, são fortes marcas das desigualdades estruturais que se observa no Brasil. Desta feita, com o intuito de contribuir para a superação da atual condição, neste estudo se propõe a investigar a multidimensionalidade da regularização fundiária urbana brasileira (REURB) sob a ótica do gerenciamento dos desafios urbano-ambientais por meio da incorporação do urbanismo sustentável ao planejamento urbano e ordenamento das cidades. Justifica-se pela reflexão crítica que nele se traz sobre a desigualdade relacionada aos processos informais de acesso ao solo urbano, sobre a garantia dos direitos fundamentais à moradia digna e ao meio ambiente, e sobre a abordagem das múltiplas dimensões da REURB, conectando-se a temática, de maneira original, à reflexão sobre possíveis caminhos voltados para a superação das desigualdades estruturais sob a perspectiva da sustentabilidade. Nesse sentido, questiona-se: em que medida a regularização fundiária urbana oferece mecanismos que possam contribuir para a incorporação do urbanismo sustentável ao planejamento urbano e ordenamento das cidades? Assume-se como hipótese a ideia de que somente em sendo consideradas as múltiplas dimensões da REURB, há chances de que essa política possa contribuir efetivamente para gerir os desafios urbano-ambientais, por meio de uma nova agenda urbana voltada ao urbanismo sustentável. O objetivo geral é prospectar elementos da REURB que possibilitem o gerenciamento dos desafios urbano-ambientais decorrentes da estruturação desordenada das cidades e fomento ao desenvolvimento urbano sustentável. Especificamente, busca-se: I. explorar a questão urbana e o desafio de tornar as cidades resilientes e sustentáveis; II. promover contextualização sobre a REURB brasileira, suas múltiplas dimensões, marcos legais e procedimentos; III. analisar o desenvolvimento urbano sustentável a partir da compatibilização dos direitos constitucionais à moradia digna e ao meio ambiente sob a ótica da regularização fundiária urbana; e IV. propor a incorporação do urbanismo sustentável ao planejamento urbano e ao ordenamento das cidades a partir da identificação de possibilidades de urbanismo sistematicamente suprimidas nas cidades contemporâneas. O estudo se caracteriza pela abordagem qualitativa, com base descritiva e caráter exploratório, tendo sido realizado levantamento bibliográfico. À guisa de conclusão, vislumbra-se que, para além das titulações, é possível prospectar possibilidades de urbanismo sustentável nas cidades contemporâneas ao se implantar uma nova agenda urbana voltada para a REURB plena enquanto política pública que congloba aspectos legais e práticos, a partir do fortalecimento da autonomia municipal e do federalismo por cooperação.
  • MARCELO BRUNO BEDONI DE SOUSA
  • FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA TUTELA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PELO DIREITO BRASILEIRO: EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL E APLICAÇÃO DO DIREITO CLIMÁTICO
  • Data: 30/06/2023
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertação teve como objetivo geral analisar as implicações das mudanças climáticas para a disciplina do direito ambiental no ordenamento jurídico brasileiro. O problema que motivou o desenvolvimento desta pesquisa foi: os fundamentos epistemológicos do direito ambiental são capazes de proteger os novos bens jurídicos no contexto das mudanças climáticas, ou será necessário o surgimento de uma nova disciplina jurídica, denominada de direito climático ou direito das mudanças climáticas? Para detalhar o objetivo geral, assim como buscar resposta ao problema formulado, os objetivos específicos foram estruturados da seguinte forma: (i) descrever o bem jurídico protegido pelo direito ambiental e o candidato a bem jurídico do direito climático, assim como as teorias que abordam a autonomia científica e o enquadramento das mudanças climáticas dentro do direito ambiental; (ii) discutir a relação direito internacional e direito nacional, assim como os objetivos, os princípios e os instrumentos, em ambas as disciplinas; e (iii) demonstrar as particulares do direito climático e os critérios de diferenciação que podem ser utilizados para contrastar com o direito ambiental. Os resultados demonstram que no ordenamento jurídico brasileiro, o enquadramento do direito climático como um sub-ramo do direito ambiental é o mais adequado, porém, faz-se necessário compreender a necessidade de evolução do direito ambiental, os impactos das mudanças climáticas no desequilíbrio do meio ambiente, as particulares da tutela jurídica do clima e os critérios de diferenciação entre direito ambiental e direito climático. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com utilização das técnicas bibliográfica e documental.
  • OHANA LUCENA MEDEIROS VON MONTFORT
  • Conciliação em ações previdenciárias nos juizados especiais federais: a negociação institucionalizada de direitos sociais entre Estado e pessoa cidadã.
  • Data: 27/06/2023
  • Hora: 18:00
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  • O presente trabalho examina a institucionalização da conciliação como meio alternativo de resolução de conflito no âmbito dos Juizados Especiais Federais, tido inicialmente com o propósito de auxiliar na crise judiciária e desafogar o número crescente de demandas, além de prover celeridade ao encerramento dos processos judiciais, principalmente nos casos de matéria previdenciária e a relação entre as partes conciliantes nesses litígios, a fim de analisar especialmente o pressuposto da isonomia para negociação de acordos. Os Alternative Dispute Resolution surgiram como uma forma de empoderamento em comunidades estadunidenses, dando a oportunidade de pessoa cidadãs negociarem acordos sobre conflitos entre si, mediados por alguém escolhido de comum vontade entre todos os envolvidos, dando origem ao chamado tribunal multiportas e à ideia de que, a longo prazo, o número de conflitos na sociedade diminuiria, alcançando a concepção de pacificação social. A legislação pertinente aos juizados especiais evidencia, dentre seus propósitos, a economia processual e a maior brevidade possível para encerramento dos litígios, promovendo a conciliação como meio para tal fim, sempre que possível, enquanto os regulamentos específicos sobre mediação e afins destacam a impossibilidade do ato quando uma das partes for hipossuficiente. Nesse sentido, parte-se da Resolução n° 125 do Conselho Nacional de Justiça como o marco legislativo da autocomposição de conflitos no Poder Judiciário. Um dos requisitos para que as partes possam realizar a autocomposição do litígio é a isonomia, a paridade entre os dois (ou mais) agentes, de forma que tenham recursos e meios para negociar seus interesses. Soa um tanto questionável haver entre o Estado e uma pessoa cidadã, em casos de tal condição em se tratando de demandas previdenciárias, ainda que o último tenha alguém tecnicamente hábil a lhe prestar orientações jurídicas, considerando que se trata de um ente que tem o poder e o dever de prover, enquanto senta à mesa de negociação com o provido. Nessa linha de raciocínio, o objetivo geral é analisar a adequação do mecanismo conciliatório como instrumento utilizado para resolução definitiva de conflitos nos Juizados Especiais Federais, especificamente em processos envolvendo benefícios previdenciários. Para tanto, caracteriza-se a presente pesquisa como quali-quantitativa, na qual são utilizados o método de abordagem hipotético-dedutivo e o método de procedimento sistêmico, auxiliado pelos métodos estatístico, comparativo e histórico-evolutivo, empregando-se as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental indireta. Ao final, a análise aponta para grave inadequação legal da conciliação como forma de resolução de litígio neste específico campo, em razão da hipossuficiência da pessoa cidadã, ao custo de não ter o Poder Judiciário redução significativa de demandas nos Juizados Especiais Federais.
  • BIANCA REGINA RAMOS MAGALHÃES
  • Aspectos jurídicos do (contra)monumento: por entre preservação e destruição
  • Data: 27/06/2023
  • Hora: 16:00
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  • Nos últimos anos, uma nova onda de movimentos sociais de contestação a monumentos, relativos à luta pela memória, irrompeu pelo ocidente, ocasionando, em geral, a obliteração ou a demoção da originalidade de obras de arte urbanas. A esse respeito, o objeto desta pesquisa é a destruição intencional de monumentos situados no espaço público, notadamente quanto às possíveis respostas jurídicas diante dos conflitos que surgem ante a assolação acintosa da iconografia citadina. Exploram-se conceitos essenciais ao deslinde do objetivo, tais como as definições de monumento e contramonumento, ressaltando a indissociabilidade entre o estudo da obra de arte urbana e o seu contexto espaço-temporal; bem como realiza-se um mapeamento dos motivos que conduzem aos danos voluntários. Ademais, examinam-se os principais desfechos fornecidos pelos direitos espanhol e estadunidense, cotejando-os com o estado da arte do tema no sistema jurídico brasileiro. O propósito é investigar quais respostas a ciência jurídica pode proporcionar ao embate entre o direito internacional dos direitos humanos e o direito internacional do patrimônio cultural, exercendo a salvaguarda dos monumentos no ambiente das cidades – corpos vivos e, naturalmente, sujeitos à dinamicidade dos conflitos políticos – e, assim, contribuir com a harmonia pública. Para tanto, utiliza-se uma abordagem qualitativa, a partir de procedimentos documental e bibliográfico, com propósito explicativo, para a produção de uma pesquisa aplicada. Ao final, vê-se que as conclusões podem ser as mais variadas possíveis, pois essa lógica é permeada pela não unanimidade e por intersecções, mas, de certo, importante estratégia é a ressignificação do monumento como antimonumento, visto que se alcança, dessa forma, a maximização do potencial da obra artística, mesmo que agredida, mesmo que agressora seja considerada.
  • JÓYCE KAYNARA SILVA GOMES
  • DO SUJEITO DE DIREITO À SUBJETIVIDADE RELACIONAL EM LUIS ALBERTO WARAT: UMA ANÁLISE
  • Data: 27/06/2023
  • Hora: 16:00
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  • O presente trabalho se inscreve no campo dos estudos sobre a subjetividade jurídica, mais precisamente no estabelecimento de construções, sentidos e ideias sobre o sujeito e a subjetividade, como categorias, a partir da obra de Luis Alberto Warat, jurista e filósofo argentino que produziu no Brasil movimentos críticos importantes sobre a Ciência Jurídica e o Direito, baseados na sua formação analítica. O pressuposto básico para tal intento é de que, a partir da leitura convencional de sua obra, há uma produção importante sobre a subjetividade (quer sociológica, psicológica ou jurídica), o que levou ao questionamento central sobre: quais as articulações e associações realizadas pelo autor, ao longo de sua obra, quanto as ideias de sujeito de direito e a ideia de subjetividade? Assim, o objetivo da pesquisa foi prioritariamente analisar as categorias ao longo da obra, apresentando conceitos, descobrindo e descrevendo características atribuídas pelo autor a partir dos chamados três tempos de sua trajetória intelectual, quais sejam: da semiologia analítica, semiologia política e semiologia do desejo. Tem-se assim um texto fruto de uma pesquisa teórica e descritiva que utilizou instrumentos metodológicos da Análise de Conteúdo, adequados ao manejo e interpretação de um corpus composto por dez livros. O primeiro capítulo é dedicado ao panorama sobre o autor e obra, que impactam diretamente na interpretação do corpus, já o segundo capítulo traz o percurso de organização, sistematização e análise dos livros, bem como os limites da própria pesquisa. Em seguida, o terceiro capítulo trata compreensão geral da subjetividade jurídica e do sujeito de direito com certa centralidade nas ideias trazidas por Kelsen, operando críticas ao mesmo a partir do jusnaturalismo e de outros paradigmas teóricos, como o sujeito operado na análise de discurso. Já os últimos capítulos são de articulação dos achados, ou seja, daquilo que foi visto e interpretado, como as mudanças no sentido e aplicação das categorias conforme o amadurecimento das ideias do autor, os rompimentos teóricos com a escola analítica, a utilização de bases psicanalíticas e afins, que dão conta de situar o sujeito como “algo mais que um conjunto de normas positivas” e como menos do que à correspondência ao homem de carne e osso.
  • MARIA ISABEL QUEIROZ DOS SANTOS
  • A TRADIÇÃO ORAL DE TRANSMISSÃO DE SABERES NAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS: UMA EPISTEMOLOGIA DE ENSINO.
  • Orientador : LUCIANO MARIZ MAIA
  • Data: 27/06/2023
  • Hora: 15:30
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  • A presente pesquisa analisa a transmissão de saberes de forma oral, presente nas religiões afro brasileiras, enquanto espistemologia de ensino. A tradição da transmissão de saberes a partir da oralidade é uma marca indissociável da cultura africana. Apesar da extensão do continente e das diversas nações, pode-se pensar a oralidade como um elo de ligação entre diferentes povos e culturas africanas. Esta tradição utiliza de inúmeras formas de expressão para transmitir saberes passados de geração em geração, criando uma ligação marcante com a ancestralidade em razão dos ensinamentos dos anciãos. Ao chegarem no Brasil durante o Tráfico Atlântico, os povos africanos sofreram com a exploração e proibição da cultura, inclusive das crenças e costumes religiosos, sendo obrigados à conversão ao catolicismo. Desde então, várias problemáticas atingem a cultura afro-brasileira, sendo necessário pensar uma educação voltada para as relações étnico-raciais. Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é analisar em que medida, a transmissão de saberes de forma oral, presente nas religiões afro-brasileiras, pode ser considerada uma epistemologia de ensino influente para a educação étnico-racial. Em termos de objetivos específicos tem-se: compreender o papel da oralidade nas culturas africanas e afro-brasileira; conhecer a chegada e o percurso das religiões de matrizes africanas no Brasil; e analisar o direito à educação afrodescendente a partir da normativa brasileira. Quanto aos aspectos metodológicos, trata-se de pesquisa bibliográfica e exploratória com uso do método dialético de pesquisa. Além disso, tem caráter qualitativo e como técnica de análise de dados tem-se a análise de conteúdo. Foi possível concluir que a oralidade presente nas religiões afro brasileiras como meio de transmissão de ensinamentos e saberes deve ser considerada uma epistemologia de ensino ainda não curricularizada. Entendeu-se que a partir desta proposta é possível pensar a valorização e incorporação de culturas outras que fortalecam a ancestralidade e a identidade do povo negro brasileiro, principalmente na educação formal, responsável pelos primeiros ensinos.
  • EDJAELSON PEDRO DA SILVA
  • ENFRENTANDO LEVIATHAN: O Direito de Resistência no Constitucionalismo Brasileiro
  • Orientador : NEWTON DE OLIVEIRA LIMA
  • Data: 27/06/2023
  • Hora: 15:00
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  • O objetivo dessa pesquisa é analisar o direito de resistência no constitucionalismo brasileiro. Para isso, a pesquisa historiou o desenvolvimento do conceito de direito de resistência no Ocidente, destacando teóricos e ativistas. A seguir demonstrou a herança do instituto no constitucionalismo brasileiro e, por fim, analisou a presença de direitos de resistência em dois casos: o de missionários protestantes na luta pela liberdade religiosa e os metalúrgicos do ABC no enfrentamento ao Regime Militar. A perspectiva do Direito de Resistência que foi escrito a pesquisa, é o de John Rawls em seu livro Uma Teoria da Justiça. Serviu-se ainda do método documental horizontal, aplicado por José Afonso da Silva, para estudar a evolução do Constitucionalismo por períodos constitucionais, ou seja, pela sucessão das Constituições do país. Para classificação dos tipos de direito de resistência constitucionais se utilizou as categorias de direitos implícitos e explícitos de José Carlos Buzanello e de Nelson Nery Costa. Ao analisar o direito de resistência no constitucionalismo brasileiro, observamos como ele agiu para o fortalecimento da democracia em nosso país através de dois exemplos, o da greve política e o da objeção de consciência.
  • ANNA KARLA DA SILVA BRISOLA
  • PROJETO BEPS DA OCDE E MEDIDAS DE COMBATE AO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO AGRESSIVO NA ECONOMIA DIGITAL
  • Data: 22/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • A globalização permitiu que as empresas passassem a ser multinacionais, ao mesmo tempo em que a tecnologia possibilitou volatilidade e ampla utilização de bens intangíveis, inaugurando um novo modelo de economia, com atuação virtual, serviços gratuitos geradores de novos produtos, usuários e profissionais de serviços técnicos em vários países. Contudo, esse novo contexto passou a facilitar a alocação de recursos em zonas de tributação favorecidas e o aproveitamento de lacunas legislativas entre os Estados para alcançar uma menor ou nenhuma carga tributária, o que se denomina de planejamento tributário agressivo. Outra dificuldade se refere aos elementos de conexão, ou seja, o vínculo entre países para a tributação da renda, de modo que, seja por meio da residência, fonte, nacionalidade ou estabelecimento permanente, esses dados restaram corroídos frente às características desses modelos de negócios. Assim, os Estados, buscando atrair investimento e capital para o desenvolvimento da sua nação, passaram a conceder reduções de imposto de renda, isenções e deduções para essas empresas. Já outros países, esses passaram a instituir a digital service tax de forma unilateral, o que gerou uma concorrência fiscal entres os Estados. Nesse cenário, com vista a combater essas práticas nocivas e alcançar o consenso mundial, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) criou o Projeto BEPS (Base Erosion and Profit Shiting), ou Erosão de Base e Transferência de Lucros, posteriormente, evoluindo para o Projeto BEPS 2.0 com uma solução de Dois Pilares. O Pilar Um procurou estabelecer um nexo com os países de mercado onde a renda é gerada. O Pilar Dois trouxe a previsão de um imposto global mínimo. Daí a relevância deste estudo, já que, por se tratar de uma medida relativamente recente, o Projeto BEPS enseja uma análise mais acurada, preferencialmente, relacionando-o a outras medidas que vão de encontro ao planejamento tributário agressivo no contexto da economia digital. A temática eleita, portanto, é uma preocupação global para coibir a evasão fiscal e alcançar justiça fiscal. Desse modo, questiona-se: além do imposto global mínimo, de quais outras medidas o Estado brasileiro pode se valer para combater o planejamento tributário agressivo na economia digital? Parte-se da hipótese de que o Estado brasileiro tem interesse em participar no cenário internacional do combate contra o planejamento tributário agressivo nos moldes definidos pela OCDE, com a intenção de se tornar membro dessa organização. Soma-se a isso a ideia de que o Projeto BEPS 2.0, combinado com outras medidas protetivas, tende a promover benefícios tanto para as multinacionais quanto para a nação brasileira. Com o intuito de responder ao questionamento proposto, tem-se por objetivo geral: estudar as medidas de combate contra o planejamento tributário agressivo que podem ser adotadas pelo Estado brasileiro. No tocante aos objetivos específicos, pode-se enumerar: I. discorrer sobre o surgimento e as consequências da economia digital no Brasil; II. descrever o planejamento tributário agressivo do caso Apple; III. analisar os princípios e os elementos de conexão da tributação internacional da renda das pessoas jurídicas e a tendência atual da economia global por meio do Projeto BEPS da OCDE; e IV. explanar a justiça fiscal e as possíveis medidas de combate contra as práticas de planejamento tributário agressivo. Para alcançar esses objetivos, foi adotada a abordagem qualitativa, valendo-se, ainda, dos métodos descritivo e exploratório e da técnica bibliográfica de levantamento de dados. Como principais referenciais teóricos, recorreu-se aos estudos de Caliendo (2009), Schoueri (2005, 2011, 2019, 2020a, 2020b) e Xavier (2010, 2015). O estudo aponta para a necessidade de revogação de normas tributárias em desuso e posterior suprimento legislativo, assim como uma interpretação tipológica da Constituição para o imposto global mínimo; por fim, para a cooperação e a arbitragem tributária como alternativas eficazes e rápidas na resolução de conflitos, envolvendo empresas digitais. Ademais, quanto ao imposto global mínimo, pode-se dizer que este diminuirá a concorrência fiscal prejudicial e garantirá a uniformidade mundial na tributação da renda.
  • ANDERSON FAGUNDES XAVIER DE OLIVERA
  • EXERCÍCIO DOS DIREITOS DE AÇÃO E PETIÇÃO NO JUIZADO ESPECIAL DE SANTA RITA A PARTIR DA PANDEMIA DE COVID-19
  • Data: 21/06/2023
  • Hora: 15:00
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  • A pandemia de COVID-19, iniciada em 2020, impôs a adoção de medidas que impactaram no funcionamento de inúmeras atividades, dentre elas as prestadas pelo Poder Judiciário. Não obstante a massiva adoção de plataformas eletrônicas para tramitação de processos, verificou- se que certos atores processuais, autorizados legalmente a litigar em juízo sem assistência advocatícia, ficariam alijados do Processo Judicial Eletrônico, por não possuírem, em geral, certificação digital para tanto. Nesse contexto, o problema enfrentado na presente pesquisa consiste em catalogar quais foram os mecanismos adotados pelo Juizado Especial Misto da Comarca de Santa Rita/PB, a partir do surto global do novo coronavírus, para assegurar os direitos de ação e petição das partes que, por permissão da Lei no 9.099/95, podem atuar autonomamente. Identificadas essas ações implantadas, buscou-se situar os objetivos gerais deste trabalho no exame do grau de eficiência destas na salvaguarda dos direitos de ação e petição dos demandantes autônomos, bem como se, a partir dessas medidas, podem ser identificadas novas formas de exercício dos direitos de ação e petição. Como pretensões mais específicas, este estudo objetivou: i) identificar eventual queda no número de ações ajuizadas por partes sem advogados; ii) apurar os meios disponibilizados pelo juízo pesquisado aos demandantes autônomos para que estes pudessem impulsionar seus respectivos processos; iii) verificar eventual alteração no perfil das demandas apresentadas à unidade jurisdicional avaliada; iv) comparar o nível de acolhimento das pretensões deduzidas pelas partes sem advogados antes e depois da pandemia; v) catalogar eventual inovabilidade no exercício dos direitos de ação e petição dos demandantes autônomos a partir das medidas efetivadas pelo Juizado Especial de Santa Rita com o advento da emergência sanitária. Para tanto, a presente pesquisa foi implementada em quatro etapas. Inicialmente, foi revisitada bibliografia considerada mais relevante acerca do direito fundamental ao acesso à justiça. Num segundo momento, a pesquisa dedicou-se ao levantamento das medidas normativas adotadas no âmbito do Poder Judiciário em razão da emergência sanitária, com as respectivas repercussões nos serviços judiciários oferecidos. Num terceiro momento, o estudo buscou catalogar os modos de inaugurar e impulsionar demandas disponibilizados pelo Juizado Especial de Santa Rita, antes e após o período pandêmico, contextualizando-os, inclusive, com ações adotadas por outras unidades de competência semelhante. No quarto e último momento da pesquisa, foram registrados diversos dados processuais da unidade jurisdicional pesquisada, a fim de compreender as implicações processuais das reorganizações administrativas adotadas. Esta dissertação concluiu, inicialmente, pela não inserção das perspectivas dos demandantes autônomos nas teorizações jurídicas envolvendo acesso à justiça. Inferiu este estudo, ainda, mediante análise de conteúdo das diversas estatísticas processuais levantadas, que o direito de petição dos demandantes autônomos restou resguardado, permanecendo o avaliação da salvaguarda do direito de ação, não obstante identificada queda no número de processos distribuídos, indefinida, por demandar estudos de maior profundidade, inclusive com pesquisa de campo e de opinião envolvendo os demandantes autônomos santarritenses. Por fim, apontou- se possível inovabilidade relacionada ao direito de petição, com a identificação de manifestações processuais realizadas através de mensagens de voz e gravações em vídeo.
  • DIANA DE MELO COSTA LIMA
  • POSSIBILIDADES E LIMITES DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DO GRUPO ECONÔMICO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
  • Orientador : ANA PAULA BASSO
  • Data: 19/06/2023
  • Hora: 10:30
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  • A questão central neste estudo é investigar, à luz do ordenamento jurídico brasileiro, se a agregação de pessoas jurídicas num grupo econômico de fato regular implica responsabilidade solidária pelos débitos tributários por ele gerados. Essa é uma questão que gera controvérsias dada a dificuldade conceitual e à ausência de uniformidade na legislação de se estabelecer os parâmetros mínimos de aplicação das sanções previstas na legislação, daí a relevância deste estudo, por trazer uma proposta mais delimitada acerca da responsabilidade tributária de grupos econômicos. Assim, questiona-se: quais as possibilidades e os limites da responsabilidade tributária dentro do ordenamento jurídico brasileiro no âmbito do grupo econômico? Percebe-se que o ordenamento jurídico brasileiro não comporta uma responsabilização tributária indiscriminada das pessoas jurídicas integrantes do grupo, sendo necessário, no mínimo, uma contribuição ou certa ligação na prática de atos contrários ao direito que levem ao nascimento do tributo ou à sua sonegação, ou mesmo à prática de atos lícitos referidos ao fato jurígeno tributário. Levando-se em consideração essa problemática, tem-se como objetivo geral: analisar a responsabilidade tributária de pessoas jurídicas componentes de grupo econômico, de modo a alcançar as possibilidades e os limites dentro do ordenamento jurídico brasileiro. O estudo está embasado, sobretudo, no sistema de referência do Constructivismo Lógico-Semântico, encabeçado no Brasil, principalmente, por Vilanova (2005) e Carvalho (2005, 2016, 2018, 2021). Empreendeu-se o estudo da sujeição passiva tributária, com enfoque na responsabilização de pessoas que não praticaram o fato jurídico tributário, voltando-se para os limites constitucionais e legais ao poder de tributar, assim como para as bases conceituais envolvendo este objeto de estudo. O estudo se caracteriza pela abordagem qualitativa, valendo-se dos métodos de pesquisa exploratória e das técnicas de levantamento de dados bibliográfica e jurisprudencial. O estudo revela que o mero agrupamento de empresas não é juridicamente relevante para a atribuição de responsabilidade tributária entre elas pelas dívidas fiscais geradas por uma e não necessariamente pelas outras empresas pertencentes ao mesmo grupo. Atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro apenas permite que se atribua responsabilidade solidária entre empresas de um grupo econômico de fato irregular. No tocante a empresas que integram grupo econômico regular, somente é possível atribuir a responsabilidade à empresa que, de forma lícita ou ilícita, tenha contribuído para o fato jurígeno da obrigação tributária.
  • RAUL MESSIAS LESSA
  • A RENDA BÁSICA FAMILIAR E A JUSTIÇA SOCIAL: CAMINHOS PARA A LIBERDADE E DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DA TRANSFERÊNCIA DE RENDA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA DE 1988
  • Orientador : ANA PAULA BASSO
  • Data: 16/06/2023
  • Hora: 14:00
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  • A desigualdade social e insegurança alimentar são perenes na sociedade brasileira, capilarizando nossa história desde a colonização até os dias atuais. Após uma década de redução dos índices de insegurança alimentar, por meio de prestações estatais afirmativas com programas de transferência de renda, como o Programa Bolsa Família, o Brasil voltou a sofrer com a volta da fome na sociedade brasileira, atingindo aproximadamente 60% dos domicílios em 2021, máxime, em regiões como Norte e Nordeste, onde os índices chegam a 71% e 68%, respectivamente (Fonte: IBGE, 2022). Entrementes, o ordenamento jurídico brasileiro possui arcabouço jurídico que determina a proteção aos mais vulneráveis. Objetivo da Constituição Federal, a erradicação da pobreza e diminuição da desigualdade dependem de ações do poder público que promovam uma igualdade material para que todos tenham as mesmas condições de se desenvolverem, e do fomento à liberdade material, caracterizada pelo exercício da autonomia do indivíduo. Para trilhar este caminho, foi publicada a Lei nº 10.835/2004, que instituiu a renda básica de cidadania, não tendo sido devidamente regulamentada por Decreto do Executivo. Nessa senda, o STF determinou, em sede do Mandado de Injunção nº 7.300, que o governo federal implemente o pagamento da renda básica de cidadania a todos os brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza. Não obstante, em dezembro de 2021, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 114/2021, que plasmou no texto constitucional a renda básica familiar aos brasileiros em situação de vulnerabilidade social. De outro modo, lastreado pelo avanço de políticas neoliberais, o constituinte derivado reformou o texto originário constitucional mais de cem vezes em suas disposições orçamentárias e fiscais. Busca-se, nesta dissertação, jogar luz na Emenda Constitucional nº 95/2016, que impôs um teto de gastos inviabilizando o fomento de políticas públicas e o incremento de programas de transferência de renda, máxime, no contexto de caos socioeconômico vivido em virtude da pandemia da Covid-19. Portanto, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: é possível a implementação da renda básica familiar universal que garanta uma existência digna aos mais vulneráveis, reduzindo a desigualdade social e insegurança alimentar, como um caminho à liberdade através do desenvolvimento, à luz de um Estado social? Como hipótese, tem-se que a atuação estatal é fundamental para concretização de direitos sociais, devendo o Estado implementar efetivamente a renda básica universal que garanta a subsistência, desenvolvimento, dignidade humana, liberdade, igualdade e promoção da justiça social. Sem desconsiderar a responsabilidade fiscal, que deve ser aliada à responsabilidade social, sugere-se, como hipótese alternativa, a implementação de uma renda básica familiar nos termos da Constituição: não universal, mas direcionada aos vulneráveis. O financiamento da renda básica se dará através de um novo regime fiscal e aplicação da teoria da tributação ótima. Por conseguinte, o Estado de bem-estar social – conquista histórica da humanidade e refletido na Constituição Econômica brasileira – deve ser mantido alicerçado no princípio da solidariedade e proteção às camadas mais vulneráveis, sendo o programa de renda mínima um caminho viável e sustentável para a geração de um ciclo virtuoso de crescimento econômico, desenvolvimento e liberdade.
  • MARÍLIA DANIELLA FREITAS OLIVEIRA LEAL
  • A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS RELATIVA AO ESTATUTO DOS REFUGIADOS DE 1951: UMA ANÁLISE SOBRE A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO PARA ATENDER ÀS NOVAS DEMANDAS SOCIAIS
  • Data: 14/06/2023
  • Hora: 09:00
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  • A Convenção das Nações Unidas Relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951 e o Protocolo Adicional, de 1967, instituem o sistema internacional de proteção dos direitos humanos dessas pessoas e elencam os critérios específicos para a concessão da condição jurídica de pessoa refugiada somente para aquelas que fogem devido às perseguições com relação a cinco hipóteses: raça, religião, nacionalidade, opinião política ou filiação em certo grupo social. Esse sistema internacional, no entanto, possui limitações. Assim, esta pesquisa tem por objetivo analisar as hipóteses legais da Convenção de 1951, buscando demonstrar se há a necessidade de atualização da norma para abarcar novas demandas sociais as quais reclamam proteção, são elas: grave e generalizada violação dos direitos humanos, violência de gênero e desastres ambientais/mudanças climáticas. A pesquisa se justifica em razão da existência dessas novas situações que não foram incluídas como hipóteses para concessão de refúgio. O problema de pesquisa consiste em analisar se as hipóteses de concessão existentes na Convenção são suficientes para proteger as pessoas que sofrem perseguição na atualidade. Para tanto, parte-se de duas hipóteses: a primeira de que, se a norma onusiana é completa o suficiente para proteger, todas as pessoas que ultrapassam as fronteiras de seu país de origem por serem, ou temerem ser, vítimas de perseguição, então não é necessário nenhum tipo de revisão/atualização. A segunda hipótese aponta que, se só houve revisão dessa norma em 1967, por meio do Protocolo Adicional, e surgiram outras formas de perseguições que ensejam a concessão do refúgio, então necessária se mostra a atualização. Diante disso, o objetivo geral é avaliar a necessidade de atualização da Convenção para abarcar novas hipóteses de concessão de refúgio, ampliando a proteção. A fim de auxiliar na busca por esse objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram selecionados: i. descrever, historicamente, a evolução da proteção à pessoa humana, identificando as categorias de migrantes e deslocados, além da definição internacional de pessoa refugiada trazida pela Convenção da ONU de 1951; ii. analisar a proteção dos direitos humanos da pessoa refugiada na esfera regional, demonstrando como os sistemas regionais de proteção utilizam a norma onusiana para concessão de refúgio na África, na União Europeia e na América Latina; iii. discorrer sobre o papel do ACNUR na proteção aos direitos humanos da pessoa refugiada qual a sua atuação, seus principais, dilemas e dificuldades do seu mandato que se relacionam com a Convenção de 1951; iv. analisar o texto convencional, apresentando um panorama geral de sua estrutura e se debruçando sobre uma minuta de resolução, como proposta de atualização normativa, com o escopo de ampliar as hipóteses de concessão de refúgio. A tese é uma pesquisa qualitativa, cujos elementos de estudo são extraídos por meio do método dedutivo de abordagem, utilizando-se o procedimento monográfico e a revisão bibliográfica, doutrinária e documental sobre o tema em livros, periódicos, artigos e tratados. O referencial teórico são os estudos sobre governança migratória global de Betts (2010).Concluiu-se que a atualização da Convenção se faz necessária porque, à época de sua criação, situações de perseguição cujos motivos são grave e generalizada violação de direitos humanos, violência de gênero e desastres ambientais não existiam e que hoje demandam uma proteção que somente o sistema internacional tem condições de garantir.
  • MARIA LUIZA CAXIAS ALBANO
  • Direitos Humanos e Cinema: uma análise transversal do processo de (des)legitimação no contemporâneo
  • Orientador : GUSTAVO BARBOSA DE MESQUITA BATISTA
  • Data: 13/06/2023
  • Hora: 14:00
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  • O objeto desta tese são os discursos que deslegitimam a fundamentação filosófica moderna dos direitos humanos no panorama dos discursos contemporâneos de direitos no pós- moderno. O contexto histórico-teórico é o da chamada crise dos direitos humanos a partir do início do século XXI, que testemunha a decadência na legitimidade dos direitos humanos como idealizados e decretados de 1948 até então, até o ponto de viragem a partir do qual acredita-se que o discurso político oficial abandona qualquer uso instrumental dos direitos humanos. Assume-se como questão de fundo uma relação intrínseca entre a crescente universalização dos direitos humanos e a criação de um mercado mundial globalizado. Busca-se, no entanto, compreender se a descentralização pós-moderna do discurso de direitos ao redor de pautas identitárias é fator de deslegitimação do universal, e, portanto, dos direitos humanos. Uma vez constatada essa pulverização, que também se relaciona com a profusão de dispositivos de comunicação e das mídias digitais, impõe-se a questão metodológica que será abordada envolvendo a relação entre direito e cinema como locais de criação e legitimação mitológica de vínculos sociais. Através da análise fílmica foi possível coletar dados cinematográficos no processo de comparação e identificação de pontos críticos dos filmes Jogo das decapitações (2013) e Italiano Médio (2015) a respeito de fatores que influem no processo de deslegitimação dos direitos humanos. Para tanto, foram analisados os filmes " O jogo das decapitações" de Sérgio Bianchi e "Italiano Medio", de Maccio Capatonda, que nos servem como dados para a observância de um suposto processo de elitização sobre o tema dos direitos humanos, tomando como chave a oposição entre intelectualidade esclarecida e "povo". O distanciamento dos direitos humanos e das demandas populares consubstanciadas na concepção de povo enquanto destinatário de direitos é uma observação a ser realizada. Entende-se que esse distanciamento deriva de processos de elitização dos direitos humanos através da díade intelectualidade e senso comum. A quebra do conceito de universalidade portanto não residiria na pulverização de direitos específicos na pós-modernidade, mas teria a sua raiz no escalonamento social entre intelectuais e demandas ordinárias. A saída para essa lacuna existente estaria no processo comunicativo e em modelos de direitos humanos não formais.
  • TAMISA RUBIA SANTOS DO NASCIMENTO SILVA
  • Fazer Restaurativo Reflexivo: conjugação de ideias sobre a Justiça Restaurativa como instrumento de conscientização humana.
  • Orientador : ROMULO RHEMO PALITOT BRAGA
  • Data: 09/06/2023
  • Hora: 14:00
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  • Estabelecendo como marco teórico basilar as criminologias críticas, em específico a teoria da Peacemaking Criminology, compreendi que diante da multiplicidade de conceitos em torno da Justiça Restaurativa é possível entendê-la enquanto um modelo ou paradigma de administração de conflitos humanos cujo objetivo central é viabilizar o exercício compartilhado do poder de decidir. Tomando-a nestes termos, é possível enxergarmos a potencialidade da Justiça Restaurativa de funcionar como um instrumento de conscientização humana, expressão que se refere à categoria estabelecida dentro do pensamento do teórico Paulo Freire. A partir destas construções, elaborei a tese do Fazer Restaurativo Reflexivo, um conjunto de ideias racionais, com orientação normativa, que se caracteriza como o caminho para que a estruturação e a execução das práticas de Justiça Restaurativa alcancem a potencialidade da conscientização humana. Como metodologia, parti de uma abordagem qualitativa, com o emprego do método dedutivo e aplicação da técnica de pesquisa bibliográfica, com a consulta a livros, artigos e periódicos.
  • ESLEY PORTO
  • Genocídio Negro: Reflexões acerca da Necropolítica e das Práticas de Racismo no Brasil e Nordeste.
  • Data: 05/06/2023
  • Hora: 15:00
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  • As taxas de homicídios, que servem como base para quantificar a violência, estão crescendo, consideravelmente, a cada ano, tanto em dimensão nacional, como em algumas regiões específicas do Brasil, como é o caso do Nordeste. As práticas violentas, dessa forma, configuram um problema que afeta a manutenção da dignidade humana, impedindo que os indivíduos tenham pleno acesso aos direitos fundamentais dispostos na legislação. Percebe-se, então, que alguns fatores podem estar direta e indiretamente relacionados com as mortes violentas intencionais, sobretudo quando se percebe que há atores específicos envolvidos em tais homicídios, quer sejam os negros, jovens e pobres. Conceitos como os de genocídio, colonialismo, soberania, biopoder, necropolítica, raça e racismo são importantes para entender o contexto em que tal realidade se constrói, utilizando-se de discussões feitas, por exemplo, por Michel Foucault, Achille Mbembe e Giorgio Agamben. Portanto, o objetivo geral da presente pesquisa é analisar a realidade homicida brasileira e nordestina com um enfoque delimitado na concepção de raça, a fim de investigar se essas práticas podem ser interpretadas como um genocídio aos negros. Para tanto, utilizou-se uma metodologia pautada em escritos dos supracitados autores, como base, assim como outros que também discutem questões interligadas, formando uma abordagem qualitativa de viés teórico-bibliográfico; para além disso, utilizou-se, também, uma abordagem quantitativa, com o intuito de coletar informações relacionadas com a temática, para construção de um banco de dados e feitura de estatísticas descritivas. Os resultados apontam que, diante da disparidade existente entre o número de mortes violentas entre negros e brancos, há a configuração de um genocídio racial no Brasil. Além disso, é possível concluir que as práticas coloniais ainda seguem vivas, no cenário brasileiro, mesmo com o passar dos anos, influenciado no poder que o Estado e as instituições têm na vida e na morte dos sujeitos, decidindo quem são os indivíduos cuja morte é justificada, bem como no controle dos seus respectivos corpos.
  • SERGIO PESSOA FERRO
  • O SER INDÍGENA NA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA: PARDISMO COMO RAZÃO DE ESTADO
  • Data: 22/05/2023
  • Hora: 15:00
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  • A tese investiga a emergência das categorizações étnicas e raciais nos oito censos demográficos nacionais a partir da hipótese de que táticas de desindianização da sociedade brasileira configuraram a categoria “pardo” no discurso estatístico, jurídico e político, determinando um não-lugar para a população parda de origem indígena. Objetiva-se realizar uma arqueologia do saber e uma genealogia do poder sobre as condições de possibilidade da invenção do pardismo na racionalidade estatal, mensurando suas consequências para a consolidação da narrativa do apagamento e negação do direito à autodeclaração da identidade indígena. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa interdisciplinar baseada nos métodos de revisão bibliográfica e documental, cujo corpus consiste nos censos demográficos realizados no período de 1872 a 2010; Constituições; legislação; e textos acadêmicos examinados segundo abordagem qualitativa. O aporte teórico reúne elementos para decolonizar a história constitucional, questionando a invisibilidade nos dados oficiais, bem como para rediscutir a imagem normativa do ser indígena construída pelas auto-representações do Brasil. Percebe-se que o termo “pardo” adquiriu diversos significados ao longo do tempo, sendo utilizado pela primeira vez para nomear os povos originários à época da invasão portuguesa. No século XIX, permeado por problemas relativos à independência, economia do trabalho e unificação territorial, o Império escravocrata classificou a população em cabocla, parda, preta e branca. O primeiro recenseamento ocorrido no regime republicano manteve esta classificação censitária, substituindo a categoria “pardo” por mestiço e , após sua realização, foi eliminada a categoria “caboclo”. O termo “indígena” foi introduzido no formulário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística somente em 1991, de maneira que durante cem anos pessoas indígenas e seus descendentes foram declarados pardos nas publicações do principal instrumento demográfico do país. O trabalho contribui, portanto, com o aprimoramento de políticas públicas para a promoção da igualdade e o enfrentamento ao racismo estrutural, além de propor uma interpretação histórica decolonial do direito à autodeterminação conforme a Constituição Federal de 1988 e a Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho, abordando criticamente os conceitos fundamentais de povo, território e Estado-nação em diálogo com os movimentos indígenas contemporâneos de retomadas étnicas vivenciados no continente latino-americano.
  • RENAN FARIAS PEREIRA
  • POR UMA MATRIZ DE REGULAÇÃO E GOVERNANÇA DA INTERNET – A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO REGULATÓRIO A PARTIR DA LEGITIMIDADE PELO PROCEDIMENTO
  • Data: 12/05/2023
  • Hora: 14:00
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  • A presente investigação doutoral tem por objeto a busca da construção de uma teoria sistêmica legitimadora cujo objetivo é o estampar um outro modelo de Governança (Regulação) da Internet. Enquanto fenômeno histórico que possui efeitos no Direito, Política e na Economia, o desenvolvimento de uma fase digital na sociedade desencadeou a necessidade de analisar aspectos relacionados à própria organização, o que possui reflexos diretos no comportamento dos indivíduos, do mercado e dos Estados. O problema de pesquisa é consubstanciado na reflexão acerca da possibilidade ou não de um outro mecanismo regulatório que consubstancie, em uma economia da sociedade que é capitaneada por dados, uma redução das complexidades e, ao mesmo tempo, tenha garantida a sua própria legitimidade. A pesquisa opta pelo método sistêmico, com uma perspectiva estruturalista funcionalista, considerando a análise das funções dos sistemas na descrição do objeto de estudo. As análises foram concebidas a partir das observações de documentos com conteúdo normativo, fatos históricos acerca da estruturação da internet e a contribuição de outros observadores sobre o mesmo objeto. O trabalho se divide em três capítulos: o primeiro realiza observações acerca do surgimento da internet e aborda elementos normativos acerca da Rede. O segundo aborda as Teorias Clássicas e Contemporâneas da Regulação, analisando a sua (in)adequação quando se trata do objeto virtual, culminando na elaboração de um outro modelo conjecturado na Legitimação por Procedimentos. O terceiro capítulo observa a estrutura dos sistemas Político, Econômico e Jurídico para lidar com a complexidade da Internet e como a Regulação Legitimada por Procedimentos é construída enquanto acoplamento estrutural entre esses mesmos sistemas. A tese conclui que a função contributiva que a Governança da Internet, quando estruturada sob procedimentos, desempenha na sociedade é o de construir uma ilusão do funcionamento e proteção por parte dessas estruturas.
  • WINSTON DE ARAUJO TEIXEIRA
  • TELETRABALHO NO BRASIL E NA ARGENTINA: COMPATIBILIDADE COM O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
  • Data: 28/04/2023
  • Hora: 15:00
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  • Quando da exposição dos motivos, o projeto de lei, que posteriormente viria a regulamentar o teletrabalho, defendia que seu objetivo era a modernização da legislação trabalhista, em resposta à evolução socioeconômica brasileira, todavia, as alterações na CLT ainda geram insegurança jurídica, vez que os conceitos e direitos dos teletrabalhadores conflitam, em alguns pontos, com os direitos assegurados aos demais empregados. Nesse sentido, pergunta-se se as normas que regulamentam o teletrabalho são compatíveis com o ordenamento jurídico brasileiro? Tem-se como hipótese a ideia de que o teletrabalho regulamentado no Brasil está em conformidade com a ordem jurídica, mas apresenta antinomias aparentes que podem ser resolvidas pelo legislador ou pelo julgador, conforme o caso concreto. Esta pesquisa tem como objetivos: analisar a regulamentação do teletrabalho a partir da CLT; discutir os impactos das mudanças provocadas por essa regulamentação, principalmente, àquelas relacionadas à duração do trabalho, controle da jornada, custos com os equipamentos e infraestrutura, a responsabilidade pelos riscos decorrentes de acidentes de trabalho, a negociação e alteração do contrato de teletrabalho e o direito à desconexão; verificar a compatibilidade do teletrabalho com as outras que integram o sistema jurídico brasileiro; e, comparar as legislações brasileira e argentina que tratam do teletrabalho. Para alcançar os objetivos utilizou-se o método indutivo partindo-se do estudo do teletrabalho, identificando suas características e particularidades, para em seguida, analisar possíveis antinomias com a legislação trabalhista aplicada genericamente aos demais contratos de trabalho regidos pela CLT. Para identificar as antinomias utilizou-se como marco teórico, a tese de Norberto Bobbio sobre o ordenamento jurídico, amparada nas ideias da hierarquia escalonada de Hans Kelsen. Identificadas as antinomias, lançou-se mão do método comparativo para buscar na legislação argentina possíveis sugestões para o enfrentamento do conflito normativo no âmbito do ordenamento interno. Por fim, concluiu-se que os direitos dos trabalhadores são direitos sociais fundamentais e, por isso, gozam de proteção especial, logo, as alterações legislativas na CLT, promovidas pelas Leis nº. 13.467/2017 e nº 14.442/2022, especialmente, o inciso III do artigo 62, os artigos 75-A ao 75-F e o inciso VIII do artigo 611-A, devem integrar e completar o ordenamento, em obediência à hierarquia das normas, à proteção do trabalhador e à justiça social, vez que as antinomias identificadas podem ser resolvidas pela atuação do intérprete (legislador ou julgador), sem necessariamente, eliminar as normas existentes.
  • ANA PATRICIA DA COSTA SILVA CARNEIRO GAMA
  • SEGREDO DE JUSTIÇA OU JUSTIÇA SECRETA: DECRETAÇÃO DO SEGREDO DE JUSTIÇA NOS PROCESSOS RELACIONADOS AO CRIME DE TRÁFICO DE PESSOAS
  • Data: 28/04/2023
  • Hora: 14:30
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  • O princípio da publicidade no processo penal é hoje reconhecido como um direito humano e fundamental por se tratar de uma conquista social intimamente relacionada ao princípio do fair trial e, assim, à democracia e ao estado de direito. Ultrapassando a condição de mera formalidade, referido princípio é indispensável para o alcance da justiça material. Não obstante, a publicidade pode ser afastada em hipóteses excepcionais na medida estritamente necessária. Portanto, a operacionalização descontrolada e sem transparência dessas limitações pelos tribunais pode gerar situações de justiça secreta capazes de minar a referida conquista social. Concentrada em refletir sobre as hipóteses de restrição legítima ao âmbito de proteção desse princípio e as consequências decorrentes do seu descumprimento, esta tese de doutorado se debruça sobre o princípio da publicidade nos processos que tratam do tráfico de pessoas, uma vez que tais processos tipicamente envolvem cenários com potencial de justificar a tomada dessa medida excepcional. Pergunta-se, portanto, se a (não) decretação do segredo de justiça nesses processos está em consonância com as diretrizes constitucionais e internacionais vigentes. Os artigos 5º, inciso LX, e 93, inciso IX, da Constituição da República de 1988 preveem a possibilidade de restrição à publicidade frente ao direito à intimidade. Tratando-se de conflito entre direitos fundamentais e inexistindo regra constitucional, infraconstitucional ou de tratados de que o Brasil é parte, que taxativamente determine a supressão da publicidade processual em favor da intimidade no caso de apuração do tráfico de pessoas, a decisão que decreta o segredo de justiça nos processos inerentes ao crime deve ter motivação constitucional, bem como observar a regra da proporcionalidade, conforme entendimentos de Robert Alexy e respectivas adaptações de Virgílio Afonso da Silva, e a ordem jurídica interna, à semelhança dos demais casos que envolvem conflito entre direitos fundamentais e são objeto de decisões emanadas pelas Cortes superiores do sistema de justiça brasileiro. Nesse viés, foram analisados dez processos judiciais que tratam da prática do crime tipificado no Artigo 149-A, do Código Penal brasileiro, que tramita(ra)m majoritariamente nos Tribunais Regionais Federais do Brasil, para, mediante os dados colhidos em seus sites oficiais, bem como no site de busca jurisprudencial Jusbrasil.com, verificar os preceitos jurídicos e factuais utilizados para decidir pela aplicação da regra geral da publicidade processual ou pela excepcionalidade do segredo nos casos analisados. O estudo foi alicerçado em análises semântica, histórica, legal e jurisprudencial, proporcionadas por um levantamento bibliográfico dentre a produção acadêmica que circunda a temática; dados secundários acerca do objeto de estudo; e revisão documental de processos judiciais que tratam do tráfico de pessoas, viabilizando uma atividade teórico-prática, que caracteriza a pesquisa como exploratória e descritiva. Diante da análise doutrinária e documental, restou demonstrado que não há uma sistematização razoável e coerente, revestida de motivação constitucional, na decretação do segredo de justiça em relevante número de processos judiciais que tratam do crime de tráfico de pessoas, fato que culmina na não efetivação do princípio fundamental da Publicidade Processual, revelando, assim, fortes indícios de inconstitucionalidade das decisões proferidas.
  • RAFAEL CAMARA NORAT
  • A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E A CONCEPÇÃO DE VIDA NUA: Os Operadores de Telemarketing no Contexto da Necropolítica
  • Data: 28/04/2023
  • Hora: 10:00
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  • A discussão acerca da precarização do trabalho, inevitavelmente, passa pelo exame das modificações que estão acontecendo no universo do trabalho. Nesse aspecto, não se pode olvidar a influência da hegemonia do capitalismo, materializada pelas mudanças nos direitos trabalhistas e que acarretam perdas salariais, de benefícios sociais, de segurança e higiene no trabalho, de proteção sindical, bem como a perda das proteções sociais. Dentre essas mutações do mundo do trabalho, o setor de serviços superou a indústria como segmento que mais emprega hodiernamente, e as novas tecnologias informacionais criaram um rol de empregos no setor terciário, ganhando destaque os operadores de telemarketing de Call Centers. Apesar de a função do teleoperador estar atrelada ao uso de computadores e sistemas de alta tecnologia, as técnicas e métodos aplicados na organização e na produtividade do trabalho ainda se assemelham àquelas antes observadas na indústria de transformação. Dados do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (SINTRATEL, c2016) relacionados a doenças do trabalho apontam que 36% desses trabalhadores sofrem de lesão por esforço repetitivo (LER), 30%, de transtornos psíquicos, e 25% apresentam alguma perda auditiva ou de voz. Dentre os transtornos psíquicos, há relatos de suicídio. Os índices alarmantes de adoecimento no trabalho dessa categoria colocam esses trabalhadores em situação de Vida Nua (AGAMBEN, 2002), visto que essas empresas promovem o assédio moral organizacional, acarretando a enfermidade laboral, que pode levar até a morte. Além disso, a falta de ação pelo Estado por meio de uma regulamentação adequada, uma vez que tramita no Congresso Nacional há mais de dez anos Projeto de Lei que regulamenta a profissão de operador de telemarketing, permite que o deixar morrer se torne aceitável, evidenciando a manifestação da necropolítica (MBEMBE, 2018). Levando-se em consideração essas ponderações, soergue-se a questão central que conduz este trabalho: Partindo-se de uma compreensão ampliada do conceito agambeniano de Vida Nua, sendo praticada contra os trabalhadores hodiernos, sobretudo, os operadores de telemarketing, qual a relação entre essa vivência de desproteção social e a execução da necropolítica perpetrada contra essas pessoas e quais as implicações dessa relação na saúde desses trabalhadores e na salvaguarda de direitos humanos e trabalhistas? A hipótese é que a precarização do trabalho atinge especialmente o setor de telemarketing, no qual a “flexibilização” das condições laborais desses trabalhadores se expressa de maneira bastante contundente devido à própria estrutura desse setor, no qual tudo se converte em precariedade. Assim, objetiva-se investigar a precarização do trabalho com enfoque no setor de telemarketing, se esses trabalhadores se enquadram nas concepções de vida nua e necropolítica e quais as repercussões dessa relação na saúde desses trabalhadores e na salvaguarda dos direitos humanos e trabalhistas. A compreensão da precarização vivenciada pelos operadores de telemarketing restou ampliada (vida nua e necropolítica) pela abordagem da realidade na perspectiva da sociologia jurídica. Faz-se uso da pesquisa bibliográfica e de campo e desenvolve-se uma análise qualitativa dos prontuários disponibilizados pelo Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador de João Pessoa-PB (CEREST-JP), referentes ao período de 2018 a 2021. A partir da apreciação dos prontuários, neste estudo, confirma-se a hipótese de que os operadores de telemarketing são acometidos pelo adoecimento laboral oriundo da precarização das relações no ambiente laboral.
  • JANAÍNA GOMES DA SILVA
  • DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS NA PARAÍBA DURANTE A DITADURA MILITAR: da Campanha da Anistia ao movimento de revisão da Lei nº 6.683/1979
  • Data: 28/04/2023
  • Hora: 08:30
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  • A pesquisa tem por objetivo analisar a temática da Lei de Anistia brasileira de 1979, desde as primeiras movimentações em torno do instituto político até os dias atuais. Ademais, busca-se demonstrar o papel da Paraíba na Campanha da Anistia por meio da atuação de movimentos da sociedade civil. O estudo se justifica pela necessidade de uma pesquisa empírica para se constatar as peculiaridades da Ditadura civil-militar no Estado paraibano. A Lei de Anistia permanece sendo objeto de discussão tanto no âmbito jurídico quanto acadêmico, porque possibilitou a impunidade de agentes da repressão envolvidos em crimes contra a humanidade, a saber: tortura, homicídio e desaparecimento forçado de opositores políticos durante o regime militar. A Lei nº 6.683/1979, concomitantemente, anistiou os perseguidos e os perseguidores, sendo essa reciprocidade alvo de questionamento nos dias de hoje. Em 29 de abril de 2010, o plenário do Supremo Tribunal Federal rejeitou, por 7 votos a 2, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 153 apresentada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil com a finalidade de que a Corte revisasse a norma citada, dando interpretação conforme à Constituição de 1988. A entidade argumentou que a Lei de Anistia obstaculiza investigações de crimes de lesa-humanidade e se contrapõe à jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que declarou, em várias ocasiões, a invalidade de leis de autoanistia. A vigência do diploma legal no Estado brasileiro impede o avanço da política de justiça de transição. A título de comparação, países como Argentina e Chile, que passaram por experiências ditatoriais análogas ao Brasil, já revogaram as leis de anistia por serem consideradas incompatíveis com a Convenção Americana de Direitos Humanos. Em suma, a partir desta pesquisa procura-se elucidar as mobilizações de setores civis da sociedade paraibana na Campanha da Anistia durante a década de 1970, que contribuíram para a luta pela defesa dos direitos humanos, bem como sustentar a ideia da necessidade de se revisar a Lei nº 6.683/1979, por ela ser inconvencional e conflitante com dispositivos do Direito Internacional dos Direitos Humanos. O trabalho foi realizado mediante revisão bibliográfica; leitura e análise de documentos oficiais produzidos pelo Estado, como os disponibilizados no Fundo do Serviço Nacional de Informações do Arquivo Nacional; pesquisa de campo nos arquivos de João Pessoa com intuito de fazer uma reconstrução histórica sobre o que a imprensa local noticiou acerca da anistia entre os anos de 1974 a 1979; análise de decisões proferidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos; exame do julgamento da ADPF 153 e de outros processos atinentes à anistia. Por fim, destaca-se que a presente Tese de Doutorado se coloca no campo da Nova História Política em diálogo com os teóricos dos Direitos Humanos, como Norberto Bobbio, Flávia Piovesan, Valerio Mazzuoli, Glenda Mezarobba, dentre outros.
  • ALINSON RIBEIRO RODRIGUES
  • PROMOÇÃO DA CONCORRÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE INCENTIVO À APRENDIZAGEM TECNOLÓGICA DO SISTEMA FARMACÊUTICO DE INOVAÇÃO BRASILEIRO: Da descontinuidade de medicamentos à ampliação das capacidades tecnológicas por meio das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo
  • Data: 27/04/2023
  • Hora: 09:00
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  • Ao instituir o direito à saúde como direito fundamental, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 impôs ao Estado Brasileiro o dever de articular meios necessários para concretizá-lo. A pesquisa aqui disposta aborda a perspectiva jurídico-objetiva do direito à saúde, mostrando que cumpre ao Estado promover o desenvolvimento da estrutura produtiva necessária para fornecer insumos em saúde, com destaque especial para o fornecimento de medicamentos, voltados à execução das políticas públicas de saúde, a fim de garantir a eficácia do direito fundamental à saúde. Neste sentido, a presente tese analisa os impactos da desindustrialização do setor farmacêutico nacional e a fragilidade da atuação do Estado regulador ao estabelecer normas através da Resolução da Diretoria Colegiada no 18/2014 da ANVISA para o caso de descontinuidade de medicamentos, sobretudo, os medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Analisada a dependência tecnológica da cadeia de abastecimento farmacêutico nacional em relação ao comércio internacional através da execução de contratos de distribuição celebrados entre laboratórios estrangeiros, e distribuidoras nacionais. Diante desta problemática a presente tese questiona o seguinte problema: De que maneira a política de defesa da concorrência pode viabilizar instrumentos de aprendizagem tecnológica do sistema farmacêutico de inovação brasileiro capazes de promover o desenvolvimento econômico? A hipótese inicial afirma que a ambiguidade normativa constante na RDC no 18/2014 autoriza a descontinuidade de medicamentos de forma indiscriminada, o que facilita a prática de abuso de posição dominante por parte do detentor do registro do medicamento através de conduta de recusa à venda no âmbito dos contratos de distribuição de medicamentos com restrições verticais (acordo de exclusividade). Ressalta-se que através da promoção da concorrência a norma antitruste oportuniza o estabelecimento de sanções positivas que incentivam os agentes econômicos a celebrarem Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) em saúde, capazes de ampliar as capacidades tecnológicas necessárias para um modelo dual integrado de desenvolvimento econômico. Método de abordagem utilizado no trabalho é o hipotético-dedutivo e, como técnica de pesquisa utiliza a pesquisa bibliográfica.
  • LUIZ GUEDES DA LUZ NETO
  • OS DESAFIOS REGULATÓRIOS DA NOVA ECONOMIA: DA NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DE PRINCÍPIOS NORTEADORES PRÓPRIOS
  • Data: 26/04/2023
  • Hora: 14:00
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  • O Direito regulatório, no Brasil e no mundo, enfrenta um desafio para a regulamentação das atividades transacionais geradas pela nova economia. As novas tecnologias criadas e desenvolvidas nas últimas décadas do Século XX, em especial na área da inteligência da informação, com adoção em massa no início do Século XXI, tem gerado dificuldades teóricas e práticas para o Estado-regulador. A forma tradicional de pensar a regulação parece não ser mais suficiente para a elaboração de um conjunto de normas reguladoras eficazes para, ao mesmo tempo, regular as atividades econômicas da nova economia, e possibilitar um ambiente de negócios favorável para a criação, implementação e desenvolvimento dos negócios inovadores que gerarão renda para os atores econômicos, bem como ofertarão novos produtos e serviços para os usuários. Em um mundo cada vez mais interligado através da rede mundial de computadores, as nações que não conseguirem proporcionar, aos empreendedores, um ambiente de negócios propício para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, em especial os relacionados à economia digital, perderão oportunidades de atração de novas empresas, bem como não permitirão o surgimento, em seus territórios, de empreendimentos nesse setor que seja capaz de competir mundialmente. Diante disso, será analisado o arcabouço regulatório atual, com a verificação dos pontos que dificultam ou impedem o desenvolvimento econômico do país no setor da nova economia, com o objetivo de se propor princípios norteadores para uma regulação econômica da nova economia que permita o desenvolvimento econômico sustentável.
  • MONIQUE XIMENES LOPES DE MEDEIROS
  • O DIREITO DE (NÃO) SER MÃE: Conflitos e processos de Estado acerca da Lei de Planejamento Familiar.
  • Data: 26/04/2023
  • Hora: 14:00
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  • A Lei de Planejamento Familiar estabelece critérios para o acesso às esterilizações cirúrgicas. Contudo, a aplicação dessa norma jurídica por agentes de Estado (da saúde e do Judiciário) não decorre da observância exata do texto normativo formal. A sua concretização é permeada por parâmetros de reprodução compulsória e pelo manejo de vulnerabilidades com o fito de definir quais mulheres podem ou devem acessar o direito reprodutivo de não gerar (mais) filhos. Este trabalho, portanto, objetiva analisar os processos de Estado em torno da formulação e da atualização dessa norma. Para tanto, são enfrentados os conflitos e as justificativas que embasaram a formulação da lei, as formas como os agentes estatais atualizam e aplicam as diretrizes legais, assim como a posição das mulheres e mães frente à burocracia que precisam enfrentar para alcançar a esterilização. Nestes termos, este trabalho de tese transita entre a sociologia e antropologia jurídica, tendo como fio condutor a Lei de Planejamento Familiar. Logo, interessa refletir a efetivação da norma jurídica no cotidiano da saúde, do judiciário e principalmente das mulheres que desejam realizar a laqueadura tubária. Tomando como referenciais teóricos estudos foucaultianos e a Antropologia do Estado, esta pesquisa se volta à análise de conteúdo de acórdãos produzidos por diversos tribunais do Poder Judiciário brasileiro acerca das limitações normativas impostas às cirurgias de laqueadura de trompas e apresenta os resultados de pesquisa etnográfica realizada junto ao Instituto Cândida Vargas, maternidade de referência do município de João Pessoa/PB. Naquela unidade de saúde foram acompanhados, entre janeiro e junho de 2022, os serviços de planejamento reprodutivo a partir da observação participante e realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde e com mulheres que desejam se submeter às cirurgias de esterilização. Os resultados da pesquisa apontam para a conjugação da biopolítica e do poder disciplinar como formas de regulação da sexualidade visando a reprodução compulsória. De igual forma, o manejo dos marcadores sociais da diferença, a exemplo de gênero, raça, classe, território e sexualidade, é apresentado como parte fundamental do debate em torno da elaboração e atualização da Lei de Planejamento Familiar.
  • BRUNA AGRA DE MEDEIROS
  • O direito político de os imigrantes votarem no Brasil: em defesa da capacidade eleitoral ativa.
  • Data: 24/04/2023
  • Hora: 14:00
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  • A representatividade política no Brasil deve considerar que o exercício da cidadania precede à nacionalidade. O fluxo de imigração no país é significativo, ressalvados os índices relativos à excepcionalidade sanitária da Covid-19 (Sars-coV-2). A Constituição Federal de 1988 veda o alistamento eleitoral de estrangeiros (art. 14, §2º) e suprime o direito de escolha dos representantes políticos via voto dos imigrantes não naturalizados que residem no país. Considerando-se que os imigrantes que chegam ao Brasil podem estabelecer residência em solo brasileiro, tem-se como prioritário o estudo do tema, uma vez que os direitos de cidadania devem ser assegurados a todos indistintamente. A cidadania pauta-se no sentimento de pertencimento do indivíduo junto à coletividade, e como tal, deve exercê-la de maneira integral e não condicionada ao vínculo de nacionalidade em relação ao Estado. Pretende-se estudar o porquê da privação constitucional às pessoas não naturalizadas exercerem o direito político de votar no Brasil, ainda que possam ser titulares de outros direitos políticos. Levanta-se a hipótese de que é possível permitir juridicamente o exercício do direito político de votar no âmbito nacional. A hipótese parte da experiência da cidadania supranacional na União Europeia e da constatação de que, dentre os Estados membros e associados do Mercosul, apenas Brasil, Guiana e Suriname mantém a vedação da capacidade eleitoral ativa aos imigrantes não naturalizados e domiciliados em seus respectivos territórios. Apresentam-se dados quanto aos fluxos migratórios (em nível global, latino-americano, brasileiro e afetos às intercorrências causadas pela pandemia do coronavírus) e, em seguida, abordam-se experiências internacionais da União Europeia, bem como de países mercosulinos para demonstrar o modo como suas normas constitucionais e infraconstitucionais lidam com a temática. Discute-se sobre a cidadania e a necessidade de tal conceito ser aprimorado, assim como sua correlação com a nacionalidade e a democracia. Expõe-se a perspectiva da cidadania cosmopolita como forma de fortalecer os direitos de cidadania e viabilizar a concretude do direito humano e político da capacidade eleitoral ativa desses imigrantes e demonstram-se as iniciativas legislativas já admitidas pelo poder legislativo brasileiro sobre o assunto. Objetiva-se mostrar a imprescindibilidade do direito ao voto por parte dos imigrantes não naturalizados e a necessidade de pensar a readequação na norma constitucional. O estudo ampara-se na aplicação do método hipotético-dedutivo, com procedimentos históricos e comparativos. Trata-se de pesquisa aplicada e de cunho prático, cuja abordagem é qualitativa e amparada em fontes bibliográficas, documentos internacionais, dados estatísticos e trabalhos acadêmicos. Utilizam-se autores como Immanuel Kant, Hannah Arendt, Benito Aláez Corral e T. H. Marshall. Sugere-se a proposição de uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) à Constituição como via jurídica adequada para permitir que imigrantes que não tenham se naturalizado brasileiros possam votar nas eleições nas esferas municipal, estadual e federal, ou, ainda, promulgar uma das 4 PECs atualmente em tramitação no poder legislativo. Conclui- se que a atual vedação constitucional viola o princípio democrático e impacta na realidade deles, porque os silenciam em relação aos seus pensamentos políticos e anseios e os prejudicam ante a ausência de representatividade política de participação comunitária.
  • ANA CAROLINA MONTEIRO LINS DE ALBUQUERQUE E SOUTO
  • O CAMINHO SÃO OS OUTROS: CIDADANIA E NEORREFUGIADOS NO SÉCULO XXI
  • Orientador : ROMULO RHEMO PALITOT BRAGA
  • Data: 10/04/2023
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese tem como objeto o fenômeno das migrações forçadas enquanto consequência da ascensão do nacionalismo xenofóbico, globalização excludente, ódio sectário e violações de ordem antrópica ou natural. Nesse contexto, buscou-se responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida o espectro de proteção conferido atualmente, no âmbito das normas de Direito interno e internacional, respalda aquelas coletividades que já estão ou serão vulneradas em razão do contexto histórico que se delineia no século XXI e quais seriam as soluções oportunas para os novos agrupamentos humanos, nessa ocasião denominados neorrefugiados, que são lançados em um vácuo protetivo? Para responder a essa questão, levantaram-se as seguintes hipóteses: (i) de que haveria a necessidade de se provocar uma crítica de lege lata a fim de formular uma proposta de lege ferenda, passível de ser transmutada do plano interno, por meio de um instrumento convencional, como meio eficaz para se alcançar esse objetivo também no plano internacional; e (ii) de que caberia a aplicação do estudo da multiculturalidade a fim de formular uma proposta de cidadania integrativa, passível de ser transmutada do plano interno, por meio de um núcleo mínimo de garantias, como meio eficaz para se alcançar esse objetivo também em escala global. A justificativa para a realização deste estudo demonstra-se, primeiramente, em razão da proeminência histórica do papel do refugiado no desenvolvimento das configurações políticas do Estado. Em segundo lugar, a pesquisa representa potencial relevância pelos esforços propositivos no exercício efetivo dos direitos humanos e análise do desenvolvimento sob esse prisma, enquanto noção inerente à própria disciplina jurídica que anda a reboque das crises que surgem no centro da dinâmica das relações sociais. A aplicação prática da pesquisa visa à construção de uma sociedade mais isonômica, onde haja ampliação dos critérios para concessão do status qualificado de refugiado e um plexo mínimo de direitos seja assegurado independentemente de origem, a fim de atender as reivindicações que extrapolam o quadro normativo atual, a partir da reflexão acerca da emancipação humana e política do ser e do cidadão. Assim, com base na problemática apresentada, tem-se como objetivo geral analisar o espectro de proteção destinado aos fluxos migratórios forçados por meio de novos arranjos normativos e de uma resposta metajurídica adequada no bojo da cidadania, uma vez contemplada a multiplicidade de fatores que determinam o êxodo compulsório de grupos populacionais. Quanto à metodologia, neste estudo, utilizou-se uma abordagem teórica qualitativa, valendo-se do método dedutivo-argumentativo a partir da apreciação analítica das referências. No curso da investigação, utilizaram-se as técnicas de levantamento de dados bibliográfica e documental, valendo-se de livros, artigos científicos, jurisprudência, leis, convenções e outras normativas internas e internacionais pertinentes, bem como interpretação de dados e resultados publicados por organismos competentes, de modo a permitir uma contribuição de natureza plural.
  • HYANARA TORRES TAVARES DE QUEIROZ
  • O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL ENQUANTO MEIO DE COMBATE AO CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA IMPUTADO A PREFEITOS
  • Data: 02/03/2023
  • Hora: 15:00
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  • QUEIROZ, Hyanara Torres Tavares de. O Acordo de Não Persecução Penal enquanto Meio de Combate ao Crime de Corrupção Passiva Imputado a Prefeitos. 2023. 191 f. (Mestrado em Ciências Jurídicas) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2023. RESUMO Nesta pesquisa, tem-se como objeto o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) enquanto meio de combate à prática do ato corrupto imputado ao alcaide municipal e as condições mínimas necessárias para a sua aplicação. Nesse contexto, buscou-se responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida o Acordo de Não Persecução Penal pode servir como meio de combate à corrupção passiva e quais seriam as condições mínimas necessárias para prevenção e reprovação de crimes dessa natureza praticados pelo gestor municipal? Para responder a essa questão, levantaram-se as seguintes hipóteses: (i) de que haveria a necessidade de se buscar uma via menos morosa para o combate à corrupção, sendo o ANPP um meio eficaz para se alcançar esse objetivo; e (ii) de que, em se tratando de crimes de corrupção passiva praticados por prefeitos, caberia a aplicação do Acordo de Não Persecução Penal, desde que respeitadas certas condições mínimas, tendo em vista a proteção da coisa pública, a saber, a recomposição integral do patrimônio público e a busca de resultados socialmente úteis. A justificativa para a realização deste estudo demonstra-se, primeiramente, em razão da escassez de pesquisas acadêmicas referentes especificamente a esse tema. Em segundo lugar, a pesquisa representa potencial importância para a sociedade em razão da proeminência atual das discussões quanto à adequação dos diversos métodos de combate à corrupção, a exemplo dos consensuais na esfera criminal. A aplicação prática da pesquisa visa à construção de uma solução socialmente útil, a partir da reflexão acerca da rápida recomposição do patrimônio público material ou imaterialmente lesado. Assim, com base na problemática apresentada, tem-se como objetivo geral analisar a viabilidade do Acordo de Não Persecução Penal nos crimes de corrupção passiva praticados por prefeitos, desde que observada a integral recomposição do patrimônio público material ou imaterialmente lesado. Quanto à metodologia, neste estudo, utilizou-se uma abordagem qualitativa, valendo-se do método dedutivo e do procedimento monográfico, de vertente jurídica. No curso da investigação, utilizaram-se ainda as técnicas de levantamento de dados bibliográfica e documental, valendo-se de livros e artigos científicos elaborados por autores especializados, bem como documentos, jurisprudências, resoluções e demais normas pertinentes. Até o momento, verifica-se uma tímida aplicação do ANPP em crimes de corrupção praticados por funcionários públicos contra a Administração Pública, não sendo possível amealhar todas as causas e justificativas das poucas avenças alcançadas. Contudo, faz-se necessário destacar que os órgãos envolvidos na condução do ANPP devem observar alguns limites ou balizas constitucionais mínimas, tais como a intransigência na recomposição integral ao erário, somando-se a isso o desafio de se promover uma articulação de diferentes instâncias (cível, penal, administrativa) de forma mais coesa, tendo em vista garantir a aplicabilidade do ANPP.
  • CÁRITA CHAGAS GOMES
  • Entre Fotografias e (In)visibilidades: análise da resposta brasileira de acolhimento aos Warao em Roraima a partir do método iconológico de Panofsky sob a luz dos Direitos Humanos
  • Data: 02/03/2023
  • Hora: 12:30
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  • As fotografias são capazes de materializar visivelmente poderes, saberes e argumentos que passariam despercebidos por olhares desatentos. Logo, contornando o tradicional normocentrismojurídico, o objeto nuclear desta tese consiste em analisar a narrativa pictórica a respeito dos Warao produzido pela célula de Comunicação Social da Força Tarefa LogísticaHumanitária de Roraima (FT Log Hum), a fim de elucidar a visibilidade desse grupo étnico na resposta juspolítica de acolhimento humanitário no Brasil. Para isso, buscamos, numa perspectiva etnicamente orientada em respeito a alteridade, com arrimo nos Direitos Humanos, compreender a visibilidade dos Warao no contexto migratório considerando-se a forma como se reconhecem, como a sociedade de acolhida os reconhecem, e como se dá a interação de ambos por meio de um reconhecimento mútuo, de acordo com o regime de visibilidade do tipo social. Interpretamos, pelo métodoiconológico de Erwin Panofsky, os registros fotográficos de indígenas da etnia Warao capturados, sobretudo, no abrigo indígena venezuelano Janokoida, na cidade de Pacaraima, entre 2018 e 2019, por Bruno Percut, 2° Sargento da Marinha do Brasil, integrante da referida célula. Ao final, concluímos que a fotografia tal qual o direito comunica- se por uma linguagem que engloba simbolização da ação humana, e portanto, propaga um certo modo de ver que envolve a conjugação de um modelo de organização social e histórico da percepçãoimagética regulador das funções da visão e seus diversos usos.
  • SEVERINO PEREIRA CAVALCANTI NETO
  • A criação de municípios na Paraíba após 1988: a repercussão da norma constitucional no desenvolvimento socioeconômico das localidades
  • Orientador : MARCILIO TOSCANO FRANCA FILHO
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação é resultado de investigações acerca da temática da criação de municípios após o advento da Constituição de 1988, que sabidamente tomou tons de descentralização política em seu texto, viabilizando uma multiplicação exacerbada no número de municípios em nossa federação. Isso porque atribuiu às leis complementares estaduais o papel de regularem os processos de criação de municípios. Após os resultados preocupantes da demasia de n ovos, e pequenos, municípios criados no país, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 15 de 1996, que praticamente freou as novas emancipações, atribuindo a uma lei complementar federal o papel de regulamentar a matéria de criação de municípios. Como esta lei complementar federal nunca foi produzida, surgiu uma situação de engessamento da gestão territorial de municípios em processo de emancipação, gerando inconsistências jurídicas à respeito do tema. O presente trabalho terminará por discorrer como essas inconsistências e o atraso de mais de duas décadas em efetivar uma disposição constitucional, por parte do poder legislativo, afetam o desenvolvimento das localidades, numa perspectiva de desenvolvimento como liberdade. Para realizar esse roteiro, o trabalho estuda o caso da Paraíba, como meio de entender o impacto dessa norma na dinâmica local e recorre a fontes documentais para demonstrar o caminho legislativo que culminou nesta situação anômala e discute como a justificativa por trás do imbróglio que será evidenciado ao longo do texto.
  • RAYSSA FELIX DE SOUZA
  • O INSTITUTO DA PRISÃO PREVENTIVA NO BRASIL E A INDETERMINAÇÃO DA SUA DURAÇÃO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DO DIREITO PENAL DO INIMIGO.
  • Data: 22/02/2023
  • Hora: 14:30
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  • O objeto da presente dissertação consiste em examinar a justificativa que sedimenta a indeterminação de prazo legal para a duração da prisão preventiva, hoje, no Brasil. Correlaciona-se o referido exame com o fenômeno do Direito Penal do Inimigo, teoria desenvolvida, preliminarmente, pelo jurista alemão Gunther Jakobs e cujo viés central é desenvolvido a partir de uma reflexão sobre política criminal. Note-se que a principal característica dessa formulação teórica é estabelecer a distinção entre pessoa (o ‘cidadão’) e não-pessoa (o ‘inimigo’) e, em consequência dessa divisão prévia, defender a existência de dois tipos de Direito Penal: de um lado, um direito penal humanista ou garantista; e do outro, um direito penal bélico ou securitário. Uma das características desse direito penal bélico incide, por exemplo, no amplo adiantamento da punibilidade, que é, na atualidade, um dos aspectos construtivos da prisão preventiva, no Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho é, portanto, identificar se, e em que medida, a teoria do direito penal do inimigo condiciona, no ordenamento jurídico pátrio, a ausência de prazo de uma modalidade de prisão cautelar, tendo em vista a existência de um Estado Democrático de Direito e se com ele se coaduna. A problemática, isto é, aquele campo de reflexão que norteia o trabalho e lhe confere sentido, referenciando a dissertação, recai sobre a legitimidade (ou ilegitimidade) de um direito penal inumano que, em contrapartida, enfraquece os direitos humanos na medida em que estabelece e reconhece a distinção entre pessoa e não-pessoa. Exsurge, a partir daí, o problema de pesquisa, qual seja, a ausência de prazo da prisão preventiva, nos dias atuais, constitui uma omissão que viola categoricamente a Ordem Constitucional vigente, especialmente no que diz respeito à efetiva proteção dos Direitos Humanos? A hipótese formulada é a de que a lacuna, objeto da presente pesquisa, constitui um corolário do denominado triunfo paradoxal dos direitos humanos, a partir do qual tais garantias fundamentais são eficazes para uns, e para outros não e, portanto, meras garantias formais, carentes de qualquer concretização, isto, ante a incorporação do Direito Penal do inimigo enquanto possível mecanismo de Jus puniendi. No tocante à metodologia, considera-se a pesquisa como exploratória e qualitativa, bem como documental e bibliográfica.
2022
Descrição
  • ALANNA MARIA GONÇALVES DE LIMA
  • ARBITRAGEM LABORAL E VULNERABILIDADE DO TRABALHADOR: ANÁLISE DO ART. 507-A DA CLT À LUZ DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO E DO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
  • Orientador : JAILTON MACENA DE ARAÚJO
  • Data: 20/12/2022
  • Hora: 08:30
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  • Esta dissertação tem por objeto estudar a possibilidade de utilização da arbitragem para dirimir litígios no âmbito do direito individual do trabalho, tendo em vista a previsão trazida pela Reforma Trabalhista brasileira, que inseriu o artigo 507-A na CLT. A pesquisa se demonstra relevante pois a doutrina e a jurisprudência trabalhista negavam a possibilidade de utilização do método arbitral para solucionar litígios trabalhistas, em razão, dentre demais aspectos, da lógica protetiva que fundamenta o Direito do Trabalho. Para esta análise, que se apoia em pesquisa doutrinária e jurisprudencial, aborda-se, inicialmente, os fundamentos históricos que justificaram a criação do Direito do Trabalho, protagonista do Estado de Bem Estar Social, e toda a sua carga principiológica, voltada, em suma para a proteção do trabalhador. Em seguida, aborda-se o instituto da Arbitragem, trazendo as suas principais características, notadamente, sua natureza jurídica, a figura do árbitro, as formas de pactuação da arbitragem e a sentença arbitral. Neste momento, faz-se uma breve introdução do cenário pré-Reforma Trabalhista, expondo as tentativas anteriores de regulamentação do procedimento e como a jurisprudência pátria julgava ações em que se discutia a validade do método nas lides individuais trabalhistas. No último capítulo, analisa-se a temática sob o ponto de vista da vulnerabilidade do trabalhador e necessidade de proteção e, a fim de verificar se as discussões doutrinárias encontram embasamento fático, realiza-se pesquisa jurisprudencial, que retrata como a arbitragem trabalhista vem ocorrendo e sendo compreendida na Justiça do Trabalho. Conclui-se que a regulamentação da arbitragem trabalhista reforça a vulnerabilidade do trabalhador e que a possibilidade de utilização da arbitragem no âmbito dos conflitos individuais do trabalho necessita da adequação do procedimento ao princípio da proteção ao trabalhador.
  • RENATA GONÇALVES DE SOUZA
  • A mineração de areia em evidência: Uma análise da efetividade do licenciamento ambiental à luz da resolução nº 10 do CONAMA e da instrução normativa nº 4 do IBAMA
  • Data: 09/12/2022
  • Hora: 08:30
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  • A mineração é uma das atividades mais antiga já desenvolvida pelo Homem, dela advém a riqueza e a subsistência de muitas nações. Seja com base nos minérios com maior valor monetário agregado, como o ouro e o diamante ou a partir daqueles com menor valor atrelado, como é caso dos agregados minerais de implantação direta na construção civil, como por exemplo, a areia, o que não se pode negar é a essencialidade dessa atividade à manutenção da vida na sociedade moderna. Principalmente no tocante a este último que se encontra diretamente vinculado a ideia de bem-estar social. Desse modo, é imperativo que a maneira como a atividade opera em meio à natureza seja controlada pelo Estado e pela sociedade. Para que esse controle ocorra é necessário a execução do Licenciamento Ambiental, instrumento criado para explorar, balizar e mitigar os impactos ambientais negativos, através do exame do caso concreto por meio da análise dos instrumentos técnicos ambientais, seja realizado da forma mais eficiente possível, principalmente, quando se trata de extração de areia em leito de rios, já que esta, em sua grande maioria ocorre em leitos de rios (Áreas de Preservação Permanente). Sendo assim, a partir desta constatação, emerge o objetivo da presente Dissertação, qual seja: analisar os processos de licenciamento ambiental de extração de areia realizados pela Superintendência de Administração do Meio ambiente (SUDEMA), a fim de identificar as possíveis irregularidades constantes nesses processos ambientais no que se refere a apresentação dos instrumentos ambientais, previstos na resolução de nº 10 do CONAMA, necessários a emissão e renovação da licença ambiental de instalação e operação, bem como se o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas ou Perturbadas (PRAD), previsto na Instrução Normativa de nº 4/11 do IBAMA, consta dentro do processo, ora, em análise. Com relação à metodologia a ser empregada, optou-se pelo método dedutivo de abordagem, no qual, parte-se de uma análise geral do tema para uma análise do caso particular. Já no que diz respeito ao embasamento teórico sobre o assunto, usa-se o método analítico descritivo de procedimento, dessa forma, realiza-se uma reflexão teórica sobre a mineração e o meio ambiente, sobre os processos de licenciamento ambiental, licenciamento ambiental de para extração de areia, e os reflexos de possíveis irregularidades desses processos para o equilíbrio do meio ambiente e da mineração sustentável. Na referida pesquisa, utiliza-se dados coletados a partir de um estudo de caso realizado em processos de licenciamento ambiental para autorização de extração de areia em leito de rio (na espécie primeira licença e renovação). A Hipótese que se encontra em teste é a de que a SUDEMA (não) está cumprindo com o que preceitua a resolução de nº 10 do CONAMA e com o que está resguardado na Instrução Normativa de nº 4 do IBAMA, no que se refere à (não) emissão e na renovação das licenças ambientais na ausência da apresentação dos instrumentos técnicos ambientais (RIMA; EIA; RCA; PCA e PRAD), em seu processo de Licenciamento. Atuando assim em desarmonia com as referidas normas ambientais.
  • LUANA DA COSTA BANDEIRA
  • FREEPORTS COMO IMPORTANTE FERRAMENTA ECONÔMICA: análise de perspectiva para implantação em território brasileiro
  • Orientador : MARCILIO TOSCANO FRANCA FILHO
  • Data: 30/11/2022
  • Hora: 16:00
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  • Os Freeports existentes no mundo, sobretudo na Europa, têm exercido um papel importante para a economia global, tendo em vista a grande circulação comercial. Os benefícios fiscais, a facilidade de transações, a proteção de dados e até mesmo de propriedade e a dificuldade para intervenção fiscalizatória são alguns dos principais fatores que atraem a maioria dos consumidores para os Freeports. Os interessados em utilizar os serviços oferecidos pelos Freeports são proprietários de grandes fortunas (HNW People), de bens valiosos que encontram nesses armazéns a segurança necessária para manter seus objetos raros por tempo indeterminado e com isenções fiscais que lhes rendem muito dinheiro. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar a legislação aduaneira internacional e de Direito Comparado quanto às atividades desenvolvidas dentro dos armazéns de luxo, ressaltando a influência econômica, sobretudo para o mercado de arte, além de examinar a possibilidade de instalação em terras brasileiras, considerando tanto as normas vigentes quanto a demanda local. A pesquisa utilizou o mecanismo metodológico da revisão bibliográfica da literatura especializada, tanto nacional como internacional, explorando os riscos advindos de características como a confidencialidade e a proteção de dados, que favorecem as ilicitudes como evasão fiscal, lavagem de dinheiro, falsificação de obras de arte, financiamento do terrorismo, entre outro, bem como observando, por outro lado, os dados crescentes do comércio internacional, influenciados pela atividade dos armazéns. Desta forma, com base em normas como o Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/2009), o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt-1994), Convenção de Quioto Revisada, Resoluções do Parlamento Europeu e do Senado dos Estados Unidos, faz-se uma análise quanto às políticas de prevenção aos crimes, sobretudo a lavagem de dinheiro, que tem um histórico também com o mercado de arte. De outro modo, observa-se o desenvolvimento tecnológico como forma de inserir eficaz condução fiscalizatória das autoridades governamentais para o modus operandi das atividades praticadas dentro dos Freeports. Os casos revelados pelas operações de investigação como Panama Papers, Paradise Papers, Pandora Papers, entre outros, bem como os Freeports de Genebra, Singapura e Luxemburgo, são analisados como forma de identificar parâmetros regulatórios e métodos técnicos de combate ao crime organizado por meio da utilização desses armazéns de luxo. Nesse ínterim, pretende-se trazer exequíveis soluções para desenvolver a discussão de modo a enfrentar os avanços persistentes da criminalidade e tentar preservar a história cultural das nações, como também desenvolver o debate quanto à expansão dos Freeports, como ferramenta econômica importante, para outros países, inclusive, Brasil.
  • MELISSA RHÊNIA BARBOSA ESPÍNOLA
  • SIMBOLISMO E DIREITO PENAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DA LEI Nº 13.104/2015 (LEI DO FEMINICÍDIO)
  • Orientador : GUSTAVO BARBOSA DE MESQUITA BATISTA
  • Data: 30/11/2022
  • Hora: 15:00
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  • A presente pesquisa demonstrou a relação entre discurso, poder e violência na Lei 13.104/2015 (Lei do feminicídio). Em vista disso, buscou compreender os sentidos do discurso por meio da Teoria de Análise do Discurso, a partir de Orlandi, Pêcheux e Foucault, discorrendo sobre sua conceituação, origem e funcionamento, ao mesmo tempo em que discorria sobre o discurso como uma ferramenta de controle de poder e configuração das relações de dominação, que têm por fundamento a violência simbólica, segundo a ótica de Pierre Bourdieu. Nesse sentido, por meio da teoria da análise discursiva, pretendeu-se apresentar e ampliar a visão sobre a construção social e histórica de gênero, com o intuito de promover uma reflexão mais profunda a respeito do modo como o discurso da violência simbólica contra a mulher pode ser perpetuado por meio da descrição de tipos penais e através das interpretações doutrinárias da lei. Ademais, foi realizada uma abordagem histórica para reconstituir e estabelecer os conceitos e as diferenças entre femicídio e feminicídio na literatura feminista, ao mesmo tempo em que procurou esclarecer mais nitidamente as definições e os sentidos das palavras: gênero, mulher, discurso, poder e feminicídio. Desse modo, o método para atingir os objetivos será o levantamento bibliográfico e a metodologia de abordagem se dará por meio da Análise do Discurso.
  • ALBERTO LUÍS DA COSTA PEREIRA
  • JERUSALÉM NA JURISDIÇÃO DA CIJ, PRECEDENTE E PERSPECTIVAS
  • Orientador : ALESSANDRA CORREIA LIMA MACEDO FRANCA
  • Data: 30/11/2022
  • Hora: 09:30
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  • A disputa por Jerusalém, entre israelenses e palestinos, ultrapassa a mera questão territorial. A Cidade Santa representa um símbolo religioso, cultural e político tão arraigado na vida dos povos em conflito que, a simples ideia de vê-la dominada por outra nação, reacende a chama do conflito que perdura por, no mínimo, mais de quarenta anos. O Objetivo Geral da presente investigação foi analisar o conflito e suas peculiaridades bem como a atuação da Corte Internacional de Justiça em conflitos que pareceram se assemelhar ao caso proposto e ponderar a viabilidade da corte fornecer uma solução jurídica razoável para a disputa por Jerusalém. O caminho passou por buscar compreender papel da própria CIJ, através do seu histórico de julgamento em casos que envolvam não apenas conflitos territoriais, mas em conjunto com questões religiosas e políticas, como aquele por Jerusalém, e averiguar possíveis diretrizes de como a Corte estaria apta a atuar com vistas a uma solução que levasse em consideração os aspectos transjurídicos da demanda. Foi utilizada a pesquisa teórica, com o levantamento de casos da Corte Internacional de Justiça sobre conflitos internacionais jurídico-religiosos, bem como a análise do seu Estatuto e ainda uma abertura para um diálogo com os direitos nacionais religiosos de Israel e Palestina. O método indutivo foi utilizado pois, a partir de casos julgados pela Corte Internacional de Justiça semelhantes/tangentes ao objeto do estudo, se percebeu que é possível, através de uma resolução jurisdicional, solucionar o conflito por Jerusalém.
  • RAQUEL ALVES DE OLIVEIRA BANDEIRA
  • A (IN)EFETIVIDADE DO MONITORAMENTO ELETRÔNICO NAS APENADAS DO REGIME ABERTO DA PENITENCIÁRIA DE REEDUCAÇÃO FEMININA MARIA JÚLIA MARANHÃO
  • Data: 29/11/2022
  • Hora: 16:00
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  • O crescente número da população carcerária, associada à ausência de estabelecimento penal adequado no curso do cumprimento progressivo da pena, impulsionou a implementação da política de monitoração eletrônica no Brasil. Nesta pesquisa, tem-se como objeto de estudo os efeitos do monitoramento eletrônico no processo de ressocialização de apenados no âmbito do cumprimento da pena. Relatos de apenados evidenciaram que tal aplicação tem se configurado como um obstáculo para a referida ressocialização, o que levou, juntamente com todo arcabouço teórico a que se teve acesso, a levantar a seguinte questão de pesquisa: qual o impacto que o monitoramento eletrônico tem conferido no cumprimento da pena no tocante à reintegração social? Percebe-se que apenas a concessão da liberdade vigiada não torna a pena efetiva. Com base nesse questionamento, tem-se como objetivo geral investigar os efeitos do monitoramento eletrônico no processo de ressocialização de apenados(as), mais precisamente, a repercussão da tornozeleira eletrônica no mercado de trabalho, nas atividades habituais e nas relações sociais e familiares. O estudo demonstra a sua relevância por tratar de uma questão crucial para um segmento substancial da sociedade, considerando-se a disponibilidade potencial de informações e o estado atual de teorização a respeito, o qual tem pouco apelo empírico. Nesse sentido, para se alcançar o objetivo proposto, a pesquisa caracteriza-se principalmente pela abordagem qualiquantitativa, por envolver tanto a compreensão das razões relacionadas às dificuldades enfrentadas por apenado(a)s quando do uso da tornozeleira eletrônica quanto a apreensão da realidade percentual relacionada a essas dificuldades, valendo-se ainda da técnica de levantamento de dados bibliográfica e do estudo de campo, a partir da análise de relatos coletados por meio de entrevista semiestruturada. Para esta pesquisa, houve um recorte, de modo que as análises se restringiram aos relatos obtidos das apenadas do regime aberto da Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão que fizeram uso da tornozeleira eletrônica, entrevistadas no ano de 2021. Das 50 participantes, 49 foram efetivamente entrevistadas, uma vez que os relatos da grande maioria já apontavam para uma mesma direção. Conclui-se que o monitoramento eletrônico não torna o cumprimento da pena mais efetiva, sendo meio que frustra as relações do apenado com a sociedade, acentuando o estigma social, gerando, por sua vez, limitações e dificuldades que permeiam direitos relacionados à dignidade da pessoa humana.
  • HIAGO PEREIRA SILVA MOURA
  • A COMPLEIÇÃO COSMOPOLITICA DO PLURALISMO JURÍDICO GLOBAL: a autocompreensão normativa do direito transnacional e a facticidade dos processos político decisórios no contexto pós-nacional.
  • Orientador : NEWTON DE OLIVEIRA LIMA
  • Data: 29/11/2022
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação pretende analisar o contexto geral da transnacionalização do direito, como efeito da diferenciação funcional da sociedade mundial em subsistemas autônomos e complexos, a partir do fenômeno da fragmentação dos sistemas normativos sob a forma de um pluralismo jurídico global. Para tanto observamos o percurso teórico do pensamento Kantiano, sobretudo nas reflexões desenvolvidas a partir de Habermas em sua tese sobre a transnacionalização da democracia em que constituições se formam fora dos limites do Estado nacional nos setores privados da política transnacional. Nesta dissertação tal proposição é tensionada a partir dos questionamentos sobre a equivalência funcional da normatividade emergente com o pluralismo jurídico global, a sua legitimidade democrática em relação à participação das esferas públicas locais cada vez mais apartadas dos centros de decisão e a feição cosmopolita que lhe pode ser caracterizada. Nesse sentido, apresentamos o cosmopolitismo dinâmico de feição transnacional, partindo de Kant, Habermas e Cavallar, assumindo por anteparo fático os métodos de solução de controvérsias no âmbito das colisões entre diferentes ordens normativas e o fenômeno da fragmentação do direito internacional, para em Paul Schiff Berman e Hauke Brunkhorst observar a feição cosmopolitica do pluralismo jurídico global como um projeto normativo. A metodologia empregada no texto obedece ao rigor do método comparativo sistêmico de matriz construtivista, na medida em que reconhece o observador como participe do processo de observação. As reflexões acerca dos paradoxos constante do tensionamento das teorias do cosmopolitismo kantiano e da democracia transnacional aduzem a necessidade de construir dialogicamente uma teoria acerca do pluralismo jurídico global capaz de inserir atores diretamente afetados pelos níveis de decisão, referendando uma concepção assimétrica e policêntrica do universalismo jurídico.
  • GLEYDSON BEZERRA RAMOS
  • As relações laborais em plataformas digitais de trabalho localizado: gestão algorítmica, autogerenciamento subordinado e a subversão do modelo autônomo de labor.
  • Data: 28/11/2022
  • Hora: 19:00
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  • A presente dissertação de mestrado tem por objeto de estudo as relações laborais intermediadas por plataformas digitais de trabalho localizado, com destaque para a análise das contradições decorrentes do controle algorítmico sobre a prestação de serviços e os reflexos sobre o modelo autônomo de labor. Não obstante o discurso da autonomia, a realização do trabalho nesse contexto encontra-se mediada por um moderno sistema de algoritmos, o que limita a liberdade de decisão dos trabalhadores, que são unilateralmente classificados como autônomos por essas plataformas. Em razão disso, cria-se um impasse a respeito da natureza jurídica dessas relações, uma vez que esse controle algorítmico pode resultar na existência de subordinação. A par dessa problemática, é feito o seguinte questionamento: o controle e gerenciamento do trabalho intermediado por plataformas digitais caracteriza uma subversão ao modelo autônomo laboral, capaz de suscitar a existência de uma lógica subordinativa própria? O objetivo geral é, portanto, analisar se o controle e gerenciamento do trabalho humano por essas plataformas digitais fere o modelo autônomo laboral, suscitando a existência de uma lógica subordinativa própria dessas relações. O método aplicado, em primeiro lugar, trata de delimitar o objeto e contextualizar a problemática, para em seguida, orientando-se pelo princípio da primazia da realidade sobre a forma, e tomando como paradigma a plataforma digital Uber, contestar a existência de autonomia nas relações de que se trata; ademais, para que se possa identificar a lógica subordinativa por trás dessas relações, é feito um estudo sobre as dimensões da subordinação, a fim de determinar, eventualmente, a forma da sua manifestação. Metodologicamente, faz-se uma abordagem qualitativa, com o emprego das técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Finalmente, torna-se possível a verificação das hipóteses formuladas de que o controle e gerenciamento do trabalho humano fere a suposta natureza autônoma dessas relações de trabalho; e de que a utilização de algoritmos como forma de possibilitar esse controle revela a existência de um elemento subordinativo próprio no âmbito dessas relações. O resultado deste estudo revela não só a incompatibilidade da gestão por algoritmos em plataformas digitais de trabalho localizado com o modelo autônoma de labor, mas também a coexistência de uma lógica subordinativa, que desvela a presença de uma subordinação algorítmica.
  • MARIANA DE SOUZA ALVES MEIRELES
  • RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO MUNICIPAL NA PRIORIZAÇÃO DE COOPERATIVAS À LUZ DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: O CASO DA COOPERATIVA DOS CATADORES E DAS CATADORAS DE RECICLAGEM DE MARCOS MOURA E DO MUNICÍPIO DE SANTA RITA – PB
  • Orientador : TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 25/11/2022
  • Hora: 15:00
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  • Neste estudo, abordam-se conhecimentos relacionados à responsabilidade municipal na gestão de resíduos sólidos e ao cooperativismo no município de Santa Rita – PB. Por vezes, privilegiam-se empresas mercantis na coleta de resíduos e limpeza urbana quando se deveria priorizar cooperativas e associações compostas por pessoas de baixa renda, como a COOREMM, conforme determinação da Lei Federal no 12.305 de 2010 – PNRS. Com base nessa problemática, levanta-se a seguinte questão de pesquisa: Qual o papel do poder público municipal e como têm sido conduzidas ações diante do dever de priorização de cooperativas como a COOREMM na gestão de resíduos sólidos à luz da PNRS no município de Santa Rita – PB? Sustenta-se que a falta de priorização à cooperativa COOREMM tem afetado drasticamente a vida dos catadores de resíduos sólidos, sobretudo no contexto de pandemia da COVID-19, o que coloca em xeque o modo como as políticas públicas têm sido conduzidas nesse setor em Santa Rita. A relevância desta pesquisa reside no fato de a gestão de resíduos sólidos estar atrelada tanto à preservação do meio ambiente quanto ao desenvolvimento sustentável, já que envolve o fomento à economia solidária. Assim, tem-se por objetivo geral: analisar como se opera a responsabilidade do Poder Público Municipal na priorização das cooperativas na gestão de resíduos sólidos à luz da Lei no 12.305/2010, tratando com mais especificidade do caso do município de Santa Rita – PB e da COOREMM. A pesquisa se caracteriza pela abordagem qualitativa, é considerada exploratória, detendo-se no caso envolvendo a cooperativa santarritense COOREMM e se vale da técnica de levantamento de dados bibliográfica. A análise aponta para o fato de que, apesar de a responsabilidade ser estabelecida na PNRS, a gestão de resíduos sólidos em Santa Rita não tem priorizado cooperativas nem outros tipos de associações formadas por catadores de baixa renda, o que compromete diretamente o trabalho desenvolvido pela cooperativa local, evidenciando o descompromisso para com o desenvolvimento regional sustentável e solidário.
  • SAMARA TAIANA DE LIMA SILVA
  • DE BAILE PERFUMADO A BACURAU: A EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE PERNAMBUCO COMO CONSEQUÊNCIA DA EXPANSÃO DOS MECANISMOS DE FOMENTO DA LEI DO AUDIOVISUAL NACIONAL (nº 8.685/1993)
  • Data: 31/10/2022
  • Hora: 18:30
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  • O financiamento cultural no Brasil é historicamente tratado como uma pauta distante das prioridades das agendas políticas. Com efeito, desenvolveu-se um modelo de custeio baseado em leis de concessões de benefícios fiscais para as pessoas físicas e jurídicas financiadoras dos projetos culturais aprovados. Iniciado na Lei Sarney, em 1986, evoluindo até a implementação da Lei do Audiovisual Nacional, em 1993, que é o objeto legislativo analisado pela tese. A partir da expansão dos seus mecanismos de fomento, foi possível financiar as cadeias audiovisuais que, anteriormente, não encontravam condições operacionais necessárias para se desenvolver. É aí que a indústria cinematográfica de Pernambuco começa a se expandir, alcançando o posto de terceiro maior polo produtivo do país, enfim quebrando a hegemonia histórica da produção desenvolvida no eixo Rio-São Paulo. Nesta perspectiva, a tese tem por objetivo geral a propositura de uma reflexão em torno do aumento significativo dos números de peças cinematográficas pernambucanas viabilizadas a partir do processo de fortalecimento da Lei do Audiovisual Nacional (nº 8.685/1993), com especial atenção para o período de maior expansão da atuação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), mediante o desenvolvimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O período analisado vai de 1996 até 2019, daí a utilização dos nomes dos filmes que compõem o título. Sendo, portanto, Baile Perfumado, o primeiro, e Bacurau, o último filme pernambucano de grandes projeções financiados pela Lei do Audiovisual Nacional e seus mecanismos de fomento. A pesquisa assume um caráter descritivo, analisando a realidade investigada sem a propositura de um novo modelo de legislação. A metodologia se espelha em uma abordagem dedutiva, e o procedimento escolhido é o monográfico, valendo-se de uma revisão bibliográfica e documental que sustenta as premissas levantadas. Assumindo uma visão qualitativa, ao mesmo tempo em que evoca elementos quantitativos, na forma de três quadros analíticos, a tese conclui reafirmando a premissa levantada, de expansão da produção cinematográfica pernambucana a partir do processo de fortalecimento da Lei do Audiovisual Nacional e seus mecanismos de fomento, contudo, se aparta da interpretação de que a referida legislação se trata de um mecanismo democrático e de acesso facilitado, resultando, portanto, que o fenômeno analisado diz respeito a um caso isolado de boa recepção do mecanismo investigado.
  • VIRGINIA COUTINHO DE BARROS
  • A AUSÊNCIA DE UM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO NA CHINA: UMA LEITURA DO SISTEMA POLÍTICO INTERNACIONAL QUANTO A UMA POSSÍVEL HEGEMONIA CHINESA E AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS SINO-BRASILEIRAS DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
  • Data: 31/10/2022
  • Hora: 14:00
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  • O sistema político internacional vivenciou um breve período de unipolaridade, vivenciado pelos Estados Unidos, após o fim da Guerra Fria (1947-1991). Uma unipolaridade abrangendo todos os elementos hegemônicos: o poder político, militar, econômico e tecnológico. A partir do início do século XXI, essa unipolaridade foi se transformando em unimultipolaridade com a ascensão de novos atores internacionais como o bloco europeu, China, Rússia e Índia, com um maior destaque para o avanço do poderio chinês. Neste sentido, tendo os chineses a capacidade de alcançar o desenvolvimento dos três pilares hegemônicos que não estão sob seu poderio: o conhecimento/tecnologia, militar e político, o presente trabalho busca identificar se há ou não uma possível hegemonia chinesa em curso no sistema político internacional. O objetivo geral desta dissertação é analisar a possibilidade de uma possível hegemonia chinesa no mundo e como as relações diplomáticas sino-brasileiras vem se construindo desde a redemocratização do Brasil. Os objetivos específicos visam explorar os dados compilados nos últimos anos para identificar se há uma disputa entre o domínio de um ou mais pilares hegemônicos, com a inclusão do pilar político como necessário a conquista do poder hegemônico, abordar o desmembramento sobre a divisão de poder dentro destes pilares englobando os demais atores do globo e reafirmar o cenário multipolar estruturado desde o início do século XXI. Em seguida, realizar a coletânea dos atos consumados entre o Brasil e a China desde 1985, dividindo-os por governos e buscar a compreensão história para o entendimento do cenário nacional no momento da realização destes atos. Por fim, o último objetivo é identificar os momentos de maior proximidade e distanciamento diplomático entre o Brasil e a China. O procedimento metodológico adotado nesta dissertação é de caráter qualitativo, utilizando-se como referencial teórico os autores Arrighi e Wallerstein, a partir da abordagem teórica dos Ciclos Sistêmicos de Acumulação e da Teoria do Sistema-Mundo, aglutinando o conceito de hegemonia estruturado pela autora Susan Strange em quatro pilares de posse do poder hegemon: bélico, financeiro, produção e conhecimento/tecnologia. A hipótese abordada visa afirmar que para a China, o pilar político é o mais complexo de ser conquistado, pois envolve um processo de democratização que obtém diversas variáveis analíticas e resultados distintos dependendo da sua forma de composição e aplicação, além de envolver a sociedade chinesa em sua maior totalidade. Desta maneira, a aceitação de alguns princípios democráticos seria mais viável do que a perda do poder estatal pelo PCC. Tendo como resultado alcançado pela pesquisa, a constatação do definhamento da relação diplomática entre o Brasil e a China nos últimos anos com base na quantidade de atos ratificados entre ambos os países e a ascensão chinesa como expoente internacional e possível hegemon num futuro próximo. Esta dissertação é dividida em três seções, primeiramente é analisado o declínio da hegemonia norte-americana e a ascensão chinesa no sistema político internacional, logo depois é trabalhado os conceitos de hegemonia e democracia e por fim é analisada a relação sino-brasileira e os atos consumados entre ambas as nações desde a redemocratização nacional (1985-2022).mos anos.
  • ANA VIRGINIA CARTAXO ALVES NUNES
  • DISPOSIÇÕES EXISTENCIAIS NOS CONTRATOS PÓS-CONJUGAIS: Os limites da autonomia privada na contratualização do casamento
  • Orientador : ADRIANO MARTELETO GODINHO
  • Data: 28/10/2022
  • Hora: 15:00
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  • O objetivo do presente estudo se refere à análise do exercício da autonomia privada existencial no âmbito familiar, especialmente na contratualização do casamento, verificando-se a possibilidade de disposições de natureza existencial por meio de negócios jurídicos de Direito de Família. Será proposto um novo modelo contratual, que se denomina de “contrato pós-conjugal”, como opção mais adequada para abrigar cláusulas que versem sobre matérias existenciais. Os fenômenos da privatização e contratualização do Direito de Família serão analisados com base no Direito Internacional Privado e na doutrina brasileira, sob o parâmetro hermenêutico do Direito Civil-Constitucionalizado e Humanizado. O trabalho será dividido em quatro capítulos: no primeiro, serão analisadas as relações familiares a partir dos Direitos Humanos e da proteção dos direitos existenciais dos membros da família, verificando-se o sentido fenomenológico da família, além do recorte histórico dos processos de Humanização e Constitucionalização do Direito Civil. O segundo capítulo será dedicado ao estudo da autonomia privada, a partir da superação do dogma da vontade, para o alargamento do seu conceito com abrangência às situações jurídicas existenciais, com a valorização da liberdade e da não intervenção do Estado nas relações familiares, a não ser para servir de instrumento garantidor numa perspectiva promocional da dignidade da pessoa humana. O terceiro capítulo será voltado ao estudo da teoria de contratualização das relações familiares, voltada a autorregulamentação de relações afetivas, a partir da ressignificação do casamento em prol de um caminho de liberdade, assim como, será proposta uma classificação dos negócios jurídicos de Direito de Família, a partir da análise da natureza jurídica do casamento. No último capítulo, será proposta a análise dos limites do exercício da autonomia privada existencial por meio do que se denomina “contrato pós-conjugal”, conceituando-o, elencado suas principais características e delimitando o seu conteúdo. Após a classificação dos limites absolutos, intermediários e área de livre regulamentação existencial dos cônjuges, serão elencados alguns exemplos de disposições que podem ser objeto contrato pós-conjugal.
  • AENDRIA DE SOUZA DO CARMO MOTA SOARES
  • PROJETO DE INTEGRAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO COM BACIAS HIDROGRÁFICAS DO NORDESTE SETENTRIONAL-PISF: o custeio da manutenção e da operação pelos Estados destinatários e a garantia do direito humano à água e ao desenvolvimento - Análise a partir do Estado da Paraíba
  • Data: 28/10/2022
  • Hora: 09:00
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  • Dentre as diversas políticas públicas destinadas à questão da seca e seus efeitos na região Nordeste Setentrional do Brasil, encontra-se o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional-PISF, que tem por objetivo atribuir segurança hídrica e promover o desenvolvimento econômico e social nos Estados do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. O valor construtivo da obra foi suportado pela União, contudo, o custeio de operação e manutenção, deverá ser assumido pelos Estados destinatários dela. A assunção desse custeio foi requisito para o início da obra, em que foram dadas garantias, como o repasse tarifário de água bruta ao operador do sistema e a instituição de tarifa sobre os usuários de água desses Estados. Entretanto, ante à indispensabilidade da água à vida e a todo processo produtivo, seu custo pode comprometer a garantia dos direitos humanos à água, ao desenvolvimento e os direitos econômicos e sociais de seus habitantes. Desse modo, foi proposto o seguinte problema de pesquisa: a forma de custeio da operação e manutenção do PISF, sob a perspectiva do direito econômico, das razões de realização dessa obra e da condição socioeconômica da região a qual ela se destina é sustentável, inclusive no longo prazo, e não causará danos aos direitos humanos à água e ao desenvolvimento? Foi delimitado como campo de análise o Estado da Paraíba. Partiu-se da hipótese, ao final confirmada, que a forma de custeio de operação e manutenção do PISF adotada resultaria lesiva aos direitos humanos à água e ao desenvolvimento e contrária aos preceitos fundamentais do direito econômico e da Constituição. O objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender, a partir da análise do Estado da Paraíba, os efeitos da forma de custeio de operação e manutenção do PISF sobre os direitos humanos à água e ao desenvolvimento em consonância com os preceitos de direito econômico e da Constituição de 1988. Em função do objeto de pesquisa e de sua contemporaneidade, ela se enquadra na vertente jurídico-sociológica; de natureza qualitativa e consiste em uma pesquisa empírica, sendo aplicado o protocolo e os princípios da estratégia de estudo de caso único, com adoção dos procedimentos de coleta da pesquisa bibliográfica, documental, de 3 observações participante, 2 não-participante e de 15 entrevistas semiestruturadas. Utilizou-se os métodos de análise de conteúdo, com adoção de categorias temáticas apriorísticas e não-apriorísticas, sendo empregada a triangulação de dados e, conjuntamente, o método analítico substancial de direito econômico, os quais, aplicados aos resultados obtidos levaram à conclusão que a forma de custeio do PISF somente será sustentável e concernente aos direitos humanos à água e ao desenvolvimento mediante ações estatais que propiciem a conscientização da população no uso da água; a gestão justa e eficiente da obra,à qual é imprescindível o planejamento hídrico; a efetivação do federalismo cooperativo; a realização de planejamento econômico para o desenvolvimento e a aplicação do princípio da economicidade e das regras de direito econômico do equilíbrio, do interesse social e da primazia da realidade.
  • ARNALDO OLIVEIRA DA SILVA NÉTO
  • UM ESTUDO SOBRE A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS PARAIBANOS
  • Data: 27/10/2022
  • Hora: 09:00
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  • Um sistema de repartição de receitas públicas eficaz é essencial para a garantia da autonomia financeira dos entes federados, considerando as bases teóricas do Federalismo Fiscal. Entretanto, a formação da Federação brasileira foi marcada pelo coronelismo e clientelismo, fenômenos danosos à garantia de autonomia dos entes federados locais. No mesmo sentido, a diversidade existente entre os Municípios do Estado da Paraíba, em termos demográfico e econômico, pode influenciar na maneira em que estes entes obtêm suas receitas públicas, sendo mais ou menos dependentes das receitas transferidas. Baseando-se nestas considerações, esta pesquisa objetivou analisar e responder o seguinte questionamento: qual o comportamento da autonomia financeira dos Municípios paraibanos, considerando seus perfis demográficos e econômicos? Seguindo estes dois critérios, os Municípios foram subdivididos em cinco grupos, e passaram por um processo metodológico para que fossem selecionados cinco Municípios em cada grupo, tornando esta pesquisa executável. O lapso temporal pesquisado constituiu-se nos exercícios financeiros de 2016 a 2019. Em relação à metodologia, adotou-se o método dedutivo, na abordagem da pesquisa, quanto aos objetivos, caracteriza-se como descritiva, quanto à natureza, classifica-se como aplicada, quanto aos procedimentos, pode ser classificada como histórica, bibliográfica, documental e ex-post fact, por fim, quanto à abordagem do problema, considera-se uma pesquisa qualitativa. Os resultados obtidos corresponderam aos dois pressupostos de partida desenvolvidos, indicando uma tendência dos Municípios menos populosos e mais pobres serem menos financeiramente autônomos que aqueles mais populosos e ricos. Por fim, concluiu-se que o modelo federativo brasileiro não favorece a autonomia financeira dos Municípios menos favorecidos, tornando-os demasiadamente dependentes das transferências intergovernamentais da União e do Estado.
  • WILLANA ALVES DE ALBUQUERQUE
  • A APLICAÇÃO DO INSTITUTO JURÍDICO DAS “SITUAÇÕES EXCEPCIONALÍSSIMAS” DO HC 143.641 (STF) NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA: UMA ANÁLISE À LUZ DA CRIMINOLOGIA FEMINISTA
  • Data: 30/09/2022
  • Hora: 09:00
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  • A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal determinou, em fevereiro de 2018, no julgamento do Habeas Corpus Coletivo nº 143.641/SP, que todas as mulheres submetidas à prisão cautelar que se encontrem gestantes, puérperas ou sejam mães de crianças de até 12 anos de idade ou de pessoa com deficiência tenham substituída a prisão preventiva que lhes tenha sido cominada pela prisão domiciliar. No entanto, algumas exceções foram firmadas ao gozo desse direito: a eventualidade de prática do crime ensejador da prisão preventiva mediante violência ou grave ameaça; a constatação de terem sido os próprios descendentes da acusada as vítimas do delito; ou a ocorrência de "situações excepcionalíssimas" capazes de justificar a continuidade da medida mais restritiva, as quais deveriam ser devidamente delineadas e fundamentadas pelos(as) juízes(ízas) que as suscitarem. Esta dissertação relaciona, pois, como objeto de estudo justamente a exceção jurisprudencialmente estabelecida do instituto das “situações excepcionalíssimas”, as quais não têm seu sentido aprioristicamente definido. Da relativa abertura significacional desse instituto jurídico é extraído o seguinte problema de pesquisa: “quais os fundamentos que embasam as interpretações dos sentidos pretensamente atribuídos pelos(as) magistrados(as), no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, ao instituto das ‘situações excepcionalíssimas’?”. Como objetivo geral, busca-se analisar quais os critérios são manejados pela Câmara Criminal do TJ/PB para atribuição de sentido concreto ao conceito jurídico indeterminado de “situações excepcionalíssimas”. Esse objetivo geral será aprimorado com a explanação complementar dos seguintes objetivos específicos: investigar os aspectos sistêmicos associados ao fenômeno do encarceramento de mulheres e as causas do substancial crescimento; analisar os argumentos componentes do Acórdão de julgamento do HC Coletivo nº 143.641/SP e os precedentes de julgados relevantes a respeito da matéria emanados de outras Cortes; e averiguar os critérios manejados pela Câmara Criminal do TJ/PB para denegação da substituição de prisão preventiva em prisão domiciliar, sob a alegação de existência de “situações excepcionalíssimas”. Esta dissertação foi desenvolvida a partir da perspectiva metodológica da teoria feminista, com indicação de referencial metodológico na obra de Mendes (2017). Tecnicamente, procedeu-se com análise bibliográfica e teórica nos capítulos iniciais e com investigação documental consubstanciada em estudo de precedentes do TJ/PB no terceiro capítulo, com recurso ao método da análise de conteúdo em conformidade com as proposições procedimentais de Bardin (2016). A seleção dos acórdãos enquadráveis no objeto desta pesquisa se deu por meio de consulta ao sítio virtual de jurisprudência da Corte selecionada, no período compreendido entre 9 de novembro de 2021 e 11 de abril de 2022, mediante aposição da palavra-chave "HC 143641". Dentre as principais conclusões alcançadas, aponta-se a utilização, pela Câmara Criminal do TJ/PB, de critérios de ordem subjetiva para fins de fundamentar as denegações de prisão domiciliar às mulheres mães, com especial recorrência à atribuição dos sentidos de “garantia da ordem pública”, “crime cometido no interior da residência” e “não comprovação da imprescindibilidade da mãe para os cuidados dos filhos”.
  • LEONARDO LEITE NASCIMENTO
  • Rio Internacional da Pan-Amazônia: Democracia ambiental na governança das águas do rio Mamoré
  • Data: 28/09/2022
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese teve como problema a seguinte questão: como assegurar os direitos de participação de atores não-governamentais nas decisões de uso do rio Mamoré, visando a governança e segurança de suas águas frente aos riscos sociais e ambientais do projeto de desenvolvimento existente? Foi utilizado o método hipotético-dedutivo e adotado como objetivo geral analisar a crise hídrica, no contexto da crise ambiental global e dos rios internacionais da Pan-Amazônia, e a democracia ambiental na governança das águas à luz do Acordo de Escazú. Foram adotados como objetivos específicos: 1) estudar a complexidade ambiental e a crise hídrica na perspectiva dos rios internacionais; 2) verificar o Direito dos usos dos rios internacionais e certas decisões sobre conflitos de uso de águas transfronteiriças; 3) avaliar a democracia ambiental na governança das águas de rios internacionais da Pan-Amazônia; e 4) analisar como o Acordo de Escazú pode contribuir para garantir a democracia ambiental nas decisões de uso das águas do rio Mamoré frente a hidrelétrica binacional planejada para integrar o Complexo do Madeira. Dada à complexidade do tema, foi adotado no estudo o pluralismo teórico metodológico, se valendo das teorias da complexidade ambiental de Morin (2015) e da sociedade de risco de Beck (2000; 2011), em que pese a responsabilidade da humanidade para a própria existência e da natureza, bem como a essencialidade da água para a vida. O estudo foi de caráter bibliográfico e documental, com acesso à convenções internacionais, tratados e acordos multilaterais, decisões de arbitragem internacional, julgados da CIJ, jurisprudência da CIDH, relatórios de organizações internacionais, publicações científicas e documentos do licenciamento ambiental das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em operação no Complexo do Madeira. Foram apresentados quatro capítulos, em que discorremos sobre: os efeitos da crise hídrica sobre os cursos de água disponíveis; o valor estratégico das águas dos rios internacionais; as principais normas de Direito Internacional de Águas; a relevância da governança e segurança das águas partilhadas para mitigar danos socioambientais; a insuficiente GIRH na Pan-Amazônia; e a importância dos direitos de acesso estabelecidos no Acordo de Escazú vinculados ao tripé informação-participação-justiça para instrumentalizar as forças locais da região em defesa do meio ambiente. Portanto, é essencial ser efetivada uma articulação institucional entre Brasil e Bolívia capaz de gerir, conjuntamente, com equidade e razoabilidade, as águas partilhadas do rio Mamoré e assegurar a democracia ambiental nas decisões relacionadas ao projeto de desenvolvimento da hidrelétrica binacional. O que depende: do fortalecimento dos interesses comuns; do estabelecimento de fontes de fomento; das criações de Comitês de Bacia de cada Estado e de Órgão comum para articulação institucional interestatal, com a ativa presença de membros da sociedade civil; e da efetividade do Acordo de Escazú, já ratificado pela Bolívia, mas ainda dependente da eleição dos representantes populares e do funcionamento do Comitê de Apoio à aplicação e cumprimento, previsto para 2023.
  • ANTONIO DE FREITAS FREIRE JUNIOR
  • “QUANTOS MAIS VÃO PRECISAR MORRER PARA QUE ESSA GUERRA ACABE?”: criação, desafios e desmonte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos frente ao retorno do autoritarismo brasileiro
  • Data: 27/09/2022
  • Hora: 14:30
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  • Ao analisar os dados disponibilizados pelos relatórios produzidos por organismos não-governamentais internacionais e domésticos acerca da violência contra pessoas defensoras de direitos humanos, bem como os relatórios temáticos elaborados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema, observa-se que o Brasil é, incontestavelmente, um dos países mais violentos para com esse grupo, que é vítima de diversas manifestações de violência. Apesar da existência de recomendações e obrigações internacionais que recaem sobre o Estado brasileiro acerca do tema no âmbito do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, os mecanismos de proteção às pessoas defensoras de direitos humanos adotadas internamente carecem de efetividade plena para o seu objetivo final. Dentre estes mecanismos, a presente pesquisa possui o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos como o seu foco de estudo, cujo objetivo geral se concentra na análise da evolução normativa, política e institucional da referida política pública entre o período de 2004 a 2021. Portanto, procura compreender os seus impactos jurídicos e político-sociais em torno da agenda de defesa dos direitos humanos. Guiado por motivos didáticos e metodológicos, o trabalho dividiu a análise temporal do Programa de Proteção em três fases: o momento de criação, período que abrange os anos de 2004 a 2012; de tentativas de consolidação e reivindicações de reforma, entre os anos de 2013 a 2016; e, por fim, uma fase de desmonte, cujo início se deu no segundo semestre de 2016 e perdura até o momento de publicação da dissertação. Metodologicamente, a pesquisa pretende enfrentar a problemática proposta a partir de uma análise teórica, normativa e social, com base nos documentos, relatórios e críticas feitas por movimentos populares e setores da sociedade civil organizada sobre a temática referente à proteção das pessoas defensoras de direitos humanos e, assim, analisando especificamente a evolução da política pública como um resultado institucional das reivindicações feitas por aqueles sujeitos coletivos. Ao final, é possível contemplar a importância do fortalecimento do Programa de Proteção, tendo em vista a relevância das pessoas defensoras de direitos humanos na garantia, promoção e reivindicação de melhores condições de vida para os diversos grupos vulnerabilizados. Ao mesmo tempo, concluímos que o Programa de Proteção representa um “pano de fundo” das principais reivindicações populares em torno da agenda de direitos humanos ao longo de sua existência: durante a primeira fase da política pública (2004 – 2012), é possível compreender o seu lançamento como uma resposta institucional para as reivindicações acerca da necessária proteção das pessoas defensoras de direitos humanos diante do cenário de violência ao longo das últimas décadas. Na segunda fase, entre 2013 a 2016, as críticas dos movimentos populares anunciaram graves problemas relacionados à efetividade e o alcance do Programa no tocante à proteção dos seus potenciais beneficiários. Por fim, a terceira fase (2017 – 2021) evidencia que o desmonte da política pública coincide com o recrudescimento do cenário de violência contra os movimentos populares e as pessoas defensoras de direitos humanos, que passam a ser marginalizadas e enxergadas enquanto “inimigos internos”, fragilizando toda a pauta de direitos humanos a nível institucional no Estado brasileiro.
  • MARIA OLIVIA SILVA JARDELINO
  • OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA À LUZ DO RACISMO PUNITIVISTA: A CONSTRUÇÃO LATO SENSU DO INIMIGO SOCIAL
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa analisa a estereotipação de um inimigo lato sensu reforçada pelos meios de comunicação de massa, sob à luz do racismo punitivista. Assim, aborda-se a construção do perfil criminoso através de sua cor, condição socioeconômica e de território, sendo esta etiqueta sustentada pela mídia que noticia a violência, aclama medidas penais repressivas e o cerceamento de garantias fundamentais. Esta dissertação tem a sua importância justificada na carência de uma definição de inimigo lato sensu deste fenômeno responsável por perpetuar preconceitos. A principal problemática a ser enfrentada são as consequências que decorrem dessa construção discriminatória de inimigo exibida pela mídia. O objetivo geral é a identificação lato sensu de inimigo sob à luz do Direito Penal do Inimigo, mostrando que essa noção, apesar de pré-estabelecida numa sociedade racista, é reforçada pelos meios de comunicação. Os objetivos específicos são debater os motivos pelos quais a sociedade acata tão facilmente o discurso da criminologia midiática; analisar as consequências da sua intromissão em casos criminais, onde a imparcialidade e discurso punitivo promovem o julgamento antecipado de pessoas; avaliar possibilidades de uma regulação da mídia no Brasil. Esta pesquisa classifica-se como um estudo teórico e de caso, com metodologia bibliográfica e método de abordagem como análise de discurso. Por fim, trabalhará sob a hipótese de que existe um inimigo lato sensu construído com base no racismo dentro da dinâmica social, perpetuando uma sociedade e Estado que discriminam indivíduos por cor e classe social, estereótipos estes reforçados pelos meios de comunicação.
  • ADRIANO FERREIRA SILVA
  • Direitos Humanos e Políticas de Drogas: do proibicionismo à educação emancipatória
  • Orientador : LORENA DE MELO FREITAS
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 11:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo realizar um exame sobre as formas pela qual a Educação pode propiciar a consolidação de uma cultura educacional sobre drogas de caráter emancipatório, para além dos ditames da educação convencional pautada no proibicionismo. A política criminal proibicionista falhou no alcance do seu objetivo de reduzir a disponibilidade dos entorpecentes ilícitos, e tem ocasionado graves danos à sociedade e aos indivíduos, como as violações de Direitos Humanos. A educação sobre drogas no Brasil se insere hegemonicamente em escolas teórico-metodológicas de natureza conservadora, com estratégias de adestramento e amedrontamento. Com isso surge o problema de se é possível repensar um processo educativo para além do paradigma punitivo? O cenário de repressão e violência, presente na política de enfrentamento às drogas, deve ser abandonado, a partir das ações e práticas que permitam uma substancial alteração na percepção dos indivíduos sobre o consumo de entorpecentes. De tal maneira, a educação é a proposta de intervenção e alteração do paradigma proibicionista, como instrumento de modificação do cenário atual. Trabalha-se com a hipótese de que a educação sobre drogas deve tomar como base a Educação em Direitos Humanos que se referencia por uma pedagogia histórico-crítica, fundamentada na perspectiva dialética, como fundamento para a consolidação de uma educação sobre drogas de caráter emancipatório. Contudo, este trabalho científico foi desenvolvido por meio de revisão de literatura, ao se propor discutir acerca das nuanças teóricas que envolve a questão da Educação em Direitos humanos e as drogas na perspectiva do saber jurídico, utilizando o método de procedimento histórico, de modo a confrontar a realidade posta, por meio da dialeticidade entre perspectivas contraditórias.
  • LUIZ GONZAGA FILHO
  • ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL E A INEFETIVIDADE NA INCONSTITUCIONALIDADE DO SISTEMA PENITENCIÁRIO NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 347/2015
  • Data: 29/08/2022
  • Hora: 18:00
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  • A presente dissertação traz como objeto o precedente colombiano do estado de coisas inconstitucional, adotado no julgamento da Medida Cautelar da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347/2015, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade do sistema penitenciário brasileiro. A problemática pauta-se nas incongruências da adoção do instituto que pretende a inserção de medidas estruturais, flexíveis e monitoráveis para alterar um estado não normativo em diversas áreas, devendo-se debater a definição, as limitações, a validade e a utilização desse precedente em nosso País. Dentre outros pontos indagados, discute-se sobre a inobservância do contexto jurisprudencial do precedente no ordenamento estrangeiro; a inovação do controle concentrado de constitucionalidade não-normativo; a qualidade das medidas cautelares deferidas; e a falta de um processo de monitoramento e avaliação dessas medidas. O problema consiste no seguinte questionamento: “Do modo como o estado de coisas inconstitucional foi adotado, esse instituto possui meios para conduzir superações de violações massivas estruturais aos direitos fundamentais no Brasil?”. A hipótese formulada é a de que o estado de coisas inconstitucional não foi adotado como um instituto adequado para essa finalidade, não se identificando um compromisso com essa aproximação do texto constitucional com a realidade social. Em relação à metodologia, a pesquisa é bibliográfica e documental, considerando-se básica, qualitativa e descritiva.
  • JOSÉ WELHINJTON CAVALCANTE RODRIGUES
  • A gestão d(o direito) à vida pelas práticas de Estado de Direito durante a pandemia
  • Data: 25/08/2022
  • Hora: 09:00
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  • Fui acertado em cheio com uma visão do intolerável do mundo: o descarte de parcela da população brasileira no decorrer da pandemia. Constrangido com essa visão e pela força da necessidade, tomei as práticas de Estado de direito como objeto e fui obrigado a agir escrevendo esta tese que tem por objetivo geral analisar como as práticas de Estado de direito têm moldado a (não-)concretização do direito à vida durante a pandemia da COVID-19. Começarei tratando sobre como a eugenia se expressa na realidade brasileira socialmente construída, depois cartografando tecnologias modernas de governamentalidade e, por derradeiro, mapearei “práticas de Estado de direito” ao longo da pandemia, sendo cada um desses pontos correspondentes aos objetivos específicos. Agi questionando a funcionalidade dos conceitos, e não buscando essencialismos: como as práticas de Estado de direito atuam no sentido da (não-)concretização do direito à vida? Quase cego com a memória viva desse problema, este texto se justifica na medida em que pretende refletir sobre a relação entre sujeito, poder e verdade na constituição de uma subjetividade completamente governada, ditando o valor diferencial da vida e diferentes enquadramentos aos modos e sobre quem pode reivindicar o direito à vida. Desse modo, me aventurei em tatear a hipótese de que com o estabelecimento da modernidade e com a expansão do liberalismo, sedimentou-se no Brasil um paradigma biopolítico-eugênico que desembocou na dispensabilidade dos “incluídos” e na impossibilidade de concretização do direito à vida do “Outro”, agora formulado como “grupos de risco”. Atirados na Grande Noite, não é possível lançar luz sobre esse descarte em massa do humano, por isso esta tese utiliza o método cartográfico e a técnica de análise de conteúdo, bem como recorre a Michel Foucault, Judith Butler, Achille Mbembe, Jacques Sémelin, Luziana Ribeiro, dentre outros, como intercessores para lançar sombras sobre essas vidas que não gozam do direito a continuar vivas, de modo que esses pequenos poemas da existência possam brilhar por conta própria. Escrevendo para forçar a palavra ao limite que divide o saber, do não-saber; torcendo a língua como quem deseja tornar dito, o não-dito; tenho tateado a recalibragem da eugenia funcionando nas práticas de Estado de direito, contribuindo para a constituição de um sujeito racial passível de exclusão por fazer operar o negativo dos binômios puro/impuro, saudável/doente e forte/fraco, tornando o direito a continuar vivo do Outro não concretizável e anunciando o fim da cidadania no Brasil.
  • TAINARA MARIA QUIRINO DO NASCIMENTO
  • POR UMA ANÁLISE DA ARGUMENTAÇÃO DA FORÇA NORMATIVA E CONSTITUCIONALIDADE DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA NA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA BRASILEIRAS
  • Data: 29/07/2022
  • Hora: 14:00
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  • O Supremo Tribunal Federal vem, desde 2009, mudando o entendimento jurisprudencial acerca do princípio da presunção da inocência, por consecutivas vezes, mudando a argumentação para conferir maior ou menor alcance ao princípio. Em 2009, através do Habeas Corpus de nº 84.078, o Supremo criou precedente, por intermédio da ampla discussão, tentando estabilizar as decisões que discutiam o momento em que se poderia restringir a liberdade do indivíduo: antes ou após o julgamento em segunda instância. Na ocasião, o corpo de ministros, por maioria, atribuiu interpretação literal ao princípio, referindo que o momento da prisão somente poderia se dá após o fim definitivo do processo. O precedente perdurou por quase sete anos, mas foi levado novamente à discussão em 2016, através de outro Habeas Corpus. No Habeas Corpus de nº 126.292, a maioria decidiu que interpretação diversa deveria ser atribuída, referindo os ministros, em grande parte das vezes, que a interpretação literal era propícia a permitir a prescrição do crime sem que houvesse a devida punição ao réu, em razão da demora processual. Por fim, em razão da instável controvérsia ao longo desses anos, o Partido Ecológico Nacional resolveu suscitar, em sede de controle concentrado, por meio de ação declaratória de constitucionalidade, acerca da legitimidade constitucional do artigo 283 do Código de Processo penal, o qual também prevê a possibilidade de prisão somente após o trânsito em julgado de sentença condenatória. Nessa discussão, os ministros declararam ser o referido artigo constitucional. A maioria deles também dispôs que o momento em que ficava permitida a prisão se dá a partir do trânsito em julgado. Nesse diapasão, a Lava Jato também ganhou destaque ao conferir elementos que subsidiaram a discussão acerca do possível desrespeito ao princípio da presunção da inocência ao serem executados procedimentos que buscavam, primordialmente, investigar e combater a corrupção. Foram trazidos alguns aspectos que geraram desconforto na doutrina processualista penal, os quais foram tidos como ilegais ou ao menos irregulares aos olhos do correto processo penal. Ao final, se realizou balanceamento argumentativo acerca das discussões que podem significar desrespeito ao princípio da presunção da inocência, especialmente através de Friedrich Müller e Manuel Atienza. Através da doutrina citada, se tentou chegar à conclusão de utilização de argumentações inoperantes e inexequíveis do ponto de vista lógico da teoria da argumentação e averiguação de execução procedimentos inconstitucionais.
  • REBECCA ELEN AZEVÊDO DE MORAES
  • FEDERALISMO BRASILEIRO E O USO DO PRINCÍPIO DA SIMETRIA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS
  • Data: 28/07/2022
  • Hora: 09:00
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  • A problemática da presente dissertação pauta-se na forma que o Supremo Tribunal Federal utiliza o princípio da simetria com o fito de impor aos Estados-membros a necessária reprodução de um modelo federal de organização dos poderes, o que acaba homogeneizando os textos das constituições estaduais. O problema consiste em como a Suprema Corte vem construindo jurisprudencialmente o controle de constitucionalidade dos dispositivos das Constituições de estados no que concerne à aplicação do princípio da simetria, bem como as implicações dessa atuação na federação brasileira. Assim, o objetivo geral desta pesquisa é examinar quais os fundamentos utilizados pela referida Corte e em quais casos este Tribunal aplica o princípio supramencionado. Para tanto, através dos objetivos específicos, busca-se analisar as experiências históricas que envolvem o federalismo e o Estado federal brasileiro, através do estudo das Constituições Federais que já vigeram no ordenamento jurídico pátrio e o respectivo contexto político em que se desenvolveram, visando promover uma reflexão acerca das modificações dos dispositivos que definiam as regras da organização federal do país. Objetiva-se, também, definir o que é simetria e como este conceito é empregado na seara do federalismo, relacionando, ainda, a questão da autonomia dos Estados-membros e os limites constitucionais impostos a eles, expondo, notadamente, as ideias de autolegislação e os princípios limitadores do poder político local. Após a coleta e análise das ações de inconstitucionalidade concernentes às Constituições estaduais, analisa-se a aplicação do princípio da simetria nas decisões exaradas pelo STF, ocasião em que são tecidas algumas críticas acerca do posicionamento da Corte. No que se refere à metodologia empregada neste trabalho, utiliza-se o método de abordagem dedutivo. No que tange ao procedimento, opta-se pelo monográfico. Em relação ao objetivo metodológico adotado, é o exploratório, e a técnica de pesquisa realizada se dá mediante revisão bibliográfica e documental. Quanto ao referencial teórico, baseia-se em Marcelo Labanca Corrêa de Araújo. Por fim, ao analisar as ações diretas de inconstitucionalidade, concluiu-se que, da forma que é utilizado, o princípio da simetria não se comporta como um princípio jurídico, mas como um princípio de hermenêutica constitucional, atuando como um recurso argumentativo usado para cercear a autonomia dos Estados-membros, especialmente no que tange as disposições de seus textos constitucionais.
  • RODRIGO RIBEIRO VITOR
  • TRABALHO INTERMITENTE NO BRASIL: a desvalorização social do trabalho pela ruptura com a racionalidade econômico-social constitucional
  • Data: 28/07/2022
  • Hora: 09:00
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  • A presente pesquisa trata do trabalho intermitente, inserido num contexto de mudanças nas relações de trabalho, mudanças impulsionadas pelas crises econômicas e pelas transformações ideológicas e sociais decorrentes do processo de globalização. Justifica-se o estudo em decorrência de um cenário no qual, a desregulação e a flexibilização das relações trabalhistas, produzidas nesse quadro de transformações, apresentam um potencial de gerarem insegurança jurídica ante a existência de divergências jurisprudenciais, além de incertezas sociais e econômicas decorrentes da menor proteção trabalhista e previdenciária, o que pode culminar num aumento de demandas trabalhistas e de violações de direitos sociais, de modo a prejudicar o desenvolvimento econômico e social da sociedade brasileira. Disso decorre o seguinte problema: a inserção do contrato de trabalho intermitente no ordenamento jurídico brasileiro é um instrumento de valorização social do trabalho ou segue apenas a uma racionalidade que contempla interesses econômicos? Para tanto, parte-se da hipótese de que a inserção do trabalho intermitente no ordenamento jurídico brasileiro é consequência de uma “oportunidade” gerada pela crise econômica desencadeada a partir de 2008, embora o fundamento tenha sido a necessidade de modernização das relações de trabalho, mas, sua regulação contemplou preponderantemente a racionalidade econômica em detrimento da racionalidade econômico-social constitucional. Com isso, esta pesquisa tem como objetivo geral investigar se a inserção do contrato de trabalho intermitente no ordenamento jurídico brasileiro é um instrumento de desvalorização social do trabalho, em violação à diretriz constitucional disposta no art. 170, da Constituição Federal de 1988. Por sua vez, a fim de auxiliar na busca por esse objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram selecionados: a. Identificar o contexto e as razões determinantes das transformações das relações trabalhistas e a relação com o trabalho intermitente; b. Conhecer a realidade econômica, social e jurídica decorrente da inserção do contrato de trabalho intermitente no Brasil, desde sua implementação; c. Analisar se a racionalidade que pauta a regulação do trabalho intermitente no Brasil está em consonância com as disposições constitucionais. Para tanto, recorre-se, de modo geral, à metodologia dialética para análise da perspectiva econômica e social, utilizando-se ainda do procedimento monográfico e da revisão bibliográfica. Há ainda uma etapa de levantamento de campo, cuja finalidade é fortalecer qualitativa e quantitativamente as evidências acerca da realidade do trabalho intermitente. Para responder à pergunta de pesquisa, utiliza-se o método da análise econômica do direito, adaptando o que seria o critério de eficiência dessa análise à ideia de racionalidade econômico-social constitucional”. Por fim, chega-se à conclusão de que o trabalho intermitente não é um instrumento de valorização do trabalhador por não ser compatível com a racionalidade econômico-social constitucional.
  • RENATO HIROSHI XAVIER NAGAHAMA
  • A FIGURA DO CONSÓRCIO PÚBLICO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO: LEITURA DA DINÂMICA ENTRE O CONSÓRCIO NORDESTE E INVESTIMENTOS CHINESES NA INFRAESTRUTURA NORDESTINA
  • Data: 25/07/2022
  • Hora: 09:00
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  • A presente pesquisa se debruça sobre a relação entre investimentos estrangeiros e o desenvolvimento socioeconômico decorrente do aprimoramento e expansão da infraestrutura de regiões subdesenvolvidas, como o Nordeste Brasileiro, levados a cabo pela iniciativa subnacional “Consórcio Nordeste”, criada em julho de 2019 diante de uma conjuntura política de desalinhamento entre o Governo Federal e os governos estaduais. O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa documental, em um primeiro momento, dos marcos legais que possibilitaram a existência e a atuação dos consórcios públicos no ordenamento jurídico brasileiro, como a Lei nº. 11.107/2005 e o Decreto nº. 6.017/2007. Em um segundo momento, buscou-se analisar dados que servem como suporte para o posicionamento do Nordeste como uma região que detém, no geral, baixos índices de desenvolvimento socioeconômico e alto índice de desigualdade social, no intuito de justificar o esforço associado entre os poderes executivos dos estados nordestinos. Após, buscou-se correlacionar investimentos em infraestrutura com crescimento econômico, utilizando-se o pensamento de economistas como David Aschauer e Albert Hirschman contextualizados no atual cenário de aliança entre o Consórcio e o capital transnacional chinês. Conclui-se que novas formas de gestão associada entre entes federados representam modernas oportunidades para a aceleração do desenvolvimento, que a dinâmica entre o Consórcio e o país asiático se traduz na abertura de um leque de oportunidades de financiamento de obras na região brasileira e que o investimento em infraestrutura, por si só, não implica no crescimento econômico, mas representa uma permissão para o desenvolvimento com menos restrições.
  • GESSICA DE CASSIA ARAUJO DOS SANTOS
  • EMPRÉSTIMO CONSIGNADO A APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO INSS: Relação entre hipervulnerabilidade e Superendividamento
  • Data: 31/05/2022
  • Hora: 09:00
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  • No Brasil, a concessão do crédito experimentou crescimento significativo nos últimos anos, tendência que continua em alta. Nesta pesquisa, aborda-se a temática dos empréstimos consignados realizados no Brasil, diante da relevância dessa alternativa econômica para a sociedade, mas, principalmente, pelos reflexos negativos sobre o público-alvo, em específico, os idosos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Levando-se em conta essa situação, busca-se responder à seguinte questão de pesquisa: como minimizar o endividamento decorrente da concessão de crédito consignado a idosos aposentados e pensionistas do INSS? Supõe-se que, para minimizar ou mesmo evitar situações de superendividamento do idoso, é necessário o equilíbrio nas relações de consumo, bem como a efetividade das normas existentes para essa finalidade, além do reconhecimento da hipervulnerabilidade do idoso, pelas firmas fornecedoras, que devem prestar um serviço justo e transparente. Com base nessa problemática, o objetivo geral é analisar as características da modalidade de empréstimos consignados e o seu impacto em relação ao superendividamento da população idosa, tema relevante diante do envelhecimento populacional, do crescimento expressivo do mercado creditício e de como esses fatores impactam diretamente a economia brasileira. Para alcançar os objetivos, utiliza-se abordagem de tipo qualitativa, valendo-se do método de pesquisa exploratória, pela técnica bibliográfica, com base na Constituição Federal de 1988, em leis ordinárias, propostas legislativas e jurisprudências, assim como em estudos teóricos específicos sobre o tema. Serão analisados marcos históricos que moldaram a estrutura do mercado de crédito consignado atual no Brasil; depois a proteção jurídica, relacionando-a ao lugar do idoso no contexto do mercado de consumo, para, em seguida, abordar o princípio da vulnerabilidade nas relações de consumo, evidenciando-se a hipervulnerabilidade do idoso na contratação de empréstimos consignados. Ao final, ponderando-se a posição dos tribunais brasileiros e a doutrina inovadora que versa sobre a inclusão da prevenção do endividamento exagerado no Código de Defesa do Consumidor (CDC), qual seja, a Lei nº 14.181/1921, será produzida análise sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
  • FABIANA PEREIRA CARNEIRO CASSIANO
  • POLÍTICAS TRIBUTÁRIAS INDUTORAS DO DESENVOLVIMENTO SOCIECONÔMICO: estudo de eficácia à luz do projeto de criação da Zona Franca do Semiárido nordestino
  • Data: 30/05/2022
  • Hora: 15:00
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  • O estudo da indução tributária vinculada à criação de uma Zona Franca no semiárido se insere no contexto do objetivo de redução das desigualdades regionais e sociais do Brasil, previsto no artigo 3º, inciso III, da Constituição Federal, utilizando o Direito Tributário como mecanismo de efetivação desse desiderato. A presente dissertação analisa tal realidade, no objetivo de ponderar as características que devem revestir as políticas tributárias indutoras do desenvolvimento socioeconômico regional. Para tanto, o texto consiste em pesquisa exploratória, utilizando como base levantamento bibliográfico, através de estudo e revisão de leis, atos normativos, jurisprudência e literatura específica sobre o tema, no propósito de avaliar criticamente as realidades existentes, utilizando como marco teórico autores ligados às áreas temáticas da tributação e do desenvolvimento, como Gilberto Bercovici, Celso Furtado, Luís Eduardo Schoueri, Rosa Oliveira Pontes Braga e Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa. O tema é abordado em cinco capítulos, que retratam, inicialmente, os objetivos específicos, partindo da delimitação de conceitos inerentes ao enfoque, passando pelo sentido e aplicabilidade das políticas públicas decorrentes de normas tributárias indutoras. Na sequência, é trazido ao texto o conceito de extrafiscalidade no ordenamento jurídico brasileiro, seus requisitos e papel frente à busca pelo desenvolvimento socioeconômico nacional, ponderando-se a necessidade de renúncia de receitas; depois, tomando como base o caso da proposta legislativa de criação da Zona Franca do Semiárido, o problema é configurado no contexto da região escolhida, com abordagem dos seus possíveis impactos socioeconômicos; ao final, é produzida análise de eficácia jurídica, considerado o pacto federativo, para concluir, em face dos questionamentos propostos, pela pertinência da PEC nº 19/2011 para os fins de promoção do desenvolvimento sociorregional do semiárido nordestino.
  • ROMEU TAVARES BANDEIRA
  • A (IN)EFETIVIDADE DA OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS: UM ESTUDO NO SISTEMA HÍDRICO ENGENHEIRO ÁVIDOS, SÃO GONÇALO E RIO PIRANHAS, SERTÃO PARAIBANO
  • Data: 30/05/2022
  • Hora: 14:00
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  • A água é um bem ambiental essencial à vida tanto das pessoas quanto dos demais seres vivos, ainda que a sua disponibilidade seja irregular ao longo da superfície terrestre, motivo pelo qual se caracteriza enquanto um recurso finito que necessita de uma boa gestão. Nesse sentido, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) elenca uma série de instrumentos orientativos para realização dessa gestão, como a outorga de direito de uso dos recursos hídricos, objeto de estudo desta dissertação. Acerca desse tema, a problemática da pesquisa é verificada na contraposição entre o que se encontra devidamente positivado nos mecanismos legais nacionais sobre a necessidade da outorga de direito de uso dos recursos hídricos e o que é visualizado na (in)efetividade do instrumento a fim de identificar os possíveis obstáculos a serem superados e vencidos. Dessa forma, incidem sobre o referido problema os seguintes questionamentos: a outorga de direito de uso dos recursos hídricos se contrapõe ao direito ao acesso à água? No plano jurídico, constitui um instrumento efetivo de controle dos usos múltiplos das águas? Assim, tem-se como objetivo geral analisar o instrumento de outorga de direito de uso dos recursos hídricos como elemento essencial ao exercício do direito ao acesso à água. Por sua vez, são os objetivos específicos do presente trabalho: a) apontar as características do direito ao acesso à água no ordenamento jurídico nacional e a sua relação com o direito ao desenvolvimento; b) descrever o tratamento normativo da outorga de direito de uso dos recursos hídricos; c) realizar o estudo e o levantamento de dados das outorgas no sistema hídrico Engenheiro Ávidos, São Gonçalo e Rio Piranhas. Para analisar a (in)efetividade desse instrumento e a mitigação do direito ao acesso à água dela decorrente, optou-se por selecionar uma área de estudo específica, qual seja o sistema hídrico que pertence a sub-bacia Alto Piranhas, inserido na Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu (BHPA), localizada no Semiárido Paraibano, a qual, em virtude de suas características climáticas, geológicas e de gestão, sofre com a escassez hídrica. Vale salientar que o lapso temporal da coleta de dados das outorgas concedidas na área de estudo é de janeiro de 2013 a dezembro de 2021 e estão disponibilizadas nos bancos de dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e da AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba). Ademais, o raciocínio de abordagem utilizado é o dedutivo e a pesquisa é quali-quantitativa, fundamentada em uma revisão bibliográfica e documental, de caráter exploratório e com análise de dados descritiva. Em paralelo, o presente estudo está baseado na realização de pesquisa de campo. No tocante às legislações, a Constituição Federal de 1988, a Lei nº 9.433/97, a Resolução nº 1.938/2017 da ANA e a Resolução Conjunta ANA/AESA nº 76/2018 são estudadas. Portanto, parte-se da hipótese de que o instrumento de outorga viabiliza os usos múltiplos da água, razão pela qual é um elemento essencial ao exercício do direito ao acesso à água. Por fim, acredita-se que essa dissertação poderá contribuir com os órgãos gestores das águas, notadamente no âmbito do Estado da Paraíba, ao identificar entraves à concretização do direito ao acesso à água relacionados a outorga de direito de uso dos recursos hídricos e, diante desse contexto, percebe-se a essencialidade deste estudo em função de sua relevância científica e do seu caráter inovador.
  • FELIPE TORRES VASCONCELOS
  • O ACESSO A DADOS BANCÁRIOS EM INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS FEDERAIS: uma análise do cumprimento das Recomendações 9, 30 e 31 do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo
  • Data: 23/05/2022
  • Hora: 14:00
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  • Antes de policiais e armas, o combate ao crime de lavagem de dinheiro exige o desenvolvimento de mecanismos de coleta e análise de dados bancários, com o fim de rastrear, bloquear e recuperar ativos oriundos de atividades criminosas. Com a finalidade de combater esse crime, em 1990, o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI) elaborou um conjunto de 40 recomendações, estabelecendo um padrão internacional de combate à lavagem de capitais. Nesse contexto, a presente Dissertação de Mestrado possui como objetivo geral analisar a forma e o prazo necessários para ter acesso a dados bancários em investigações criminais federais, com a finalidade de verificar o cumprimento pelo sistema penal brasileiro ao teor das Recomendações 9, 30 e 31 do GAFI. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa (i) descreve o conceito e as características do crime de lavagem de dinheiro e a sua relação com o sistema financeiro; (ii) analisa o conceito e os fundamentos do sigilo bancário no Brasil; (iii) indica as formas de acesso a informações financeiras em investigações criminais federais; (iv) discorre acerca da natureza jurídica e do conteúdo das Recomendações 9, 30 e 31 do GAFI, que tratam sobre sigilo de operações financeiras e responsabilidades e poderes de autoridades encarregadas da investigação e aplicação da lei; e (v) analisa os dados do Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (SIMBA), criado para digitalizar a troca de informações entre Banco Central do Brasil (BCB), instituições bancárias, Poder Judiciário, Polícia Federal e Ministério Público Federal. Com base nos dados do SIMBA, a pesquisa calcula a média e a mediana do tempo necessário para ter acesso a dados bancários em investigações criminais federais no período de 2010 a 2020. Em relação à metodologia, a pesquisa adota o procedimento monográfico, com objetivo metodológico exploratório e com técnica de levantamento de dados bibliográfica e documental. O cálculo da média e da mediana resulta da inserção de fórmulas estatísticas sobre os dados do SIMBA no programa Microsoft Excel. Assim, a pesquisa utiliza o método auxiliar estatístico para análise dos dados do SIMBA. A partir do resultado da análise quantitativa e qualitativa dos dados do SIMBA, a conclusão da Dissertação aponta para o não cumprimento integral das Recomendações 9, 30 e 31 do GAFI, em virtude da lentidão e da dificuldade para obtenção dos dados financeiros por parte das autoridades encarregadas da persecução criminal no Brasil.
  • TALITHA GIOVANNA MARANHÃO DA COSTA
  • Vício por “insegurança ambiental” em produtos programados para obsolescência.
  • Data: 23/05/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação de mestrado versa sobre o enquadramento normativo da conduta de fabricar e colocar em circulação produtos com vida útil intencionalmente reduzida, fenômeno conhecido como “obsolescência programada”, no propósito de analisar as repercussões jurídicas que tal prática pode acarretar, tendo como referência interpretativa o chamado “paradigma da relação de consumo helicoidal”. À luz desse arquétipo teórico, serão estudadas a legislação, a jurisprudência e a doutrina brasileiras, bem como, subsidiariamente, as normas internacionais correlatas, de modo a produzir uma proposta de remodelamento do instituto do “vício por insegurança”, nomeadamente no chamado “fato ou defeito do produto”, relacionado com acidentes de consumo e disciplinado pelos arts. 8º a 17 do Código de Defesa do Consumidor, no escopo de abranger uma categoria nova, aqui denominada “vício por insegurança ambiental” em produtos de vida útil intencionalmente reduzida a partir da fabricação, à luz da teoria mencionada. Para tanto, serão apresentadas inferências metodológicas predominantemente de tipo dedutivo, procedendo-se à extração interpretativa a partir de premissas gerais aplicáveis às hipóteses propostas, pelos vieses teóricos da obsolescência programada, dos vícios de qualidade do produto por insegurança – teoria da qualidade – em cotejo com a mencionada teoria do consumo helicoidal, até alcançar não apenas medidas de proteção patrimonial do consumidor como também a tutela ampliada do meio ambiente, de onde se extrai ser possível pleitear indenização por dano ambiental causado por tal prática (art. 12 do CDC).
  • GABRIELA BRITO DE SOUZA
  • A PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA CRIANÇA PELO ESTADO BRASILEIRO EM CASOS DE SUBTRAÇÃO INTERNACIONAL: O (DES)CUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO DA HAIA DE 1980 NA RELAÇÃO COM OS ESTADOS UNIDOS
  • Data: 20/05/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta Dissertação tem por objeto avaliar o desempenho do Estado brasileiro no cumprimento da Convenção da Haia de 1980 (CH80), através da atuação da Autoridade Central e do Judiciário, com vistas a proteger os direitos da criança em casos de subtração internacional, a partir da relação entre as Autoridades Centrais brasileira e estadunidense. Tal Convenção proposita proteger crianças subtraídas ilicitamente do seu Estado de residência habitual para Estado estrangeiro (e regular visitas transnacionais) em conflitos familiares sobre o direito de guarda, estabelecendo normas de Cooperação Jurídica Internacional. Nesse sentido, parte-se da abordagem da CH80 como um tratado sobre o melhor interesse da criança, haja vista se correlacionar com a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), de 1989, e complementá-la, buscando preservar o direito à convivência familiar e comunitária. O Estado brasileiro, Contratante de ambas as convenções, assumiu compromisso perante a comunidade internacional de salvaguardar a criança, operando através da Autoridade Central Administrativa Federal e da Justiça Federal. Todavia, a atuação do Brasil em Subtração Internacional de Crianças não é bem avaliada internacionalmente, de modo ser apontado formalmente pela Autoridade Central dos Estados Unidos da América (EUA) — Estado que mais coopera com o Brasil na matéria — como um Estado descumpridor da Convenção da Haia. Essa circunstância enseja atenção pois expõe negativamente o trabalho brasileiro em Cooperação Jurídica Internacional e defesa dos direitos da criança, que precisa de tratamento especial considerando sua condição de desenvolvimento e vulnerabilidade. O objetivo geral, portanto, é investigar, com base nos dados das Autoridades Centrais brasileira e estadunidense, o padrão comportamental do Estado brasileiro no cumprimento da CH80 e, indiretamente, da CDC, com fulcro na relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Metodologicamente, utilizam-se os métodos quali-quantitativo, histórico e hermenêutico, abordagem indutiva e técnica de pesquisa bibliográfica e documental. Conclui-se pela crescente melhoria no desempenho do Estado brasileiro na aplicação do tratado da Haia com os Estados Unidos e consequente proteção da criança, exponenciada pela tendência do Brasil entre 2016 e 2021 de ter resolvido mais casos passivos do que recebeu, mas ainda insuficiente, diante da persistência dos extremos atrasos das decisões judiciais, havendo a necessidade de investimento em mecanismos consensuais de resolução de conflitos e a criação de uma lei nacional própria que atenda às especificidades do tratado. Ademais, foram observadas falhas e inconsistências dos EUA no que se refere aos casos ativos do Brasil.
  • NATÉRCIA ESTER DA CONCEIÇÃO ESTEVÃO WATY
  • DIREITOS HUMANOS EM MOÇAMBIQUE: PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIAS SOCIAIS E DE PENSAMENTO DESENVOLVIMENTISTA
  • Data: 18/05/2022
  • Hora: 13:00
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  • O objeto da tese que ora se apresenta concentra-se no debate da inter-relação entre desrespeito pelo bem público, corrupção e aumento da desigualdade socioeconômica em Moçambique. O objetivo é examinar, com base nas categorias filosóficas, os processos cognitivos e sociais pelos quais se operacionalizam a aprendizagem moral e as competências sociais, de forma a internalizar a cultura dos direitos humanos em crianças e em adultos que cresceram sem esse conhecimento. O problema parte do fato de a florescente cultura da corrupção, um fenômeno social, não beneficiar o interesse público, e de se pretender de que forma a construção de uma cultura dos direitos humanos em Moçambique pode reforçar as ações de combate à corrupção, defendendo a hipótese de que a aprendizagem em direitos humanos, especificamente sobre o respeito à coisa pública, isto é, ao bem da fazenda pública, adquirido com dinheiro público, para a satisfação das necessidades coletivas, pode cumprir um papel relevante na moralização da sociedade. Adota-se o método descritivo-prescritivo, com base em pesquisa bibliográfica sobre as vastas obras que refletem problemas da ética prática, teoria e filosofia dos direitos humanos e sobre o desenvolvimento moral em crianças. Posteriormente, é sugerida adoção da educação em direitos humanos, a partir dos valores especificamente moçambicanos, como condição imperiosa para se desfazer a tradição corrupta que vigora no país.
  • CAROLINE HELENA LIMEIRA PIMENTEL PERRUSI
  • DA INEFICÁCIA DO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO EM FACE DA AUTOMAÇÃO À PROMOÇÃO DA AUTOMAÇÃO SOCIAL: PARÂMETROS PARA EQUALIZAR A RELAÇÃO TECNOLOGIA-TRABALHO A PARTIR DA ANÁLISE FUNCIONAL DOS SISTEMAS SOCIAIS
  • Data: 29/04/2022
  • Hora: 16:00
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  • Os produtos da indústria 4.0 e a consequente revolução digital influenciaram intensamente a dinâmica do capital globalizado que, já metamorfoseada pela terceira revolução industrial, sofreu ainda mais mutações. A partir do aprimoramento da tecnologia e do processo de automação capaz de “substituir” o trabalho do homem pelo da máquina, acelerado pelos recursos de informação e comunicação com o auxílio da crescente inteligência artificial que potencializa o mercado financeiro, o índice de desocupação no Brasil avançou e impulsionou o fenômeno conhecido por desemprego tecnológico. Tido como um dos grandes problemas sociais da Pós-Modernidade, exige esforço estatal na condução das tomadas de decisão com o propósito de articular o incremento tecnológico ao valor social do trabalho e, assim, cumprir os fundamentos e objetivos constitucionais. Neste sentido, após análise do dispositivo de proteção do trabalhador em face da automação no sistema jurídico brasileiro, inserto no art. 7º, XXVII, verifica-se sua incontestável ineficácia. Portanto, a relação tecnologia-trabalho na sociedade, expandida em virtude do distanciamento social provocado pelo COVID-19, denota uma disfuncionalidade entre as searas jurídica, tecnológica, política e econômica, em virtude de se promover uma busca incessante pelo desenvolvimento nacional sem integrar crescimento econômico à prosperidade do trabalhador enquanto ser humano, o que caracteriza sua desproteção e, consequentemente, a ausência de cidadania social. Ainda, constatada uma deficiência educacional brasileira para preencher as novas funções exigidas pelo mercado de trabalho tecnológico, questiona-se como salvaguardar o valor social do trabalho e o incentivo à educação tecnológica em favor do desenvolvimento nacional a partir da garantia de eficácia social do princípio de proteção do trabalhador em face da automação? O que se pretende, então, como objetivo principal é apresentar parâmetros normativo-hermenêuticos mínimos para uma solução que afaste a ineficácia social do princípio constitucional da proteção em face da automação, reconhecendo a importância dos recursos tecnológicos para a promoção do desenvolvimento, o que apenas pode ocorrer mediante a tutela do valor social do trabalho. Com fundamentos na Teoria Geral dos Sistemas de Luhmann e na interdependência entre os subsistemas funcionais do sistema social da sociedade complexa, propõe-se a aplicação da hermenêutica jurídica-constitucional extensiva por seus métodos teleológico, sociológico e sistemático de interpretação jurídica do princípio de proteção em face da automação. Deste modo será possível compreender a interdisciplinaridade entre o direito, economia, tecnologia e política e, por conseguinte, concretizar a proteção do trabalhador para que não seja vítima do desenvolvimento tecnológico. Para tanto, explica o contexto social com préstimos de fontes primárias e seus dados quantitativos obtidos por documentação indireta, porém progride na forma de discussão teórica e bibliográfica com alcance eminentemente qualitativo. Demonstrados os impactos da omissão legislativa da automação no Brasil, expõe-se os parâmetros constitucionais para equalizar a relação tecnologia-trabalho por meio da promoção da automação social.
  • ANNA MARCELA CHIANCA DE GUSMÃO LIMA LINS
  • LAVAGEM DE DINHEIRO NOS PAÍSES MEMBROS DO MERCOSUL: POSSIBILIDADES AUXÍLIO AO COMBATE DO CRIME
  • Data: 29/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • A globalização trouxe a vida humana uma série de benefícios, aproximou as relações de quem vive longe, tornou a vida humana mais ágil, mas também muitas vezes mais complicada. As relações sociais sofreram profunda mudança desde o início do terceiro milênio, a volatividade com quem as informações são trocadas é assustadora, tanto para contribuir como para prejudicar. Nesta seara temos a criminalidade econômica que não tardou a incorporar tudo que a globalização inseriu na vida humana. A lavagem de dinheiro precisamente foi um método que a delinquência incorporou com maestria, se utilizando de métodos cada vez mais ardilosos e sempre mutáveis, por esta razão é preciso o constante estudo e aperfeiçoamento das técnicas com fim de tentar combater o delito. Desta forma, este trabalho apresenta um estudo acerca do crime de lavagem de dinheiro, transpassando conceitos de direito econômico, globalização, criminalidade economica. O recorte foi feito com fito de pesquisar no âmbito dos países parte do MERCOSUL, a forma como tutelam a lavagem de dinheiro, o papel que a organização exerce enquanto comprometida ao desenvolvimento socioeconômico dos seus países partes. A hipótese da pesquisa é se o MERCOSUL poderia se valer da sua estruturação para fomentar o combate ao crime de lavagem de dinheiro. Permeando a questão do eixo que se presente responder: seria possível aplicar instituto como princípio do reconhecimento mútuo no âmbito do MERCOSUL a fim de permitir a maior comunicação e integração dos atos da policia e do judiciário? A metodológiac empregada para apresentar e discorrer sobre a pesquisa será o hipotético-dedutivo, porquanto pretendemos iniciar o exame da hipótese fática de uma maneira geral, buscando, através da elaboração de hipóteses teóricas e práticas, conclusões acerca das possibilidades de retaliação da lavagem de dinheiro. Empregar-se-ão os métodos de dialético, permitindo a ponderação acerca dos vários posicionamentos discordantes a respeito do tema; (b) histórico, pois haverá uma avaliação de como ocorreu no Brasil a evolução da legislação penal na seara econômica e; (c) alfim, haverá o emprego do método comparativo, onde serão examinadas as legislações dos países partes do MERCOSUL. Procedimentalmente, o método hermenêutico será utilizado, bem como as técnicas de documentação indireta, observação sistemática e análise qualitativa de dados quantitativos. A discussão pretende apresentar, ao final deste Trabalho de Dissertação, respostas possíveis que atendam à problemática apresentada.
  • TUANNY SOEIRO SOUSA
  • TRANSMARIAS: DIREITO; DIREITOS E GÊNERO NOS EMBATES E ENREDAMENTOS DISCURSIVOS SOBRE A VITIMAÇÃO TRANS NA LEI MARIA DA PENHA
  • Data: 29/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • A possibilidade de reconhecimento de mulheres transexuais e travestis como vítimas de violência doméstica e familiar nos termos da Lei Maria da Penha no Brasil tem sido o objetivo de uma série de acontecimentos discursivos que congregam o Movimento Trans, juízes, jornalistas, defensores públicos e promotores de justiça. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é analisar como esse conjunto de discursos se antagonizam e se enredam mediadas por tecnologias da informação e comunicação, produzindo idealizações de “Estado/Direito” e “gênero”, incluindo um “posicionamento coletivo” sobre a possibilidade de aplicação da lei para pessoas trans que organizam as condições de produção das decisões judiciais. Elege-se, nesse sentido, o seguinte problema de pesquisa:como são coproduzidos “Estado/Direito” e “gênero” nos embates e enredamentos discursivos travados em torno do direito de mulheres trans e travestis num contexto em que são reconhecidas como vítimas de violência doméstica e familiar contra a mulher? A pesquisa combina elementos teórico-metodológicos da “etnografia dos papéis” com os da “etnografia do ciberespaço” para o levantamento, descrição e leitura de documentos judiciais, administrativos e jornalísticos envolvendo o reconhecimento da vitimação de mulheres trans e travestis na violência doméstica e familiar publicizado no ciberespaço, estabelecendo um recorte temporal de 2011-2021. Como método de análise, aciona-se a teoria do discurso de Enresto Laclau e Chantal Mouffe. Os resultados apontam para a existência de redes sociotécnicas mediadas por tecnologias da informação e da comunicação que agregam diferentes atores em torno de um posicionamento coletivo que reconhece a possibilidade de aplicação da Lei Maria da Penha a mulheres trans. Como consequência, no cenário judicial, esses distintos discursos hegemonizados na rede criam as condições de estruturação de uma “gramática moral de gênero” que medeia as relações entre juízes e desembargadores da comunidade interpretativa, e estabelecem as regras que devem ser adotadas para a legitimação de uma decisão judicial. É possível perceber que majoritariamente esses intérpretes aplicam a lei para mulheres trans, reformando as decisões daqueles que se recusam a manejar o idioma forjado para a prática jurídica. Nota-se, ainda, a produção de uma nova função para a figura do “Estado de Direito”, elemento essencial para o reconhecimento da demanda: o dever de proteção das “minorias” e dos “vulneráveis” sob o imperativo da garantia da “dignidade humana”.
  • ANA CAROLINA GONDIM DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • Invisibilizadas na vida e na morte: “transfeminicídio” em João Pessoa de 2016 a 2020
  • Data: 28/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese tem por objetivo analisar se os transfeminicídios podem ser consequência de necropolítica. Por isso, a qualificadora do feminicídio não seria suficientemente adequada para ser aplicada a esses casos, a partir da realidade empírica de João Pessoa. A pesquisa se justifica em razão de o Brasil ser considerado, por organizações não-governamentais nacionais e internacionais, o país mais letal para a população LGBTQIAP+, sobretudo para as mulheres trans e as travestis. Para captar a realidade do fenômeno criminológico, empreendeu-se pesquisa empírica, de natureza documental, com abordagem quanti-qualitativa, utilizando-se como método a análise de conteúdo de Bardin e a perspectiva da interseccionalidade para o desenvolvimento da análise. O campo de pesquisa foi a Delegacia Especializada de Crimes contra as Pessoas da Capital e o corpus foram os inquéritos que investigaram os crimes violentos letais intencionais contra mulheres trans e travestis, no recorte temporal de 2016 a 2020. Para tanto, foram localizados, dentre 1.404 inquéritos, 13 casos nos quais as vítimas eram mulheres trans ou travesti. Procedeu-se o levantamento dos dados entre os meses de novembro de 2020 e março de 2021. O referencial teórico para o tratamento qualitativo dos dados amparou-se em: Butler, Foucault, Bento, Rubin, Laquer, Louro, Machado, Efrem Filho, Crenshaw, Hirata, Agamben, Becker, McClintock, Mbembe, Vianna e Lowenkron, Honneth, dentre outros. Para a construção da tese, foram desenvolvidos três capítulos. No primeiro, procedeu-se a discussão sobre o corpo, o sexo e o gênero como artefato cultural, a ruptura das narrativas essencialistas a partir da discussão sobre inteligibilidade, enquadramento e passabilidade, bem como as diferenças entre as designações mulher trans e travesti. No segundo capítulo, as interseccionalidades que atravessam as vidas das vítimas de transfeminicídio foram analisadas. Marcadores como raça, gênero, classe social, território, ocupação, contextos familiares, escolaridade são elementos que se implicam reciprocamente, produzindo e agravando a abjeção como elemento caracterizador dos transfeminicídios. Catalizadores do processo de precarização dessas vidas, através da estigmatização, discriminação, criminalização e eliminação. No último capítulo, se examinou como as práticas de Estado estão permeadas pelas hierarquias e estereótipos de gênero que produzem necropolíticas de extermínio das mulheres trans e das travestis, o transfeminicídio: fenômeno criminológico genuíno motivado pela abjeção, com características diferentes do feminicídio, de modo que a tipificação penal do fenômeno se justificaria amparada na concepção de um direito penal dos vulneráveis, originado a partir de nova perspectiva da criminologia crítica. Outrossim, sob o prisma do garantismo penal, não é possível analogia in malam partem. Desse modo, a tipificação do transfeminicídio é uma possível estratégia de reversão à violação de direitos humanos e às políticas de morte voltadas às mulheres trans e às travestis, bem como providência inicial para o reconhecimento desses sujeitos (sujeitas) como pessoas, titulares de direitos e dignidade.
  • NATALY DE SOUSA PINHEIRO ROSAS
  • A (DES)PROTEÇÃO DO TRABALHADOR NO SISTEMA PRISIONAL: DA SELETIVIDADE PENAL ÀS IMPOSSIBILIDADES DA RESSOCIALIZAÇÃO
  • Data: 20/04/2022
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese tem como objeto de pesquisa o trabalho prisional, compreendo-o como categoria intrínseca ao modo de produção capitalista, que, nesse sentido, possui particularidades e peculiaridades, principalmente quando se coloca como central no processo de reintegração social da pessoa privada de liberdade. Nesse linear, a estrutura social mantém a população negra e pobre como alvo privilegiado da vigilância, do controle e da violência de Estado. A seletividade penal permeia a constituição da política criminal no Brasil, imbricada por determinantes sócio-históricos que levam determinada parcela da população à essa instituição denominada prisão. No capitalismo contemporâneo, a política de execução penal apresenta-se como uma contradição, visto que o isolamento imposto pela sanção penal dificulta a reintegração pela própria falta de convívio social da pessoa presa. Tais argumentos instigam o problema da nossa proposta, pois questionamos se a legislação que trata do trabalho de pessoas que se encontram em cumprimento de pena se consubstancia em instrumento para o processo de ressocialização e reintegração na sociedade ou acaba por precarizar ainda mais as condições de vida daqueles que estão em privação de liberdade, diante das lacunas nas normativas legais que tratam sobre o trabalho prisional. Temos a hipótese de que a regulamentação legal destinada aos trabalhadores que trabalham na prisão é incipiente, o que aumenta as diferenças entre os trabalhadores prisionais e os trabalhadores “livres”. A incipiência normativa consubstancia-se em uma grave violação de direitos, contribuindo para a precarização das condições de vida dos presos trabalhadores. Além disso, o trabalho prisional torna-se útil e necessário para o modo de produção capitalista, por ser, ao mesmo tempo, um instrumento de controle e exploração de determinada parcela da população. Nesse sentido, a proposta de pesquisa tem por objetivo geral analisar qual a funcionalidade do trabalho prisional para o modo de produção capitalista, compreendendo se as normativas de nosso ordenamento jurídico, que tratam sobre o trabalho executado por apenados, em quaisquer dos regimes que sejam, contribuem para que seja efetivada a sua reintegração social. Metodologicamente, a categoria da totalidade referencia toda a pesquisa. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica dentre a produção acadêmica que já analisa tal temática e, por outro lado, buscamos conhecer o tema a partir de pesquisa com dados primários e secundários acerca do objeto de estudo, obtidos através de pesquisas realizadas anteriormente, bem como com a coleta e análise de informações e dados referentes ao trabalho prisional, que foram solicitadas aos órgãos competentes, com base na Lei de Acesso à Informação. Com isso, tentamos articular a unidade teoria-prática. Assim, nossa pesquisa pode ser caracterizada como sendo exploratória e descritiva. Com isso, identificamos que o aparato legal existente acerca do trabalho prisional legitima a exploração dos desnecessários ao modo de produção capitalista que estão em situação de privação de liberdade. Empiricamente, o abandono da condição humana desses “descartáveis” na prisão é perceptível, sob o discurso de uma suposta ressocialização. Seus direitos trabalhistas são expropriados em prol do desenvolvimento do próprio capital, que se aproveita de todos os espaços para garantir as condições de sua reprodução, mesmo que isso implique em instituir uma verdadeira barbárie social.
  • ANGELO JOSE MENEZES SILVINO
  • Extensão, Pedagogia das Encruzilhadas e a Educação Popular em Direitos Humanos: a efetivação do Direito à Educação através da Teoria dos Círculos Concêntricos no caso da E. E. Belém Câmara
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 15:00
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  • A presente pesquisa tem como principal escopo avaliar a possibilidade de ressignificação do direito à educação por intermédio da pedagogia das encruzilhadas e da educação popular em direitos humanos. Para isso utiliza, no percurso da pesquisa, do método de abordagem hipotético-dedutivo, falseando a hipótese principal a partir da utilização dos princípios e ferramentas da pesquisa-ação e das técnicas de documentação indireta (pesquisa bibliográfico e documental). Assim, primeiramente, identifica os conceitos das categorias fundantes da investigação, quais sejam: direito e educação. A partir disso, realiza o cruzo entre as teorias dos diferentes quadros-teóricos metodológicos que estudam essas categorias. Compreende, nesta senda, que o direito à educação não existe além das linhas abissais, isto é, em determinadas zonas onde se produz constantemente a inexistência e o silenciamento dos indivíduos. Propõe, através do Projeto de Extensão Efetivando o Direito à Educação (pesquisa-ação) e das ações realizadas junto a Escola Estadual Belém Câmara (Natal/RN), a possibilidade de superar esse déficit, através da educação popular em direitos humanos, pautada na pedagogia das encruzilhadas e na ecologia dos saberes. Obtém como principal resultado o sucesso parcial da estruturação metodológica de uma extensão pautada na educação popular em direitos humanos escalonada em três níveis, voltada a sala de aula, a escola e a comunidade - aqui denominada de Teoria dos Círculos Concêntricos.
  • MARANA SOTÉRO DE SOUSA
  • A REGULAÇÃO DO SISTEMA AGROALIMENTAR BRASILEIRO PELA AGRICULTURA FAMILIAR: A DESBUROCRATIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE ALIMENTOS, A GESTÃO DEMOCRÁTICA DOS RECURSOS AGRÍCOLAS E A IMPLEMENTAÇÃO DE ÓRGÃO COM PODER NORMATIVO PARA A EFETIVAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
  • Data: 30/03/2022
  • Hora: 10:30
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  • A crise agroalimentar presente em todo o mundo não é um fato atual e agrava-se gradativamente no sistema global de governança econômica. O tema em questão, por envolver o direito humano à alimentação adequada, agricultura familiar e questionamentos sobre a regulação efetiva do sistema agroalimentar brasileiro busca alcançar, para além da segurança alimentar e da própria soberania alimentar, e alimentação adequada, percorrendo sistematizações teórico-doutrinárias e conceituais dos direitos humanos, direito agroambiental e pelo direito econômico. Dessa maneira, esta pesquisa apresenta a seguinte questão: é possível a realização de uma regulação do sistema agroalimentar brasileiro pela agricultura familiar, de modo a proporcionar além da desburocratização do comércio de alimentos oriundos da produção familiar, também a gestão democrática dos recursos agrícolas a partir da implementação de órgão com poder normativo para a efetivação da alimentação adequada, da segurança alimentar e da soberania alimentar? Nesse contexto, compreender o setor rural brasileiro associado à agricultura familiar como promotores da sustentabilidade do próprio meio rural brasileiro e do mercado de alimentos, faz-se relevante. Ainda, ponderar sobre a ideia de gestão democrática de recursos agrícolas para a alimentação, com vistas à segurança e soberania alimentares são fatores indissociáveis do tema em questão. Desse modo, delineou-se um objetivo geral, de forma a destacar a necessidade de rever a regulação do sistema agroalimentar, assim como uma legislação específica e atenta para a desburocratização do comércio advindo da produção agrícola alimentar. Adota-se como marco teórico e método a ideia de organicidade da Racionalidade Ambiental de Enrique Leff, a partir da qual tenta desconstruir as estratégias de poder da racionalidade de mercado, articulando as ciências por intermédio de um diálogo de saberes, ao mesmo passo em que exalta as práticas produtivas e os estilos éticos do uso da natureza. A racionalidade ambiental tenta conjugar a ordem teórica e instrumental do conhecimento com os valores das comunidades campesinas, tradicionais, indígenas e quilombolas, as quais constituem o saber ambiental, que valoriza os saberes tradicionais. Seguindo este método, o trabalho apresenta segmentos que mesclam os enfoques jurídico e sociológico, extraindo dados, majoritariamente qualitativos, a partir dos diversos estudos pertinentes à temática em questão, sendo igualmente necessária a análise de informações e quantitativos obtidos por meio de periódicos e dossiês sobre a gama de recursos agrícolas e ambientais presentes no Brasil, que direta ou indiretamente sejam voltados para a efetivação da segurança alimentar e alimentação adequada, analisando-os, concomitantemente, sob a ótica da agricultura familiar, bem como a respeito da existência de instrumentos regulatórios e de legislações no ordenamento jurídico nacional sobre alimentação que sejam orientados pelas diretrizes da agricultura familiar. A hipótese é a que vislumbra a possibilidade e viabilidade de criação de um instrumento regulatório com poderes e força normativa, de modo que permita a efetivação da alimentação adequada e da segurança e soberania alimentares, tanto por meio da desburocratização da comercialização dos produtos advindos da agricultura familiar, como também através da realização da regulação do atual sistema agroalimentar brasileiro, inserindo neste a participação e os interesses da categoria agrícola familiar, objetivando que o segmento agrícola familiar realize uma gestão democrática dos recursos agrícolas e, com isso, seja possível alcançar uma alimentação adequada orientada primordialmente pelos princípios, tradições e saberes da agricultura familiar.
  • TIAGO MEDEIROS LEITE
  • POR UMA TEORIA SISTÊMICA DA MEMÓRIA JURÍDICO-POLÍTICA: Desaparecimento Forçado, Comissão Nacional da Verdade e Estado Constitucional de Direito no Brasil
  • Data: 17/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • A investigação doutoral busca a construção de uma teoria sistêmica da memória à luz das realidades política, sociológica e jurídica brasileira na modernidade contemporânea, estampa como objetivo da observação central analisar a função da Comissão Nacional da Verdade para a construção do Estado Constitucional de Direito e da verdade no Brasil contemporâneo. Trata-se de fenômeno político, sociológico e jurídico complexo, principalmente a partir dos casos de desaparecimento forçado e a busca por vítimas no Brasil. A pesquisa opta pelo método dialético, realiza observações sobre documentos oficiais de natureza política e normativa, fatos históricos e produções de outros observadores. A pesquisa se divide em quatro sessões: a primeira realiza observações sobre a construção da verdade para o mundo científico, aborda elementos conceituais sobre o observador científico e a operação de observar, sobre a memória, a verdade e a realidade na perspectiva científica; a segunda sessão aborda a Comissão Nacional da Verdade, os passos históricos do autoritarismo no Brasil, destaca a construção de instrumentos no período de redemocratização da política no país até a apresentação dos trabalhos finais da Comissão; a terceira sessão desenvolve observações sobre o desenvolvimento e conceituação do desaparecimento forçado no âmbito internacional, ao observar a consolidação do ser humano como sujeito de direitos e deveres na ordem internacional, a pesquisa busca compreender a prática desse delito internacional, especifica os crimes da Ditadura Militar no Brasil e o surgimento da Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, seus antecedentes políticos/jurídicos e a relação desses tratados com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos; a quarta sessão observa a memória e o Direito de conhecer a verdade e suas relações com o Estado Constitucional de Direito no Brasil, a busca pela verdade como mecanismo para uma Justiça Transicional à democracia e a atuação de familiares de desaparecidos na busca de esclarecimentos sobre violações de Direitos. As observações buscam construir explicação quanto à perspectiva da Comissão da Verdade brasileira desempenha alguma função para o Direito e sua conexão com a política e a sociologia à luz da realidade contemporânea nacional. Conclui pelo reconhecimento da função contributiva que a Comissão Nacional da Verdade desempenha na consolidação do Estado Constitucional de Direito no Brasil, a partir do exercício do Direito à verdade das vítimas do autoritarismo brasileiro, como também, a reação contrária a esta consolidação e a dificuldade de conceituação das nomenclaturas utilizadas pela transição à democracia pelo sistema jurídico brasileiro.
2021
Descrição
  • ELOISA SLONGO
  • VENCER AS GRADES: MOBILIZAÇÕES EM TORNO DA PRISÃO EM CONTEXTO PANDÊMICO
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 14:00
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  • A pandemia da Covid-19 trouxe à tona questões relacionadas às vulnerabilidades sociais, políticas, jurídicas e sanitárias. Em espaços insalubres, superlotados e precários, como as prisões brasileiras, prenunciava-se o agravamento desta situação e a necessidade de medidas preventivas compatíveis com aqueles ambientes. Neste cenário, a Paraíba adotou um plano de contingência contra a Covid-19 voltado ao sistema prisional, que me levou a explorar os contornos das prisões paraibanas. Neste sentido, o objeto de estudo desta pesquisa centra-se nas mobilizações em torno do sistema prisional paraibano em contexto pandêmico, concentrando-me no Plano de Contingência contra o vírus “Sars-Cov-2”, que buscava a efetivação dos direitos das pessoas privadas de liberdade e a garantia de sua sobrevivência. Simultaneamente, abordo as articulações empreendidas por agentes de Estado (representantes da Ouvidoria da Defensoria Pública, Defensores Públicos, Peritos do Comitê de Combate à Tortura na Paraíba, integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PB etc.), assim como pela representante da Associação de Mães e Esposas de Apenados – AMEA e por familiares de presos, no período de maio de 2020 até janeiro de 2021. Para tanto, este estudo se apoia em referenciais teóricos da Antropologia do Direito e da Criminologia Crítica. Utilizo-me da metodologia qualitativa, por meio de etnografia online e do acompanhamento cotidiano dos interlocutores. O instrumento de pesquisa usado foi a entrevista semiestruturada online com os participantes do estudo e pesquisa documental em normativas, diretrizes estatais, portarias, entre outros. Os resultados da pesquisa indicaram que ocorreram diversas mobilizações por parte dos sujeitos sociais estudados, os quais estiveram empenhados na contenção do vírus “Sars-Cov-2” no âmbito prisional. Apesar da situação de vulnerabilidade, as quais estavam expostos os presidiários, as iniciativas tomadas por agentes de estado, da sociedade civil e familiares de presos foram fecundas no enfrentamento desta crise sanitária, embora não abarcasse a complexidade da realidade prisional no contexto pandêmico.
  • THAYNARA ALVES GOULART
  • O Tráfico de Pessoas na França e no Brasil: Um Olhar à luz dos Direitos Humanos
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 13:30
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  • Tráfico de pessoas é crime de origem remota. Esta conduta teve grande intensidade no Brasil colonial e em uma época anterior na França. Combatido como uma das primeiras afrontas aos direitos humanos, o tráfico de pessoas é hoje incluído no rol de proibições imperativas do direito penal internacional. O enfrentamento à conduta tem uma dimensão internacional e outra nacional, a França e o Brasil possuem projetos nacionais próprios de prevenção, repressão e auxílio às vítimas que serão observados e comparados. No intuito de alcançar o objetivo final deste trabalho, recorremos à abordagem qualitativa do tipo exploratória, utilizando principalmente a pesquisa bibliográfica em abordagem de direito comparado. Evoca-se a evolução histórico-conceitual deste crime, até a sua caracterização como grave violação aos direitos humanos. Será feita a fim de demonstrar como esta concepção histórico-universalista produziu efeitos em cada um dos sistemas e como cada país elaborou seu projeto, a fim de evidenciar as convergências e as divergências dispensadas pelos tratamentos francês e brasileiro, refletindo sobre como cada sistema pode evoluir a partir das experiências cruzadas.
  • DANUZA FARIAS DANTAS MENESES
  • Deus e o Diabo na Terra do Sol: A função social como máscara do direito absoluto de propriedade no ordenamento jurídico brasileiro
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 10:30
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  • O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental que analisa a interpretação e aplicabilidade do princípio da função social da propriedade rural no ordenamento jurídico brasileiro sob a ótica da teoria da constitucionalização simbólica, a partir da Assembleia Constituinte de 1987 até o atual cenário do ordenamento jurídico brasileiro. Busca-se compreender, portanto, se há ausência de concretização normativa-jurídica do princípio da função social da propriedade rural por sobreposição do sistema político ao sistema jurídico; possuindo o princípio objeto deste trabalho uma função meramente simbólica como consequência de sua constitucionalização. Para isto, aprofunda-se nas questões concernentes à origem da propriedade privada, do acúmulo de riqueza, da sociedade de classes, do Estado, e da constatação das desigualdades sociais geradas a partir do desenvolvimento de um novo modo de produção de riqueza e de sociedade. O modelo de Estado Liberal e as desigualdades provenientes deste puseram em tensão o modelo econômico e político estritamente liberal, que originou a discussão de se atribuir uma função social à propriedade enquanto concessão política para manutenção do status quo; condicionando-a não apenas a um caráter econômico, mas também social. Aprofundam-se, então, as observações acerca da funcionalização da propriedade diante deste novo modelo de Estado, apontando as primeiras problematizações - benesses e limitações - acerca das discussões sobre a constitucionalização da função social enquanto mecanismo condicionador do direito à propriedade. Percebe-se, a partir dos apontamentos acima mencionados, que a função social da propriedade rural enquanto princípio constitucional utilizado como mecanismo para democratização do acesso à terra e para a efetivação da reforma agrária, não conseguiu diminuir, substancialmente, o alto índice de concentração fundiária brasileiro. Logo, o objetivo geral a ser alcançado pelo presente trabalho consiste em constatar se o direito à propriedade privada se sobrepõe ao princípio da função social da propriedade rural e sua regulação no ordenamento jurídico brasileiro por conta da sobreposição do sistema político ao sistema jurídico, impossibilitando a concretização normativo-jurídica da Constituição Federal de 1988 - que deveria funcionar como acoplamento estrutural intersistêmicos, regulando suas interpenetrações – e, consequentemente, viabilizando a concretização normativo-jurídica da norma constitucional. Desta forma, a dissertação em questão pretende comprovar a hipótese de que o princípio da função social da propriedade rural cumpre um caráter meramente simbólico em seu aspecto negativo, funcionando tanto como legislação-álibi, quanto mecanismo para postergar a solução de conflitos sociais através de compromissos dilatórios, impossibilitando a implementação da Reforma Agrária, servindo como mecanismo de proteção/blindagem para a propriedade privada rural, ratificando, na práxis, o direito absoluto de propriedade.desapropriação das terras que não cumprem os critérios elencados pelo princípio da função social da propriedade rural.
  • IVANA RAFAELA TORRES DE SOUSA MARINHO DA NOBREGA
  • REPENSAR O CONSTITUCIONALISMO MODERNO: A CONSTITUIÇÃO DE COMÉRCIO E SUA CONSOLIDAÇÃO NO PRECEDENTE DA PROTEÇÃO DA CLÁUSULA CONTRATUAL NO SÉCULO XIX
  • Orientador : JOSE ERNESTO PIMENTEL FILHO
  • Data: 15/12/2021
  • Hora: 09:30
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  • O presente trabalho estuda a influência dos costumes comerciais na construção do constitucionalismo moderno, através da Constituição estadunidense de 1787, e o alcance de seus princípios na consolidação do precedente da cláusula do contrato no início do século XIX. As leis de mercado foram a base de formação dos sentimentos de unidade na “América”, transformando os limites territoriais em simples linhas imaginárias. Esses sentimentos propulsionaram o ideal revolucionário de liberdade, culminando na Declaração de Independência em 04 de julho de 1766. O período pós-independência é marcado pelo declínio comercial de algumas ex-colônias, agora estados independentes e soberanos, e problemas na estrutura da Confederação. A Convenção Federal realizada em 1787 é a solução encontrada na tentativa de resolver as dificuldades enfrentadas. São nos debates ali realizados que se observa a tentativa de resgate dos princípios mercantis para a efetivação de uma nova organização de Estado e remodelação da economia. Tais princípios ganham força com a ratificação da Constituição e se perpetuam na proteção dos contratos privados até os dias atuais. Analisam-se, então, casos da Suprema Corte Americana por meio do Caselaw Access Project – em especial o caso paradigma Fletcher v. Peck, 10 U.S. 87, 6 Cranch 87, 3 L. Ed. 162 (1810) e o sistema de precedentes que dele se origina para verificar a propagação e evolução dos princípios protetores das obrigações contratuais. A metodologia adotada é a dedutiva, observada pelo progresso histórico e pela abordagem teórico-normativa tendo como escopo a análise de documentação histórica e análise do discurso das fontes primárias. Por fim, o trabalho relata as principais conclusões da experiência documental, encerrando com um procedimento de análise coerente de acordo com os princípios da Common Law a partir de circunscrição de precedentes definidos com acurácia.
  • LARISSA TEIXEIRA MENEZES DE FREITAS
  • Responsabilidade Social da Empresa e Trabalho Decente: análise do compliance à luz da policontexturalidade
  • Data: 02/12/2021
  • Hora: 18:00
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  • Esta tese versa sobre a responsabilidade social da empresa e o trabalho decente, através da análise do compliance à luz da policontexturalidade. Referindo-se ao quadro histórico das relações laborais, do uso rude (selvagem) da força de trabalho, sem qualquer intervenção do Estado, até a pós-modernidade, as condições de trabalho experimentaram importante evolução visando à compreensão e implementação de toda uma legislação protetiva. Todavia, há um desequilíbrio sistêmico visualizado através das diversas crises (política, econômica, social e ambiental) fundadas em um capitalismo descontrolado, no qual o Direito reage e se reprograma. A pós-modernidade erigiu um cenário composto por paradoxos. Na medida em que surgiram e se aprofundaram conceitos como sustentabilidade, desenvolvimento e responsabilidade social, em sentidos opostos, graves violações de direitos humanos, especialmente laborais, aconteceram. Atualmente, vive-se em um cenário de crise das crises, escancarando um lado ainda mais obscuro no que se refere à decência no trabalho. Noutro viés, vale lembrar que a decência no trabalho evoca o desenvolvimento. Nesse sentido, o conceito de responsabilidade social da empresa e compliance evoluem trazendo mudanças de discursos empresariais. Ao passo que conceitos de responsabilidade social corporativa se transmudam, discursos empresariais também, em razão da necessidade de se publicizar preocupações com a coletividade, por vezes, como grandes estratégias de propaganda mesmo desrespeitando direitos fundamentais, na prática. Num contexto de pós-modernidade, as corporações se autorregulam, ou seja, há uma regulação própria das empresas apartadas do Estado. O direito internacional não consegue mais abarcar a temática e faltam instrumentos capazes de garantir e efetivar direitos humanos, especialmente o primado do trabalho decente, paradigma da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A tese que ora se apresenta buscou enfrentar essa situação paradoxal que envolve a penetração dos direitos humanos no ambiente empresarial, a partir de regimes de regulação privada da atividade econômica. Para tanto, elegeu-se como marco teórico a teoria dos sistemas, nos moldes desenhados por Niklas Luhmann, enriquecida com as contribuições de Gunther Teubner, acerca do fenômeno jurídico como uma heterarquia reticulada e dotada de policontexturalidade. O objetivo consistiu em analisar, a partir da perspectiva da policontexturalidade, como os regimes regulatórios privados implantados nas empresas sob a noção de responsabilidade social da empresa, especialmente do compliance, impactam na efetividade dos direitos fundamentais laborais, tendo o trabalho decente como liame condutor. Trata-se de uma pesquisa que tomou por método de abordagem a teoria dos sistemas, tendo como marco teórico os trabalhos de Gunther Teubner, aplicando-se a hermenêutica constitucional para aferir a hipótese, a partir da análise de textos legais e jurisprudenciais.
  • LAYZ BARBOSA SANTOS DE FREITAS
  • LIBERDADE E TUTELA ESTATAL: uma análise acerca da intervenção estatal na liberdade individual em situações de heterocolocação em perigo consentida para fins de responsabilização penal
  • Orientador : ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
  • Data: 01/12/2021
  • Hora: 14:00
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  • O objeto de estudo dessa dissertação é a intervenção estatal na liberdade dos indivíduos em situação de heterocolocação em perigo consentida, mais especificamente no que concerne a possibilidade de considerar essa conduta para fins de responsabilização penal. Para tanto, analisa-se o instituto da heterocolocação em perigo consentida, tratando de sua conceituação, características e possibilidades de aplicação quando da imputação do resultado danoso ao autor do crime. Analisa-se, ainda, algumas teorias acerca da liberdade e autonomia dos indivíduos inseridos em situações de heterocolocação em perigo consentida e a tutela penal praticada pelo Estado de Direito a fim de estabelecer um senso crítico em torno de uma política criminal punitivista. O problema enfrentado na presente pesquisa é:deveria o Estado levar em consideração a heterocolocação em perigo consentida para a imputação do resultado ao autor do crime?. Adota-se a hipótese de que deve o Estado considerar a conduta da vítima de crime em situação de heterocolocação em perigo consentida quando da imputação do resultado danoso ao autor do crime. No que se refere à metodologia empregada, utiliza-se do método de procedimento eminentemente monográfico com técnica de pesquisa da documentação indireta, utilizando-se da revisão bibliográfica feita a partir de referências teóricas publicadas por meios escritos acerca do tema proposto. O estudo se dará no nível exploratório e, no que concerne ao método de abordagem, utiliza-se do método dedutivo, para tanto, toma por base estudos teóricos acerca da heterocolocação em perigo consentida, demonstrando como é importante considerar esse instituto para a imputação do resultado danoso, buscando desenvolver e esclarecer aquele instituto, a fim de proporcionar uma reflexão acerca da intervenção estatal na liberdade dos indivíduos. Dividido em três capítulos, o trabalho abordará no primeiro capítulo o instituto da heterocolocação em perigo consentida como uma figura jurídica autônoma, analisando-a de acordo com teorias que a tratam como óbice à imputação penal ou atenuante da pena. No segundo capítulo iniciaremos o estudo da temática da liberdade individual e da tutela estatal praticada no âmbito da responsabilização penal, mais especificamente no que tange à liberdade sobre si e acerca da intervenção do Estado na liberdade dos indivíduos, a fim de criticar o paternalismo do Direito Penal frente ações livres e conscientes de risco ao bem jurídico. No terceiro capítulo, por fim, analisaremos a possibilidade de o instituto da heterocolocação em perigo consentida ser adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Iniciaremos com a análise acerca da adequação do instituto ao atual Código Penal e também analisaremos alguns entendimentos jurisprudenciais dos tribunais pátrios, a fim de verificar se a heterocolocação em perigo consentida é aplicável no ordenamento jurídico brasileiro.
  • JAIME WAINE RODRIGUES MANGUEIRA
  • (CONTRA)REFORMA TRABALHISTA E OS NOVOS PARÂMETROS PARA O DIREITO COLETIVO DO TRABALHO: EXACERBAÇÃO DA PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO E A CONVERSÃO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA EM INSTRUMENTO DE REBAIXAMENTO DOS PILARES DO TRABALHO DECENTE
  • Data: 03/11/2021
  • Hora: 14:00
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  • A Constituição Federal retirou a negociação coletiva do trabalho do limbo jurídico, com vistas a democratizar a participação popular, não apenas no aspecto político, assim como nas esferas sociais e econômicas. Dessa forma, o modelo de normatização trabalhista, eleita pelo texto constitucional, congrega a interação harmônica entre as normas autônomas juscoletivas e as normas heterônomas estatais, privilegiando aquela mais favorável ao trabalhador, ante ao caráter teleológico do Direito do Trabalho, salvo nas exceções contidas na Constituição Federal, bem como naquelas hipóteses que envolvam normas de indisponibilidade absoluta. Ademais, face ao princípio da adequação setorial negociada, a negociação coletiva tem papel fundamental no processo de aperfeiçoamento da legislação, de modo a atender, de forma equânime, os interesses do capital e do trabalho, conduzindo as relações laborais para o progresso social, em atenção a vedação ao retrocesso social. Com base nestes parâmetros constitucionais, inspirados nos diplomas internacionais de direitos humanos, não há dúvidas que a negociação coletiva jamais poderá resultar em norma supressora ou mitigadora de direitos, ante sua natureza histórica, funcional e teleológica. Todavia, a Lei nº 13.467/2017, introduziu na CLT, regramentos flexibilizatórios, dentre eles o artigo 611-A, que balizados no princípio da mínima intervenção estatal na autonomia da vontade coletiva, exacerbou a prevalência do negociado sobre o legislado, afora o previsto constitucionalmente, abandonando a regra da norma mais favorável ao trabalhador. Neste sentido, questiona-se: a mínima intervenção na autonomia da vontade coletiva, nos moldes preconizados pelo artigo 611-A da CLT, que amplia as possibilidade de prevalência do negociado sobre o legislado, sem a necessidade, expressa, de contrapartidas recíprocas, está em consonância aos parâmetros constitucionais de proteção e valorização do trabalho humano? Assim, considerando a ausência de simetria de poder entre os seres coletivos contratantes, a ampliação das possibilidade de prevalência das normas negociais em detrimento as normas heterônomas estatais, independentemente de contrapartidas recíprocas, salvo as normas protegidas pela indisponibilidade absoluta não está em conformidade com os parâmetros constitucionais, tendo em vista a conversão da negociação coletiva em instrumento supressor ou redutor dos pilares do trabalho decente. Para tanto, os elementos integrantes das relações que envolvem o questionamento central serão manejados através do método hermenêutico, porquanto o artigo 611-A, ao estabelecer a mínima intervenção na autonomia da vontade coletiva, exacerbou as circunstâncias em que o negociado prevalecerá sobre o legislado, convertendo-a em mecanismo precarizar das relações do trabalho em condições decentes, portanto, em desacordo com os parâmetros estabelecidos pela Constituição Federal. Na realização da pesquisa, serão utilizados os métodos de procedimento histórico, quantitativo e materialista. A guisa dos esclarecimentos finais, verificou-se que a autonomia da vontade (ou privada), no âmbito do Direito do Trabalho, possui maiores restrições do que observado no direito comum clássico, considerando as fragilidades das entidades sindicais, agravadas pela Lei nº 13.467/2017, logo, não há que se falar em simetria de poder entre os seres coletivos contratantes, em que pese o entendimento divergente esposado pelo STF. Por fim, revelou-se que a (contra)Reforma trabalhista converte a negociação coletiva em mecanismo redutor dos pilares do trabalho decente, portanto, em dissonância com os parâmetros constitucionais.
  • MARIA JOAQUINA DA SILVA CAVALCANTI
  • QUE LUTAS CABEM NO CAIS? Um olhar através das experiências de mulheres no Movimento Ocupe Estelita em Recife - PE
  • Data: 29/10/2021
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho de dissertação tem como objeto a atuação de mulheres na luta por direitos dentro do Movimento Ocupe Estelita, em Recife, Pernambuco, dentro do tema de gênero e direito à cidade. Questiona-se aqui o que as experiências das mulheres na mobilização política na luta dentro do Movimento Ocupe Estelita pode dizer sobre a forma como as desigualdades sociais são postas na cidade? Para responder ao questionamento, a pesquisa foi realizada com inspiração no método materialista histórico dialético, na medida em que empreendeu-se em uma análise considerando as contradições da realidade da vida das mulheres dentro de uma totalidade histórica da qual faz parte a luta destas, sempre priorizando a realidade material delas no trabalho aqui produzido. O corpus de pesquisa principal do trabalho consistiu em entrevistas semi-estruturadas com seis mulheres que participaram do Movimento Ocupe Estelita durante os anos de 2012 a 2019. Foi utilizado o método de pesquisa qualitativo (RICHARDSON, 2012) e exploratório (GIL, 2008) e a técnica de pesquisa da entrevista não estruturada (LAKATOS E MARCONI, 2003; RICHARDSON, 2012). O objetivo geral desta pesquisa é analisar as experiências das mulheres que atuaram no Movimento Ocupe Estelita para entender de que forma as relações sociais de gênero, raça, classe e território são externadas na cidade. Para isso, busca-se refletir acerca do modelo de cidade que predomina no Recife e a relação entre o Estado e o capital imobiliário da cidade, e a forma como o direito se apresenta no caso. Analisa-se, ainda, de que forma as relações de gênero, raça, classe e território se mostram na vida das mulheres na cidade e também dentro do próprio Movimento Ocupe Estelita. Os marcos teóricos utilizados nesta pesquisa são de estudos acerca do urbanismo, direito à cidade, entrecruzamentos de raça, classe e gênero, bem como acerca do papel do direito nestes conflitos. Assim, foram utilizados os trabalhos de Anne McClintock (2010), Angela Davis (2016), Lefebvre (2001), Harvey (2014), Pachukanis (2017), entre outros.
  • POLLYANNA SOUZA OLIVEIRA
  • FAMÍLIAS MONOPARENTAIS E FEMINIZAÇÃO DA POBREZA NO BRASIL: estudo à luz da capabilities approach como plataforma de cidadania e proteção social
  • Data: 29/10/2021
  • Hora: 15:00
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  • O estudo traz questionamentos acerca da posição do Estado brasileiro diante das famílias monoparentais femininas. Parte-se da hipótese de que tais arranjos familiares – formados por uma mulher sem cônjuge e seus filhos menores – possuem características que os expõem à vulnerabilidade, pelo fato de incumbir exclusivamente às mulheres chefes de família o papel de provedora, restando prejudicadas as estratégias de sobrevivência típicas da família nuclear, que conta com o recurso do trabalho complementar do cônjuge. É nesse contexto que irrompe o conceito de feminização da pobreza, definido pelo International Poverty Centre (IPC), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a partir do aumento da diferença de níveis de pobreza entre mulheres e homens ou do aumento da diferença de níveis de pobreza entre domicílios chefiados por mulheres e aqueles chefiados por casais ou por homens. Para compensar essa vulnerabilidade, compete ao Estado prover condições mínimas para que essas mulheres e suas famílias se desenvolvam, nomeadamente à luz da Capabilities Approach, abordagem pensada por Amartya Sen e posteriormente ampliada por Martha Nussbaum. No Brasil, não obstante a previsão constitucional da entidade familiar formada por qualquer dos cônjuges e seus filhos, inexiste, na seara infraconstitucional, suficiente regulação jurídica, à exceção da normativa temporária e excepcional do auxílio emergencial (Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, e sua regulamentação infralegal), referente à emergência de saúde pública imposta pela pandemia da COVID-19. Embora dados demográficos revelem que o número de famílias chefiadas por mulheres é superior àquelas chefiadas por homens, inexistem políticas públicas especificamente voltadas para esses arranjos familiares, como em outros países. Nesse trabalho de dissertação, são abordados os eixos teóricos das expressões “família monoparental” e “feminização da pobreza” no contraponto com o enfoque teórico das capacidades (capabilities) e dos funcionamentos (functionings), na perspectiva de ampliação do escudo jurídico-político protetivo do Estado social para essas famílias, com políticas públicas e ações específicas.
  • IASMIM MADEIRO CORDEIRO
  • Violação à razoável duração do processo e à demarcação de Terra Indígena: uma análise do acesso à justiça à luz da Convenção Americana de Direitos Humanos
  • Data: 29/10/2021
  • Hora: 09:00
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  • A Constituição Federal Brasileira de 1988 pontua no seu artigo 5º inciso LXXVIII, a razoável duração do processo e os meios garantidores da celeridade de sua tramitação, o que coaduna com a Convenção Americana de Direitos Humanos nos artigos 8 e 25, ambos garantidores do acesso à justiça. Aqui interessa-nos analisar como as normas supracitadas são aplicadas e efetivadas quando os destinatários são os povos indígenas. Assim, objetiva-se, no presente trabalho, verificar quais as condicionantes que inviabilizaram um processo demarcatório mais célere a partir da análise do processo administrativo de demarcação da terra indígena do povo Xukuru nº 08620.000052/1990-76, situados em Pesqueira – PE. A problemática aqui trabalhada é verificada na contraposição entre o que se encontra positivado nos mecanismos legais nacionais e internacionais supracitados e o que é visualizado na realidade prática, como a demora excessiva para demarcação do território indígena. A constante violação de direitos e manutenção dos povos indígenas como extremamente vulneráveis e subalternos imprime a ideia colonial do ser, saber e poder, visualizada nas relações de poder que reiteradamente tratam de tais povos como inferiores. Assim, busca-se analisar o direito à razoável duração do processo como um direito humano fundamental sob uma perspectiva intercultural, aprofundar o estudo sobre a demarcação de terras indígenas e o caso do povo Xukuru para, por fim, verificar quais categorias ocasionaram um procedimento moroso. A presente pesquisa é importante e de considerável relevo social por tratar sobre a violação de direitos humanos fundamentais, analisando o processo de um povo que faz parte das minorias em estado de vulnerabilidade. A hipótese é de que existem barreiras que impedem a duração razoável do processo demarcatório, tornando-o demasiadamente extenso e consequentemente violando tantos outros direitos do povo que se busca resguardar. Pretende-se, para tanto, realizar um estudo de caso de tipo descritivo-exploratório, de natureza qualitativa e utilizando a técnica de pesquisa de análise de conteúdo.
  • ANA CECÍLIA FONTENELE ZACARIAS
  • TUTELA JURÍDICA SOCIOAMBIENTAL DAS PAISAGENS EM LIMITES METROPOLITANOS: POR UM MICROSSISTEMA NORMATIVO DAS PAISAGENS BRASILEIRAS
  • Orientador : TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 28/10/2021
  • Hora: 09:00
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  • A paisagem passou por variações históricas em sua definição. O belo surgiu como primeira noção de paisagem e, ao longo dos tempos, esse padrão estético mudou, assim como seus critérios nas sociedades. No geral, a heterogeneidade da paisagem, sua expressão como testemunha das relações do passado e presente, além de fator de exercío do sensível no indivíduo, repercutem em uma qualidade de vida ambiental. Tutelada como bem jurídico, hoje se tem uma concepção geral do conceito de paisagem protegida por instrumentos internacionais, os quais dão maior amparo e democratizam direitos sobre a paisagem (direito de/à paisagem). No entanto, a acepção de categoria jurídica da paisagem não é especificada no Brasil, por isso defende-se o estudo dogmático e hermenêutico do microssistema ambiental das paisagens brasileiras. Procurou-se averiguar a proposta de um microssistema, a partir da Constituição, especificamente do caput do artigo 225. O microssistema é uma denominação escolhida para evidenciar a existência de um conjunto de leis de tutela das paisagens e de se pensar a normatividade na apreensão do macrobem, que é o meio ambiente, e adequação da tutela do microbem, que é a paisagem. Assim, questiona-se a adequação normativa das paisagens brasileiras para a sua tutela e satisfação de um direito de/à paisagem, que observa o desenvolvimento econômico e socioambiental. O objetivo geral do trabalho foi analisar as normas das paisagens brasileiras, através de pontos de crise, como os limites dado à satisfação do direito à paisagem e a própria judicialização da paisagem, a fim de delimitar um microssistema normativo ambiental dessas paisagens na perspectiva do direito ambiental brasileiro. O recorte foi feito no objeto para a analise de casos em limites socioambientais metropolitanos. Na metodologia o trabalho dispôs de análise dogmática e hermenêutica, em método qualitativo, orientada pela análise teórica, além de combinar a pesquisa documental com a bibliográfica. Também foi feito estudo de casos concretos da paisagem do Porto do Capim e das Falésias do Cabo Branco em João Pessoa, na Paraíba, por análise documental. Constatou-se no microssistema normativo bases para a adequação paisagística.
  • CRISTIANI PEREIRA DE MORAIS GONZALEZ
  • A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA ARQUITETURA INTERNACIONAL E NACIONAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DAS CULTURAS DE DIREITOS HUMANOS E DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
  • Data: 27/10/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese tem por objeto de estudo a educação em direitos humanos e a formação de professores da educação básica para seu ensino na normativa das Nações Unidas e do Estado brasileiro, que foi adotada desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A escolha desse objeto de pesquisa levou em consideração, sobretudo, a relevância social da temática e a originalidade do estudo. Além disso, observou a pertinência à linha de pesquisa “Inclusão Social, Proteção e Defesa dos Direitos Humanos”. A questão norteadora da pesquisa consiste em como a educação em direitos humanos e a formação de docentes da educação básica em tais direitos estão delineadas nos documentos normativos das Nações Unidas e do Estado constitucional brasileiro, e contribuem (ou não) para a edificação da cultura de direitos humanos e da cultura de direitos fundamentais. Partindo da hipótese de que a educação em direitos humanos e a formação de professores da educação básica para seu ensino estão delineadas a partir de concepções universalistas de direitos humanos, e apontam para o desenvolvimento de uma cultura de direitos humanos, definiu-se como objetivo geral analisar como a educação em direitos humanos e a formação de professores da educação básica em tais direitos estão delineadas nos instrumentos normativos referidos, e contribuem (ou não) para edificar as culturas de direitos humanos e de direitos fundamentais. Especificamente, esta tese visa a definir direitos humanos, direitos fundamentais, Constituição, cidadania, educação e formação de professores num contexto cultural de valorização dos direitos da espécie humana; identificar e detalhar os instrumentos pertencentes aos sistemas global e nacional de proteção dos direitos humanos, que fazem alusão à educação em tais direitos e/ou à formação de docentes para seu ensino; e especificar e examinar os instrumentos normativos da ONU e do Estado brasileiro, que delineiam a educação em direitos humanos e a formação de professores da educação básica, tendo em vista a edificação das culturas de direitos humanos e de direitos fundamentais. Quanto aos aspectos metodológicos, procede-se a uma pesquisa documental e a uma análise de conteúdo do corpus que é composto de dez documentos, ou seja, cinco pertencentes ao quadro da ONU, e cinco, à ordem jurídica nacional. Finda a análise, constatou-se que os documentos analisados contribuem para a construção das culturas de direitos humanos e de direitos fundamentais, de modo geral, porque estabelecem e, muitas vezes, reiteram conceitos, princípios, objetivos, medidas a serem adotadas, dentre outros, todos voltados para uma socialização numa cultura de respeito, defesa e promoção dos direitos do Homem. Apesar disso, é preciso salientar que os documentos que constituíram objeto de análise contribuem de modos e em graus diversos para a edificação dessas culturas e que há pontos que merecem ser melhorados, por exemplo, no programa da ONU, é necessário aprofundar mais os temas “educação” e “formação de professores”; e, no ordenamento brasileiro, prever expressamente os direitos humanos em todos os documentos que tratam da educação e da formação de docentes da educação básica em tais direitos.
  • JOÃO BEZERRA FILHO
  • Constitucionalismo abusivo no Chile e no Brasil: atuação dos tribunais constitucionais e mecanismos de defesa democrática
  • Data: 27/10/2021
  • Hora: 10:00
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  • A pesquisa tem por objeto o estudo das manifestações do constitucionalismo abusivo no Chile e no Brasil. O fenômeno é caracterizado pelo uso de mecanismos de mudança constitucional para corroer a ordem democrática. Nos últimos anos, os atores políticos passaram a promover mudanças constitucionais sutis. O uso de ferramentas constitucionais para criar regimes autoritários e semi-autoritários é cada vez mais prevalente. O objetivo da manobra é dificultar a alternância no poder, bem como interferir nas instituições de controle. Para fins de discussão, fez-se o seguinte questionamento: como reforçar os mecanismos de defesa democrática utilizados pelas cortes constitucionais do Chile e do Brasil para preservar os Estados dos males do constitucionalismo abusivo?Tem-se como hipótese que, a partir das Constituições chilena e brasileira, as cortes constitucionais desses países dispõem de instrumentos legais-constitucionais ainda pouco eficientes para barrar o fenômeno do constitucionalismo abusivo.O estudo também aprofunda o conceito, a estrutura e a função do constitucionalismo abusivo, trabalhando categorias que se inserem em seu contexto, como a democracia militante e o constitucionalismo autoritário. Além disso, introduz uma discussão acerca de algumas manifestações do constitucionalismo abusivo, como a criação constitucional sem poder constituinte ilimitado, constitucionalismo abusivo por emenda constitucional e constitucionalismo abusivo por substituição constitucional. Nesse cenário, duas proposições são feitas. A primeira foi nomeada de constitucionalismo abusivo por meio de inconstitucionalidade por supressão de cláusula pétrea indireta. A segunda foi chamada de regime híbrido de substituição e reforma constitucional. Para se atingir os objetivos propostos, foi realizada uma ampla revisão bibliográfica, utilizando-se como marco teórico as produções dos professores David Landau, Mark Tushnet, Roberto Gargarella, Carlos Santiago Niño, Luís Roberto Barroso, Estefânia Maria Queiroz Barboza, Ilton Norberto Robl Filho, Rafael Lamera Giesta Cabral, Ulisses Levy Silvério dos Reis, Cristiano Paixão, Steven Levitsky, Daniel Ziblatt, Cláudio Pereira de Souza Neto e João Gabriel Madeira Pontes, que, em seu conjunto, representam o “estado da arte” sobre o tema.
  • PRISCILA NUNES SEIXAS
  • Embalagem generificada de brinquedos infantis e naturalização de papéis: análise a partir de uma perspectiva de (des) igualdade de gênero
  • Orientador : ANA LUISA CELINO COUTINHO
  • Data: 22/10/2021
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese intenciona analisar a correlação entre as embalagens de brinquedos infantis industrializados e a naturalização de papéis de gênero, com ênfase na incitação da desigualdade e da discriminação de gênero. Parte-se da premissa de que a generificação dessas embalagens ofende princípios e valores constitucionais, sobretudo a igualdade de gênero e a doutrina da proteção integral à criança e ao adolescente. Dessarte, infere-se que constitui publicidade infantil ilícita por abusividade, na medida em que se aproveita da deficiência de julgamento e da inexperiência infantil para incitar desigualdade de gênero. Nesse ensejo, abordam-se três frentes complementares: teórica, normativa e empírica. O aporte teórico desponta com a distinção entre sexo biológico, orientação sexual e identidade de gênero, culminando em versão infográfica autoral. Ademais, assenta-se na categoria analítica “gênero” definida à luz de Saffioti, Scott, Okin e Butler. Tal teorização reverbera ao conceito de naturalização de papéis, o qual obstaculiza a efetividade da igualdade material de gênero. Por sua vez, o fulcro normativo erige-se em torno da Resolução n. 163/2014 do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Esse documento se alicerça no pressuposto de vulnerabilidade biopsicossocial infantil perante a publicidade. Assim, proíbe o direcionamento de comunicação mercadológica à criança e estabelece princípios em prol da adolescência, ocasião em que se mostra diligente no combate à desigualdade e à discriminação de gênero. Entende-se que o referido ato normativo do Poder Executivo Federal sistematiza o ordenamento jurídico pátrio, com ênfase na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código de Defesa do Consumidor. A validade material desse ato normativo também foi perscrutada com o auxílio da técnica de pesquisa jurisprudencial adstrita ao âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Nesse domínio, depreende-se a validade material indireta da referida resolução; ou, ao menos, afasta-se sua invalidação direta. Em complemento, a etapa empírica, de cunho transversal e abordagem qualitativa, avaliou a percepção de um grupo de entrevistados acerca da tipicidade de gênero no brincar, tal qual sobre a relação entre embalagens de brinquedo infantil e a naturalização de papéis de gênero. O instrumento de coleta de dados abrangeu um formulário de caracterização sociodemográfica e um roteiro de entrevista estruturada. O roteiro de entrevista foi validado conforme o Modelo teórico-metodológico de Pasquali, que se debruça sobre critérios semânticos e de construto, e também observou o Modelo de Fehring no que tange à seleção de expertises aptos a proceder a validação. A análise dos dados oriundos da pesquisa empírica concretizou-se por intermédio do método de análise de conteúdo de Bardin, designadamente a técnica categorial, o critério temático e categorizações a priori e emergentes. Quanto aos achados da etapa empírica, verifica-se a persistência de discursos em circulação na sociedade sobre um brincar atípico de gênero os quais precisam ser revisitados e repensados. Em acréscimo, corrobora-se a teoria de que a publicidade pode funcionar como “cerca”, “ponte” ou “fenda” para a igualdade de gênero, a depender da vertente de marketing adotada.
  • JULIAN NOGUEIRA DE QUEIROZ
  • O EQUILÍBRIO DO PÊNDULO: Análise da Equação Axiológica Entre o Princípio do Valor Social do Trabalho e o Princípio da Livre Iniciativa no Contexto da Constituição Social Simbólica do Brasil
  • Data: 13/10/2021
  • Hora: 14:00
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  • As últimas décadas trouxeram, consigo, novéis modelos de trabalho fundados no avanço da tecnologia, caracterizada, sobretudo, pela intensificação das plataformas digitais e pela hegemonia do empreendedorismo, especialmente no Brasil. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar em que medida tais mudanças são capazes de afetar o necessário equilíbrio axiológico entre o valor social do trabalho e a livre iniciativa, garantindo-se, com isso, a efetivação da Constituição Social do Brasil insculpida no texto de 1988, bem como a necessidade de se readequar a concepção do princípio do valor social do trabalho na busca de uma tutela dos trabalhadores dentro da quarta revolução industrial, evitando-se que as premissas sociais traçadas na Lei Maior não caiam no campo do simbolismo legislativo. Neste sentido, indaga-se que premissas podem nortear a abertura de um novo Direito do Trabalho, capazes de, a um só tempo, abarcar essas novas relações jurídicas laborais, a fim de adaptar o valor social do trabalho e promover sua adequação ao princípio da livre iniciativa, e assegurar a unidade constitucional e a garantia da dignidade da pessoa humana do trabalhador. Assim, partindo-se de uma pesquisa qualitativa, tendo-se em vista o caráter subjetivo do objeto analisado, e tendo-se adotado a pesquisa bibliográfica como principal fonte, somado ao método indutivo e à análise de dados estatísticos, constatou-se que o equilíbrio axiológico entre o valor social do trabalho e a livre iniciativa, idealizada a partir de uma expressão matemática, indica a necessidade de construção de um novo arquétipo protetivo laboral no Brasil, o qual traduza um Direito do Trabalho mais extensivo às novas relações laborais e menos atrelado à rigidez clássica da relação de emprego. Como resultado, sugere-se que a alheabilidade inerente à subordinação algorítmica e um novo modelo de Direito Coletivo do Trabalho, pautado numa revisão do modelo sindical existente no Brasil, alinhado à viabilidade de Acordos Marco Globais, constituam as diretrizes fundamentais desse novo Direito do Trabalho.
  • NICOLLAS DE OLIVEIRA ARANHA SOUTO
  • ESTADO FISCAL E CRIPTOMOEDAS: IMPOSTO SOBRE A RENDA PELO ACRÉSCIMO PATRIMONIAL EM OPERAÇÕES COM BITCOIN
  • Orientador : ANA PAULA BASSO
  • Data: 28/09/2021
  • Hora: 16:00
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  • A presente dissertação tem como propósito analisar a hipótese do Estado fiscal brasileiro tributar pelo imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) o acréscimo patrimonial resultante de operações com criptomoedas. A bitcoin, uma de suas espécies e referencial neste trabalho, criada em 2008 e disponibilizada para circulação em 2009, foi apresentada ao mundo como uma proposta de moeda digital para resguardar o poder de compra de seus usuários, no contexto da crise do capital conhecida pela bolha do mercado imobiliário americano. Desde então a sua valorização no mercado surpreende, pois se estima que até 2027 a bitcoin deva acumular cerca de 10% do PIB global, atingindo uma única unidade da moeda o recorde cambiário de 63 mil dólares. Os objetivos da pesquisa são a delimitação científica do conceito de “moeda”, “moeda de curso legal", “renda”, adquirindo-se conhecimento para responder se a administração fiscal pode tributar a renda auferida diante do acréscimo de patrimônio por meio da utilização de bitcoins. O Brasil é um Estado Fiscal e tem os tributos como o principal instrumento de custeio de políticas públicas, com foco para os impostos, criando a Receita Federal do Brasil para as declarações de IR de 2021 um campo de preenchimento específico para as criptomoedas e seus rendimentos. Utiliza-se do método dedutivo para o estudo do Instrumento Normativo n.º 1.888/2019 que disciplina a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações realizadas com criptomoedas, bem como de abordagem da metodologia da Análise Econômica do Direito, pela qual se verificam os efeitos práticos da referida Instrução Normativa no comportamento do contribuinte e a sua repercussão econômica no país. Os resultados da pesquisa apontam que a doutrina e a Receita Federal do Brasil se posicionam pela tributação sobre a renda auferida em operações com bitcoins. Ademais, nota-se pelo esboço da experiência americana e da União Européia a urgência de regulamentação da matéria no Brasil para evitar que as criptomoedas sejam destinadas à sofisticação de práticas ilícitas, como a lavagem de dinheiro e a formação de paraísos fiscais.
  • BRUNA RABÊLO CARVALHO
  • AS REGRAS DA HAIA SOBRE ARBITRAGEM E DIREITOS HUMANOS (2019): um contributo para a solução de conflitos entre empresas transnacionais e vítimas de violações de direitos humanos?
  • Data: 27/09/2021
  • Hora: 10:30
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  • A atuação de empresas transnacionais (“ETNs”) está historicamente atrelada aos abusos cometidos contra a dignidade da pessoa humana. Danos à saúde causados por poluição, acidentes ambientais e falhas de segurança; uso de força de trabalho de crianças, trabalho insalubre ou condições de trabalho análogas à escravidão; deslocamento forçado de comunidades, como exemplo, povos indígenas, para o estabelecimento de atividades das corporações; uso de força excessiva por serviços de segurança privada; discriminação contra empregados por características de raça, sexo ou gênero; apoio financeiro a governos autoritários para viabilizar os interesses empresariais do setor, dentre inúmeros outros. Diante da inadequação dos mecanismos tradicionais de monitoramento para esse contexto e a necessária aproximação da proteção dos direitos humanos com a atuação das ETNs, diversos instrumentos de soft law foram desenvolvidos na ordem internacional, a resultar no principal deles, os Princípios Orientadores da ONU para Empresas e Direitos Humanos, de 2011, que estabelecem o paradigma “Proteger, Respeitar e Reparar”, do qual o Estado possui o dever de proteger os direitos humanos na sua totalidade, as empresas devem respeitá-los e deve haver a garantia de reparação para eventuais abusos cometidos e danos ocasionados. Este trabalho se ocupa da arbitragem como possível mecanismo de solução de conflitos para reparação pelas violações de direitos humanos cometidas por meio da atuação de ETNs, o seu tema são as Regras da Haia sobre Arbitragem de Direitos Humanos e Empresas, lançadas em 2019. O problema da pesquisa analisa a adequação e a eficácia deste instrumento para contribuir com a lacuna do acesso à justiça pelas vítimas para reparação dos danos sofridos. Através de pesquisa preponderantemente bibliográfica e documental, a dissertação aborda (i) a relação entre empresas transnacionais e direitos humanos no cenário internacional; (ii) a arbitragem como mecanismo de solução de conflitos; e (iii) as Regras da Haia para Arbitragem sobre Arbitragem de Direitos Humanos e Empresas como possível instrumento a ser utilizado pelas vítimas para reparação de danos ocasionados por violações de direitos humanos.
  • ANDRE HENRIQUE DE ARRUDA LUNA
  • Benefício Fiscal Pecuniário Autônomo Prévio - teoria normativa e a prática das concessões no ICMS
  • Data: 06/08/2021
  • Hora: 14:30
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  • O tributo transfere recursos dos indivíduos para a sociedade, financiando o Estado por ela instituído. O benefício fiscal segue na direção contrária, repassando recursos da coletividade para pessoas ou grupos, motivo pelo qual sua concessão é cercada de restrições, estipuladas na CF, no CTN e na Lei de Responsabilidade Fiscal. A expressão benefício fiscal sofre de significativa imprecisão, confundindo-se com incentivo, exoneração tributária e renúncia de receita. Desta forma, questiona-se: é possível formular uma definição conceitual do objeto benefício fiscal, em especial, do recorte aqui denominado de Benefício Fiscal Pecuniário Autônomo Prévio – BFPAP? O trabalho tem como objetivo sua definição e sistematização, procurando elementos na hermenêutica legislativa, na jurisprudência e na doutrina. Essa visão de cima para baixo é confrontada com outra, de baixo para cima, resultante do exame das evidências empíricas das concessões realizadas no âmbito do ICMS, cingindo como espaço amostral os dezesseis estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, compreendendo o período das últimas duas décadas. Em razão da escolha deste universo tributário, foram atraídas para o radar investigativo as Leis Complementares 24/1975 e 160/2017. Em termos de metodologia, emprega procedimentos de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental com apoio de método de abordagem qualitativa e de técnica de análise de conteúdo. No tocante ao exame da prática das concessões, recorre ao uso de método hipotético-dedutivo, com abordagem quantitativa e técnica de análise estatística. A pesquisa tem como produto final a definição do objeto de estudo, a classe dos benefícios concedidos no âmbito do exercício da competência tributária do ente federativo, cuja repercussão ocorre em momento anterior ou concomitante à constituição do crédito, resultando na redução ou na supressão do montante pecuniário. Como subproduto do processo de aproximação cognitiva, obtém as seguintes conclusões: a autonomia financeira estadual é fortemente dependente da arrecadação do ICMS; a receita tributária deste ente é diretamente influenciada pelo desempenho do respectivo PIB; os custos orçamentários das concessões de benefícios fiscais são significativos; a renúncia de receita não mostra correlação com a receita tributária; os requisitos formais não vêm sendo observados nas concessões; e, a prestação de contas da renúncia de receita não demonstra transparência na gestão fiscal.
  • THAYNNÁ BATISTA DE ALMEIDA
  • A (IN) EFICÁCIA DA SÚMULA VINCULANTE N.º 11 FRENTE A ATUAÇÃO ATIVISTA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA GARANTIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
  • Data: 30/07/2021
  • Hora: 11:00
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  • As súmulas vinculantes foram implementadas no Brasil por meio da EC n.º 45/04 e desde então diversos debates foram suscitados sobre a sua constitucionalidade. As discussões sobre o tema ganharam mais notoriedade após a edição da súmula vinculante n.º 11, conhecida como súmula das algemas, que veio regulamentar a utilização das algemas pelas autoridades policiais. Importante perceber que o debate sobreo tema não é recente tendo em vista que desde o período do Brasil Colônia, há a discussão sobre o estigma que as algemas impõem ao indivíduo, por se ela considerada como uma sentença social. No entanto, percebe-se uma tímida evolução legal sobre o tema ao longo dos últimos dois séculos e meio, bem como a falta de efetividade da pouca legislação que temos sobre o assunto. Assim, o objeto desta pesquisa é discutir a (in) efetividade da súmula vinculante n.º 11 frente a atuação ativista do Supremo Tribunal Federal que criou o dispositivo para garantir direitos fundamentais, tendo por base a análise de decisões sobre a matéria em sede de reclamação constitucional. O problema se traduz da seguinte forma: a súmula vinculante n.º 11 tem alcançado a efetividade desejada, frente a atuação ativista do Supremo Tribunal Federal? A hipótese defendida é que o citado enunciado vinculativo veio por ocasião da repercussão na mídia da imagem de políticos, banqueiros, desembargadores, dentre outros, algemados, mas que a proteção dada pela súmula n.º 11 não alcança que não possuem exposição midiática. Por fim, quanto a metodologia, será realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa, descritiva, documental e bibliográfica.
  • IGOR BARBOSA BESERRA GONÇALVES MACIEL
  • CRIPTOATIVOS: entre a liberdade econômica e a intervenção estatal
  • Data: 30/07/2021
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação versa sobre os criptoativos e a necessidade de regulamentação. Foi dentro de um contexto de evolução da internet, de crises financeiras e de procura por um meio alternativo de pagamento, sem a presença de um terceiro intermediário, ainda com rapidez e privacidade, que, em 2008, nasceu o primeiro criptoativo, qual seja, a Bitcoin, que ficou conhecida como a primeira criptomoeda. O novo sistema de pagamento eletrônico provocou uma ruptura no sistema financeiro atual, em que os Estados, a exemplo do Brasil, são detentores do poder de emitir moedas de cunho forçado. A partir de então, inúmeros outros criptoativos passaram a surgir, tendo ganhado destaque as criptomoedas, que já somam mais dez mil no mercado e com uso em exponencial ascensão. Nesse compasso, a ausência de definição quanto à natureza jurídica dos criptoativos, bem como a inexistência de regulação ao redor do Mundo, impulsionou o debate sobre deixá-los livres ou regulamentá-los. No Brasil, alguns projetos de lei estão em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, almejando, em linha gerais, definir a natureza jurídica da referida inovação, proteger os consumidores e evitar o uso ilícito. Atualmente, uso de criptoativos no Estado Brasileiro deve observância à Receita Federal e à Comissão de Valores Mobiliários, que, respectivamente, já emitiram Instrução Normativa e Comunicados balizando a utilização. Todavia, há muitas incertezas quanto às consequências dos criptoativos para os diversos ramos jurídicos. Nesse mote, a pesquisa traz, como problema, a investigação da necessidade de regulamentação dos criptoativos, a fim de compatibilizá-las com o desenvolvimento econômico, não só pelo viés estrutural, mas também pelo âmbito funcional.
  • RAPHAELLA VIANA SILVA ASFORA
  • WEBJORNALISMO ESPORTIVO E O COMBATE À CORRUPÇÃO NO FUTEBOL
  • Data: 28/07/2021
  • Hora: 09:30
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  • Atualmente, o tema webjornalismo esportivo e o combate à corrupção no futebol possui uma relevância histórica, jurídica, política, social, econômica, mercadológica e desportiva no contexto mundial, ao retratar as várias nuances do universo do esporte mais popular do planeta e até então raramente abordado no meio acadêmico das ciências jurídicas. Para tanto, é preciso compreender historicamente o papel da imprensa gráfica, a sua evolução e o seu impacto econômico, assim inseridos numa contextualização cultural e simbólica dos meios de comunicação. Da mesma forma, tendo por foco a seara do esporte e as características do futebol, com um destaque para os principais atributos do jornalismo do Século XIX ao Século XXI. Ademais, a atividade jornalística como um importante vetor econômico, através de suas editorias especializadas, principalmente a editoria esportiva. Visando relatar os fatos emblemáticos da corrupção no futebol no âmbito internacional, nacional e regional. O webjornalismo esportivo é o enfoque principal desta investigação científica e a respectiva função social, política, econômica e cultural no que se refere às denúncias dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no futebol. Os objetivos deste estudo inédito consistem em identificar os principais acontecimentos e a linguagem do webjornalismo esportivo, através do relato jornalístico dos crimes ocorridos no âmbito do futebol, além de avaliar a transnacionalização e o combate à corrupção do futebol no Brasil e em diversos países, a exemplo da Operação Fifagate, deflagrada em 2015 em Zurique (Suíça) através das investigações do FBI (Federal Bureau of Investigation). A metodologia consiste em uma pesquisa bibliográfica, a exemplo dos autores Bloch (2002), Chade (2015) e Hatzidakis (2019). Contempla amplamente a literatura secundária e uma pesquisa documental, através de um procedimento metodológico por meio da consulta aos livros, dissertações, teses, artigos científicos, notícias, reportagens e séries de televisão especializadas neste universo desportivo. Contudo, ainda que o tratamento das fontes jornalísticas seja comumente classificado como de natureza secundária, neste caso o próprio webjornalismo é a matéria de análise. Portanto, cabe tratá-las como fonte de informação que dá base às interpretações aqui manuseadas e inseridas neste contexto, elas são fontes primárias, considerando o assunto-base da pesquisa. Lembra-se também, a previsão de tratamento de documento aos monumentos, ou seja, uma pesquisa acadêmica que lança novos olhares sobre a leitura e as conclusões em torno da matéria jornalística, assim compreendidas no período de 2015 a 2021, pontualmente pelas fontes primárias, os relatos dos envolvidos nos casos de corrupção e lavagem de dinheiro no contexto esportivo. Finalmente, o presente tema propõe uma discussão inovadora acerca da realidade do webjornalismo esportivo e o combate à corrupção no futebol, essencialmente na América Latina, através da série El Presidente, proporcionando um diferencial nas pesquisas que retratam a História do Direito e que possuem o cerne de reflexão acerca do Direito Desportivo e do Direito Penal Econômico, sob a perspectiva de uma análise crítica sobre o combate à corrupção, através dos mecanismos do Compliance Desportivo para a prevenção, punição dos delitos no meio desportivo e a conscientização dos indivíduos no Brasil e no mundo para uma nova construção social no Século XXI.
  • EMYLLI TAVARES DO NASCIMENTO
  • DISPUTAS EM TORNO DO FEMINICÍDIO: relações de poder em narrativas judiciais no tribunal do júri
  • Data: 15/06/2021
  • Hora: 14:00
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  • A Lei de nº 13.104, publicada em 09 de março de 2015, inseriu no Código Penal brasileiro a qualificadora do feminicídio, para tratar dos homicídios praticados contra as mulheres “por razões da condição de sexo feminino”. Considerando esta mudança legislativa, a presente dissertação tem por objeto de pesquisa as relações de poder que constituem as narrativas judiciais sobre os feminicídios no âmbito do tribunal do júri. Com isso, o objetivo principal é compreender as relações de poder constitutivas das narrativas judiciais, mobilizadas por diferentes atores jurídicos durante os julgamentos dos feminicídios, em duas varas dos Tribunais do Júri da Comarca de Usina. A metodologia adotada consistiu na realização de pesquisa etnográfica na 1ª e na 2ª varas dos tribunais do júri, no período de agosto de 2019 a fevereiro de 2020, assistindo aos júris reconhecidos processualmente como feminicídios e analisando as atas sobre as respectivas sessões de julgamento, reunindo essas informações aos dados estatísticos obtidos junto à Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba (SEDS/PB) e ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ/PB). Utilizando as categorias analíticas fornecidas pelo trabalho de campo, eu busco: investigar como as relações de poder constituem as narrativas judiciais no bojo das disputas sobre a verdade em torno dos autos e a justiça dos casos, considerando a atuação dos atores jurídicos no lócus do tribunal do júri; analisar como relações de poder fundamentadas em performatividades de gênero e sexualidade, experiências de classe e processos de racialização e criminalização perfazem as narrativas dos atores jurídicos em torno da conformação do lugar de vítima e do lugar de algoz nos casos de feminicídio; e, ainda, apreender os significados atribuídos à categoria do feminicídio pelos atores jurídicos, averiguando os contornos dados à noção legal de violência doméstica e familiar e menosprezo e discriminação à condição de mulher, através das narrativas judiciaismobilizadas em plenário. A partir de um referencial teórico composto, sobretudo, pelos estudos de gênero, sexualidade e raça e por trabalhos da Antropologia do Direito, a análise dos achados de pesquisa demonstram que as relações de poder constitutivas das narrativas judiciais conformam molduras de inteligibilidade do que pode ser apreendido como feminicídio, informam quem pode ser legitimada enquanto vítima ou criminalizado enquanto algoz e delimitam os sentidos da violência de gênero.
  • CAROLINA TRINDADE MARTINS LIRA
  • COMPLIANCE COMO INSTRUMENTO JURÍDICO E FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: UMA ALTERNATIVA PARA A VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR NO MUNDO PÓS-DIGITAL
  • Orientador : JAILTON MACENA DE ARAÚJO
  • Data: 28/05/2021
  • Hora: 15:30
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  • A presente dissertação tem por finalidade buscar no compliance, enquanto instrumento jurídico e ferramenta de gestão empresarial, uma alternativa para a valorização do trabalhador no mundo pós-digital. A trajetória da precarização do trabalho possui alguns marcos, os quais pretende-se abordar ao longo dessa construção teórico-científica. Certamente os mais importantes foram as revoluções industriais, a globalização, a financeirização do capital, o desenvolvimento tecnológico e, por óbvio, o centro de todas essas ramificações: o processo de individualista e egocêntrico que o modelo capitalista despertou no mais íntimo da humanidade. No mundo pós-digital a realidade é líquida, capitalista, financeirizada, altamente tecnológica, individualista e fragmentada. Não é pretensão deste estudo ignorar ou tentar suplantar nenhum desses fatos. Todas as construções teóricas empreendidas no presente texto pretendem encontrar formas de fazer conviver esses elementos em rede, numa malha equilibrada que promova o trabalho digno e dignificante. Pergunta-se, portanto: existe um caminho alternativo para a valorização do trabalho dentro do sistema capitalista? A hipótese defendida tem no compliance sua fundação, posto que vislumbra neste instituto uma alternativa para a valorização do trabalhador no mundo pós-digital. Entendendo que as atuais ferramentas jurídicas falharam na missão de proteger a classe trabalhadora, espera-se compreender como, apesar das ameaças tecnológicas e do poder do capital, é possível empreender um modelo de gestão e de empresa mais empático – e, ainda assim, suficientemente lucrativo – por meio de mecanismos normativos verdadeiramente eficazes e vantajosos para todos os sujeitos envolvidos nesse novo formato de relação de trabalho. O objetivo principal desde estudo é identificar uma solução jurídico-administrativa para o problema da precarização do trabalho. Para alcança-lo analisar a influência das novas tecnologias de informação e comunicação e seus impactos na realidade econômica e social, com enfoque nos novos modelos de trabalho na era pós-digital; investigar a precarização do trabalho para além da tecnologia examinando, com base em argumentação empírica, os impactos das principais crises políticas e econômicas, da mundialização do capital e da expropriação financeira na relação crescimento da produtividade e obsolescência do trabalhador; e caracterizar novos modelos corporativos de gestão de pessoas com base no diálogo democrático, na economia solidária e no compliance enquanto instrumento jurídico e ferramenta de gestão empresarial. A presente pesquisa utiliza-se de dois grandes marcos teóricos como métodos de abordagem: a Teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas, que delineia toda a construção com base no diálogo e no consenso entre polos opostos da relação de trabalho e das relações econômicas em geral; e a construção acerca da financeirização do capital de Costa Lapavitsas, que oferta respostas e origens histórico-econômicas para os fenômenos sociais desencadeados pelas crises. A partir do estudo dessas teorias tornou-se viável identificar que existe uma possível e equilibrada alternativa para a dialética trabalho x capital. Ainda que contidos em um sistema capitalista que prioriza sempre o viés econômico, os resultados do estudo mostram que há espaço para a valorização da pessoa humana e, consequentemente, da classe trabalhadora, ainda que diante dos modelos de trabalho atuais.
  • ALAN DE ALBUQUERQUE GOMES
  • O ACESSO AO TRABALHO DIGNO COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
  • Data: 28/05/2021
  • Hora: 09:00
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  • Com o decorrer da história, percebe-se um movimento pelo qual a consciência de inclusão social e cidadania consegue ocupar os mais variados mapas temáticos decorrentes dos constantes anseios dos grupos que compõem a sociedade. É nesse sentido que a presente dissertação possui como objetivo central compreender, a partir de uma análise histórica e normativa, o direito ao acesso a um trabalho realizado de forma digna como instrumento garantidor para a conquista da inclusão social e exercício de uma plena cidadania. Sendo assim, o problema do presente estudo foi voltado para a inclusão social por parte das pessoas com deficiência a partir do acesso ao trabalho, verificando através da hipótese o espaço ocupado pelas pessoas com deficiência no cenário do mercado formal de trabalho e os principais desafios a serem enfrentados com vistas a uma inserção sociolaboral mais eficaz. Para isso, foi necessária uma análise contínua e paralela da observação de tratamento sociojurídico em relação às pessoas com deficiência, através da legislação constitucional e infraconstitucional, além dos tratados e convenções internacionais que versam sobre o tema, a exemplo da Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ou simplesmente Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, a Convenção sobre Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes (Convenção nº 159 da OIT), além da Lei Brasileira de Cotas para as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, todos esses institutos em consonância com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição Federal de 1988. O trabalho foi visto, assim, não apenas como um direito fundamental presente na legislação, mas como o principal vetor para o combate da exclusão social e promoção do bem-estar individual e coletivo. Apesar desses avanços normativos, é preciso salientar que apenas com políticas públicas eficazes e permanentes que propiciem uma inserção maior das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como a conscientização da sociedade civil organizada, buscando uma maior acessibilidade no ambiente laboral e o constante combate à discriminação que tanto afeta os grupos PcD’s, é que pode-se sonhar com o trabalhador com deficiência conquistando sua plena cidadania através do trabalho, a dignidade da pessoa humana e a tão sonhada igualdade dentro da sociedade que convive. Metodologicamente, o trabalho adotou a abordagem de natureza qualitativa, vez que para além dos dados quantitativos, foram considerados os elementos conceituais através de uma pesquisa interpretativa e o método empregado foi dedutivo, partindo do tema geral até o debate dos assuntos específicos, além da pesquisa bibliográfica e da documental.
  • ALVARO JÁDER LIMA DANTAS
  • A RETÓRICA COMO BASE DE UM CONHECIMENTO COMUM PARA AS ARTES E DIREITOS HUMANOS
  • Data: 27/05/2021
  • Hora: 15:00
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  • Esta pesquisa tem por objetivo principal investigar em que sentido, a retórica pode servir de base ou justificativa gnosiológica que torne legítima a construção de um conhecimento em comum dos direitos humanos e da(s) arte(s). A necessidade de se empreender uma pesquisa nesses moldes não é só para que se abra um espaço para novas pesquisas; antes disso ela deve servir muito mais à consolidação de um campo que já existe e já possui uma intensa produção acadêmica, que é o do “direito e arte”. Ou seja, ao buscar o objetivo principal, a pesquisa, que se insere no âmbito da Transjuridicidade, e que propõe uma colaboração com ela, estabelece a retórica como uma das bases possíveis do conhecimento transjurídico. O método, somente aplicável em um sentido não moderno do termo, que será utilizado é genericamente o de uma retórica com marcas explícitas do emprego dos tropos de Agripa, que significam uma preocupação de feições céticas desta pesquisa. Ainda, para que se conjugue esses três fenômenos, retórica, direitos humanos e arte, torna-se necessário recolher e investigar alguns outros, como hermenêutica, reabilitação da filosofia prática, estética, mito e mitologia. Para discuti-los, os pontos de partida serão os propostos por Hans-Georg Gadamer em sua produção filosófica, tendo a consciência do retorno à filosofia grega que ele reiteradamente propicia. Sendo assim, a marca da tradição sofística da retórica é posta ao lado da hermenêutica gadameriana para que se argumente a favor de uma tomada de consciência de que a compreensão humana funciona de um modo marcadamente hermenêutico-retórico. Aproveitando a base teórica que a transjuridicidade já possui, será investigado o que significou a reabilitação da filosofia prática por Gadamer, de forma a argumentar que esta e aquela possuem propósitos em comum, especificamente o de trazer o conhecimento científico de volta para o mundo da vida. Obtida uma fundamentação, por meio da retórica, hermenêutica e razão teórico-prática, busca-se elaborar uma investigação acerca das possibilidades de uma análise retórica da arte e dos direitos humanos isoladamente. Uma vez que considerados de forma separada, os fenômenos podem ser compreendidos pela retórica; a última fase será a de buscar compreendê-los conjuntamente, investigando como a estética se manifesta no direito, de que modo ela possibilita uma maior, ou menor, eficácia das normas e regularidades jurídicas, e como os estudos sobre as retóricas e estéticas fazem transparecer um caráter de mito e mitologia da dogmática e da filosofia do direito.
  • MARIA AURORA MEDEIROS DE LUCENA COSTA
  • DIREITO À SAÚDE E ONGS’S: PESQUISA RELATIVA AOS MECANISMOS ESTRATÉGICOS DO MSF EM AUXÍLIO NO TRATAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS
  • Data: 27/05/2021
  • Hora: 15:00
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  • Em todo o mundo, todos os dias, pacientes não têm acesso aos cuidados de saúde. As pessoas são estigmatizadas, marginalizadas, negligenciadas, têm seus direitos negados pela sociedade, pelo Estado ou pela comunidade internacional, devido à fragilidade gerencial em oferecer ajuda. Assim, faz-se importante observar que a crescente complexidade da vida social acarretou a reivindicação por direitos complexos que exigem a integração de esforços e estratégias, destacando-se, entre eles,o direito à saúde. Neste cenário, a garantia da dignidade humana e do seu rol de direitos de subsistência exigem mecanismos complexos de atuação. Dessa maneira, esta pesquisa apresenta a seguinte questão: As estratégias e ferramentas de assistência e documentação de questões médico-humanitárias da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em surtos e epidemias configuram como parte de um modelo de atuação solidária junto ao Estado em busca da efetivaçãodo direito à saúde? Na busca por respostas, delineou-se um objetivo geral, no qual busca-se perscrutarrescrutar se a assistência e as ferramentas descritas nos Medical Activity Reports de 2018 e 2019 são mecanismos estratégicos em auxílio aos países no tratamento de surtos e epidemias. Metodologicamente, pretende-se enfrentar a problemática a partir da análise geral, teórica e normativa solidificadas na literatura especializada sobre a essencialidade da prática médica-humanitária e do fortalecimento da Saúde em Estados que apresentam uma fragilidade no gerencimento institucional no combate a surtos e epidemias. Em relação ao escopo particular da pesquisa, busca-se a investigação das abordagens práticas eestratégias do MSF, através da análise de conteúdo em relação à compreensão, recorte e categorização dos indicadores delimitados nos Medical Activity Reports de 2018 e 2019 sobre surtos e epidemias, através da integração dos métodos descritivo e comparativo. Nesta senda, a pesquisa se desdobra a tentar entender o fenômeno contido na pergunta de pesquisa apresentada. Conclui-se que, pela compreensão dos dados, exploração do material e interpretação dos elementos objetivos na compreensão dedutiva da pesquisa, que a articulação das ferramentas analisadas — com base em delimitação metodológica dos dados perscrutados — devem ser consideradas ferramentas importantes de prática médico-humanitária, visto que a análise estratégica, investigação epidemiológica e documentação de respostas de surtos e epidemias em cenários fragilizados por crises estabelecem novas formas de assistência em atenção básica. Essas formas categorizam e interligam ações de promoção e prevenção solidárias no processo saúde-doença e contribui para a continuidade do atendimento de populações negligenciadas e enfraquecidas em surtos e epidemias, fortalecendo a produção de conhecimentos e a busca pela efetivação do direito à saúde nos níveis de atenção primária
  • HECTOR RUSLAN RODRIGUES MOTA
  • INTELIGÊNCIA TRIBUTÁRIA URBANO-AMBIENTAL: EXTRAFISCALIDADE DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS COMO INSTRUMENTO DE CONCRETIZAÇÃO DA CIDADE SUSTENTÁVEL
  • Data: 27/05/2021
  • Hora: 10:00
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  • O trabalho tem como cenário a centralidade do ambiente urbano para os debates contemporâneos sobre o direito fundamental ao meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações, bem como a instrumentalização do direito tributário em recorte municipal e extrafiscal, como ferramenta de concretização do direito à cidade sustentável no Brasil. O problema da pesquisa consiste em avaliar se a atual sistemática de tributos municipais proposta pela Constituição Federal brasileira é suficiente para instrumentalizar, através de ferramentas extrafiscais, a construção de cidades sustentáveis. A pesquisa utiliza abordagem hipotético-dedutiva e técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, debruçando-se sobre a doutrina e legislação brasileira e internacional. Partiu-se da hipótese que o modelo vigente pode ser, a partir das próprias diretrizes apontadas pela Constituição e legislação, adaptado para a realidade de indução de comportamentos em direção ao planejamento urbano ambiental. Após o atingimento dos objetivos específicos que são enfrentados em cada capítulo da dissertação, foi possível confirmar a hipótese de pesquisa com o acréscimo de conclusões adicionais acerca da interação entre a tributação ambiental municipal e as demais políticas urbanas com vistas ao desenvolvimento sustentável urbano. Trata-se de estudo com característica jurídico-projetiva, objetivando a detecção de possíveis caminhos para a adaptação da tributação ambiental à realidade contemporânea que clama pela necessidade de ambientes urbanos que propiciem vida digna aos habitantes, posto que propõe-se a construção de um modelo de tributação ambiental que reflita e concretize a urgente necessidade de transformar as cidades brasileiras em espaços de sustentabilidade e vida digna, seguindo diretrizes de matriz principiológica constitucional.
  • MATHEUS VICTOR SOUSA SOARES
  • ENTRE A UTOPIA DO REEQUILÍBRIO DE INTERESSES E A FACTUALIDADE DA ANOMALIA FUNCIONAL DO DIREITO AUTORAL NA CIBERCULTURA: AS LICENÇAS CREATIVE COMMONS COMO ESTRATÉGIA AMBIVALENTE
  • Data: 27/05/2021
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo deste trabalho é elucidar de que modo as licenças Creative Commons compõem estratégias para a adequação do Direito Autoral Brasileiro ao cenário da Cibercultura. Para tanto, considerando que a composição tridimensional dos direitos autorais — patrimonial, pessoal e cultural — impõe um contínuo e veloz aperfeiçoamento teórico, evidencia-se, em primeiro plano, a dinâmica autoral, localizando, definindo e contextualizando as prerrogativas do autor. Ao mesmo tempo, se explora o processo de internacionalização destes direitos, a emergência do ciberespaço e as complexidades da Cibercultura, que aponta para o potencial conciliatório das licenças Creative Commons — e do próprio Sistema Autoral — em um quadro no qual a identidade dos Direitos Autorais como Direitos Culturais e, por conseguinte, sua qualificação como Direitos Humanos em vista de sua função social, é sistematicamente ignorada. O impacto disruptivo do ciberespaço em todos os setores da sociedade não excetua a gestão dos direitos autorais, impondo-a reajustes. Este contexto digital explicita a anomalia funcional do Direito Autoral, uma vez que as formas de socialidade do ciberespaço implicam em múltiplas formas de criação e de compartilhamento da obra autoral que, em uma conjuntura onde predomina o senso de conservação de estruturas dirigidas exclusivamente à exploração econômica da chamada propriedade intelectual, desencadeiam atos ilícitos cometidos sob a bandeira da necessidade de realização compulsória do princípio da função social pelos próprios usuários, o que representa problemas. Portanto, o extremo oposto da blindagem comercial, qual seja, o acesso amplo e irrestrito à obra como bem de cultura, de igual maneira reduz um dos atores do processo criativo: o autor. Tal comportamento dos usuários da Rede perpetua desequilíbrios. As licenças Creative Commons despontam como uma alternativa à essa situação de desbalanceamento propondo uma redistribuição do poder sobre a criação e circulação de obras. Elas endossam o vínculo autor-sociedade – compreendidas nesta expressão também instâncias intermediárias (editores, produtores, agentes) – por meio da atribuição de ferramentas de autogestão paralelas à legislação autoral nacional e ao rigor das convenções internacionais, sendo aparentemente propícias, ao mesmo tempo, à realização de direitos fundamentais e ao exercício de prerrogativas autorais seculares, no elástico campo digital. Advindas, entretanto, do Copyright, sistema radicalmente destoante dos postulados do Droit d'auteur, ao qual se alinha o Brasil, as licenças Creative Common demandam reflexões necessárias antes de se regozijos diante as miraculosas soluções que propõem. Parte-se, pois, da indagação: qual equilíbrio autor-sociedade buscado e atingido pelas licenças Creative Commons diante das interconexões da cibercultura? Metodologicamente, para a responder este problema de pesquisa, utilizam-se as técnicas documental e bibliográfica, partindo da análise de artigos científicos, teses, dissertações dos hibridíssimos ramos Direitos Autorais e Direitos Digitais, perpassando por teóricos da comunicação contemporânea. O presente estudo surge no afã de se alinhar aos esforços dos autoralistas durante a revolução paradigmática que se avizinha oportunizando que o Direito Autoral possa lidar seriamente com seus tormentosos paradoxos.
  • MARINA MORAIS DE CARVALHO
  • IMPACTO DO USO DAS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS DA SOCIEDADE INFORMACIONAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: CONFORMAÇÃO DA REGULAÇÃO NORMATIVA SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL AO VALOR SOCIAL DO TRABALHO
  • Data: 21/05/2021
  • Hora: 15:30
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  • Inúmeras são as transformações promovidas pelas tecnologias informacionais no mundo do trabalho, desde o final do século XX, advindas do avanço desenfreado do uso destas ferramentas no ambiente laboral. Uma das principais delas diz respeito à introdução, cada vez mais frequente, de máquinas e ferramentas tecnológicas responsáveis pela automação e informatização da cadeia produtiva, o que passou a gerar dúvidas a respeito da necessidade de manutenção dos postos de trabalho e da obsolescência da mão de obra humana frente à eficiência, praticidade e economia destas tecnologias. Deste cenário advém o seguinte questionamento: de que modo se pode desenvolver um sistema efetivo de proteção ao trabalhador diretamente atingido pelo emprego da Inteligência Artificial nas relações de trabalho? Pretende-se, assim, analisar os reflexos do uso das tecnologias disruptivas da sociedade informacional no meio ambiente de trabalho, buscando respostas protetivas a esta atividade laboral, cada vez mais presentes no mundo globalizado, como forma de preservação da dignidade da pessoa humana do trabalhador, submetido a riscos desconhecidos e futuros. Tem-se, pois, como objetivo geral estudar os reflexos do uso das tecnologias disruptivas da sociedade informacional no meio ambiente de trabalho, buscando respostas protetivas a esta atividade laboral, cada vez mais presente no mundo globalizado, como forma de preservação da dignidade da pessoa humana do trabalhador, submetido a riscos desconhecidos e futuros. Nesta senda, parte-se da hipótese de que o Direito do Trabalho deve buscar proteger o trabalhador, ainda que inexistam marcos regulatórios específicos, sendo necessária a adoção de métodos de qualificação profissional, a fim de assegurar o direito ao trabalho e dar efetividade aos preceitos constitucionais. No desenvolvimento do argumento hipotético-dedutivo, partir-se-á da pressuposição mais ampla de efetivação do valor social do trabalho por meio da qualificação laboral, a partir da ideia de que tão somente através da mão de obra qualificada possibilitar-se-á a manutenção do trabalho humano a longo prazo, a despeito da imbricação das tecnologias informacionais nas relações de trabalho hodiernas. Ao final, se propõe uma atuação conjunta de todos os atores sociais, como forma de possibilitar a construção de um contrato social fortalecido em um trabalho justo, digno e sustentável.
  • JAINE ARAUJO PEREIRA
  • QUEM O DIREITO PROTEGE? Uma análise interseccional sobre a tipificação de casos de feminicídios no Estado da Paraíba
  • Data: 19/05/2021
  • Hora: 16:00
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  • A Lei 13.104 alterou, em 2015, o Código Penal brasileiro e trouxe uma nova qualificadora para o crime de homicídio. Nesse contexto, feminicídio pode ser definido como o delito praticado contra as mulheres por “razões da condição de sexo feminino”; tratando-se, assim, do último estágio das violências às quais as mulheres são vítimas. Nesse cenário, a presente pesquisa tem o objetivo de analisar a utilização da qualificadora de feminicídio a partir de um exame sobre a aplicação da justiça em seis casos concretos no estado da Paraíba. Os objetivos específicos, por seu turno, são: situar a mulher na sociedade brasileira; estudar a instituição da qualificadora do feminicídio no Brasil; examinar se a tipificação de feminicídio está sendo subnotificada através do estudo dos casos concretos e explorar as consequências da subnotificação de casos de feminicídio no já citado estado. Os locais da investigação foram: João Pessoa-PB, Campina Grande-PB e Mamanguape-PB; e órgãos e instituições ligados à computação de dados sobre a qualificadora de feminicídio, como a Secretaria de Segurança e da Defesa Social e a Polícia Civil, ambas do estado da Paraíba. A importância do estudo justifica-se pelo fato de que a maioria das pesquisas existentes sobre a temática preocupam-se apenas em tentar definir algum aspecto teórico sobre a questão; esta, por outro lado, além de fazê-lo em um primeiro momento, intenta, também, observar se a qualificadora supracitada está sendo empregada no estado da Paraíba. A pesquisa ainda guarda relevância social, visto que as análises podem funcionar como um termômetro para a criação de novas políticas públicas em defesa da vida das mulheres. Ademais, utilizou-se o método de abordagem indutivo e o método de procedimento monográfico; o tipo de pesquisa, por sua vez, é exploratório e refere-se a um estudo que envolve levantamento bibliográfico-documental. Assim, valeu-se de documentação indireta para o levantamento de dados sobre feminicídio e violência contra a mulher e de documentação direta para a pesquisa de campo. Outrossim, foi feita uma revisão bibliográfica e documental sobre o tema com as obras de Saffiotti (2013 e 2015), Carneiro (2011), Gonzales (1984), entre outras. Depois, buscou-se averiguar, com base nos mesmos documentos que as autoridades tiveram acesso para auxílio na tipificação dos casos, se haveria qualificação dos crimes como o feminicídio. O estudo aponta para a importância da sistematização adequada dos dados sobre os casos de violência extrema contra as mulheres, pois todos os casos de feminicídio da amostra constam como “homicídio simples” na consulta pública processual do Tribunal de Justiça da Paraíba. Tal confusão atrapalha a colheita de dados e dificulta a criação de políticas públicas de combate às violências de gênero, pois é preciso saber, com exatidão, quantas, onde e como as mulheres estão morrendo por conta da desigualdade de gênero. Isso comprova que é metodologicamente arriscado fazer uma pesquisa apenas com dados eletrônicos obtidos nos sistemas informáticos de órgãos públicos. É necessário consultar o corpo dos processos e verificar, em todas as páginas dos autos, se trata-se de um caso de feminicídio.
  • ANTÔNIO ALVES PONTES TRIGUEIRO DA SILVA
  • Paliativismos institucionais na gestão do Sistema Penitenciário Brasileiro a partir da realidade prisional do Estado da Paraíba
  • Data: 30/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • Os paliativismos institucionais são mecanismos adotados por gestores, entes fiscalizantes e legisladores no processo de tomada de decisões, quando da ocorrência de situações de crise, e que não solucionam as problemáticas por inteiro, mas as postergam ou são meramente utilizados como argumentos retórico-políticos para satisfação da opinião pública, e que, quando aplicados de forma reiterada, podem ensejar situações mais graves ou o surgimento de novas problemáticas. A presente pesquisa tem como campo de estudo o sistema penitenciário brasileiro e as razões que ocasionam constantes violações de normas. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica para vislumbrar o debate teórico em torno do construtivismo de caráter político compreendido por Rawls, em relação ao estabelecimento de uma sociedade pautada por princípios de justiça, cooperação comunitária e instituições justas, atrelado à a análise construtivista crítica trabalhada por Foucault ao se debruçar sobre as prisões e as relações de poder. Como objetivos específicos, a presente pesquisa realizou uma pesquisa de campo em dez estabelecimentos prisionais do Estado da Paraíba para compreender como se dá a gestão penitenciária regional, qual o grau de eficiência e efetividade das decisões e diretrizes nacionais oriundas das políticas públicas prisionais e se o Projeto de Lei n° 9054/2017 representa uma proposta paliativista para as problemáticas prisionais e de segurança pública do país. Dessa forma, concluiu-se que a gestão prisional brasileira é dotada por comportamentos institucionalmente paliativos, favorecendo ao aumento progressivo da criminalidade e reiteradas violações de direitos humanos. Assim, entendeu-se como necessário para melhoria do sistema o retorno aos princípios de justiça, incentivo à cooperação comunitária e à cidadania, dentro e fora das prisões.
  • JAQUELINE ROSÁRIO SANTANA
  • COMPLIANCE ANTICORRUPÇÃO E RESPONSABILIDADE PENAL DE PESSOA JURÍDICA (RPPJ): UMA VISÃO A PARTIR DA LÓGICA DE INTEGRIDADE NAS RELAÇÕES PÚBLICO-PRIVADAS
  • Data: 29/04/2021
  • Hora: 14:30
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  • Programas de integridade ou compliance anticorrupção se inserem numa lógica de coordenação entre público e privado, conformando perspectiva particular da corrupção e das formas de seu enfrentamento. Seus fundamentos emergem de contexto anglo-saxônico, jurídico e estruturalmente distante da realidade do Sul Global - América Latina, e se espraiam por meio de organizações internacionais que enunciam a necessidade de alinhamento entre os países na implementação de medidas para o combate e prevenção de práticas corruptas. Neste cenário, o crescente incentivo à adoção de sistemas de compliance por empresas que interajem com setor público e a sua utilização nas conformações da responsabilidade corporativa vem colocando em questão a pertinência dessa responsabilidade na modalidade penal. Dessa maneira, este estudo parte da seguinte pergunta: consoante à lógica de adoção de programas de integridade nas relações entre público e privado, a Responsabilidade Penal de Pessoa Jurídica (RPPJ) representa condição de possibilidade para o compliance anticorrupção? Buscando por respostas, tem-se por objetivo analisar possível relação de interdependência do compliance anticorrupção com RPPJ, o que se faz orientando-se metodologicamente por abordagem dogmática, na medida em que se compreende que a construção de um objeto está, assim como qualquer percepção das realidades de mundo, em disputa, porém, se procura evitar digressões epistemológicas sobre essas disputas. Como método de procedimento utiliza-se o descritivo-comparativo, uma vez que o estudo traduz-se em observação, registro, análise, correlação e comparação dos dados analisados, trabalhando destacadamente com duas realidades referenciais. Ademais, o estudo é em essência documental com base em fontes primárias, de modo acessório configura-se como bibliográfico-documental, e observou, no formato de considerações finais, que, na perspectiva de uma lógica / política de integridade, na qual se insere o compliance anticorrupção e consoante suas origens e premissas de cooperação e prevenção, a RPPJ não representa necessariamente condição de possibilidade para esse mecanismo empresarial – pelo contrário, a sua subordinação como resposta a uma possibilidade de responsabilização empresarial o reduz a um fim em si mesmo. Uma estrutura de incentivos adequada, na qual estejam garantidas ferramentas aptas, preponderantemente, à cooperação, ao desincentivo, à prevenção, à redução e à detecção de práticas corruptas, como simplificação regulatória, prestação de informações e conscientização, bem como investimento em acordos e tratamento proporcional ao comportamento do ator empresarial, mas também a punição efetiva de práticas corruptas, representada pela responsabilidade administrativa e civil no contexto da LAC, uma escolha pragmática frente às controvérsias que enfrenta a responsabilidade penal de pessoa jurídica, a inadequação e ineficiência do maquinário do poder judiciário, mostrou-se mais coerente como condição de possibilidade de compliance anticorrupção e construção de um cenário de integridade nas interações entre público e privado no Brasil.
  • JULIANA CAVALCANTE LIRA DE OLIVEIRA
  • ENTRE PAIS E FILHOS: RESPONSABILIDADE CIVIL POR PRIVAÇÃO DE AFETO DECORRENTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL
  • Data: 29/04/2021
  • Hora: 11:00
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  • Analisa-se no presente trabalho a responsabilidade civil por ato de alienação parental no contexto das relações familiares desfeitas, sob a perspectiva das implicações da doutrina de proteção integral da infância dentro da família. A temática abordada parte da compreensão do conceito de família democrática, a partir do reconhecimento jurídico da afetividade enquanto princípio e direito de quem compõe a relação familiar, cuja violação, por meio de atos que implicam na privação do afeto parental, causa dano de natureza afetiva, a demandar a devida tutela jurisdicional de reparação. Segue-se a partir de estudos interdisciplinares, a demonstrar-se a importância da infância na formação do homem e as consequências nocivas que as privações de afeto decorrentes da alienação parental podem causar. Com foco nas famílias desfeitas e nos cenários de conflito de guarda, mostra-se a relevância do tema, a apresentar-se a alienação parental também sob a ótica do direito, configurando-a como ato ilícito apto a ensejar a aplicação da responsabilidade civil no âmbito da família. Recorrendo à análise da legislação posta, da jurisprudência formada no âmbito dos Tribunais e, sobretudo, dos debates doutrinários, a pesquisa realizada é do tipo exploratória, bibliográfica e documental, com o emprego do método de abordagem dedutivo, a partir-se da contextualização das alterações estruturais na família sob a égide da Constituição Federal de 1988 até propor-se o uso de um instrumento jurídico tipicamente patrimonial como alternativa de solução a uma questão eminentemente existencial. A hipótese possui respaldo teórico, pois são crescentes os pontos de encontro entre a responsabilidade civil e o direito de família, a ensejar debates de um lado sobre a proteção da integridade, inclusive afetiva, da pessoa humana, e, de outro, em torno das consequências de uma possível (e não desejada) patrimonialização do afeto. Partindo de tais premissas, sob a perspectiva da humanização e constitucionalização do direito privado brasileiro, a destinar aos filhos um olhar de cuidado e o direito ao afeto familiar, conclui-se pela possibilidade da categoria jurídica de responsabilidade civil por privação de afeto decorrente da prática de alienação parental, a ser formada também por medidas complementares à indenização pecuniária, com fins de efetivamente reparar o dano afetivo causado à relação entre pais e filhos.
  • DANIEL SAMPAIO DE AZEVEDO
  • BASE LEGAL DO LEGÍTIMO INTERESSE: DINÂMICA NORMATIVA E O DIREITO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS
  • Data: 27/04/2021
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica normativa da base legal do legítimo interesse frente aos direitos do titular de proteção de dados pessoais, conforme previsão da Lei Geral de Proteção de Dados ou LGPD (Lei nº 13.709, de 18 de agosto de 2018). Na verdade, a pesquisa busca responder à seguinte pergunta: a dinâmica normativa do legítimo interesse, conforme as previsões dos artigos 7º, IX, 10 e 37 da LGPD, garante segurança jurídica aos sujeitos da relação jurídica de tratamento, na esfera das respectivas posições jurídicas? A formular a pergunta de outra maneira: a dinâmica normativa do legítimo interesse consegue equilibrar a liberdade do agente de tratamento de fazer uso de dados pessoais para finalidades estritamente econômicas (sem o consentimento do titular) e, ao mesmo tempo, garantir a proteção dos direitos do titular de dados pessoais? Após percurso de uma pesquisa de caráter qualitativo e de cunho documental, com base em revisão bibliográfica, que não se restringiu a livros específicos sobre o tema, mas lançou mão de artigos e trabalhos acadêmicos (dissertação) sobre assuntos correlatos, além da análise de projetos de lei e de decisões judiciais, buscou-se analisar e descrever o contexto em que a LGPD se situa no tempo e nas necessidades, a princípio divergentes, de agentes de tratamento e do titular de dados pessoais. Como resultado, identificou-se que, de um lado, a proteção de dados, além de um novo direito da personalidade distinto da privacidade, é também um direito fundamental, conquanto implícito, porque seu reconhecimento, no âmbito normativo brasileiro, deu-se por decisão do Supremo Tribunal Federal; de outro lado, compreendeu-se que o tratamento de dados pessoais, segundo a LGPD, só é permitida em hipóteses taxativas, em regra relacionadas a interesse público, exceto no caso do consentimento e do legítimo interesse. E, neste último caso, consoante se observou da revisão bibliográfica, adota parâmetros subjetivos em sua definição. Não obstante, a subjetividade do preceito em torno do legítimo interesse – foi possível identificar – é suplantada por procedimentos (sobretudo, o teste de proporcionalidade) que a própria LGPD pôs a disposição do agente de tratamento, para que pudesse livremente tratar os dados pessoais sem que violasse os direitos do titular de dados. Assim observado, concluiu-se que a dinâmica normativa do legítimo interesse, inserida no contexto da relação jurídica de tratamento, ao passo em que garante o exercício da liberdade econômica do agente de tratamento, para o uso sem consentimento de dados pessoais, exige uma série de obrigações que visam garantir as posições jurídicas do titular de dados pessoais, em especial quando prevalecem sobre a liberdade econômica daquele.
  • ANDREW SOUZA DE LIMA
  • TRIBUTAÇÃO SOBRE O CONSUMO E DEFORMIDADES SOCIOECONÔMICAS: ICMS PERSONALIZADO E PROPOSTAS DE REFORMA TRIBUTÁRIA EM FACE DO FEDERALISMO FISCAL BRASILEIRO
  • Data: 23/04/2021
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação objetiva identificar uma alternativa de redução das deformidades socioeconômicas promovidas pela tributação sobre o consumo, com foco na onerosidade do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS sobre os contribuintes de fato, em razão da normatividade existente. Sabe-se que a carga tributária brasileira é fortemente impactada pelos tributos sobre o consumo e, o ICMS, nesse sentido, destaca-se como o imposto de maior relevância para os entes da federação. Dada a incidência do ICMS sobre as operações mercantis, identifica-se que a regressividade tributária, característica intrínseca àquele, acaba por onerar demasiadamente os contribuintes de fato. Nesse sentido, o questionamento que se levanta é se haveria um meio de reduzir as deformidades socioeconômicas decorridas da tributação sobre o consumo, em virtude da normatividade do ICMS consoante o federalismo fiscal vigente. Utilizar-se-á o método científico dedutivo, uma vez que o estudo avançará dos aspectos centrais da tributação do ICMS até a sua particularização, apontando as distorções e vislumbrando medidas de reforma. No que se refere à abordagem, adotar-se-á o método exploratório e dialético, porquanto a temática apresentada deve ser analisada considerando os anseios da coletividade. No que diz respeito à técnica de pesquisa, esta será bibliográfica e elaborada a partir da leitura, reprodução e sistematização da normatividade e dos pensamentos doutrinários e jurisprudenciais do tema proposto, bem como do detalhamento de dados de arrecadação obtidos juntos aos órgãos de fiscalização. A partir da problemática acima explicitada, propõe-se como hipótese a personificação do ICMS àqueles que efetivamente suportam o ônus de sua aplicação, bem como, analisa-se o que as propostas de reforma tributária em discussão no Congresso, PEC nº 45/2019 e PEC nº 110/2019, vislumbram para o futuro da tributação sobre o consumo. Em tal contexto, verifica-se a possibilidade de adequação das medidas de reforma à solução pretendida, sem desconsiderar, contudo, o caos sanitário, social e econômico promovido pela pandemia de COVID-19.
  • RONALDO DE SOUSA VASCONCELOS
  • PARÂMETROS PARA CONCRETIZAÇÃO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA OS MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS NO ÂMBITO DO ACESSO À JUSTIÇA DO TRABALHO
  • Data: 23/04/2021
  • Hora: 11:30
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  • O presente trabalho de dissertação tem por objeto analisar o acesso à justiça do trabalho em relação ao microempreendedor individual com base no princípio constitucional da proteção à pequena empresa. No Brasil, os microempreendedores individuais representam um papel importante no contexto econômico do país, uma vez que é um segmento que tem como característica principal ser uma das maiores fontes geradoras de empregos, representando 63% do total de empresas criadas no país. Todavia, apesar da sua importância, deve-se destacar a sua baixa taxa de sobrevivência. Com isso, é necessária, entre outras medidas, a concretização do princípio constitucional de tratamento diferenciado à realização da adequação e da flexibilização dos normativos vigentes. Essa análise será direcionada para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com foco na busca do tratamento diferenciado para a concretização do acesso à justiça, do duplo grau de jurisdição e da homologação dos acordos extrajudiciais (jurisdição voluntária). Parte-se da tese levantada por Tavares, na qual analisa o empreendedorismo de forma crítica, na perspectiva do mundo do trabalho, e da tese de Almeida que trata sobre a possibilidade de uma legislação trabalhista flexível para os pequenos empreendedores. A hipótese, a qual passaremos a investigar, é que os possíveis meios para a garantia da concretização do tratamento diferenciado ao microempreendedor individual, na seara do direito processual do trabalho, passam pela extensão do jus postulandi nos casos de homologação dos acordos extrajudiciais, pelo deferimento da justiça gratuita e pela isenção no pagamento das custas e do preparo recursal.
  • RAFAELA MONIQUE VAZ CORDEIRO FIDELIS
  • TOMBAMENTO COMO INSTRUMENTO DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE CULTURAL: EFETIVIDADE DAS DECISÕES JUDICIAIS SOBRE A TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL NO ÂMBITO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA
  • Data: 23/04/2021
  • Hora: 10:00
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  • O meio ambiente cultural é constituído por bens culturais, cuja acepção compreende aqueles que possuem valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, dentre outros, refletindo as características de uma determinada sociedade. Assim, o meio ambiente cultural decorre de uma intensa interação entre o homem e a natureza, porquanto aquele constrói o seu meio, e toda atividade e percepção são formados pela sua cultura. Ao analisar o meio ambiente cultural, enquanto complexo macrossistema, o estudo reflete o conflito entre o direito à propriedade e o direito ao patrimônio cultural preservado, ambos direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal de 1988, o que, longe de ser apenas uma questão jurídica, expõe aspectos relacionados à origem do Estado brasileiro, sua formação cultural e política. Nesse contexto, examina-se a evolução e ampliação do conceito de cultura, uma vez que a mais nova ordem constitucional estabelece um regime jurídico específico para a tutela dos bens culturais no país, na medida em que atribui ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, a proteção e a promoção do patrimônio cultural. Contudo, a ausência de uma política pluralista se reflete no cometimento da doutrina e jurisprudência brasileira em definir os limites de atuação judicial sobre os bens de interesse cultural. Objetiva-se abordar o instituto do tombamento, enquanto modalidade de intervenção do Estado em qualquer tipo de bem, em virtude da preservação do patrimônio histórico ou artístico-cultural, bem como a adequação de seu conteúdo e a possibilidade de admissão de sacrifícios ao direito de propriedade. Constitui preocupação central do estudo o exercício do controle jurisdicional sobre o bem tombado, cuja problematização consiste em analisar se os Tribunais de Justiça estão autorizados a revisar a ação ou omissão da Administração e substituí-la por uma decisão própria visando à proteção do patrimônio cultural. Como resultado da enquete científica, assegura-se ter contribuído para construir uma compreensão do papel do Poder Judiciário para seleção, promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro, apresentando a (in)coerência das decisões quanto ao controle dos atos de tombamento.
  • HANDERSON GLEBER DE L CAVALCANTI
  • ENTRE A MALDIÇÃO DE URANO E ESPERANÇA DE ATENA: Uma análise da legalidade das armas autônomas e dos seus possíveis mecanismos regulatórios, à luz do direito internacional humanitário
  • Orientador : ALESSANDRA CORREIA LIMA MACEDO FRANCA
  • Data: 19/04/2021
  • Hora: 15:00
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  • Em meio as incertezas da pós modernidade, a Indústria 4.0 adentra ao campo militar, prenunciando uma completa revolução da guerra. O emprego da inteligência artificial nos conflitos armados suscita o pesadelo da "Maldição de Édipo", exaustivamente retratado na ficção científica desde longas datas, e cenários comuns às obras Cyberpunks de autores como William Gibson, Asimov, Shirow Masamune, Phillip K Dick, etc.. Em razão dos medos e riscos inerentes ao uso dos armamentos autônomos, as entidades internacionais se reúnem em prol da sua regulamentação. Quais são esses mecanismos normativos e quais os seus possíveis impactos dentro do cenário internacional?.
  • STEPHANY YOHANNE ROLIM PEREIRA
  • DIREITO E DERRELIÇÃO: O PAPEL DO MECANISMO JURÍDICO NO ABANDONO DO SUJEITO HUMANO
  • Data: 16/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem por objeto a análise ontológica da característica de abandono do sujeito humano e a sua relação com o Direito, de modo que, o objetivo geral de tal construção científica é investigar a influência do Direito no processo de derrelição humana. Nessa feita, busca-se identificar as concepções do ser como ponto de partida para a percepção do conceito de abandono humano, seguindo o ato de analisar a caracterização onto-substancial do Direito e sua relação com o processo de derrelição do sujeito humano, bem como compreender a abandonidade do ser pelo Direito e sua consequente atuação enquanto instrumento de administração de pessoas. Assim, a perspectiva de abandono aqui apresentada pretende partir de uma abordagem filosófica a respeito do que representa o processo de abandono humano, para que se possa traçar uma relação com a perspectiva jurídica do que é derrelição. Nesse sentido, entende-se a derrelição humana como abandono do ser, da qual tem parte o próprio Direito, na medida em que o mesmo toma um aspecto de regulador da vida humana. Para o levantamento de tal investigação, por se tratar de um aporte teórico, enquanto técnica, adota-se uma revisão de literatura, com um caráter documental, de modo que a mesma decorre de uma base construída pelos textos da Filosofia Clássica de Platão e Aristóteles e da Teoria do Direito, com as obras de Lionel Hart e Kelsen, ainda com a intenção de abordar uma Teoria Política. Busca-se atinar para a abandonidade do ser na sociabilidade cindida, isto é, a situação de desamparo humana pelo próprio Direito, ferramenta de instrumentalização do indivíduo humano, resultado da valorização do mundo das coisas e a desvalorização do mundo humano.
  • CRIZEUDA FARIAS DA SILVA DIAS
  • REFORMA TRABALHISTA E INCONSTITUCIONALIDADE NA EFETIVAÇÃO DA TUTELA LABORAL: IMPACTOS PROCESSUAIS DA LEI N° 13.467/17 NO ACESSO À JUSTIÇA DOS TRABALHADORES
  • Data: 24/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • Com a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por meio do Decreto-Lei nº 5.452/43, os direitos dos trabalhadores foram garantidos. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – CRFB/1988 –, protegeu vários desses direitos. Contudo, no ano de 2017, tal legislação que se manteve assentada basilarmente no princípio da proteção do trabalhador e da promoção do critério da justiça social, foi modificada pela Lei nº 13.467/17, a qual trouxe nova configuração para a gratuidade processual na Justiça do Trabalho, diferenciando os requisitos para a concessão de gratuidade judiciária, que na Justiça do Trabalho passaram a ser mais gravosos que os do Processo Civil e dessa forma, desrespeita o princípio constitucional da igualdade e dificulta o acesso à Justiça Trabalhista, contrariando preceito fundamental. Assim, questiona-se em que medida essas inovações processuais comprometem acesso à justiça dos trabalhadores. À luz deste problema principal, na avaliação da nova esfera normativa laboral, é preciso avaliar: como esse fenômeno se materializa na prática? Na perspectiva jurídica, a reflexão parte de uma análise hermenêutica que orienta a não conformação constitucional dos preceitos inseridos no texto celetista, os quais afrontam o princípio constitucional da igualdade e do direito de acesso à justiça. Objetiva-se apurar se tais medidas a fortiori são a causa da diminuição do número de reclamações trabalhistas. O trabalho está organizado, em seções, além da introdução, de modo a abordar os parâmetros constitucionais para a valoração do trabalho, o valor social do trabalho na CRFB/1988 e a importância dos direitos sociais. Aborda-se a importância do trabalho como um instrumento garantidor de dignidade humana e viabilizador dos preceitos do artigo 170, incisos VII e VIII, da CRFB/1988, suas repercussões normativas sobre os direitos fundamentais processuais trabalhistas. Avalia-se os conceitos de Estado Democrático de Direito e desenvolvimento econômico interligados ao direito de acesso à justiça. Discorre-se sobre o direito de acesso à justiça na Declaração Universal de Direitos Humanos como promotor dos direitos sociolaborais, examinando a relevância do princípio da proteção ao hipossuficiente na relação jurídica processual da Reclamatória trabalhista, o instituto do jus postulandi, sua pertinência na legislação trabalhista para o acesso à justiça dos Trabalhadores e empregadores e o princípio da gratuidade da justiça. Ainda, faz-se uma análise crítica dos novos dispositivos processuais trabalhistas: como custas processuais, honorários advocatícios e periciais em face do princípio da vedação ao retrocesso social, averiguando-se a sua validade material sob a perspectiva do princípio da progressividade. De modo a correlacionar as mudanças legislativas com a realidade, realiza-se uma análise comparativa dos dados estatísticos fornecidos pela Coordenadoria de Estatística e Pesquisa do TST, de forma a comprovar que o número de ações impetradas na fase de conhecimento diminuiu consideravelmente em todo o território nacional, comprovando que a Reforma atingiu seu objetivo, impondo ônus processuais para os trabalhadores, afastando-os da Justiça do Trabalho, e impedindo a integral efetivação do princípio do acesso à justiça aos trabalhadores brasileiros.
2020
Descrição
  • WERNA KARENINA MARQUES DE SOUSA
  • A JUSTIÇA BRASILEIRA FACE ÀS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DURANTE A DITADURA MILITAR (1964 - 1969)
  • Data: 11/12/2020
  • Hora: 09:00
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  • Em geral, pode-se dizer, desde o início, que a ditadura continua sendo uma espécie de parâmetro inevitável para entender tudo o que se seguiu, um momento histórico ao qual sempre se retorna em busca de traços, vestígios e pistas que ainda podem ser reveladores.A fim de apreciar plenamente a ação da Justiça brasileira, é necessário lembrar que ela faz parte de uma estrutura profundamente transformada sob a influência da doutrina da Segurança Nacional. Na primeira parte desta tese, o foco da discussão gira em torno da legislação desenvolvida durante os primeiros anos da ditadura civil-militar (1964 a 1969), na perspectiva de seu potencial para desempenhar um papel político na legitimação do regime. O Judiciário como um ramo do Estado contemporâneo que representa a possibilidade de limitar ou reduzir o exercício de práticas abusivas ou contrárias às normas da Lei. Por outro lado, o mesmo sistema judicial que limita os excessos praticados contra a lei também pode legitimar esses excessos e desvios da conduta política praticada em nome da legalidade sob o pretexto de que o sistema jurídico é um instrumento vital para o funcionamento das instituições do Estado. Os dados históricos ou registros utilizados no desenvolvimento desta pesquisa explicam, em parte, através de sua jurisprudência, como e por que os casos de habeas corpus apresentados por pessoas acusadas de crimes políticos foram iniciados, mantidos e depois abandonados pelo regime autoritário do Brasil. Na segunda parte da tese, discute-se sobre o comportamento do Supremo Tribunal Federal em relação à revisão da constitucionalidade dos atos institucionais e da Constituição de 1967. A partir de meados do período em análise, movimentos compostos principalmente por famílias de vítimas e pela Ordem dos Advogados do Brasil começaram a divulgar e denunciar os casos de detenção arbitrária, tortura, morte e desaparecimento forçado que haviam ocorrido desde o início do período em análise. As denúncias chegaram às principais organizações internacionais que reagiram de uma forma ou de outra a estas demandas, e tal pressão chegou ao governo brasileiro, que preferiu negar ou suavizar qualquer fato que pudesse implicar a responsabilidade do Estado. Desta forma, a ditadura procurou legitimar o regime militar mostrando que ele operava com base em regras e normas legais pré-estabelecidas. Buscou-se entender como a ação (ou omissão) do judiciário ocorreu no contexto das mudanças políticas e jurídicas dentro do regime autoritário brasileiro durante seus primeiros e decisivos anos.
  • PRISCILA EMANUELE FALCAO DE OLIVEIRA MENEZES
  • DÍVIDA PÚBLICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL DO ESTADO: RECENTRALIZANDO A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO ORÇAMENTO PÚBLICO NA BUSCA PELO DESENVOLVIMENTO
  • Data: 30/11/2020
  • Hora: 16:00
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  • O presente trabalho defende que a regulação jurídica da dívida pública brasileira é deficiente e um obstáculo para o país na adoção de uma agenda desenvolvimentista no que se refere ao cumprimento das obrigações internacionais em matéria de direitos humanos. O início das argumentações começa a partir de quadro introdutório conceitual denominado de propedêutica jurídica da dívida pública, onde, a partir de uma visão transjurídica, é apresentado os conceitos trazidos pela doutrina financeira e legislação brasileira para delimitar o objeto de análise da pesquisa. Em seguida, fundamenta-se a incompletude do tratamento jurídico dispensado pelo ordenamento para o controle do endividamento público e pela necessidade de conhecer a composição do estoque da dívida pública nacional, pois a omissão inconstitucional para a limitação da dívida pública federal e a não efetivação da auditoria da dívida (art. 26, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) impedem as ações de controle necessárias para que processo de endividamento seja um meio de alcançar um crescimento econômico apto a tornar a dívida sustentável. Apresenta-se o panorama internacional do tratamento jurídico da dívida pública, a partir da atuação de organismos como a Organização das Nações Unidas, o Clube de Paris e o Clube de Londres. Estabelece-se o alicerce principiológico a partir da ideia de justiça fiscal, sustentabilidade e responsabilidade intergeracional sob o prisma da dignidade da pessoa humana e dos objetivos principais da República Federativa do Brasil. Por fim, conclui-se que sob a perspectiva dos direitos humanos, a gestão da dívida pública deve considerar como prioridade orçamentária as políticas públicas efetivadoras de direitos econômicos, sociais e culturais, compromissada com o desenvolvimento humano e diminuição da desigualdade social, com base na teoria do capitalismo humanista e a proposta da tese aqui defendida é que os entes nacionais criem uma Lei de Responsabilidade Social, condicionando e responsabilizando o gestor, quando de sua atuação financeira-orçamentária, a atender os índices mínimos de desenvolvimento humano, como pressuposto para a realização de qualquer ato de endividamento público, impondo sanções nos mesmos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal.
  • JOSÉ AUGUSTO SEGUNDO NETO
  • DIREITO AO PROTESTO: O USO DOS PODERES COERCITIVOS DO ESTADO PARA LIMITAR O EXERÍCIO DOS PROTESTOS SOCIAIS E MANIFESTAÇÕES POPULARES, NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, NO PERÍODO DE 1981-1990
  • Orientador : JOSE ERNESTO PIMENTEL FILHO
  • Data: 30/11/2020
  • Hora: 14:00
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  • O ato substancial que está na base de todos os movimentos sociais é a ação coletiva de confronto. Mesmo que o objeto deste estudo se relacione com o discurso jurídico dos Poderes do Estado para limitar os protestos sociais e as manifestações populares, o conceito, estrutura e delimitação de protestos que podem ser distinguidos entre movimentos (como formas de opinião de massa), organizações de protestos (como formas de organizações sociais) e atos de protestos (como formas de ação) (MELUCCI, 1999, p. 12) e manifestações populares que, por sua vez, “congregam pessoas oriundas das mais diversas origens, situações e interesses pessoais, estando unidas apenas pela causa comum defendida em público” (TEIXEIRA e SCHIITES, 2014, p. 16). Apesar de garantido a partir da inter-relação dos direitos à liberdade de expressão, de opinião e de reunião, observa-se um vazio protetivo ao direito de protesto. A problemática surge a partir do contexto transicional: de que forma os protestos sociais e mobilizações populares foram tratados pelos Poderes de Estado na Região Metropolitana do Recife durante os anos de 1981 – 1990? Objetivo geral da investigação busca analisar criticamente a interferência dos Poderes do Estado nas manifestações, inserindo-se em um contexto amplo, mormente quando a historiografia não é suficientemente, dotando a investigação de certo grau de originalidade. Os objetivos específicos estão em analisar a importância dos protestos sociais e mobilizações populares na efetivação de direitos; verificar a forma que o Estado, titular do poder coercitivo, por meio de seus Poderes, tratou os protestos sociais e mobilizações populares; descrever como o Poder Judiciário, assumindo sua condição natural de garantidor de direitos e de proteção às minorias, decidiu em questões litigiosas envolvendo o exercício do direito de protestos. Para a finalidade da análise aqui desenvolvida foi utilizada como marco teórico a abordagem relacionada com a crítica ao direito desenvolvida por Michel Miaille (1989), a fim de questionar os enfoques ideológicos e ontológicos do pensamento jurídico dominante e problematizar a cientificidade do conhecimento jurídico. Para conhecer a realidade da intervenção dos Poderes de Estado nos protestos sociais e mobilizações populares parte-se de uma abordagem qualitativa, analisando três protestos sociais que mereceram destaque na Região Metropolitana do Recife: a greve geral de 21 de junho de 1983, a greve dos metroviários de 1987 e a mobilização das residentes da Casa da Estudante Universitária da Universidade Federal de Pernambuco em 1988, todas com causas diversas e com repercussões trabalhistas, penais e administrativas para seus sujeitos. Foram trabalhadas fontes escritas, dentre elas as notícias em periódicos da grande imprensa de circulação na época, auto de prisão, inquéritos administrativos, inquéritos policiais, ações criminais e ações de segurança que, aliados a pesquisa bibliográfica, representam fontes a partir das quais é possível se analisar como foram apresentadas soluções a esses fatos, em particular pelo sistema de justiça, o que garante a possibilidade da continuação da investigação científica a que se propõe esse estudo.
  • NICOLE LEITE MORAIS
  • “Num abraço, multidões!”: o Direito à Fraternidade, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Nona Sinfonia de Beethoven
  • Data: 27/11/2020
  • Hora: 10:00
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  • No contexto da evolução histórica dos Direitos Humanos, os 17 artigos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão receberam influência do lema da Revolução Francesa liberté, égalité, fraternité. Contudo, embora os direitos à liberdade e à igualdade encontrem-se expressos no texto da declaração, em seu artigo 1º, percebe-se que o mesmo não acontece com o direito à fraternidade. Partindo dessa problemática, tem-se, na presente pesquisa, o seguinte questionamento: Uma música pode colmatar uma lacuna jurídica? Ou, mais especificamente, a Nona Sinfonia de Beethoven pode orientar a interpretação a ponto de complementar a lacuna do direito à fraternidade na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão? Percebe-se que Beethoven, ao utilizar o poema An die Freude, de Schiller, na composição do quarto movimento da Nona Sinfonia, transmitiu a mensagem contida nos versos de Schiller, de que todos os homens são irmãos, em referência direta ao objeto da presente pesquisa, a saber, o direito à fraternidade. Nesse sentido, considerando-se a exaltação da fraternidade por intermédio da Nona Sinfonia de Beethoven, tem-se como hipótese a possibilidade de esta Sinfonia orientar a interpretação da Declaração, preenchendo, assim, a lacuna do direito à fraternidade. O objetivo central desta pesquisa, portanto, é o de analisar a possibilidade de colmatação da lacuna do direito à fraternidade na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão por meio da Nona Sinfonia de Beethoven. A fim de alcançar o objetivo proposto, nesta pesquisa, optou-se pela utilização da abordagem qualitativa, do tipo exploratória e dedutiva, valendo-se das técnicas bibliográfica e documental, recorrendo-se à utilização de informações contidas em diferentes fontes nacionais e estrangeiras, e tendo em mente as seguintes categorias de análise: transjuridicidade; direitos humanos; arte e educação; fraternidade; nona sinfonia de Beethoven. A pesquisa revela que a Nona Sinfonia de Beethoven, especificamente o seu quarto movimento, o Coral, pode funcionar como um instrumento para abordar o direito à Fraternidade, como símbolo da união entre os povos.
  • NARICE FLAVIANA DE SOUZA ALVES BARBOSA BRAZ
  • EMPREGO INTERMITENTE: ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO À “CRISE” OU INSTRUMENTO DE PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO?
  • Data: 30/10/2020
  • Hora: 14:00
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  • O Brasil é cenário de “mais uma crise do capital” que fez explodir, dentre outras consequências danosas, o desemprego e a informalidade. Diante disso, necessário se fez a adoção de soluções enérgicas e urgentes, a fim de que os impactos negativos originados a partir desse estado de coisas pudessem ser superados. Nesse sentido é que a lei 13.467/2017 foi aprovada pelo Parlamento brasileiro com a previsão de nova modalidade de contrato de trabalho: o intermitente. Tal contrato possui um delineado que inaugura “marco protetivo” diferente daquele exibido pelas demais modalidades de contratação laboral até então existentes, especialmente, no que pertine à jornada de trabalho e à remuneração, que passam a atender a um padrão ultraflexível. Este tipo de contrato, muito embora surja em claro momento de tentativa de desregulamentação e flexibilização das normas trabalhistas, fruto do capitalismo globalizante e do enfraquecimento do Estado nacional regulador, se insere dentro de um arcabouço normativo, com ele incompatível, que espraia valores constitucionais e de direitos humanos afirmadores da dignidade do homem e da centralidade do trabalho como equalizador das demandas sociais por inclusão no mercado de trabalho e acesso isonômico aos benefícios do desenvolvimento-fruto do trabalho. A par disso, se pretendeu empreender uma pesquisa quali-quantitativa que respondesse à pergunta-problema sobre em que medida o contrato de trabalho intermitente é mecanismo eficaz na geração de empregos decentes, conforme propugnado pela Constituição Federal de 1988, Tratados de Direitos Humanos em vigor no Brasil e Organização Internacional do Trabalho (OIT). O argumento hipotético-dedutivo parte do dado preliminar de que a contratação intermitente carece de requisitos que sobrelevem o posto de trabalho criado a patamares civilizatórios de dignidade e decência garantidores de sua validade e conformação como instrumento legítimo a ser utilizado para a promoção do pleno emprego. Face ao exposto, conforme se pôde depreender a partir da análise dos dados coletados, apesar de gerar empregos formais, haja vista que a lei assim o categoriza, o contrato intermitente tem o condão de romper com os requisitos fático-jurídicos da não eventualidade, alteridade e onerosidade do contrato de trabalho, bem como com o requisito jurídico-formal do objeto possível, determinado ou determinável, ao prever a possibilidade de ausência de efetiva prestação de serviços e pagamento. Tal contrato desvirtua, assim, a função social da propriedade e seu corolário, a função social dos contratos, bem como ataca os institutos da liberdade para contratar e da livre manifestação da autonomia (não da vontade, mas da pessoa humana), colocando o empregado intermitente em uma igualdade formal/jurídica com o empregador que o primeiro não ostenta. Ademais, o contrato intermitente, em linhas gerais, demonstra não atender à necessidade de oferta e delimitação adequada da jornada de trabalho e remuneração do obreiro, obstaculariza o acesso à seguridade social, induz a desigualdades no mercado de trabalho e não respeita integralmente, tampouco amplia o espectro de proteção social do homem trabalhador. Há na relação laboral intermitente o desprestígio do valor social do trabalho, ao se fundar em uma racionalidade econômica na qual os direitos fundamentais dos trabalhadores são pressionados para aquém de seu patamar elementar. O contrato de trabalho intermitente, portanto, configura mecanismo que facilmente pode levar o indivíduo a toda sorte de privações e inseguranças, não sendo, assim, meio constitucional e convencional eficaz para a geração de empregos substanciais no Brasil.
  • GILVÂNKLIM MARQUES DE LIMA
  • A inclusão previdenciária dos agricultores familiares sob a ótica da Análise Econômica do Direito e da experiência do Juizado Especial Federal de Campina Grande/PB (2016-2018)
  • Data: 23/10/2020
  • Hora: 15:00
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  • A tese, dividida em cinco capítulos, objetiva analisar se o formato de inclusão previdenciária aplicado, atualmente, aos agricultores familiares, é adequado (ou não) às necessidades de proteção dessa categoria de trabalhadores em face dos principais riscos sociais a que se expõe. O modelo em discussão tem como marco constitucional a equiparação entre os trabalhadores urbanos e rurais, com a previsão, no entanto, de que os últimos, quando exercerem a atividade rurícola individualmente ou em regime de economia familiar, efetivarão o recolhimento de contribuições para o custeio da seguridade social combase tributávelincidente sobre resultado da comercialização da produção. A Lei nº. 8.213/1991, ao regulamentar o mandamento constitucional e definir o plano de benefícios do regime geral de previdência social, rotulou essa categoria de segurado como especial e estabeleceu que para ela a comprovação do recolhimento de contribuições previdenciárias é dispensável para assegurar a filiação previdenciária, desde que haja comprovação do exercício da atividade que legitima o enquadramento durante a carência do benefício pretendido. Isso tem levado à coincidência entre a inscrição do trabalhador e a solicitação da prestação previdenciária. O trabalho foi desenvolvido com base em pesquisa documental junto ao Juizado Especial Federal de Campina Grande (PB), com adoção do marco temporal compreendido entre 01/01/2016 e 31/12/2018.Foram aplicadas as técnicas de amostragem probabilística de natureza aleatória simples. Durante a análise dos dados, buscou-se identificar os principais pontos controvertidos vinculados às regras previdenciárias direcionadas aos agricultores familiares. Como problema de pesquisa, questionou-se se o formato de enquadramento previdenciário dos agricultores familiares atende (ou não) às necessidades de proteção do público a que se destina. Como hipótese de partida, apontou-se que a falta de observância de critérios objetivos quanto à acomodação previdenciário, a vulnerabilidade às fraudes e a incapacidade de assegurar proteção durante as intempéries climáticas,tornam o modelo inadequado ao fim a que se propõe. Adotou-se os métodos de abordagem indutivo e histórico-dedutivo no desenvolvimento do raciocínio. Os métodos de procedimento aplicados foram o histórico, o hermenêutico, o estatístico e o estudo de caso. As técnicas de pesquisa utilizadas foram a documentação direta e a indireta. A Análise Econômica do Direito (AED), com foco centrado na avaliação consequencialista da norma jurídica e o pragmatismo cotidiano sustentado por Richard A. Posner serviramde marco teórico para a pesquisa.
  • ANA CLARA MONTENEGRO FONSECA
  • ORDENS DE OBSERVAÇÃO CONTINGENTES SOBRE A CONDUTA DA VÍTIMA NA CRIMINOGÊNESE À LUZ DO ESTRUTURAL-CONSTRUTIVISMO
  • Data: 05/10/2020
  • Hora: 14:00
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  • A conduta contributiva da vítima frente ao crime, como categoria tratada à luz da dogmática penal, pela estrutura da autorresponsabilidade e/ou consentimento, é estudada, geralmente, a partir da reprodução da natureza jurídica do instituto, ou seja, apenas se limitando a dizer sua possibilidade de afastar ou não a imputação penal. Distintamente, esta abordagem parte do problema: como é possível observar o papel da vítima na dogmática penal moderna à luz de uma perspectiva estrutural, sistêmica e construtivista? Como desdobramento: que função essa conduta da vítima cumpre, desde uma perspectiva periférica até o centro no sistema penal (legisladores, doutrinadores e tribunais), entre a redundância e variação na argumentação jurídica brasileira? Pela metodologia estrutural-construtivista quem constrói o que é a ciência é o observador, o qual, a partir de suas distinções, inventa sua realidade como saber e como não-saber, no viés de Heinz Von Foerster, George Spencer-Brown, Niklas Luhmann e Raffaele De Giorgi, marcos teóricos centrais desta tese. Trata-se de um estudo interdisciplinar, que transpassa o olhar jurídico, pois, envolvido pelo pensamento sistêmico complexo, passeia pelas veredas sociológicas, filosóficas, visitando, muitas vezes, até a literatura como metáfora-suporte, para seguir na travessia de tentar elucidar descrições e interpretações da dogmática penal. Nossa hipótese é trabalhar o papel da vítima de crime como comunicação. A vítima, observadora direta do evento delituoso, propicia ao legislador/doutrinador formulações periféricas sobre sua conduta. À luz da cibernética, esta observação de primeira ordem funciona na construção da moldura dogmática, antecipando-se ao observador de segunda ordem, o julgador do caso concreto. Este último, por meio de suas decisões, constrói perspectivas tidas como centrais do sistema penal, com base (em tese) nos programas jurídicos disponíveis. Quer dizer, a hipótese de posicionar as comunicações sobre a vítima como observações estrutural-construtivistas inventa uma metodologia de expansão moldurada da ciência do saber sobre a teoria do delito. Porque a vítima recebe competência para construir observações sobre o evento delituoso, reatualizada por observadores do sistema, atualizando os pensamentos sobre a causalidade, sobre a imputação, sobre o que legitima o direito penal tradicionalmente, realizando uma ruptura com esse mesmo paradigma. Nesse viés, não se trata de pensar se a vítima pode ou não renunciar a tutela penal de seus bens e, com isso, favorecer a não imputação da responsabilidade penal para terceiros. Buscase examinar como o sistema lida com essa estrutura (o papel da vítima) dentro de sua função. Importa como esse papel é construído na semântica do sistema de imputação para continuar operando e expandindo a comunicação, diminuindo os ruídos do sistema e dando a impressão de segurança jurídica. Para tanto, este trabalho estrutura-se em três eixos principais. O primeiro trabalha o próprio método e fundamento teórico da tese: abordam-se os pontos centrais da teoria dos sistemas e do construtivismo. O segundo dedica-se à identificação de usos comunicacionais a respeito do papel da vítima, a partir da compreensão da funçãomemória e sua temporalidade inventada que dão suporte a construção do labiríntico direito penal moderno, bifurcado entre os caminhos da redundância e da variação argumentativa. No terceiro, discutem-se os níveis de observação sobre a conduta da vítima e os limites das matrizes teóricas dominantes na dogmática penal moderna. A ideia é de descrever a observação estrutural-construtivista da dogmática-penal, atinente à conduta do personagem vítima, para além da teoria de proteção exclusiva de bem jurídico. Tudo isso, com intuito de ampliar a capacidade cognitiva dos observadores e fomentar a produção de formulações conceituais para as complexidades geradas pelas contingências e pela velocidade da mutação das relações no modelo de sociedade, a partir dessa teoria jurídica da comunicação.
  • FLORA MARIANA DA SILVA EVANGELISTA
  • Empresas Militares Privadas e Direitos Humanos: perspectivas sobre uma regulação institucionalizada pelas Nações Unidas
  • Orientador : FREDYS ORLANDO SORTO
  • Data: 15/09/2020
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem como objeto Empresas Militares Privadas (EMPs), entidades privadas com fins lucrativos que oferecem serviços profissionais envolvendo uso potencial da força, intrinsecamente relacionados com conflitos. Nas últimas duas décadas, a inserção dessas empresas em ambientes conflituosos tem aumentado substancialmente, prestando serviços para variados clientes: Estados, Organizações Internacionais, ONGs, empresas. No entanto, o processo de expansão não foi acompanhado da devida regulação, resultando em graves denúncias de violações aos direitos humanos e impunidade. Até então, o Direito Internacional tem apresentado lacunas jurídicas consideráveis quanto à regulação desses entes, e os instrumentos regulatórios criados não oferecem resposta adequada, sendo a falta de vinculação jurídica a principal deficiência. Assim, o problema em pauta diz respeito à insuficiente regulação das EMPs e suas implicações negativas para proteção dos direitos humanos. O objetivo é analisar a construção do projeto de convenção das Nações Unidas, pois entende-se que somente um instrumento internacional vinculante é capaz de solucionar a problemática da regulação. Partindo-se do pressuposto de que a ONU seria esfera com reconhecida legitimidade para liderar essa ação, por ser uma organização multilateral difusora de princípios dos direitos humanos. O trabalho adota método indutivo com abordagem metodológica qualitativa. Em primeiro momento, é apresentada discussão quanto à possibilidade dessas empresas serem classificadas como mercenários e fatores que contribuíram para expansão do mercado militar privado. Em seguida, de que forma o Direito Internacional tem regulado sua atuação. Por fim, aborda-se o papel da ONU, tanto enquanto contratante dos serviços de EMPs em operações de paz, como à frente da elaboração da proposta de Convenção Internacional para Regulação, Monitoramento e Supervisão das Atividades das Empresas Militares Privadas.
  • JANAYNA NUNES PEREIRA
  • CONTROLE DE PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS DISCRIMINATÓRIOS CONTRA AS MULHERES
  • Data: 01/09/2020
  • Hora: 15:00
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  • O acesso das mulheres ao ensino superior, ao mercado de trabalho e às estruturas dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, mediante a constitucionalização da igualdade entre homens e mulheres, possibilitou o início da reversão de costumes sexistas. Todavia, em que pese os avanços em diferentes searas, persistem resquícios do sistema patriarcal nas estruturas de poder que continuam refratários à igualdade de gênero e efetivação dos direitos humanos das mulheres. Os fundamentos históricos e sociológicos parecem demonstrar que o próprio sistema judicial no Brasil reverbera discursos sexistas e opressores através de seus agentes, institucionalizando a violência de gênero em detrimento dos direitos humanos das mulheres. Em afronta direta a preceitos constitucionais, alguns julgadores proferem sentenças e votos construindo argumentações encriptadas de ideologias discriminatórias sob o manto da inviolabilidade funcional da magistratura. O presente trabalho objetiva a análise dos instrumentos jurídicos de controle de convencionalidade e integridade de decisões judiciais, proferidas após a Emenda Constitucional nº45/2004, como forma de efetivação dos Direitos Humanos e de construção de uma sociedade justa. A partir da compreensão da dinâmica de discriminação contra as mulheres no Poder Judiciário, pretende-se tipificar a pronúncia discriminatória como ato antijurídico em uma perspectiva hermenêutica-normativa do direito brasileiro e, transversalmente, dos diplomas internacionais de direitos humanos, para, assim, debater o controle de decisões judiciais atentatórias à dignidade das mulheres a partir de políticas judiciais e atividade administrativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Supremo Tribunal Federal (STF).
  • MARCOS GONCALVES NASCIMENTO COSTA
  • AUTONOMIA E DIFERENCIAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL: uma análise da sentença de primeiro grau no processo judicial AÇÃO PENAL Nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR a partir da teoria sociológica do direito de Niklas Luhmann
  • Data: 28/08/2020
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho analisa a formação de sistemas sociais autônomos nos processos judiciais. Segundo a teoria de Luhmann, essa autonomia é proporcionada por estruturas presentes nos processos dogmáticos, que primeiro serão definidas e depois analisadas por meio da aplicação a um caso concreto, a sentença na AÇÃO PENAL Nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR. Pretende-se identificar quais estruturas contribuem para a formação de um sistema social autônomo no processo dogmático. Para esta pesquisa, a relação entre uma sociedade complexa, o direito positivado e o procedimento condiciona a compreensão da técnica de decisão e de efetivação do direito. Seguindo a fundamentação teórica proposta, admite-se que o direito desempenha uma função específica, nomeadamente uma orientação congruente no processo de criação de sentido por meio do estabelecimento de expectativas normativas, asseguradas de modo contrafático. Para o presente trabalho, esta função de estabelecer uma congruência entre os âmbitos temporal, social e material de sentido é realizada pela decisão judicial e, portanto, a congruência será confrontada com as construções da dogmática processual, a partir da decisão escolhida. Dessa maneira, delineiar-se-á a construção do sistema social no processo analisado como um sistema de comunicação autônomo diante do sistema geral da sociedade, que forma o ambiente do sistema direito. Para investigar a proposta de pesquisa, seguindo a fundamentação indicada, será levantada a seguinte questão inicial: que estruturas colaboram com a formação de um sistema social autônomo, um sistema social de comunicação com um tempo próprio, diferente do tempo social; com papéis sociais específicos, diferentes dos papéis sociais desempenhados de forma ampla na sociedade; e uma matéria específica, realidade, selecionada pelo processo dogmático? A hipótese deste trabalho é, portanto, indicar que existe a formação de um sistema social de comunicação autônomo e específico do direito e que a teoria sociológica apresenta os meios para a compreensão desta formação autônoma e permite, assim, identificar as estruturas que, por meio da técnica dogmática de produção de decisões no processo judicial, formam essa autonomia. A pesquisa foi conduzida por meio de uma metodologia analítica funcional. O trabalho está dividido em sete capítulos, dos quais o primeiro, consiste em uma apresentação da teoria sociológica e o segundo, se focaliza na função do direito, apontada por esta teoria. No terceiro e quarto capítulo, seguem-se as análises do procedimento como sistema social especial e como sistema de produção de sentido respectivamente, seguido por uma breve apresentação dos aspectos da retórica analítica relevantes para este trabalho, no capítulo seis. No capítulo sete, aplicam-se os aspectos teóricos e os resultados intermediários ao caso referido, ilustrando a realização dos processos em questão por meio de exemplos concretos. Isso antes de chegar à conclusão de que existe autonomia do procedimento judicial perante o sistema social amplo, tanto no âmbito temporal, material e social, e que isso é alcançado por meio de estruturas da dogmática processual, como a preclusão, a imparcialidade do juiz, a criação de uma história específica no procedimento e as matérias, fatos jurídicos, selecionados para fundamentar a decisão. Conclui-se, por fim, que existem também perspectivas para futuras propostas de pesquisa.
  • VICENTE ELISIO DE OLIVEIRA NETO
  • DEFICIÊNCIA, DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E TÓPICA JURÍDICA: o convívio antinômico entre os pontos de vista biomédico e biopsicossocial no direito brasileiro
  • Data: 21/08/2020
  • Hora: 10:00
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  • A presente tese tem por objeto a inclusão social das pessoas com deficiência por intermédio da efetivação dos seus direitos no contexto nacional. Pretende-se, assim, investigar a (des)consideração da definição biopsicossocial da deficiência, enquanto pressuposto do programa jurídico includente da coletividade com deficiência, na conformação de políticas públicas, provimentos jurisdicionais e de diplomas normativos no âmbito nacional. O seu problema cinge-se a verificar se a definição biopsicossocial da deficiência, premissa estruturante do programa jurídico includente do contingente social com deficiência, vem norteando as atividades estatais de criação e aplicação do Direito no Brasil. A hipótese é que o convívio antinômico entre as definições biomédica e biopsicossocial da deficiência na conformação de políticas públicas, provimentos jurisdicionais e diplomas normativos constitui-se em obstáculo à implementação do programa de proteção especial do segmento social com deficiência. O desenrolar da investigação compreenderá particularmente analisar a partir de distintos pontos de vista a questão da deficiência, mais precisamente da exclusão social das pessoas com deficiência, enquanto problema associado à emergência da formação social típica da Era Moderna. Incumbe igualmente descrever os fundamentos e as estratégias que possibilitaram a instituição do programa jurídico de proteção especial às pessoas com deficiência, enquanto grupo socialmente submetido a condições de vulnerabilidade, nas dimensões global e local. Em seguida impõe-se apreciar a atual configuração constitucional do programa de proteção especial das pessoas com deficiência, substancialmente modificado em decorrência da incorporação das cláusulas da CDPD, e seus desdobramentos teóricos e práticos no Brasil. Por fim buscar-se-á demonstrar, sob a perspectiva da jurisprudência tópica viehwegiana, o convívio antinômico dos pontos de vista biomédico e biopsicossocial da deficiência no desenvolvimento das atividades de produção e aplicação do Direito no contexto brasileiro. Na dimensão metodológica, o método de abordagem será o dialético, nos termos e limites estabelecidos por Aristóteles, considerando que é sob tais marcos que se encontra circunscrita a principal referência metódica que guiará o desenvolvimento desta tese, a tópica jurídica viehwegiana.
  • GILMARA BENEVIDES COSTA SOARES DAMASCENO
  • O PATRIMÔNIO CULTURAL COMO DIREITO CULTURAL: Um estudo sobre a Cooperação Internacional no combate ao Tráfico Ilícito de Bens Culturais no Brasil
  • Data: 10/08/2020
  • Hora: 14:30
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  • Mediante enfoque sobre os crimes cometidos contra os bens culturais do patrimônio histórico e artístico, esta pesquisa situa o tráfico ilícito de bens culturais. Assim como outros tipos de tráfico, o comportamento delitivo engloba vários tipos de ilegalidades (contrabando, descaminho, exportação, importação etc.) que alimentam o mercado internacional ilícito de bens culturais. Os números deste comércio ilegal não são estimados, pois os Estados, muitas vezes, não têm controle sobre os furtos, roubos, desaparecimentos, deslocamentos de obras de arte, artefatos arqueológicos e demais bens culturais. O crime transnacional é o quarto comércio ilegal em todo o mundo. A cooperação jurídica internacional em matéria penal tem sido bastante utilizada pelo Brasil como meio de repatriação desses bens culturais, inclusive em sítios na internet que promovem leilões virtuais. Em comparação a outras nações, a cooperação internacional em matéria cultural é bem menos desenvolvida em nosso país. Assim, os acordos ainda são em menor número e pouco utilizados, quando poderiam fortalecer as relações culturais entre os Estados na busca pelos objetos culturais, através de meios diplomáticos, portanto mais ágeis. O objetivo principal desta tese é investigar as medidas práticas encontradas hoje para o fortalecimento da cooperação internacional entre os Estados do MERCOSUL no combate ao tráfico ilícito de bens culturais. Para tanto, foi construída com base na pesquisa bibliográfica documental do tipo exploratória e dedutiva. O método da abordagem e de procedimento é o dedutivo histórico. Há uma intenção explícita de aproximação interdisciplinar com a historiografia sobre a diplomacia brasileira, com as relações internacionais no que concerne à construção da solidariedade e da cooperação na América do Sul. O resultado desta pesquisa mostra o reconhecimento da cooperação internacional, como meio jurídico de cumprimento do direito ao acesso ao patrimônio cultural, enquanto direito humano. Por fim, o trabalho conclui que o Brasil precisa se esforçar junto aos demais Estados do MERCOSUL para criar mecanismos jurídicos de combate ao tráfico ilícito de bens culturais. Aplicou-se a técnica bibliográfica documental com farta utilização de informações primárias, contidas em diversos relatórios oficiais, sobretudo os de organismos internacionais como a ONU, a UNESCO, a ILA e o MERCOSUL. Cunha Filho (2018), Häberle (2007), Nafziger e Nicgorski (2009), Soares (2018), Yates (2015), Mackenzie (2002), Franca Filho (2015), entre outros autores, dão embasamento à pesquisa.
  • MARIA IVONETE VALE NITÃO
  • A RESPONSABILIDADE PENAL DE MENORES NO DIREITO COMPARADO DO BRASIL E DA ESPANHA E A DETERMINAÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
  • Orientador : ROMULO RHEMO PALITOT BRAGA
  • Data: 30/07/2020
  • Hora: 12:00
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  • O presente trabalho tem âmbitos de aplicação distintos, como são o do Brasil e da Espanha, e se iniciará através da análise do conceito da responsabilidade penal dos menores que determinará a maioridade penal brasileira e espanhola. Nesta, a responsabilidade criminal dos menores não enseja a inimputabilidade penal, e em 1996 a maioridade penal espanhola foi aumentada dos 16 para os 18 anos, enquanto que no Brasil, se fala que os menores de idade penal são inimputáveis e busca-se a redução da maioridade penal dos 18 para os 16 anos. A partir de então, veremos como a experiência espanhola na determinação da responsabilidade penal de menores poderá ajudar na fixação da maioridade penal brasileira. Para realizarmos esse trabalho nos utilizaremos da pesquisa bibliográfica, feita através da metodologia indutiva onde documentos oficiais dos dois países também serão utilizados.
  • LUCAS LOPES OLIVEIRA
  • ETNOGRAFANDO A CONSTRUÇÃO DO DIREITO AO ACESSO À MACONHA MEDICINAL EM UM CONTEXTO PROIBICIONISTA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 24/07/2020
  • Hora: 15:00
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  • Esta pesquisa doutoral tem como tema o estudo do processo de construção do direito ao acesso à cannabis para fins terapêuticos no Brasil, estudando seus limites, as potencialidades e as formações discursivas que permeiam este tema. Assim tratamos de estudar as construções discursivas sobre a maconha dentro do discurso científico contemporâneo, bem como, a luta dos movimentos sociais e seus impactos no status jurídico desta planta medicinal. Trabalhamos com a hipótese de que ocorre um deslocamento no regime de verdade que tensiona a definição jurídica da planta cannabis abrindo espaço potencial para a construção do direito ao acesso à maconha medicinal. O objetivo geral é o de explorar a construção do direito ao acesso à cannabis terapêutica por via da atuação judicial, dos movimentos sociais e de demais atores sociais. Nosso estudo se dividirá em três partes. Na primeira estudamos, a partir dos marcos teóricos sobre as biopolíticas contemporâneas, como houve um sequestro das práticas de cura relacionadas aos usos terapêuticos populares da maconha, tendo como ferramenta o Direito Penal e o discurso da medicina ascendente. Em um momento posterior passamos a relatar os focos de tensão entre o discurso proibicionista da maconha e as recentes viradas epistemológicas dentro do discurso médico, a emergência do discurso dos Direitos Humanos, as críticas criminológicas e dogmáticas à criminalização da maconha e a visão do direito à saúde enquanto um Direito Humano. Por fim, tratamos de estudar a emergência do movimento social em defesa da maconha medicinal no Brasil e as estratégias jurídicas e políticas na luta pelo acesso à maconha medicinal no Brasil e na Paraíba. A presente pesquisa trata-se de um estudo qualitativo de viés etnográfico e tendo como norte teórico-metodológico o pensamento genealógico de Michel Foucault e os marcos teóricos da sociologia jurídica. Como ferramentas da pesquisa de campo utilizamos a pesquisa documental, observação participante e entrevistas abertas.
  • MARCIO FLAVIO LINS DE ALBUQUERQUE E SOUTO
  • MACROCRISE DOS DIREITOS HUMANOS NO SÉCULO DO TERRORISMO
  • Data: 02/07/2020
  • Hora: 09:00
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  • O século do terrorismo foi inaugurado por meio do 11 de Setembro. Desde então, o curso da história tem sido condicionado por aquele episódio e pelas réplicas militares que se seguiram. As crises humanitárias da atualidade, v.g., o genocídio de minorias, a ascensão do nacionalismo xenofóbico, o protecionismo econômico, a destruição do patrimônio cultural da humanidade, a fuga dos blocos regionais e etc., são consequências daquilo que pode ser considerado a macrocrise dos direitos humanos do século XXI. A construção de uma sociedade que promova o pluralismo das culturas, a universalidade dos valores da liberdade, democracia, direitos humanos e economia de mercado por meio da integração das tradições normativas parece estar cada vez mais distante no contexto recente, mas a busca desse propósito configura-se como um verdadeiro dever da geração atual para com as futuras. O encadeamento histórico das dimensões do terrorismo sugerido como objetivo geral desta tese tem por escopo descrever as várias formas de manifestação deste fenômeno ao longo dos anos, bem como apresentar ferramentas de tratamento jurídico diferentes em cada caso, incrementando o marco teórico com uma forma de interpretação distinta daquelas até então conhecidas. No mesmo sentido, a compreensão do seu caráter dúplice como macrocrise e fato gerador de outras crises pode fornecer uma perspectiva mais concreta de defesa dos direitos humanos. Os objetivos guardam pertinência temática com a área de concentração e com a linha de pesquisa “teoria e história do direito – teoria e história dos direitos humanos,” por meio de sua ementa. As pesquisas serão orientadas pela pluralidade metodológica, podendo-se destacar o método dedutivo para a classificação tridimensional do terrorismo em contextos diversos; o epistemológico para a natureza dúplice e o funcionalista para definição dos elementos que podem vir a compor o conteúdo dogmático-normativo dos crimes-meio, além de outras balizas procedimentais destacadas no corpo do projeto. A pesquisa sobre o terrorismo no contexto pós-11/09 guarda relevância social, pois se trata, talvez, da maior crise humanitária contemporânea; acadêmica para todos os programas de estudo dos direitos humanos considerando as consequências que derivam dos casos de espetacularização do medo coletivo e pessoal tendo em vista as repercussões recorrentes no cotidiano da comunidade internacional.
  • IZABEL VICENTE IZIDORO DA NÓBREGA
  • O PATRIMÔNIO CULTURAL COMO PATRIMÔNIO PÚBLICO:O PAPEL DO TRIBUNAL DE CONTAS NA PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
  • Data: 29/06/2020
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem como propósito analisar a ação fiscalizatória e pedagógica dos Tribunais de Contas na promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro, atuando positivamente na concretização dos direitos culturais inerentes ao patrimônio cultural e possibilitando o cultural accountability. O problema a ser enfrentado reside no questionamento acerca de como o Tribunal de Contas pode promover e proteger o patrimônio cultural, auxiliando e colaborando com os demais órgãos de proteção ao patrimônio cultural. A pesquisa partiu da hipótese de que o Tribunal de Contas tem competência constitucional própria, estabelecida no artigo 216, § 1º, CF/88, para atuar na salvaguarda e promoção do patrimônio cultural, bem como o dever de cooperar para o cumprimento da Meta ODS 11.4, da Agenda 2030, que determina a implementação de esforços por todos os órgãos da Administração Pública voltados à salvaguarda do patrimônio. No tocante à relevância social e científica da pesquisa, identificou-se uma escassez de trabalhos jurídicos sobre a temática, de modo que a presente pesquisa pode contribuir para suprir tal escassez, podendo ser aproveitada, internacionalmente, em todos os Estados que adotam o sistema de Tribunal de Contas. Ademais, esta pesquisa pode auxiliar na discussão acerca do papel de todos os órgãos públicos, incluindo o Tribunal de Contas, na proteção e proteção do patrimônio, evitando-se perdas irreversíveis dessa herança e tesouro cultural, social e econômico.
  • IZABELLE PONTES RAMALHO WANDERLEY MONTEIRO
  • GUARDA COMPARTILHADA NOS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DO PAI CONTRA A MÃE: MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
  • Data: 29/06/2020
  • Hora: 09:30
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  • O presente trabalho analisa a guarda compartilhada da criança e do adolescente nos conflitos familiares decorrentes de violência doméstica praticada pelo pai contra a mãe, nos termos da Lei n. 11.340/2006. Esse recorte foi adotado devido aos números alarmantes de violência doméstica contra a mulher nas relações íntimas de afeto heterossexuais, bem como à compreensão de que, enquanto destinatários da doutrina da proteção integral e, portanto, com direito a crescer com saúde, dignidade e salvos de todas as formas de violência, crianças e adolescentes são vítimas indiretas da violência perpetrada entre os pais e por eles vivenciada no convívio familiar. Recorrendo a estudos interdisciplinares, foram identificadas pesquisas que confirmaram a possibilidade de danos no desenvolvimento de crianças e adolescentes após vivenciarem as práticas de violência do pai contra a mãe, bem como o caráter cíclico e sistemático da violência doméstica que reveste essa problemática de tamanha complexidade e dificuldade para seu rompimento. Nestes termos, com foco nas situações de ruptura conjugal subjacentes a essa forma de violência, notadamente as que resultam na decretação das medidas protetivas de urgência de incomunicabilidade e distanciamento do agressor, nos termos da Lei Maria da Penha, o presente estudo é necessário para compreender se a aplicação da guarda compartilhada como regra no Brasil, assim estabelecida pela Lei nº 13.058/2014, alcança o melhor interesse das crianças e adolescentes em tais casos. Recorrendo a instrumentos normativos, entendimentos jurisprudenciais e debates doutrinários, a pesquisa realizada é do tipo exploratória, bibliográfica e documental, com o emprego do método de abordagem dedutivo. Na perspectiva da humanização do Direito Civil, especialmente no que se refere à tutela especial dos hipervulneráveis, o presente estudo concluiu que a aplicação da guarda compartilhada como regra em tais casos não garante o melhor interesse da criança, considerando, ainda, a necessidade de um aperfeiçoamento legislativo com proposta de possível afastamento inicial, mas com monitoramento multidisciplinar que viabilize o convívio familiar e, paulatinamente, permita a reanálise futura do compartilhamento, a depender de cada caso.
  • RAPHAEL BRUNO VELONI
  • A [IN]EFETIVIDADE DOS DIREITOS NOS CONTRATOS DE PLANOS PRIVADOS DE ACESSO À SAÚDE A PARTIR DA CONCEPÇÃO KANTIANA DE RESPONSABILIDADE
  • Data: 26/06/2020
  • Hora: 15:00
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  • Neste trabalho, expõe-se a categoria do direito de acesso à saúde no âmbito privado, bem como sua significância e questionável eficácia social hodierna, a qual está qualificada pelo risco de inefetividade de seus direitos e pela proliferação de atentados à pessoa. Nos âmbitos público e privado, o direito de acesso à saúde sofre indevidas recusas, pelo Estado ou Operadoras de Planos de Saúde, que afrontam normativas legais e jurisprudenciais sobre o tema, ocasionando o recurso ao judiciário. Assim, a judicialização da saúde e a litigância contida têm sido estudadas para fornecerem ao intérprete instrumentos adequados à escassez de recursos, diversidade de riscos à integridade psicofísica e proliferação de descumprimentos contratuais, demonstrando a necessidade de se repensar o alcance dos efeitos da responsabilidade civil. No intento de contribuir para a ampliação da compreensão do tema, nesta Dissertação, tem-se por objeto o estudo do diálogo entre sanções negativas e positivas na mensuração dos danos morais em hipóteses de responsabilização das operadoras de planos de saúde. Tem-se por objetivo geral instruir o conteúdo das funções repressiva e promocional, no que tange às sanções extraídas do art. 944, parágrafo único, do CC/02, para o estímulo ao cumprimento de direitos pelas prestadoras desses serviços. O problema que norteou esta pesquisa foi: A promoção e a repressão, aplicadas mediante a responsabilidade civil por danos extrapatrimoniais, são meios hábeis para se estimular a efetividade dos direitos no mercado nacional de planos privados de saúde? A hipótese fundamental é a de que, a partir da aplicação da concepção kantiana de responsabilidade, é possível intensificar o alcance dos efeitos da responsabilidade civil por danos extrapatrimoniais, estimulando-se o cumprimento de direitos e desencorajando a sua violação intencional no mercado nacional. Dessa forma, a pesquisa é alicerçada na obra de Immanuel Kant, notadamente na sua concepção de responsabilidade. Adota-se como método a imputação judiciária do filósofo de Konigsberg, que permite intensificar o alcance dos efeitos da responsabilidade civil ao conjugar sanções positivas, compensações e sanções negativas com o mérito, o débito e o demérito, respectivamente. Para tanto, realizou-se uma análise qualitativa a partir dos dados coletados, ou seja, o presente estudo foi viabilizado pelo levantamento de dados bibliográficos na literatura jurídica brasileira e estrangeira, jurisprudencial e normativa pertinentes ao estudo sobre o alcance geral da responsabilidade civil, de modo a ampliar a compreensão sobre o tema. Na pesquisa, encontraram-se indícios da utilidade, no âmbito da responsabilidade civil, do recurso à variadas medidas de controle social, sejam essas de caráter positivo, sejam de caráter negativo. Ademais, tal construção é de superior segurança e funcionalidade se instruída pelo debate democrático em detrimento da interpretação de cláusulas gerais. Essa construção democrática teria a aptidão de instruir uma sistemática benéfica aos agentes econômicos meritórios, bem como de elaborar desincentivos à violação reiterada do direito de acesso à saúde nas relações jurídicas entre operadoras e destinatários dos serviços por intermédio de retribuições positivas e negativas, mas sem abdicar dos avanços da dogmática cível na reparação de danos. Dessa forma, a concepção kantiana de responsabilidade ampliaria a definição de responsabilidade civil ao oferecer uma sistemática metafísica – um ponto de partida para construções democráticas – para a retribuição.
  • LUCAS LACERDA ARAGAO DE BRITO
  • O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE EDIÇÃO GENÉTICA: O CONFLITO ÉTICO DO APERFEIÇOAMENTO DA ESPÉCIE HUMANA
  • Data: 18/06/2020
  • Hora: 11:00
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  • O presente estudo se propôs a analisar as novas relações humanas, sociais e jurídicas ocasionadas pelo avanço da técnica, especificamente no que tange as técnicas de manipulação genética e alteração de células somáticas e germinativas do ser humano. A partir desse ponto de partida, faz-se uma breve análise e traça-se os parâmetros da filosofia a serem utilizados para a análise dessas interações. Dessa forma, o trabalho se inicia trabalhando com os conceitos de ética, ética aplicada, bioética e bioética da responsabilidade, utilizando-se para tal o conceito de responsabilidade constante da Obra de Hans Jonas, a teoria da responsabilidade. Em seguida, trabalha a Eugenia enquanto conceito cientificamente concebido e enquanto fenômeno social com seus O presente estudo se propôs a analisar as novas relações humanas, sociais e jurídicas ocasionadas pelo avanço da técnica, especificamente no que tange as técnicas de manipulação genética e alteração de células somáticas e germinativas do ser humano. A partir desse ponto de partida, faz-se uma breve análise e traça-se os parâmetros da filosofia a serem utilizados para a análise dessas interações. Dessa forma, o trabalho se inicia trabalhando com os conceitos de ética, ética aplicada, bioética e bioética da responsabilidade, utilizando-se para tal o conceito de responsabilidade constante da Obra de Hans Jonas, a teoria da responsabilidade. Em seguida, trabalha a Eugenia enquanto conceito cientificamente concebido e enquanto fenômeno social com seus desdobramentos, trabalhando com o conceito de eugenia liberal de Habermas e o trabalho da virtude soberana de DOWRKIN, ambos tratando da chamada eugenia positiva e eugenia negativa. Por fim, pretende-se analisar as reais consequências práticas, utilizando-se os conceitos pré definidos no próprio trabalho com o intuito de se dirimir as questões acerca do que é certo e errado, do que é beneficente e maleficente ao homem enquanto indivíduo, enquanto ser social e enquanto ser autocompreendido em si mesmo. No que tange à metodologia, nesta pesquisa de nível exploratório, natureza qualitativa e de base essencialmente bibliográfica, optou-se mais especificamente pelo método científico de abordagem hipotético-dedutivo. No que diz respeito ao método de procedimento, foram empregados o monográfico, assim como o histórico.
  • LUCAS LACERDA ARAGAO DE BRITO
  • O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE EDIÇÃO GENÉTICA: O CONFLITO ÉTICO DO APERFEIÇOAMENTO DA ESPÉCIE HUMANA
  • Data: 18/06/2020
  • Hora: 10:00
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  • O presente estudo se propôs a analisar as novas relações humanas, sociais e jurídicas ocasionadas pelo avanço da técnica, especificamente no que tange as técnicas de manipulação genética e alteração de células somáticas e germinativas do ser humano. A partir desse ponto de partida, faz-se uma breve análise e traça-se os parâmetros da filosofia a serem utilizados para a análise dessas interações. Dessa forma, o trabalho se inicia trabalhando com os conceitos de ética, ética aplicada, bioética e bioética da responsabilidade, utilizando-se para tal o conceito de responsabilidade constante da Obra de Hans Jonas, a teoria da responsabilidade. Em seguida, trabalha a Eugenia enquanto conceito cientificamente concebido e enquanto fenômeno social com seus O presente estudo se propôs a analisar as novas relações humanas, sociais e jurídicas ocasionadas pelo avanço da técnica, especificamente no que tange as técnicas de manipulação genética e alteração de células somáticas e germinativas do ser humano. A partir desse ponto de partida, faz-se uma breve análise e traça-se os parâmetros da filosofia a serem utilizados para a análise dessas interações. Dessa forma, o trabalho se inicia trabalhando com os conceitos de ética, ética aplicada, bioética e bioética da responsabilidade, utilizando-se para tal o conceito de responsabilidade constante da Obra de Hans Jonas, a teoria da responsabilidade. Em seguida, trabalha a Eugenia enquanto conceito cientificamente concebido e enquanto fenômeno social com seus desdobramentos, trabalhando com o conceito de eugenia liberal de Habermas e o trabalho da virtude soberana de DOWRKIN, ambos tratando da chamada eugenia positiva e eugenia negativa. Por fim, pretende-se analisar as reais consequências práticas, utilizando-se os conceitos pré definidos no próprio trabalho com o intuito de se dirimir as questões acerca do que é certo e errado, do que é beneficente e maleficente ao homem enquanto indivíduo, enquanto ser social e enquanto ser autocompreendido em si mesmo. No que tange à metodologia, nesta pesquisa de nível exploratório, natureza qualitativa e de base essencialmente bibliográfica, optou-se mais especificamente pelo método científico de abordagem hipotético-dedutivo. No que diz respeito ao método de procedimento, foram empregados o monográfico, assim como o histórico.
  • JULIANA QUEIROZ GONTIES
  • RENDIMENTO UNIVERSAL GARANTIDO E CENTRALIDADE DO TRABALHO: de uma política compensatória a uma política pública efetiva na direção de um Direito Humano ao trabalho, à luz da Teoria Crítica
  • Data: 11/06/2020
  • Hora: 14:00
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  • O presente estudo tem como objeto uma análise sobre a forma trabalho e sua centralidade na contemporaneidade. O problema é resumido na seguinte questão: existe um paradoxo entre o formal direito humano do trabalhador e sua garantia material? A pesquisa parte da hipótese que sim, uma vez que existe uma dependência do homem ao mercado de trabalho que lhe submete a trabalhos degradantes e distanciam-no de sua dignidade humana. O objetivo geral a ser perseguido passa a ser então a investigação sobre a adoção de um Rendimento Universal Garantido como forma de proporcionar a independência deste indivíduo do mercado. A análise será feita a partir da perspectiva crítica do Direito do Trabalho, contrapondo-se à doutrina tradicional, que possui como categoria fundamental o ‘trabalho livre-subordinado’ (trabalho alienado). Sendo assim, a pesquisa será dividida em quatro capítulos. O primeiro parte da distinção marxista de trabalho que gera valor de uso e trabalho que gera valor de troca, para em seguida descrever os problemas estruturais de emprego decorrentes desta forma consolidada desde o desenvolvimento da técnica. O segundo traz a princípio as delimitações Conceituais do Rendimento Universal Garantido como política pública efetiva; bem como uma análise sobre uma experiência de um destes tipos de política adotada para a reconstrução da Europa no pós-guerra. O terceiro analisa a inefetividade atual de um direito a um trabalho digno como direito humano. O quarto e último capítulo busca analisar porque um Rendimento Universal Garantido seria capaz de proporcionar a independência sócio-econômica do indivíduo do mercado de trabalho. Quanto à metodologia abordada, esta dissertação utiliza o método bibliográfico.
  • FERNANDA THAIS LIRA DE SA BARRETO BATISTA
  • A INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA PARA CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE DA CRIANÇA: UMA ANÁLISE DA LEI 10.431/2015 DO ESTADO DA PARAÍBA
  • Orientador : ROBSON ANTAO DE MEDEIROS
  • Data: 28/05/2020
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho teve por objeto o estudo do direito fundamental à saúde em contraposição à intervenção estatal na Economia à luz da Lei nº 10.431/15 do Estado da Paraíba. Diante de possíveis conflitos entre normas e princípios constitucionais, o objetivo desta pesquisa foi analisar o direito fundamental à saúde em relação à intervenção estatal na Economia à luz da Lei Estadual da Paraíba nº 10.431/15. O problema da pesquisa está condensado no seguinte questionamento: é normativamente válida a proibição de vendas de refrigerantes em escolas particulares realizada pela Lei nº 10.431/15 do estado da Paraíba? A fim de alcançar o objetivo desta pesquisa, o trabalho dividiu-se em quatro capítulos. O primeiro capítulo cuidou da introdução de todo trabalho. O Segundo capítulo tratou do direito fundamental à saúde preventiva das crianças na normativa brasileira. O terceiro capítulo abordou o estudo da regulamentação normativa da intervenção estatal na Economia. O quarto capítulo, por sua vez, analisou a Lei nº 10.431/15 do Estado da Paraíba a partir das conclusões alcançadas nos capítulos anteriores, detendo-se à análise do direito fundamental à saúde da criança, educação, liberdade e emancipação humana. Metodologicamente, o estudo da temática baseou no método de abordagem dedutivo e a técnica de pesquisa foi bibliográfico e o documental. Nas considerações finais do trabalho percebem que a intervenção do Estado na Economia é válida para concretização do direito fundamental à saúde da criança em sua faceta preventiva. No entanto, proibir a venda de refrigerantes em escolas privadas, alcançará seu objetivo de prevenir doenças se estiver associada a alguma política de conscientização de pais, familiares, escolas, Estado e da sociedade. Fora deste contexto, não passará de mera restrição da liberdade.
  • WILLIAM BISPO DE MELO
  • AGROTÓXICOS E PROPRIEDADE PRIVADA RURAL: quadro analítico para verificação técnica da relação de toxicidade e licitude como ferramenta jurídica de proteção ambiental
  • Data: 21/05/2020
  • Hora: 09:30
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  • Neste estudo, analisa-se, com base na teoria da sustentabilidade de Enrique Leff, notadamente na Racionalidade Ambiental, a relação jurídica existente entre a função socioambiental da propriedade privada rural (art. 186, CF/88) e o uso de agrotóxico, como objeto. Tendo como objetivo geral propor um instrumento cognitivo-jurídico para operacionalizar o exame do uso lícito de agrotóxicos, que cumpra a função social, e, como objetivos específicos, identificar a viabilidade do exame técnico do uso ilícito de agrotóxico, com base na avaliação científica da toxidade do agrotóxico feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que gera a monografia do agrotóxico, e verificar, com base em dados secundários, referentes à contaminação/intoxicação oriunda de agrotóxicos no Brasil, e na legislação vigente, a possibilidade de descumprimento da função social com o uso de agrotóxicos, com sanções jurídicas para o proprietário/usuário. Considerando que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e devido à toxidade destes sobre o meio ambiente e os seres humanos, deriva-se o problema, o descumprimento da função social e a relevância para a sociedade da propositura, como inovação jurídica, de um instrumento para estabelecer a relação entre função social e agrotóxico, licitude e toxidade, com a finalidade de possibilitar a aplicação de medida punitiva e pedagógica, especialmente a desapropriação-sanção para fins sociais e reforma agrária prevista no art. 184, CF/88, ou seja, propõe-se uma nova hipótese de desapropriação-sanção pelo descumprimento da função social. Dessa forma, têm-se como hipótese a de que o uso de agrotóxicos, em desacordo com a monografia do agrotóxico, inviabiliza a sustentabilidade socioeconômica por não permitir uma produção racional, contaminar o meio ambiente, fauna, flora, ar, solo, águas e intoxicar trabalhadores rurais e, de forma residual, os consumidores e comunidades rurais vizinhas, e assim implicando no descumprimento da função socioambiental da propriedade privada rural, em suas quatro dimensões: socioeconômica, ambiental, trabalhista e bem-estar, e por esta razão possibilita a aplicação da desapropriação-sanção para fins sociais ou outra sanção jurídica em face do proprietário. Parte-se do pressuposto que os agrotóxicos possuem toxidades que causam o descumprimento da função socioambiental no caso do uso ilícito, conforme parâmetro estabelecido neste trabalho. Trata-se de estudo descritivo e qualitativo apoiado na revisão de literatura e construção de um referencial teórico, em documentos públicos, livros e artigos publicados na plataforma Scielo, entre outras com delimitação temporal na Constituição Federal de 1988, a fim de identificar o estado da arte, e, a partir dele, propor soluções passíveis de discussão da temática envolvendo licitude e toxidade dos agrotóxicos.
  • FERNANDO JOSE VIANA
  • PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE COMO REGULADOR DAS INTERVENÇÕES ESTATAIS EXTRAFISCAIS NA ECONOMIA
  • Data: 12/05/2020
  • Hora: 10:00
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  • Ao longo da história, o Estado, consolidado como poder organizado, promoveu intervenções no domínio econômico na tentativa de corrigir desajustes no sistema de mercado e assim cumprir seu dever constitucional em combater as desigualdades sociais e fomentar o desenvolvimento econômico. Para cumprir tal desígnio, o Estado busca na arrecadação tributária os recursos financeiros necessários, entretanto, com o advento do capitalismo, a função arrecadatória não se mostrou suficiente para custear o funcionamento da máquina estatal e financiar o aumento da prestação de seus serviços. Nesse cenário, o Estado passa a utilizar o tributo de forma diversa de sua função arrecadatória, a função extrafiscal, empreendida como instrumento do Poder Público para intervir indiretamente nos mais variados setores, com fins de promover o desenvolvimento econômico e corrigir distorções regionais. Não obstante, ao empreender tal política tributária e realizar intervenções extrafiscais, o Estado atinge direitos fundamentais garantidos constitucionalmente, limitando a liberdade de atuação de seus contribuintes ou tratando-os de forma diferenciada em relação a outros. Dessa forma, torna-se necessário verificar a legitimação e a justificação de tais intervenções estatais indiretas no campo econômico, suas reais necessidades, objetivos e finalidades, o que deve ser realizado por meio de regulação, a partir de princípios jurídicos que testam seus critérios e examinam sua finalidade, impondo limites para a atuação estatal. Assim sendo, nesta pesquisa, objetiva-se verificar os limites da extrafiscalidade enquanto intervenção no domínio econômico, examinando a justificativa, a legitimação, sua finalidade precípua e analisando seus critérios, resultados e consequências, mediante os principais princípios jurídicos que podem melhor exercer a regulação de tais intervenções por meio da extrafiscalidade, em especial o princípio da subsidiariedade. O estudo possibilita uma visão crítica sobre as intervenções estatais com finalidade extrafiscal, cuja abordagem perpassa pela Ordem Econômica, a classificação das intervenções estatais na economia, a Extrafiscalidade e os princípios tributários norteadores da atuação estatal na economia e os Limites da atuação estatal no domínio econômico: princípio da subsidiariedade como regulador das normas extrafiscais. O enfoque da pesquisa recai sobre o uso da tributação extrafiscal como forma de intervenção estatal, destacando o princípio da Subsidiariedade neste contexto, analisando a possibilidade deste princípio ser considerado ou não como mais adequado para exercer a regulação das intervenções extrafiscais no domínio econômico e as contradições doutrinárias sobre o tema.
  • LUÍZA ALICE TORRES ÂNGELO
  • Constitucionalismo e o Direito a Saúde: O Princípio da Reserva do Possível e do Mínimo Existencial no Tratamento Oncológico do Hospital Napoleão Laureano
  • Data: 30/04/2020
  • Hora: 15:00
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  • O presente estudo se propõe a apresentar uma contribuição jurídica contemporânea no que se refere ao debate pertinente acerca da efetivação do direito à saúde no Brasil em virtude da ineficiência do Poder Público no exercício das suas funções. É de conhecimento geral que a figura da Constituição é o elemento primordial que mantém a ordem jurídica nos países. Em especial, no ocidente, as constituições que foram formuladas e consolidadas após a segunda guerra mundial carregam fortes características que apresentam um conteúdo voltado para a garantia dos direitos fundamentais, almejando a primazia da dignidade da pessoa humana. Esse movimento constitucional busca a formação de um Estado plurinacional, com funções garantísticas, por isso, almeja a efetivação dos direitos sociais e de um pluralismo político possibilitando uma integração social das classes. Portanto na perspectiva de aprimorar a problemática do tema, têm-se explanações no presente estudo a respeito dos Direitos Fundamentais e Sociais, proporcionando a identificação do direito à saúde como característica de um direito fundamental social respectivo à segunda dimensão. Nesse sentido, observa-se que o orçamento é um dos elementos principais na consumação e prestação dos direitos sociais, pois por meio dele é que são atendidas as necessidades sociais. Portanto, ao angariar recursos o Estado tem por uma de suas finalidades a prestação de serviços ou políticas públicas para atender os objetivos fundamentais da Constituição, os direitos sociais básicos, ou seja, as necessidades primordiais da sociedade. Esses recursos financeiros são necessários para atender a carência coletiva do povo brasileiro. Dessa forma, a necessidade coletiva é uma despesa que deve integrar o orçamento público, atendendo o interesse da sociedade como também o direito a saúde, que é um direito social econômico. No que tange a disponibilidade de recursos estatais financeiros destaca-se a teoria da reserva do possível, cuja qual afirma que a efetivação dos direitos é limitada conforme a possibilidade orçamentária e devem ser realizados progressivamente por meio do desempenho e dos investimentos do Estado, objetivando satisfazer a efetivação desses direitos sociais. A teoria da reserva do possível é veementemente criticada em virtude da sua vinculação direta com os limites orçamentários públicos, os quais o direito à saúde é exigível. Ocorre que para a concretização desses direitos é necessário um mínimo de recursos econômicos disponíveis e perante a situação socioeconômica atual, o Estado tem cometido transgressões a tais direitos, demonstrando dificuldades na implementação do mínimo existencial para a manutenção da dignidade da pessoa humana. A ordem econômica inclina-se, conforme a sua característica constitucional, a realização dos direitos sociais, contudo, a autêntica existência digna e a primazia da dignidade da pessoa humana vão depender das condições econômicas do Estado para assegurar a efetivação desses direitos. A Constituição Brasileira na característica do seu constitucionalismo não consagra apenas o direito à vida, mas o direito a uma existência digna, com isso não é legítimo que o Estado faça uso da reserva do possível a fim de se isentar do mínimo existencial aos seus cidadãos, negligenciando o tratamento de pacientes com câncer no Hospital Napoleão Laureano capital. Portanto, a presente pesquisa visa analisa a possível presença de um descompasso por parte do Estado na efetivação do direito a saúde, um direito social fundamental, em razão do princípio reserva do possível perante o cumprimento do mínimo existencial, em especial no tratamento oncológico do Hospital Napoleão Laureano, contrariando a primazia da dignidade da pessoa humana pregada pelo constitucionalismo que, é característica da atual Constituição brasileira.
  • JULIANE SOUSA RÉGIS
  • Licenciamento ambiental e efetividade no controle das atividades minerárias
  • Data: 30/04/2020
  • Hora: 10:00
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  • O Poder Público intervém na ordem econômica com o intuito de resguardar o meio ambiente. Dentre as atividades causadoras de impacto ambiental negativo, a mineração ocupa lugar de destaque, pois ocorre mediante a extração de recursos naturais não renováveis e pode causar danos. Nesse sentido, o problema da presente pesquisa consiste em verificar se o licenciamento ambiental da mineração, no plano normativo, consiste em efetivo instrumento de controle das atividades econômicas de mineração. Considerando-se que as jazidas constituem bens da União, as ações de pesquisa e lavra dependem de processo de outorga desses órgãos competentes, cujas peculiaridades interferem nas regras de licenciamento ambiental. Por sua vez, o objetivo deste trabalho é analisar o tratamento normativo do licenciamento ambiental da atividade minerária, suas fases, além das Resoluções nº 009/1990 e nº 010/1990 do CONAMA. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica e documental, com vertente qualitativa e método de abordagem dedutivo. Verificou-se que o licenciamento ambiental, no plano normativo, possui efetividade enquanto instrumento de controle das atividades econômicas, sobretudo pela existência de fases distintas e realização de estudos; no entanto, para aperfeiçoamento, é necessária a modificação da estrutura regulatória.
  • JESSIKA SARAIVA DE ARAÚJO PESSOA
  • QUEM IRÁ VIGIAR OS PRÓPRIOS VIGILANTES?: A APLICAÇÃO DO ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL AO PODER JUDICIÁRIO E A CULTURA DO ENCARCERAMENTO SOB A ÓTICA DO REALISMO CARDOZIANO.
  • Data: 29/04/2020
  • Hora: 15:00
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  • O objeto de estudo desta dissertação é a aplicação do Estado de Coisas Inconstitucional ao Poder Judiciário, por meio de uma análise crítica da Cultura do Encarceramento e sua influência nas decisões judiciais. O objetivo desta pesquisa é observar como a Cultura do Encarceramento exerce influências nas decisões judiciais e se a partir dessa atuação ou omissão do Poder Judiciário podemos aplicar a ele o instituto do Estado de Coisas Inconstitucional, na medida em que 40% dos presos provisórios não possuem decisões em primeira instância. O problema estudado nessa pesquisa é: Diante da Cultura do encarceramento e dos dados do IFOPEN/CNJ sobre o sistema carcerário podemos aplicar o Instituto do Estado de Coisas Inconstitucional ao poder judiciário?. A perspectiva adotada nesse estudo é a do realismo americano de Benjamin Nathan Cardozo e essa pesquisa tem caráter descritivo, ou seja, de analisar a realidade como ela é sem a pretensão de propor um novo modelo judicial. No que se refere à metodologia empregada neste trabalho utilizamos o método de abordagem dedutivo, em relação ao procedimento optamos pelo monográfico, o objetivo metodológico adotado foi o exploratório e a técnica de pesquisa realizada foi um estudo de caso mediante revisão bibliográfica e documental. A hipótese aqui defendida é que o Estado de Coisas Inconstitucional pode ser aplicado ao judiciário, visto que 40% da população carcerária provisória não possuem decisões em primeira instância e as sua decisões são influenciadas pela cultura do encarceramento contribuem para configuração da realidade “Dantesca” das prisões brasileiras.
  • ANTONIO EUDES NUNES DA COSTA FILHO
  • REPRESENTAÇÃO POLÍTICA E FILIAÇÃO PARTIDÁRIA: UM DIÁLOGO TRANSCONSTITUCIONAL À LUZ DA CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS
  • Data: 29/04/2020
  • Hora: 09:00
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  • A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece a necessidade da filiação partidária como condição de elegibilidade do cidadão no sistema representativo (artigo 14, §3º, V). Por seu turno, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH) não estabelece como requisito necessário a filiação partidária para candidaturas políticas no sistema representativo (art. 23). Assim, a pesquisa tem por objetivo examinar a possibilidade de abertura cognitivo-dialógica entre a normativa constitucional brasileira e a normativa da CADH acerca da categoria jurídica da filiação partidária. Parte-se do pressuposto que o modelo representativo-partidário utiliza, com base na teoria dos sistemas autorreprodutores, autorreferentes e reflexivos de Niklas Luhmann, do método de eleições políticas para manter a circularidade do sistema político através de uma potencial legitimidade conferida aos representantes eleitos. Contudo, no Brasil, havendo o monopólio constitucional de candidaturas por meio dos Partidos Políticos, as populações tradicionais, que possuem culturas e costumes próprios, são excluídas deste sistema representativo gerando complexidade e quebras na circularidade do sistema político-constitucional da sociedade heterogênea brasileira. A pesquisa apresenta o seguinte problema: é possível a abertura cognitivo-dialógica entre a norma constitucional brasileira originária e a normativa internacional da CADH acerca da filiação partidária para fins de inclusão das populações tradicionais, de acordo com seus costumes e tradições, no sistema político-representativo brasileiro? Isso porque o direito, ao se comunicar por meio da linguagem, permite que os códigos linguísticos sejam alterados com a fixação dos sentidos para promover a redução de expectativas sociais e, em conseqüência, gerar congruência e circularidade no sistema político em uma sociedade heterogênea. A pesquisa utiliza do método de abordagem sistêmico, e técnica de pesquisa com a análise bibliográfica, e análise categorial dos estatutos partidários brasileiros e dos casos em que a Corte Interamericana interpreta o artigo 23 da CADH.
  • GUSTAVO HENRIQUE QUEIROZ DOS SANTOS
  • A SOBERANIA ESTATAL E OS DIREITOS HUMANOS DOS ENCARCERADOS: LEITURA DA SUPERLOTAÇÃO COMO INEFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS NO CÁRCERE BRASILEIRO
  • Data: 28/04/2020
  • Hora: 15:00
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  • Esta dissertação analisa a superlotação carcerária como reflexo de um modelo de soberania estatal brasileira rígida, o que resulta na ineficácia dos Direitos Humanos dos encarcerados. O objetivo é compreender como o modelo de soberania estatal adotado pelo estado Brasileiro contribui para a violação dos Direitos Humanos. O problema de pesquisa está expresso no seguinte questionamento: A soberania do estado brasileiro configura obstáculo a eficácia dos Direitos humanos dos encarcerados?. A metodologia utilizada é de natureza exploratória e bibliográfica. A perspectiva realista aparece na forma de leitura da realidade carcerária e do conceito de soberania. O referencial teórico resulta de uma articulação entre os conceitos de soberania (BODIN, 2011), Estado moderno (LOCKE, 1988) e eficácia (KELSEN, 2009) . Como resultados, a pesquisa almeja demonstrar que alguns Direitos Humanos daqueles que estão em situação de encarceramento não gozam de eficácia devido ao modelo de soberania estatal rígida. A análise não tem a pretensão de propor um modelo de soberania a ser adotado pelo Brasil.
  • OSMAR CAETANO XAVIER
  • CRÍTICA DA RACIONALIDADE AMBIENTAL AO REGIME DE EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO NO BRASIL A PARTIR DA CARÊNCIA DE GESTÃO DEMOCRÁTICA PARTICIPATIVA
  • Data: 23/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação tem por objeto de estudo a participação social no regime jurídico, político e econômico de exploração do petróleo. A relevância da pesquisa reside no fato de que não há indicativos de que as localidades afetadas pelo petróleo estejam em crescente desenvolvimento humano, apesar de ser uma riqueza natural de grandioso valor comercial e contido em abundância no Brasil. Em que pese a sua exploração no Brasil apontar para o crescimento econômico, o que se observa é a promoção de degradação ambiental, exclusão social, desigualdade regional, além de alinhar-se a um signo unitário de mercado, pautado na hipereconomização do mundo. O petróleo tem participação de cerca de 13% (treze por cento) no Produto Interno Bruto – PIB brasileiro e há a perspectiva de que a Petrobras chegue a produzir diariamente, em 2020, aproximadamente 4,2 milhões barris de petróleo de excelente valor comercial. Entretanto, nesse regime, não há reversão das benesses econômicas em melhoria das condições de vida das comunidades impactadas e não se leva em conta a participação social dessa população, razão pela qual é questionado se existe relação entre a carência de gestão democrática participativa e a inefetividade do regime de exploração da riqueza petrolífera no Brasil. Estabelecida esta problematização, objetiva-se analisar os condicionantes históricos e materiais em que a regulação jurídica do petróleo está inserida, identificar se existem inconsistências jurídicas, econômicas e políticas no atual regime de exploração do petróleo e analisar a viabilidade de um novo regime pautado na gestão democrática participativa da riqueza energética do petróleo. Adota-se como método a racionalidade ambiental de Enrique Leff, a partir da autogestão como forma de manifestação do poder político. Este método permite desconstruir as estratégias de poder da racionalidade de mercado conjugando a ordem teórica e instrumental do conhecimento com os valores das comunidades ribeirinhas, campesinas e mesmo das massas operárias e das periferias urbanas, que constituem o saber ambiental. Abre-se caminho, então, para que uma nova racionalidade, de base intercultural e integradora dos saberes, abarque as questões da apropriação dos recursos naturais com dialogicidades fora do mercado capitalista. A partir da racionalidade ambiental, cujos resultados apontam a abertura de espaço ao diálogo com a sociedade civil, no respeito à outridade e no reconhecimento da pluralidade do desenvolvimento, foram extraídos dados, majoritariamente qualitativos, a partir de livros, periódicos científicos e de normatizações do direito positivo, pertinentes ao regime de exploração do petróleo, à participação social e à racionalidade ambiental. Esses dados forneceram os elementos para a verificação da seguinte hipótese: do ponto de vista das comunidades impactadas, o regime de exploração do petróleo não consegue se efetivar em função da carência de uma gestão democrática participativa que incorpore os interesses desses setores.
  • CASSANDRA MARIA DUARTE GUIMARÃES
  • A investigação criminológica por meio das estatísticas oficiais criminais na segurança pública: Contando a elucidação dos Inquéritos Policiais de homicídios na Paraíba
  • Data: 06/04/2020
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo deste trabalho é analisar como a política da segurança pública nacional trata as diretrizes administrativas e legislativas das estatísticas criminais oficiais, especialmente quanto ao cômputo dos homicídios, às conclusões de suas investigações, elucidações e motivações. É uma investigação qualitativa sobre o saber quantitativo criminal, considerando que as estatísticas criminais são o insumo na produção de diagnósticos com o intuito de individualizar e conhecer o fenômeno criminal. A ausência ou inconsistências desses insumos contribui para a pouca efetividade das ações e programas que destinam-se a intervir nos processos da criminalidade, conflitos e violências, além da menor produção de estudos e pesquisas aplicadas sobre as políticas públicas. Também resvala na não aplicação de conceitos como transparência e publicidade da atuação das instituições do sistema de persecução penal no resguardo de direitos humanos. Nesse contexto, o problema que se coloca é que tipo de tratamento metodológico está sendo dispensado pela política de segurança pública nacional às estatísticas criminais oficiais, especialmente quanto aos dados de homicídios e ao cômputo de elucidação desses casos? Partimos da hipótese que há inconsistências, lacunas e ausências na política nacional e demais esferas institucionais do sistema de segurança pública e justiça criminal nessa seara. A pesquisa está organizada estruturalmente a partir do conhecimento geral ocidental em estatística criminal, passando por seus desdobramentos nacionais desde o Império até os tempos atuais, e por fim focando na experiência do plano de segurança da Paraíba e o acompanhamento das elucidações dos inquéritos policiais dos homicídios, que proporciona uma reflexão de possibilidade da construção de indicadores nacionais para essa mensuração. O desenvolvimento metodológico se deu pela abordagem reflexiva indutiva, e pela junção dos métodos de procedimentos histórico, estatístico e empírico apoiada em uma análise bibliográfica e documental: legislativa e em documentos administrativos federais e estaduais. As conclusões da pesquisa resultaram na confirmação em parte da hipótese, quanto às lacunas e deficiências nos acompanhamentos das etapas definitivas da investigação dos homicídios, com suas conclusões, elucidações e motivações, posto que apenas estudos ainda incipientes e legislações aguardando regulamentações tratam da questão. Contudo, há uma extensa história de marcos regulamentares formais no país sobre as estatísticas criminais e mais atualmente, pós anos 2000 na percepção da imprescindibilidade da elaboração de políticas públicas com as metas do conhecimento, prevenção e redução dos crimes, baseada em suas informações. Verificou-se também a construção da padronização e uniformização oficial no cômputo dos homicídios, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, e dos planos de segurança dos Estados, mas que privilegiam apenas o momento preliminar do registro dessas ocorrências.
  • PEDRO LUCAS CAMPOS DE MEDEIROS
  • A incidência da lavagem de dinheiro na regulação do mercado de obras de arte e antiguidades brasileiro
  • Data: 03/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • A análise do sistema econômico como cenário para a difusão de práticas criminosas é um desafio para o sistema jurídico brasileiro. Nesse contexto, o crime de lavagem de dinheiro destaca-se quanto a necessidade de aprimoramento das ferramentas controle interno no âmbito das instituições e o fortalecimento da legislação de combate aos agentes e organizações criminosas que atuam na proliferação desse delito. Em meio a essa problemática, a análise sobre a incidência da lavagem de dinheiro em setores mercadológicos específicos, que estão sendo utilizados por organizações criminosas como cenário para a proliferação dessa prática criminosa, é um elemento essencial para entender como a criminalidade atua em setores não regulamentados. Concomitantemente, a atuação dessa criminalidade com a utilização de bens culturais e do mercado de obras de artes e antiguidades, desperta novas problemáticas que provocam as legislações de cada país acerca da necessidade de desenvolver mecanismos de combate à lavagem de dinheiro que conserve a peculiaridade das relações econômicas e dos bens envolvidos em cada setor, dando-lhes a proteção jurídica necessária. Assim, a presente pesquisa propõe-se a analisar o desenvolvimento da legislação brasileira de prevenção a lavagem de dinheiro através de obras de arte, antiguidades e objetos de colecionadores, observando o aprimoramento dos instrumentos jurídicos de controle interno, assim como os primeiros bancos de dados emitidos através do CNART/IPHAN. Busca-se, portanto, responder ao seguinte problema: quais os reflexos da legislação anti-lavagem no comportamento das instituições brasileiras e nos agentes que atuam no mercado de arte? Trata-se de uma pesquisa realizada através do método dedutivo, onde parte-se de pressupostos gerais acerca do conceito, características e definição criminológica da lavagem de dinheiro, percorrendo o desenvolvimento do mercado de arte no Brasil, a fim de alcançar a legislação específica, a atuação das instituições e os bancos de dados sobre o tema.
  • JOSE IRIVALDO ALVES OLIVEIRA SILVA
  • SEGURANÇA HÍDRICA ECOLÓGICA: fundamentos para um conceito jurídico
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 09:30
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  • A presente tese teve como problema a seguinte questão: é possível e necessário estruturar um conceito jurídico de segurança hídrica com base num paradigma ecológico? Adotamos como objetivo geral analisar de que modo se aborda juridicamente a regulação do ciclo da água de modo a ressignificar o conceito de segurança hídrica com base num paradigma ecológico. Como objetivos específicos tivemos os seguintes: 1) compreender a tutela jurídica da água, buscando investigar como é regulado os fatores essenciais para o ciclo da água, uma vez que se considera nessa tese relevante o ciclo da água para a construção do conteúdo jurídico mais adequado da segurança hídrica ecológica; 2) analisar o lugar do ciclo hidrológico no Estado de Direito; 3) verificar a possibilidade de releitura e readequação da expressão segurança hídrica. O estudo foi de caráter bibliográfico e documental, com acesso às diversas fontes, livros e artigos, nacionais e internacionais, estudos na Universidade Federal de Santa Catarina e no Instituto Universitario del Agua y Ciencias Ambientales da Universidad de Alicante, Espanha, que são referência respectivamente na abordagem do Direito Ecológico e em estudos relacionados com os múltiplos usos da água. Apresentamos cinco capítulos em que discorremos sobre sobre o estabelecimento de uma crise hídrica, baseada em múltipla causalidade, num ambiente de escassez hídrica, injustiça ambiental e baixa equidade. Portanto, é possível pensar uma Segurança Hídrica Ecológica como sendo a disponibilização de água minimamente suficiente para toda forma de vida e que tenham padrão de qualidade compatível com seu uso, sendo envidados esforços no sentido de preservar as bacias hidrográficas, reconhecendo e quantificando os serviços ecossistêmicos, levando-se em consideração a resiliência dos aglomerados urbanos, a preservação de todos os elementos que tem relação direta com o ciclo da água e, portanto, com a produção de água, cuidar para a diminuição da impermeabilização do solo, bem como adotando tecnologias para o uso racional de água na agricultura, sem a aplicação de agrotóxicos, e em todos os processos industriais, adotando equidade e a justiça ambiental como pilares e aplicando o reuso de modo que se possa manter o máximo de tempo possível a água no ciclo natural e no ciclo urbano.
  • LUCIANA VILAR DE ASSIS
  • POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL E DE INCENTIVO À CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: propostas para a (re) adaptação do Bolsa Verde como forma de efetivação da sustentabilidade socioeconômica ambiental
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 10:30
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  • Quando o assunto é políticas públicas relacionadas ao meio ambiente, pode-se ressaltar que os governos e as sociedades passaram a discutir formas e a estabelecer alternativas à implementação de condutas que atendam aos preceitos do desenvolvimento sustentável. Tais ações passaram a fazer parte das prioridades nos encontros que envolvem o direito ambiental ao redor do mundo e o cotidiano mostrou que a conscientização sobre a potencialidade dos danos ambientais, bem como suas implicações sobre a qualidade de vida em todo o planeta, são elementos indispensáveis no incentivo de condutas humanas que busquem soluções sustentáveis para problemas que envolvam o meio ambiente. Condizendo com essa nova postura adotada nas sociedades, a de empreender ações sustentáveis, os governos vêm promovendo ideias e programas voltados a políticas públicas no sentido de minimizar a incidência de comportamentos considerados depredatórios face ao uso abusivo dos recursos ambientais. É nesse cenário que se insere o Programa de Apoio à Conservação Ambiental - Bolsa Verde, Programa do Governo Federal, instituído em 2011 e extinto em 2018, destinado às famílias que se encontravam em extrema pobreza e que somavam aspectos econômicos, sociais e ambientais, visando a um melhoramento na qualidade de vida, não apenas do beneficiário, mas de toda a sociedade. A pesquisa em apreço tem como problema averiguar se o Bolsa Verde conseguiu atender aos propósitos de sua instituição e, como consequência dessa proposição, apresenta hipótese no sentido de o programa promover a inclusão social e o uso sustentável dos recursos naturais no território das famílias beneficiadas. Entre os objetivos da pesquisa tem-se a identificação da eficácia do Programa e a investigação se as famílias beneficiárias cumpriam com a legislação ambiental além de desenvolverem atividades de conservação e uso sustentável dos recursos naturais. A correlação entre o recebimento do benefício e a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários é um ponto de destaque, porém a inexistência de ações que elevem a educação ambiental a um patamar necessário e indispensável para a construção de uma postura mais crítica por parte da população envolvida termina por macular os fins mediatos do programa. Ao final do texto surgem as proposições de alternativas para a reimplantação e readaptação do Programa Bolsa Verde, com seu possível retorno às plataformas de políticas públicas do governo federal, levando em consideração, para tanto, os preceitos que envolvem a política nacional do meio ambiente estabelecida no país, assim como fundamentos do desenvolvimento sustentável e da educação ambiental como elementos indispensáveis de conscientização da população diretamente implicada nessa espécie de plataforma socioambiental.
  • JOÃO ADOLFO RIBEIRO BANDEIRA
  • PRESSUPOSTOS EPISTÊMICOS PARA UMA TEORIA ONTOLÓGICA DO DIREITO: EM BUSCA DA VERDADE E DO REAL NA TOTALIDADE JURÍDICA MATERIAL
  • Data: 25/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho doutoral tem como objeto uma análise ontológica do fenômeno jurídico, tendo como tese a existência de pressupostos epistemológicos capazes de permitir a perspectiva de uma teorização acerca de uma ontologia do Direito. Diferentemente de outras análises, busca-se compreender além da pergunta fulcral o que é o Direito, a maneira como se constrói e se realiza no âmbito social, ou seja, como é o Direito – pensado enquanto problemática central. Para tanto, os estudos de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Imannuel Kant, Nicolai Hartmann, e, acerca da teoria das categorias modais, da análise do Direito a partir de uma dialeticidade do real e acerca do verdadeiro, respectivamente, em referência às análises contemporâneas do Direito enquanto prescrição e descrição e de uma ontologia enquanto pensada a partir de um projeto materialista. Neste sentido, a condição real e concreta do Direito encontre-se mitigada em determinações axiológicas, em formas e conteúdos jurídicos distintos e por fim, em concepções inúmeras que refletem o vazio epistêmico e ontológico deste tema. A hipótese de partida suscitada e que se reflete na tese inicialmente proposta é definida na relação das forças produtivas e transformadoras da realidade, tanto por meio da alienação ontológica (redução axiológica) instaurada e consentida como natural para a construção do ser, muito embora, para o Direito, o reconhecimento destas forças produtivas esteja em si prejudicado, pois o fenômeno jurídico congrega suas próprias apreensões dos demais fatos (sociais, políticos, econômicos, etc.). Com o intuito em discutir compreensões e categorias teóricas do saber filosófico-jurídico, a presente pesquisa utiliza como técnica de pesquisa a revisão de literatura por esta compor a reunião de vastidão acerca das premissas levantadas para solução do problema, como método de procedimento o histórico, por permitir compreensão acerca do fatos e da produção intelectual das etapas do pensamento jurídico e filosófico e como método de abordagem o dialético-materialista, por este ser capaz de expor as contradições existentes no Direito.
  • PALOMA LEITE DINIZ FARIAS
  • CONVIVÊNCIA MATERNO-FILIAL E VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA: UMA ANÁLISE DA PROTEÇÃO DE DIREITOS MATERNOS POR ÓRGÃOS JURISDICIONAIS PARAIBANOS
  • Data: 25/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • presente pesquisa busca verificar se juízos especializados do primeiro grau de jurisdição do Tribunal de Justiça da Paraíba, ao decidirem sobre a necessidade de retirada de crianças e adolescentes da posse materna, respeitam e protegem o seu direito fundamental à convivência materno-filial, esgotando medidas protetivas menos drásticas e facilitando a reintegração familiar. Por expressa determinação legal, deve-se preservar a família natural até o momento em que se comprove a incapacidade do/a/s genitor/a/es de prover a criança ou adolescente dos cuidados básicos e inerentes à autoridade parental e que exponha o/a/s filho/a/s a uma situação de risco. Contudo, persiste uma questão de gênero a ser debatida em relação ao que se compreende como devido exercício do encargo, dado que a mesma sociedade, que condiciona à mulher ao casamento e à maternidade, não lhe garante o igual acesso ao trabalho, à renda, à saúde, ao planejamento familiar entre outros direitos sociais básicos. Logo, a intervenção estatal na família, lastreada unicamente na condição de vulnerabilidade socioeconômica materna, mesmo que a pretexto de proteção do superior interesse infantojuvenil, pode se demonstrar abusiva. A pertinência desse estudo se justifica pela denúncia reiterada de órgãos nacionais da rede de proteção à infância e meios de comunicação de que mulheres brasileiras têm sido alijadas da posse de seus filhos menores, sem qualquer acusação formal de abuso ou negligência no exercício do cuidado. A pesquisa realizada é do tipo descritiva, bibliográfica e documental, com o emprego do método dedutivo de abordagem. Quanto ao procedimento, é funcionalista, comparativa e de interpretação. Parte-se dos paradigmas da Constitucionalização do Direito Civil, fenômeno jurídico que erigiu, sem prejuízo de outros, os princípios da dignidade da pessoa humana, solidariedade e da doutrina da proteção integral para nortear a proteção das famílias, bem como da Teoria Feminista do Direito, desenvolvida por juristas como Tove Stang Dahl e Martha Albertson Fineman, para compreender a situação de desigualdade sociojurídica feminina, em seu sentido material. Ao final do estudo, concluiu-se que, na Paraíba, órgãos jurisdicionais violam o direito à convivência materno-filial, com base num padrão de moralidade discriminatória, que, antes de acolher, nega as vulnerabilidades.
  • MARIA EDUARDA GUEDES DE SOUSA
  • O direito à morte digna no ordenamento jurídico brasileiro: as Diretivas Antecipadas de Vontade como instrumento de projeção da autonomia individual no processo de morte
  • Orientador : ADRIANO MARTELETO GODINHO
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A evolução biotecnológica que marca as últimas décadas do século XX e início do século XXI fez surgir dilemas bioéticos antes inimagináveis, entre eles, o que questiona os limites do prolongamento artificial da vida humana no contexto de cuidados médicos. Inserido no debate, um grupo específico de pacientes em fim de vida, portadores de doenças crônico-neurodegenerativas em estado avançado e irreversível e em Estado Vegetativo Permanente (EVP), desponta como principal alvo de intervenções médicas desproporcionais que, incorporadas à rotina hospitalar em caráter de normalidade, vêm causando ofensa sistemática e deliberada à autonomia, liberdade, dignidade, corpo, saúde, integridade física e psíquica desses enfermos. Tais bens compõem a esfera existencial da pessoa e com ela se confunde, integrando o rol de atributos que nos torna humanos, dessa forma, nas hipóteses de violação ou ameaça de lesão, devem ser tutelados pelo Direito. O estudo propõe, como uma das formas de tutela, a confecção de Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV), nas suas espécies Testamento Vital e Mandato Duradouro, eleitas ferramentas garantidoras da dignidade e autonomia individuais no processo de morte. Por meio do instituto, é facultado à pessoa manifestar sua vontade a respeito das intervenções médicas (diagnósticas, terapêuticas e curativas) que deseja ou não se submeter no futuro, quando não puder expressar sua vontade autonomamente por se achar inconsciente ou ter a capacidade de julgamento severamente comprometida, e ainda nomear um terceiro de confiança para que o faça. Trata-se, portanto, da projeção de uma autonomia do presente para o futuro. A pesquisa teve como objetivo geral a defesa das DAV como instituto compatível ao ordenamento jurídico brasileiro, o que se faz pela interpretação sistemática das normas (regras e princípios) do Direito, incluindo a Constituição Federal, e o deslocamento do eixo interpretativo que qualifica o ser humano como figura de centralidade, nos permitindo concluir que, assim como o direito à vida, há direito implícito à morte digna no Brasil. Em que pese a atual falta de regulamentação legal, as DAV se apresentam como negócio jurídico de cunho existencial que produz normas de caráter vinculante. Como objetivo específico, o estudo buscou construir uma racionalidade em torno do instituto, perquirindo sobre a abrangência do seu conteúdo, as qualidades necessárias ao sujeito para que possa decidir, a manipulação médico-hospitalar dos documentos produzidos e os dilemas bioéticos que surgem dessas relações. Partimos da premissa do indivíduo que deseja gerenciar, em maior ou menor grau, os momentos finais de vida e as intervenções médicas feitas em seu corpo, como direitos corolários da autodeterminação. Trata-se de um estudo exploratório e qualitativo, apoiado na revisão de literatura e construção de um referencial teórico, em livros e artigos publicados nas plataformas Scielo, CAPES, Google Scholar, entre outros, sem delimitação temporal, a fim de identificar o estado da arte e, a partir dele, propor soluções passíveis de discussão na temática envolvendo a morte e o morrer.
  • DAVI TAVARES VIANA
  • A REALIZAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO: Neconstitucionalismo Teórico e Eficácia dos Direitos Fundamentais
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 10:30
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  • Como realizar na maior medida do possível e dentro das condições fáticas e jurídicas existentes, a dignidade humana no Direito Civil brasileiro? Esta é a pergunta que se pretende responder. A relação entre o Direito Privado e a Constituição é o pano de fundo do trabalho que está divido em três partes principais. Na primeira, será analisado o espaço constitucional para realização da dignidade humana no Direito Civil mediante a proposta de um neoconstitucionalismo teórico capaz de extrair das racionalidades jusracionalista e positivista uma proposta que tem como fundamento principal o soft positivism de Hart. No segundo momento, será procedido o estudo dos fundamentos filosóficos e jurídicos da dignidade humana para, em seguida, proceder-se à delimitação da relação entre o direito Privado e a Constituição através de duas correntes distintas de Direito Civil, representadas por Perlingieri e seus seguidores no Brasil (Tepedino, Bodin, Fachin e Lôbo) e Otavio Luiz Rodrigues Junior seguindo a linha de pensamento de Konrad Hesse e Canaris. Por fim, no terceiro momento, serão testadas as hipóteses da realização da dignidade humana no Direito Civil mediante as duas teorias de eficácia (direta e indireta) dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. O referido teste terá por finalidade identificar qual teoria se apresenta como a mais adequada para a realização da dignidade humana no Direito Civil brasileiro. Procurar-se-á demonstrar o argumento da hipótese mediante a estrutura do método hipotético-dedutivo, partindo-se da problematização à conclusão através do debate das teorias, dos argumentos favoráveis e contrários e das implicações.
  • VALFREDO MATEUS SANTANA
  • UMA REFLEXÃO DO DIREITO ATRAVÉS DO PARADIGMA ONTOLÓGICO DA PESSOA HUMANA E DE SUA PERSONALIDADE
  • Orientador : ADRIANO MARTELETO GODINHO
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho tem por escopo a análise da personalidade, enquanto defesa de uma perspectiva jurídica e eticamente comprometida com a pessoa humana, em detrimento da conformação atual do positivismo normativo, consubstanciado no manto inflacionário do princípio da dignidade da pessoa humana, que não tem resolvido muitas das celeumas jurídicas hodiernas, servindo ao mesmo tempo a tudo e a nada. A premissa primeira levantada para o tratamento da temática apresentada é que a experiência racional-moderna – sobretudo de matriz kantiana – para justificar juridicamente a ideia de dignidade tem se demonstrado insuficiente no trato do conteúdo material da proteção e da promoção da pessoa humana. Por outro lado, um Direito que insiste ser demasiado hermético, dogmático, neutro e racional jaz impróprio e impotente à realização da pessoa humana, porque pouco eficiente para envolver a heterogeneidade fática em que a demanda por uma personalidade desenvolvida livremente se assenta, enquanto fundamento retórico da eticização do discurso jurídico. Para contextualizar essas duas hipóteses precípuas, o recorte teórico inicial deste pesquisa é no intuito de compreender o ser ontológico, não necessariamente buscando a formalização de um conceito semântico próprio de pessoa humana, mas, antes, no sentido de verificar suas formas de construção e devida importância hodierna, a fim de detectar em que medida elas patrocinam ou desapoiam a noção de personalidade ou a sua pujança no tempo e no espaço contemporâneos. Neste intermédio, esta dissertação vale-se tangencialmente de uma crítica ao sistema de completude com que ainda tenta se assentar o fenômeno jurídico positivista na atualidade, propendendo-se, então, para um redimensionamento do direito subjetivo em prol da realização da personalidade. O material analítico construído no bojo deste trabalho deverá permitir que se façam, de modo filosófico, teórico e juridicamente estruturado, ao longo desta dissertação, comparações e críticas ao falso ideal de materialidade com que o Direito se põe atualmente, justificado em torno da supervalorização e da superdifusão do princípio da dignidade da pessoa humana, mas que não realiza a emergência de uma personalidade enquanto substrato ontológico aos desígnios da pessoa humana, entendida enquanto categoria de realização, no mundo jurídico, realizado por e para pessoas. Por ser afeta às ciências humanas e sociais, esta pesquisa possui um tratamento eminentemente descritivo, qualitativo e crítico. O método escolhido para tratar das questões aqui abordadas é o hermenêutico-fenomenológico e tem a magnitude de devassar os meandros da história da humanidade até a contemporaneidade, para proceder-lhe com a redução, a transcendência, a repactuação e a ressignificação de alguns de seus standards, em prol de um embasamento assaz firme – em face da pessoa e de sua personalidade –, que dê sustentação ao Direito frente à ideia trabalhada na pesquisa de descompassos ou de fatalidades da modernidade. Neste trajeto, ao analisar os dados coletados sobre todas as questões havidas por importantes ao longo da pesquisa, comparando-a, ao final, com o estado da arte sobre a temática, procurou-se, pois, enfatizar neste trabalho o compromisso ético de incutir na mentalidade social de um modo geral e, em especial, na comunidade acadêmica e entre os juristas sobre a relevância de se defender e promover o que se pode designar de essência e fundamentalidade irredutíveis do ser humano, o qual se compreende e se autocompreende em realidade na esteira do ser (e também) do devir, pois aí se embasa a identidade e a individualidade, mais precisamente, sua humanidade – personalidade –, tão relevante aos rumos em quem o ordenamento jurídico hodiernamente se espraia.
  • ANA GUARABIRA DE LIMA CABRAL
  • SÓCIO E CONSUMIDOR: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO JURÍDICA DOS ASSOCIADOS AO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO
  • Data: 24/03/2020
  • Hora: 07:30
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  • O objetivo principal desta pesquisa é averiguar a natureza jurídica das relações entre cooperado e cooperativa de crédito para fins de delimitação da legislação incidente em caso de conflitos entre os associados e a sociedade. A compreensão da questão envolve o estudo da evolução histórica e legislativa do instituto do cooperativismo, precipuamente de seus princípios fundantes, bem como a oportuna análise dos sujeitos participantes dessa espécie societária que obedece a regramento próprio, além da necessária comparação entre o funcionamento e a operacionalização do cooperativismo de crédito com o sistema bancário. A antinomia legal entre a definição de ato cooperativo e de serviços para fins consumeristas requer verificação dos métodos de interpretação disponíveis no ordenamento jurídico para solução de conflitos normativos. Os Tribunais Superiores têm entendido que se deve aplicar o Código de Defesa do Consumidor às cooperativas de crédito pelo fato de elas integrarem o Sistema Financeiro Nacional, porém suas decisões não efetuaram a necessária compatibilização normativa em face dos aspectos divergentes entre a Lei Cooperativista e o Código de Defesa do Consumidor. A cronologia das legislações envolvidas, a hierarquia constitucional, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, e, precipuamente, a teoria do “diálogo das fontes” constituem o caminho para a presente investigação. Trata-se, pois, de uma pesquisa teórica, exploratória e bibliográfica a partir de uma análise qualitativa dos fundamentos que objetivam averiguar a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor às relações decorrentes do cooperativismo financeiro.
  • RUAN DIDIER BRUZACA ALMEIDA VILELA
  • A PRÁTICA JURÍDICA ENTRE A “BAINHA” E A “FACA”: PARA (RE)PENSAR O DIREITO A PARTIR DA PERSPECTIVA DE QUILOMBOLAS NOS CONFLITOS ENTRE A VALE E OS TERRITÓRIOS DE SANTA ROSA DOS PRETOS E MONGE BELO, EM ITAPECURU-MIRIM/MA
  • Data: 02/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar a prática jurídica existente nos conflitos judicializados envolvendo a empresa Vale S/A e os territórios quilombolas de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo, localizados no município de Itapecuru-Mirim/MA, além de identificar o vivido por comunidades quilombolas e a sua presença no Direito. Intenta compreender um quadro mais amplo, no qual grandes empreendimentos econômicos conflitam com povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhos, camponeses, dentre outros. Assim, é possível analisar, na prática jurídica, como há a inserção de suas formas de vida. No primeiro capítulo, apresento as previsões normativas (“bainha”) referentes aos direitos de comunidades quilombolas pós-Constituição Federal de 1988, possibilitando identificar aberturas na linguagem jurídica a partir do reconhecimento de novos sujeitos de direitos. No segundo capítulo, destaco a prática jurídica voltada para a continuidade das atividades da empresa Vale S/A, repercutindo em fechamentos na possibilidade da linguagem. No terceiro capítulo, apresento a organização quilombola (“faca”), observando a perspectiva de quilombolas a respeito da prática jurídica, a qual não está isolada daquilo que, por eles, é vivenciado. O objeto de pesquisa consiste na prática jurídica nos processos judiciais que envolvem aqueles territórios, são eles os casos de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo vs. Vale, Quilombolas e indígenas vs. Vale e Vale vs. Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo. O problema consiste em indagar, considerando o contexto daquele conflito, em que medida a prática jurídica da comunidade interpretativa inclui o vivido por comunidades quilombolas na solução de conflitos que envolvem grandes empreendimentos econômicos e qual a perspectiva daquelas comunidades em relação ao Direito. A pesquisa circular realizou-se entre as etapas conceituais, metodológicas e empíricas, conforme U. Flick. Previamente, foi feita a pesquisa documental com levantamento de processos, que inclui a empresa Vale S/A no Estado do Maranhão. Posteriormente ao contato com o campo de pesquisa no município de ItapecuruMirim/MA, selecionou-se os casos exemplares, procedendo à análise de conteúdo dos documentos nos autos processuais e à identificação de agentes das instituições do sistema de justiça para realização de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa possui, ainda, caráter antropológico, visto que, além de realizar entrevistas com lideranças dos territórios quilombolas, procedeu-se à realização de etnografia, ao utilizar anotações de campo e fotografias como material de pesquisa. O marco teórico adotado parte do perspectivismo ameríndio em E. V. de Castro, somado ao antidogmatismo e à filosofia da linguagem em L. Wittgenstein, logo, possibilita destacar a perspectiva de quilombolas a respeito do Direito, compreendido enquanto prática ao se basear no jusrealismo e no antiformalismo de E. Santoro. Conclui-se, com a tese, que apenas a “bainha” é insuficiente para as lutas quilombolas, visto somente servir em razão da “faca”, cuja substância é preenchida pelas resistências, lutas, festividades e culturas existentes nos territórios quilombolas. Com a correlação entre a “faca” e a “bainha” – entre a luta e os direitos previstos – caminha-se para o contraponto à violação de direitos de comunidades rurais negras que envolvem o capital e o Estado, na medida em que a inserção do vivido, da luta daquelas comunidades, contribuem para uma linguagem jurídica marcada por aberturas e a uma prática jurídica que não relega a importância dos quilombolas para o Direito.
2019
Descrição
  • GERMANA ASSUNÇÃO TRINDADE
  • PRINCÍPIO DE IUS COGENS DA NÃO DISCRIMINAÇÃO NA CARTA DA ONU: RECEPÇÃO PELO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
  • Orientador : FREDYS ORLANDO SORTO
  • Data: 10/12/2019
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho foi desenvolvido com os objetivos: de analisar como o princípio de ius cogens da não discriminação previsto na Carta da ONU é recepcionado pelo Sistema Interamericano de Direitos Humanos, e de examinar as implicações dessa recepção pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, no que tange à salvaguarda do ser humano para os Estados. O princípio da não discriminação é a única norma de direitos humanos prevista na Carta da ONU, e se encontra, também, expressamente previsto na Convenção Americana. As decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos, por sua vez, reconhecem o princípio da não discriminação como detentor do atributo de ius cogens. A Corte concretiza, em suas decisões, a primazia do princípio da não discriminação, em razão de sua característica de ius cogens, sobre todos os atos do Estado ou de particulares, sempre que estes últimos os realizem sob a tolerância, a aquiescência ou a negligência estatal. Isso resulta na cominação pela Corte de sanções variadas (medidas de satisfação, de restituição, de reabilitação e de garantias de não repetição, além de indenizações e compensações pecuniárias), que vão muito além da compensação da vítima, quando restar violado o princípio de ius cogens da não discriminação. Nas decisões analisadas, a Corte não demonstra de forma clara e robusta preencher, esse princípio, os requisitos contidos no art. 53 da Convenção Americana e nem impõe a sanção de nulidade constante no referido artigo ao ato ou à norma discriminatória. Contudo, se conclui serem as decisões da Corte eficazes na modificação da forma de agir dos Estados e, consequentemente, na proteção, sem discriminação, dos seres humanos.
  • ANNUSKA MACEDO SANTOS DE FRANÇA PAIVA MAIA
  • A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA EMPRESA ATRAVÉS DA AUTORREGULAÇÃO REGULADA
  • Data: 18/11/2019
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese visa a estabelecer a responsabilidade social corporativa (CSR) como categoria jurídica, integrada à função social da empresa, com possibilidades de cobrança judicial, para atingir objetivos de desenvolvimento em sentido amplo. Para tanto, questiona-se qual perfil regulatório deverá ser adotado, para promover CSR embasada em Direitos Humanos. A análise casuística nacional e estrangeira revela que a autorregulação livre, com diretivas de adoção voluntária, não é suficiente para dirimir violações de direitos fundamentais pelas empresas. A observação direta das discussões sobre tratado vinculante na Organização das Nações Unidas permitiu ensaio crítico que insere as negociações sobre Direitos Humanos no domínio diplomático, porém com pouca eficácia. Resta justificada a busca por parâmetros regionalizados ou nacionalizados para integrar responsabilidades sociais às empresas. Em retorno à elaboração do conceito acadêmico da CSR, percebe-se que a profusão de definições afastou o instituto de preocupações sociais, de forma contrária aos anseios de Howard Bowen, seu autor fundamental. Esta lacuna é combatida pela ação de blocos regionais e de legislações nacionais independentes, com diferentes graus de eficácia. A União Europeia emitiu diretiva, geradora de legislações nacionais, com obrigações de divulgação de relatórios não financeiros, baseados em frameworks internacionais, como os Princípios Orientadores, o Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e o ISO 2600:2010, porém a falta de mecanismos de controle desafia a sua relevância. A Organização dos Estados Americanos publicou Guia de Princípios sobre Responsabilidade Social das Empresas nas Américas, cuja análise detalhada, no entanto, revela a manutenção de lógica voluntária, com pouca repercussão no bloco. Índia e República de Maurícia definem em lei patamares mínimos de gastos e áreas de financiamento para CSR: a eficácia social dessa legislação é discutida, pois ocorre desvinculação entre os programas e a atividade empresarial. A França inova, ao prescrever obrigações de due diligence ao longo de toda a cadeia produtiva, com possibilidades de responsabilização das empresas francesas inclusive por fatos ocorridos além do território nacional. As recentes políticas públicas brasileiras correlatas à CSR apresentam falhas de integração: os eixos da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto não conseguem se comunicar com demais ações legislativas, exemplificado pela aprovação surpresa de Diretrizes Nacionais sobre Empresas e Direitos Humanos, desvinculada de todas as discussões multissetoriais já realizadas. Propõe-se a modificação da pirâmide conceitual de CSR, colocando como base da responsabilidade social a total vinculação da atividade empresarial com os Direitos Humanos – incluindo desenvolvimento socioambiental e econômico sustentável – para que a empresa, a partir do próprio desenvolvimento da atividade econômica-fim, mapeie, solucione e remedie seus impactos negativos, e passe a operar de forma socialmente positiva para a comunidade circundante e demais stakeholders, contribuindo para o desenvolvimento. Estas ações deverão ser publicizadas através de relatório, que poderá ser utilizado tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil organizada, para responsabilizar as empresas em casos de inconsistências de informações. Trata-se, portanto, de autorregulação regulada, já que as empresas definirão livremente suas políticas de responsabilidade social corporativa, porém com possibilidade de controle social através de instrumentos jurídicos previstos em legislação nacional.
  • RAISSA BRINDEIRO DE ARAÚJO TORRES
  • IMIGRANTES E REFUGIADOS VENEZUELANOS NA PARAÍBA: ASPECTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA MIGRATÓRIA EM NÍVEL LOCAL
  • Data: 01/11/2019
  • Hora: 09:30
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  • O fenômeno migratório perpassa o longo caminho de evolução da sociedade, sendo percebido desde a época das grandes colonizações, passando pelo período industrial e de grande avanço econômico, até o cenário mais recente em que se vive. A presente pesquisa trata de forma mais específica dos imigrantes (aqui considerados também os apátridas) e dos refugiados, sendo os dois grandes grupos de maior incidência nos fluxos migratórios internacionais para o Brasil, tomando como amostragem o mais recente deslocamento populacional de venezuelanos para o país. O tema é relevante, tendo em vista que as relações entre os diferentes povos estão cada vez mais complexas, em meio ao mundo interligado, não apenas pelas facilidades de transporte e comunicação, mas sobretudo pela amplitude dos reflexos decorrentes das interações humanas, que perpassam aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais, fazendo-se sentir de diferentes formas e graus de intensidade por toda a sociedade internacional. A pesquisa busca melhor compreender o fenômeno migratório internacional e identificar os reais avanços na defesa dos direitos humanos dos imigrantes e dos refugiados, assim como reconhecer as lacunas ou deficiências no tratamento dispensado a eles. Tendo como objeto de estudo o fluxo de imigrantes e refugiados venezuelanos para a Paraíba, por meio do processo de interiorização, a pesquisa propõe a criação de uma política migratória em nível local que possa atender às necessidades dos venezuelanos que estão vivendo no Estado, garantindo-lhes a plena satisfação de seus direitos. O problema consiste em saber como o Brasil tem respondido ao recente fluxo migratório internacional de venezuelanos, considerando as normas vinculantes de direito internacional e as do seu próprio ordenamento jurídico, especialmente no que se refere ao artigo 4o da Constituição Federal de 1988. Como hipótese, o Brasil ainda encontra dificuldades em lidar com os fluxos migratórios internacionais, apesar dos avanços experimentados em relação à normativa legal que instituiu a nova Lei de Migração, não havendo uma Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia, por falta de regulamentação do art. 120 da Lei n. 13.445/2017, o que demonstra a fragilidade em articular políticas migratórias interdependentes entre as três esferas de poder. Nesse sentido, o debate em torno da proteção dos imigrantes e refugiados no Brasil reflete na construção de uma nova concepção de cidadania, com perspectiva ampla, includente e solidária, tendo em vista as interações humanas proporcionadas pelas migrações internacionais e a necessidade de garantia dos direitos humanos dos migrantes. Utilizam-se os métodos de procedimento histórico e monográfico e as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. A natureza da vertente metodológica é qualiquantitativa, buscando melhor compreender o fenômeno migratório, para que se identifiquem os desafios a serem enfrentados quanto à garantia dos direitos humanos.
  • KAROLINE HENRIQUE MENDONÇA
  • AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA E ENCARCERAMENTO DE MULHERES PELO TRÁFICO DE DROGAS: ANÁLISE DE AUDIÊNCIAS OCORRIDAS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA SOB OLHARES CRIMINOLÓGICOS FEMINISTAS
  • Data: 25/10/2019
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa visa a investigar se aspectos relacionados ao gênero influenciam no processo de criminalização de mulheres acusadas de cometer tráfico de drogas na cidade de João Pessoa. Partimos, inicialmente, do problemático fenômeno do crescente encarceramento de mulheres no Brasil, que experimentou um salto de quase 660% nos últimos 16 anos, sendo o tráfico de drogas o principal tipo de incidência em mais da metade dos casos. As alterações trazidas pela lei 11.343/06, com o aumento do punitivismo frente às pessoas definidas como traficantes, teve um impacto especial e nefasto sobre as mulheres. Esse fenômeno pode ser melhor compreendido se levarmos em consideração os papéis essencialmente destinados a esse grupo na cadeia do tráfico – tipicamente subalternos e mais expostos à atuação do poder punitivo estatal –, bem como a conjuntura estrutural da sociedade que coloca as mulheres em posições socioeconômicas mais vulneráveis. Diante desse cenário, com a implementação e consolidação dos procedimentos de audiências de custódia em João Pessoa, visualizamos uma oportunidade de aprofundar as análises acerca da criminalização de mulheres pelo tráfico, por meio de um estudo de campo. A partir das contribuições feministas à criminologia, é possível problematizar a atual política de drogas e identificar a maneira seletiva e discriminatória que se dá a atuação do sistema penal, que atua com mais intensidade sobre as mulheres. Nesse contexto, a perspectiva feminista é introduzida no estudo da categoria de gênero como mais um elemento que integra a seletividade penal da população feminina e no cotejamento da feminização da pobreza, que auxilia na compreensão da vulnerabilidade socioeconômica e de gênero das mulheres. O método de abordagem predominante nesta pesquisa é o indutivo, tendo em vista que será feito o prévio confrontamento com a realidade investigada e sua posterior interpretação com o auxílio das bases teóricas adotadas. As técnicas de pesquisa foram a pesquisa documental, bibliográfica e a documentação direta. Quanto à parte empírica da pesquisa, realizamos uma investigação descritiva e explicativa. Descritiva porque buscamos, inicialmente, detalhar e descrever características essenciais acerca do problema investigado, além de estabelecer variáveis que auxiliaram na sua compreensão. Quanto ao aspecto explicativo, este se apresenta na busca pela resposta ao problema que impulsiona a investigação, ou seja, se aspectos relacionados ao gênero influenciam no processo de criminalização dessas mulheres. No campo, assistimos a 93 audiências de custódia, ocorridas, em sua maioria, durante no de 2018. Concluímos, após a realização da pesquisa, que elementos ligados ao gênero atuam no processo de criminalização dessas mulheres, o que, no contexto das audiências de custódia, se manifestou nos argumentos paternalistas proferidos pelos promotores e juízes, preleções morais, julgamentos sobre sua vida pessoal, fugindo dos elementos juridicamente relevantes e se imiscuindo em sua esfera privada. Além disso, notamos a influência determinante da maternidade no desfecho das audiências. Não obstante o reconhecimento do direito à liberdade ou à prisão domiciliar em razão da previsão legal constante no art. 318, do CPP, notamos que a concessão da liberdade provisória ou da prisão domiciliar, em alguns casos, dependia de um julgamento extralegal, que dizia respeito aos papéis de gênero impostos a essas mulheres e que elas deveriam desempenhar para ter sua maternidade reconhecida. Quando tal performance não restava suficientemente provada para juízes e promotores, o julgamento patriarcal se sobrepunha, determinando o não reconhecimento de sua liberdade.
  • GENY MARQUES PINHEIRO
  • RACIONALIDADE COMUNICATIVA E AMBIENTAL: a licitação pública do município de Teresina é instrumento de desenvolvimento sustentável?
  • Data: 27/09/2019
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho esta inserido na linha de pesquisa Direitos Sociais, Regulacao Economica e Desenvolvimento, e fundamenta-se no dever constitucional de promocao do desenvolvimento nacional, e, principalmente, na alteracao legislativa imposta pela Lei nº 12.349/2010, que passou a exigir mais do poder publico em materia de sustentabilidade – como se verifica na exigencia de realizacoes de licitacoes sustentaveis com vistas a promocao do desenvolvimento. Objetivou-se, assim, analisar a discursividade do processo das licitacoes para discorrer sobre a racionalidade (comunicativa) ambiental que move o referido processo. Para alcancar os resultados pretendidos, procedeu-se a uma investigacao empirica nos procedimentos licitatorios realizados pela Prefeitura de Teresina, ocorridos no ano de 2018, para fins de analisar aspectos constantes no edital e suas especificacoes, que demandem concretamente tal desiderato, alem da realizacao de entrevista com os membros da comissao de licitacao. A partir dai, tendo-se como pressuposto, inclusive, que nao existe consciencia ambiental de protecao ao meio ambiente, discutiu-se racionalidade ambiental segundo Leff (2006; 2008), que se verifica pelo deslocamento epistemico de uma centralidade antropocentrica para biocentrica, nos discursos dos documentos e dos sujeitos da gestao publica, tomados como racionalidade comunicativa, na visao de Habermas (2002; 2016), por considerar que a linguagem e a expressao dos consensos, ainda que precarios, existentes numa sociedade, tratando-se, portanto, da empiria que revela a consciencia ambiental. Dentro deste fio condutor estabelecido, fez-se a analise do problema de pesquisa: a licitacao publica do municipio de Teresina e instrumento de desenvolvimento sustentavel? Chegou-se, pois, ao seguinte diagnostico: a sustentabilidade nao esta inserida nas licitacoes e tal fato se da por ausencia de consciencia ambiental, como a tratada por Enrique Leff, considerando, ainda, a falta de racionalidade comunicativa segundo Junger Habermas, o que sugere que a razao que orienta nossas acoes nao conta com entendimentos ambientais razoaveis, haja vista a orientacao antropocentrica da logica da modernidade que produz o efeito de uma racionalidade comunicativa de nao protecao ambiental.
  • CHRISTIANNE MATOS DE PAIVA
  • MULTIPARENTALIDADE: análise da efetivação do princípio da dignidade humana no julgamento do Recurso Extraordinário nº 898060 pelo Supremo Tribunal Federal.
  • Data: 26/09/2019
  • Hora: 14:00
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  • As mudancas sociais e economicas do final do seculo XX e inicio do XXI acometeram as entidades familiares e, por conseguinte, a paternidade e maternidade. O Direito, afetado por tantas alteracoes metajuridicas, tem enfrentado novos questionamentos relativos ao Direito das Familias com auxilio do Direito Civil Constitucional. Dentro desse conjunto de recentes problematizacoes familiares, a multiparentalidade, tema da repercussao geral 622, foi escolhida como objeto de pesquisa desta tese, cuja area de estudos se refere a inclusao social, protecao e defesa dos direitos humanos. O proposito desta tese e enfrentar o seguinte problema: Como foram construidos os conteudos dos argumentos proferidos na decisao do Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Especial nº 898060 para o reconhecimento no ordenamento juridico da multiparentalidade? Para tanto se contextualizou o estudo sobre dignidade humana, familia, paternidade, na sequencia analisou-se a decisao do STF sob o prisma da hipotese levantada, qual seja: os argumentos emitidos na decisao sobre multiparentalidade foram construidos com base na efetivacao do principio da dignidade humana mediante a especificidade dos casos concretos.A tese esta estruturada em cinco capitulos, introducao e conclusao. Para tanto, realizou-se abordagem qualitativa de cunho descritivo, atraves analise de conteudo dos votos emitidos para a decisao. Como procedimento metodologico, utilizou-se a analise de conteudo de Laurence Bardin, de modo a ser possivel compreender as significacoes explicitas ou nao aparentes contidas no conteudo dos discursos. Na tipologia, utilizou-se a pesquisa bibliografica e a documental, essa como o exame dos materiais de diversas origens, no caso os votos dos ministros, pois o exame da jurisprudencia foi vetor indispensavel para a construcao da tese. No que se refere aos metodos de procedimento, utilizou-se o metodo comparativo, por meio de analise dos casos assemelhados a decisao paradigmatica do STF e o dedutivo. Os resultados do estudo apontam no sentido da edificacao dos argumentos para a tese terem sido voltados para se efetivar a dignidade humana com os limites impostos pelas particularidades dos casos concretos com fundamento no Direito Civil Constitucional.
  • FELIPE TORRES PEREIRA
  • A JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NA PERSPECTIVA DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: A GARANTIA DA JUSTIÇA E DA PAZ NO ACORDO ENTRE O ESTADO COLOMBIANO E AS FARC-EP
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • O Estado colombiano trava, ha mais de cinco decadas, conflito armado nao internacional com grupos de origem guerrilheira e paramilitar, embates que ja produziram milhoes de vitimas com implicacoes socais, politicas, economicas e culturais para o Estado e a sociedade colombianos. Em 2012, o governo iniciou dialogos para a pacificacao com as Forcas Armadas Revolucionarias da Colombia – Exercito do Povo (FARC-EP), os quais ensejaram a celebracao de acordo de paz entre as partes em setembro de 2016. O compromisso, apos rejeicao em referendum, foi aprovado pelo Congresso em novembro do referido ano e, desde entao, adotam-se medidas para sua implementacao. Trata-se de compromisso complexo e controvertido e um dos pontos mais discutidos refere-se a garantia da justica. Previram-se estrategias especiais, como a concessao de anistias, aplicacao de sancoes restaurativas aos responsaveis por graves violacoes de direitos humanos e a selecao e priorizacao de casos, medidas que visam a permitir, a principio, a satisfacao da justica e a garantia da pacificacao pretensamente estavel e duradoura. A legalidade e a legitimidade de instrumentos de justica de transicao, como se tem no caso colombiano, requerem a sua compatibilidade nao apenas com as normas internas, mas tambem com a normativa internacional aplicavel a tematica. Nesse sentido, este estudo tem o objetivo de verificar se os institutos referidos sao compativeis com o Direito Internacional dos Direitos Humanos, com enfase atribuida ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos, do qual o Estado colombiano e membro. Parte-se da hipotese segundo a qual, tendo em vista a excepcionalidade do periodo transicional, as medidas constantes no acordo de paz sao parcialmente compativeis com os parametros internacionais de direitos. Valendo-se de abordagem indutiva e dos metodos interpretativo e historico aplicados a fontes bibliograficas (livros e artigos de periodicos) e documentais (tratados, posicionamentos e decisoes de orgaos internacionais), o trabalho se desenvolve em quatro secoes. Na primeira, abrange-se o conflito armado interno na Colombia, a partir de consideracoes sobre a normativa aplicavel aos conflitos internos e da caracterizacao e contextualizacao do embate e do processo de paz com as FARC-EP. Efetua-se, em segundo momento, investigacao teorica sobre a justica de transicao, a fim de que compreender os seus pressupostos, significados e implicacoes para o Estado e, em seguida, na terceira secao do desenvolvimento, analisam-se os direitos transicionais, atribuindo-se especial atencao ao direito a justica. Por fim, em quarto lugar, investiga-se se e em que medida os mecanismos de expressao da justica apontados e previstos no acordo de paz entre a Colombia e as FARC-EP sao compativeis com os parametros internacionais de direitos humanos adotados na analise. Conclui-se que a anistia, as sancoes aplicadas aos autores de graves violacoes de direitos humanos e a priorizacao de casos encontram maior respaldo nos posicionamentos dos orgaos do SIDH, ao contrario da selecao de casos, em virtude de implicar renuncia a acao penal.
  • REGINA COELLI BATISTA DE MOURA CARVALHO
  • PERPETUAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO ESTRUTURAL HISTÓRICA NA SAGA DO TRABALHADOR INFANTIL PIAUIENSE EM CONDIÇÃO ANÁLOGA À ESCRAVIDÃO: estudo da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso dos Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil
  • Data: 21/08/2019
  • Hora: 15:30
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  • A tese analisa o trabalho infantil de piauiense em condição análoga à escravidão, a partir da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CORTE IDH) no caso dos trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil. A investigação vincula-se aos Direitos Humanos, Direito ao Desenvolvimento e ao Direito do Trabalho. A problemática da pesquisa traduz-se na seguinte indagação: A política pública implementada pelo Brasil, visando à abolição do trabalho escravo e em condição análoga, apresenta condição de eficácia para a erradicação do trabalho infantil de piauiense em condição análoga à escravidão? Para responder a tal questionamento, procura-se confirmar a hipótese preliminar levantada de que a política pública implementada pelo Brasil, para esse fim, não é eficaz para erradicar o trabalho infantil de piauiense em condição análoga à escravidão, porque não rompe com a estrutura do problema, qual seja, extrema pobreza, analfabetismo, situação estrutural histórica de exclusão, com perpetuação do trabalho de criança piauiense nessa condição, como demonstram os processos pesquisados. Para tanto, deve ser criado um sistema capaz de se adequar e articular uma proteção sistêmica, especialmente que se molde às condicionantes locais, como é o caso do Piauí, com desenvolvimento voltado para a inclusão. A condição de ineficácia da política pública, quase ausente no Piauí, com a permanência da exploração do trabalho escravo infantil de piauiense, não dissocia do quadro geral brasileiro, pelo contrário, é mais intensa e acentuada nesse Estado, um dos mais pobres e de menor desenvolvimento social do País. De forma dedutiva, parte-se das premissas gerais acerca da trajetória de exploração do trabalho infantil e a construção normativa de sua proteção, da noção jurídica de trabalho infantil e de trabalho escravo e em condição análoga, esta vista em sua herança histórica, e dos conceitos utilizados pela Corte IDH na decisão do caso dos trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil, que reconheceu a responsabilidade do Brasil por trabalho escravo em situação de discriminação estrutural histórica. Nesse contexto, têm-se como lastro as fontes bibliográficas e documentais pesquisadas, bem como análise estatística realizada em processos na Justiça do Trabalho do Piauí, no período de outubro de 2013 a fevereiro de 2018, com alegação de trabalho escravo ou em condição análoga. Utiliza-se, como aporte teórico, o pensamento de Amartya Sen.
  • RAYANNE AVERSARI CAMARA
  • ICONOGRAFIA DO TRABALHO: A DESCONSTRUÇÃO DO NEOLIBERALISMO NO BRASIL A PARTIR DA OBRA DE SEBASTIÃO SALGADO
  • Data: 12/08/2019
  • Hora: 14:30
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  • Em meio a esforços mundiais de respeito às normas e princípios internacionais do trabalho, do valor social do trabalho e do trabalho decente, vem sendo implantadas no Brasil medidas neoliberais como a Lei 13.467 de 2017 (Reforma Trabalhista), que, em que pese prometer modernizar e adequar a legislação às novas relações de trabalho, na verdade precarizam o labor, desarticulam o Direito do Trabalho e ferem, dentre tantos outros, o princípio da proteção. Nessa conjuntura, o interesse na maximização do lucro através de mão de obra mais barata, embora sempre presente, encontra agora respaldo legal, fato que significa um retrocesso do trabalho aos primórdios do processo de industrialização do país e, consequentemente, majora a exposição do trabalhador a condições degradantes. A detecção dessa exposição, por sua vez, não pode se resumir às técnicas historicamente formalistas do Direito, as quais têm se mostrado insuficientes, ante a evolução da complexidade social. Nesse contexto, através da interdisciplinaridade entre direito e arte, busca-se na obra “Trabalhadores: uma arqueologia da era industrial” de Sebastião Salgado, uma melhor compreensão do retrocesso social imposto aos trabalhadores brasileiros em decorrência da ideologia neoliberal, como os resultantes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista. Assim, pretende-se responder se, à luz da iconografia do trabalho, é possível se instrumentalizar a desconstrução da ideologia neoliberal no Brasil. A hipótese suscitada é que iconografia do trabalho, especialmente a fotografia arqueológica de Sebastião Salgado, é um meio interdisciplinar eficaz de denunciar que a real finalidade da ideologia neoliberal implementada no contexto socioeconômico brasileiro é a maximização do lucro através da exploração do trabalhador e da sua redução à força de trabalho, e, consequentemente, é uma forma profícua de influenciar as condutas sociais, impondo um novo olhar de resistência e principalmente de transformação no sentido de que o trabalho deve ser um meio emancipatório para o cidadão. Desta maneira, objetiva-se analisar, a partir da obra “Trabalhadores: uma arqueologia da era industrial” de Sebastião Salgado, como a iconografia do trabalho pode ser um instrumento de desconstrução da ideologia neoliberal no Brasil. A partir da perspectiva teórico-metodológica do materialismo histórico-dialético, avaliam-se os componentes cíclicos socioeconômicos do capitalismo os quais têm imposto uma serie de retrocessos sociais às lutas dos trabalhadores. Conclui-se que em decorrência das medidas neoliberais, os trabalhadores brasileiros foram reduzidos à força de trabalho, tiveram direitos tolhidos, acesso à justiça limitado, trabalho precarizado, valor social usurpado, sendo verdadeiramente massacrados, refletindo atualmente os mesmos moldes da exploração retratada em “Trabalhadores: uma arqueologia da era industrial” de Sebastião Salgado.
  • SAMARA MONTEIRO DOS SANTOS
  • FEMINISTAS EM PRIMEIRA PESSOA: análise das políticas criminais de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil.
  • Data: 08/08/2019
  • Hora: 11:00
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  • A presente pesquisa consiste em um estudo teorico sobre a atuacao dos movimentos feministas em demandas politico criminais de enfrentamento a violencia contra as mulheres no Brasil e como a sua implementacao tem sido percebida no campo de defesa dos direitos humanos. Com o intuito de estudar como os movimentos feministas pautam e avaliam as estrategias institucionais de enfrentamento a violencia contra as mulheres, a pesquisa propoe-se a compreender o surgimento e a consolidacao de uma agenda feminista de enfrentamento a violencia contra as mulheres; analisar quais e de que formas as demandas feministas de enfrentamento a violencia contra as mulheres foram incorporadas pelo Estado brasileiro; e estudar quais as principais criticas a essas estrategias e que possiveis contradicoes tem sido apontadas pela criminologia critica aos movimentos feministas, a partir de revisao teorica e documental. Parte-se do pressuposto de que existe um comprometimento do Estado com os valores patriarcais, de modo que o sexismo institucional dificulta o acesso das mulheres a Justica, pois revela a resistencia dos agentes publicos de justica e seguranca em intervir em situacoes de violencia contra as mulheres. Conclui-se que o Estado e seletivo ao incorporar as demandas dos movimentos feministas, com predilecao as demandas penais em seu ambito simbolico, por ser ele mesmo punitivista. E, sendo o Estado punitivista, concluo que a seletividade negativa que justifica a nao intervencao do sistema penal nos casos de violencia contra a mulher revela a imunizacao de autores de violencia como o reves dos processos de criminalizacao. Por fim, defendo a possibilidade de construcao de uma criminologia feminista que adote uma perspectiva critica e minimalista quanto ao sistema penal, com vistas a construcao de um abolicionismo penal progressivo.
  • YAGO RENAN LICARIÃO DE SOUZA
  • A Forma Jurídica no Capitalismo Dependente
  • Data: 31/07/2019
  • Hora: 10:00
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  • A crítica marxista do direito colocada por Evgeni Pachukanis transformou a maneira de se enxergar o fenômeno jurídico, ao trazer da teoria marxiana elementos suficientes para apontar que, ao invés de um instrumento neutro de dominação classista, a forma jurídica se apresenta como uma relação social específica, diretamente relacionada à forma-mercadoria. Sua posição se dá em nítido confronto às teorias juspositivistas, marcadas pela identificação do direito à norma estatal, e às teorias não-juspositivistas, que identificam o direito às relações de poder, e consagra a compreensão de que a forma jurídica tem seu nascedouro numa relação estabelecida entre sujeitos-proprietários que, para estabelecer o intercâmbio de mercadorias, também precisam identificarem a si mesmos como equivalentes, iguais, e que realizam aquele ato em plena liberdade de escolha. Porém, ao se utilizar esta teoria no estudo de realidades sociais distintas, como as da periferia do capitalismo, deve-se levar em consideração as especificidades do capitalismo dependente, um sistema socioeconômico que apresenta características singulares em sua estrutura, e que podem ser resumidas nos mecanismos de transferência de valor e nas trocas desiguais, que impõem a repartição do excedente econômico produzido internamente para com as economias centrais, através do comércio internacional; a superexploração da força de trabalho, que utilizada de maneira estrutural para compensar as perdas de valor ocorridas no âmbito da circulação, impõem à classe trabalhadora o consumo prematuro de sua capacidade produtiva através da subremuneração do valor de sua força de trabalho, agravando as condições de desigualdade existentes no interior destas sociedades e confirmando um ciclo do capital cindido, em que a produção interna tem, como objetivo, realizar a circulação, majoritariamente, no mercado externo, alijando os trabalhadores do próprio mercado consumidor e impedindo o avanço dessas forças produtivas a um desenvolvimento autônomo e voltado para si. Todas essas questões, quando conjugadas, levam ao esforço teórico de empreender aproximações entre a realidade do capitalismo dependente e suas implicações na forma jurídica desenvolvida em seu interior, de maneira a identificar a possibilidade de uma forma jurídica dependente que se instala no seio de estruturas institucionais de caráter débil e que pode ser identificada nos instrumentos normativos que explicitam as condições de reprodução da dependência.
  • ELISA BARBOSA MACHADO
  • O IMPACTO ECONÔMICO DA POLÍTICA DE RESSARCIMENTO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NA SAÚDE SUPLEMENTAR
  • Orientador : ROBSON ANTAO DE MEDEIROS
  • Data: 30/07/2019
  • Hora: 14:00
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  • O presente estudo tem como objetivo analisar a politica de ressarcimento ao Sistema Unico de Saude (SUS) na saude suplementar, averiguando a sua viabilidade e efetividade no tocante a manutencao e melhoramento dos servicos de saude publica no Brasil, instituido pelo artigo 32 da Lei nº 9.656/98 e regulamentado pelas normas da ANS, constitui na obrigacao legal das operadoras de planos privados de assistencia a saude de restituir as despesas do Sistema Unico de Saude no eventual atendimento de seus beneficiarios que estejam cobertos pelos respectivos planos. Apensar de a politica de ressarcimento ao SUS subsistir a mais de vinte anos, a ANS ainda encontra dificuldades para sua implementacao e efetividade. A partir da regulamentacao do setor de saude suplementar, atraves da Lei nº 9.656/98 e da Lei nº 9.961/00, marco legal da politica de ressarcimento ao Sistema unico de Saude (SUS) da regulacao do Estado na seara da saude, como exercicio da sua soberania nacional e preservacao do interesse publico, ha viabilidade e efetividade no tocante a manutencao e melhoramento dos servicos de saude publica no Brasil? O problema proposto contempla como hipotese norteadora da investigacao a politica desse ressarcimento na saude suplementar, esta assaz prejudicada e ate mesmo punida, pela ma administracao do Estado com seus recursos, podendo ensejar no total encerramento das atividades devido ao descompasso financeiro causado no decorrer dos anos. Metodologicamente, o trabalho por situar-se em um campo carente de estudos especificos, acompanha pesquisas de carater exploratorio, as quais pretendem torna-lo explicito e aumentar a experiencia acerca de seu problema. O espaco amostral perfaz-se na analise do processo de regulamentacao do setor de saude suplementar e a instituicao da politica publica de ressarcimento ao Sistema unico de Saude (SUS), com enfoque na regulacao economico-social e na protecao do investidor-consumidor. A natureza do estudo e eminentemente qualitativa, partindo da analise e interpretacao de fenomenos para a consequente formulacao de suas respectivas definicoes e solucoes. Do ponto de vista dos procedimentos tecnicos, as pesquisas utilizadas, de documentacao indireta, no campo bibliografico e a documental. Concernente a analise de dados, alem de o fichamento assumir o carater de esboco e critica, utiliza-se a leitura formativa, consubstanciada numa analise comparativa e interpretativa voltada para formacao e condensacao de elementos na busca do aprofundamento do objeto de estudo. Sinteticamente, analisa-se a constitucionalidade da politica publica de ressarcimento ao SUS que acarreta a saude suplementar, descrevendo o papel da regulacao na correcao de falhas tendentes a melhor protecao do investidor consumidor.
  • HANNA RAFAELLI DE BRITO LIMA
  • DIREITO EM LUKÁCS: GÊNESE E PARTICULARIDADES DO COMPLEXO JURÍDICO
  • Data: 19/07/2019
  • Hora: 08:00
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  • Esta dissertação tem por objeto a análise do complexo jurídico a partir da obra da maturidade do filósofo húngaro György Lukács, Para a ontologia do ser social. São problematizadas as particularidades do complexo jurídico. Explora-se os graus do ser, o trabalho como fundante do ser social, os complexos da reprodução social, do dever e do valor, a fim de possibilitar a apresentação do direito enquanto complexo parcial do complexo de complexos que é a totalidade social. O debate acerca da função do complexo jurídico vem ganhando força perante a filosofia do direito, nesse ínterim, as contribuições teóricas de Lukács produzem um vasto campo de inquietações e questionamentos sobre as especificidades do direito. A partir do método do materialismo histórico-dialético, a linha principal que orienta essa investigação pauta-se, sobretudo, na análise do complexo jurídico de forma histórico-social, desde a origem da sociedade de classes advinda do próprio ato de trabalho até a origem do direito simultaneamente ao Estado, como uma força pública particular, cuja função precípua consiste na garantia da reprodução da sociedade de classes. São demonstradas as contradições presentes no desenvolvimento do direito tomado como reflexo prático da realidade e as possibilidades e limites de apostar no complexo jurídico como garantidor da superação das desumanidades presentes na sociabilidade atual. A partir disso, são apresentadas as relações do direito com outros complexos sociais, sobretudo a política, a moral e a ética, refutando as concepções idealistas sobre o direito e aquelas advindas do materialismo vulgar, típicas do século XX, que concebem o direito apenas como um reflexo mecânico da economia. O marco teórico principal tem por base os escritos da maturidade de Lukács, mas também são referências textos de Marx, Engels, Mészáros, Lessa, Sartori e Andrade, que versam, ainda que pontualmente, sobre o direito. Desse modo, a disposição final desta análise é colaborar para o campo de pesquisa do direito que rompa com suas abordagens tradicionais que concebem, superficialmente, o direito como uma esfera autofundada, autônoma, fechada em si, sem a qual não há a possibilidade sequer de existir sociedade.
  • NESTOR ALCEBIADES MENDES XIMENES
  • NOVOS PARADIGMAS NA APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA: a humanização e inclusão social das pessoas com sofrimento psíquico em conflito com a lei a partir da realidade do estado do Piauí.
  • Data: 18/07/2019
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa tem por escopo analisar a aplicação das medidas de segurança nas pessoas com sofrimento psíquico em conflito com a lei no Brasil, a partir da aplicação da reforma psiquiátrica em confronto com o direito penal democrático previsto na Constituição da República Federativa do Brasil. A reforma psiquiátrica, sob uma perspectiva humanista e inclusiva, assegura a efetivação dos princípios fundamentais da dignidade da pessoa e o exercício de direitos e garantias fundamentais aos que se encontram em medida de segurança de internação, rompendo com o modelo sancionador que reflete a prática secular manicomial de segregação e mortificação do indivíduo, que sofre de transtorno mental e, por ter praticado ato considerado injusto penal, é tão vítima de sua doença e do sistema penal quanto à pessoa que foi por ele vitimada. O estudo visa, portanto, fornecer elementos teórico-práticos ao sistema de justiça criminal para retirar do domínio penal o cumprimento salutar de medidas terapêuticas, com o escopo de, fora do sistema penitenciário e através de práticas inclusivas, garantir a identificação do ser humano enquanto pessoa e a reinserção do sujeito no meio familiar e social. A pesquisa objetiva ainda, a reorientação do indivíduo enquanto agente social, oferecendo novas perspectivas na avaliação psiquiátrica por equipe multidisciplinar, através de um novo modelo de “medida terapêutica”, desinstitucionalizado e alternativo ao sistema proposto pelo Código Penal, Código de Processo Penal e Lei de Execução Penal brasileiros, resgatando a função curativa aos considerados inimputáveis. Trata-se de pesquisa qualitativa-quantitativa, pautada em estudo de casos, com a observação de incidentes de sanidade mental do público investigado e a verificação dos resultados do projeto de residências terapêuticas no Estado do Piauí, como uma das alternativas exitosas ao sistema higienista e violador do Estado Democrático e Social de Direito, resgatando as liberdades individuais e a cidadania desses inimputáveis.
  • GLAYDSON MEDEIROS DE ARAUJO SOUZA
  • REGULAÇÃO ESTATAL DO MERCADO DE MEDICAMENTOS E A PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
  • Data: 03/07/2019
  • Hora: 09:30
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a efetividade do Estado na regulacao do mercado farmaceutico em protecao ao consumidor, e para tanto, e feito o emprego da metodologia qualitativa, tendo por premissa que a efetividade da regulacao exercida pela Camara de Regulacao de Medicamentos (CMED) pode ser aferida a partir do acesso da populacao a medicamentos a um custo razoavel do ponto de vista economico, e, inicialmente foi apresentado o Estado Regulador, a teoria da regulacao economica e a regulacao economica do mercado farmaceutico, em seguida e feita uma apresentacao de alguns periodos da intervencao estatal no Brasil no mercado de medicamentos ate chegarmos ao modelo de regulacao atual, desenvolvido pela CMED, tratando dos mecanismos atualmente utilizados, que podem ser considerados sob dois prismas, sendo o primeiro a fixacao de precos de entrada dos novos produtos e novas apresentacoes, e o segundo o mecanismo de reajuste de precos utilizado, para em seguida serem apontados alguns modelos de regulacao do mercado de medicamentos utilizados em outros paises em comparacao com a intervencao exercida pela CMED, demonstrando ao final seus efeitos positivos e principais gargalos e problemas, especialmente no que diz respeito a protecao do consumidor, apontando possiveis solucoes para as principais dificuldades enfrentadas.
  • ADRIANNA DE ALENCAR SETUBAL SANTOS
  • "SOJA NÃO DÁ NA PRATELEIRA": análise crítico-jurídica do modelo de desenvolvimento na ocupação do cerrado de Uruçuí-PI pelo agronegócio de soja, a partir da teoria da Amartya Sen
  • Data: 02/07/2019
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese tem o propósito de analisar a experiência de desenvolvimento do município de Uruçuí, localizado na região Sudoeste do estado do Piauí o qual, por sua posição de destaque na cena produtiva nacional, revela um descompasso a ser investigado, sugerido pela posição periférica do Piauí no contexto econômico e social brasileiro. Diante disso, a questão-problema da pesquisa consiste em perscrutar a existência da experiência de desenvolvimento como exercício de capacidades humanas, proposto por Amartya Sen, especificamente na região do cerrado uruçuiense, com o agronegócio de soja. Como resposta provisória ao problema, construiu-se a hipótese de pesquisa de que o modelo produtivo implantado promove o crescimento econômico, mas não o desenvolvimento, devido às privações humanas identificadas as quais teriam contribuído para a ação interventiva do Estado, desconstruindo o compromisso constitucional com o desenvolvimento nacional. Para a solução do problema de pesquisa e verificação da hipótese, o estudo parte da configuração multívoca do termo desenvolvimento para defini-lo como liberdade, servindo tal delimitação como categoria de análise do concreto. Situado o desenvolvimento, o jurídico é apresentado com a formulação do direito ao desenvolvimento, prerrogativa humana e fundamental que lhe serve de instrumento. No plano político, o planejamento e as políticas públicas são expostos de forma a dar o tom do fazer estatal e revelar o modo de ação esperado, com vistas à experiência de desenvolvimento. Estruturada de forma dialógica, a tese contrapõe o teorizado com o empírico, resultado da realização de entrevistas, da observação direta e da análise de textos normativos e planos de ação produzidos pelo estado do Piauí, para, realizada a análise interpretativa crítica do extraído, concluir pela inexistência de desenvolvimento naquela região.
  • MIUCHA LINS CABRAL
  • O DIREITO À ADOÇÃO POR CASAIS DO MESMO SEXO: uma análise das sentenças proferidas pelo Juízo da Primeira Vara da Infância e Juventude de João Pessoa
  • Data: 26/06/2019
  • Hora: 12:00
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  • O presente trabalho tem o objetivo precípuo de verificar se o direito à adoção de crianças e adolescentes por casais do mesmo sexo tem sido respeitado na Comarca de João Pessoa. O tema da adoção por pares do mesmo sexo remete ao desafio de compreender o complexo instituto da adoção em correlação com o polêmico exercício da parentalidade por esses sujeitos, tendo em vista o preconceito dirigido às minorais sexuais na sociedade brasileira. Esses preconceitos têm sido sustentados, muitas vezes, por questões religiosas que vinculam a homossexualidade à concepção de pecado e obscenidade, às crenças no ideal de família tradicional pautado na heterossexualidade e monogamia com fins de procriação e ao lugar marginalizado atribuído historicamente aos homossexuais como uma forma de poder, controle e ajustamento social. O Poder Legislativo tem sido omisso diante dessa realidade social, deixando lacunas que têm sido preenchidas pelo Poder Judiciário através de decisões do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de tribunais inferiores, que têm reconhecido as uniões e as adoções por casais do mesmo sexo. A partir desse cenário, questiona-se se o direito à adoção de crianças e adolescentes por esses pares tem sido assegurado de forma isonômica, em comparação aos casais heterossexuais, no campo de estudo delimitado, qual seja, a Comarca de João Pessoa. Parte-se do pressuposto de que o direito à adoção de crianças e adolescentes por casais do mesmo sexo tem sido assegurado contingencialmente para os aludidos casais, através de decisões discricionárias do Poder Judiciário, mas não de forma isonômica, se comparado aos casais heterossexuais. Tratase de um estudo descritivo, a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental, com método de procedimento histórico e comparativo e de abordagem, hipotético-dedutivo, que partiu da hipótese levantada buscando falseá-la ou corroborá-la. Para tanto, promoveu uma análise comparativa das sentenças proferidas pelo Juízo da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de João Pessoa nas ações de habilitação para adoção e adoção propriamente dita impetradas por casais heterossexuais e do mesmo sexo no período de março de 2015 a dezembro de 2018. Na amostra pesquisada, não foram encontrados dados que apontem uma morosidade da Comarca de João Pessoa quanto ao julgamento das ações de habilitação para adoção e de adoção ingressadas por casais homoafetivos. Também não há indícios de que os casais do mesmo sexo tenham recebido tratamento discriminatório nas ações julgadas no período retromencionado em comparação aos casais heterossexuais. Em conclusão, pode-se dizer que os casais homoafetivos foram tratados com igualdade e dignidade quando buscaram a Vara supramencionada com o intuito de exercer a parentalidade pela via adotiva, não obstante persista a discricionariedade do Poder Judiciário ante à essa modalidade de adoção e, junto a ela, a condição de insegurança jurídica em decorrência da falta de legislação específica para esse tipo de adoção. Por fim, pondera-se que garantir o direito à adoção por casais do mesmo sexo é uma forma de contribuir para que a sociedade brasileira se torne mais inclusiva, justa e igualitária, conforme prevê a sua Carta Magna.
  • DELANO CARNEIRO DA CUNHA CÂMARA
  • TRIBUTAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE REGULAÇÃO SOCIOECONÔMICA PARA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL
  • Data: 19/06/2019
  • Hora: 14:30
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  • O esgotamento dos modelos existentes de Estado, as crises recorrentes e o aumento da desigualdade social, inclusive no Brasil, demandam por instrumentos que auxiliem na superacao desses problemas. O tema e uma tributacao para o desenvolvimento. A tese analisa como a tributacao pode interferir na promocao do desenvolvimento nacional, na distribuicao de renda nas classes sociais e na superacao das crises pelas quais ciclicamente o Brasil vem passando. O problema deste trabalho tem por base investigar como o atual sistema tributario brasileiro inviabiliza o desenvolvimento economico nacional e como implementacao de um novo modelo de tributacao seria capaz de reverter a tendencia as crises ciclicas. A pesquisa objetiva o estudo da interferencia decorrente da tributacao que regula de forma limitativa o desenvolvimento nacional. Analisam-se, especificamente, os pesos das cargas tributarias sobre os diversos segmentos economicos e classes sociais, demonstrando onde e como o sistema tributario brasileiro regressivo conduz ao subdesenvolvimento e como pode ser modificado para a formacao de um ciclo virtuoso. O marco teorico partira de Thomas Piketty, numa tributacao para reducao de desigualdade, passando por teoricos desenvolvimentistas (Celso Furtado, Bresser Pereira), criticos do capitalismo global especulativo (Avela Nunes, Hyman Minsky), doutrinadores lastreados na analise economica do direito, no dever fundamental de pagar impostos e no custeio eficiente do Estado Constitucional (Casalta Nabais, J. J. Canotilho). A pesquisa tem abordagem dedutiva e tecnica de pesquisa bibliografica e empirica, com consulta a dados de sitios oficiais governamentais e de instituicoes privadas, nacionais e estrangeiras, com reconhecido valor cientifico. A resposta demonstra que tanto os impostos indiretos quanto os tipos e formas de distribuicao das cargas tributarias nas diversas regioes e nos diversos segmentos economicos e sociais promovem a desigualdade e conduzem ao subdesenvolvimento brasileiro. Em conclusao, propoe-se uma alternativa de regulacao da sociedade objetivando o desenvolvimento e a reducao das desigualdades a partir da redistribuicao das cargas tributarias, com uma nova calibragem de aliquotas dos tributos existentes, especialmente com a regulacao e o reforco do custeio do Estado, proporcionado com a implantacao de uma tributacao sobre as movimentacoes financeiras.
  • CLARISSA CECILIA FERREIRA ALVES
  • HEROÍNAS OU SERVAS DO CAPITAL?”: O TRABALHO REPRODUTIVO MIGRANTE E O CONTROLE SOCIAL DA FORÇA DE TRABALHO DE MULHERES
  • Data: 10/06/2019
  • Hora: 14:00
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  • Contrariando as politicas anti-imigracao em curso no mundo, crescem os estimulos ao deslocamento internacional de trabalhadoras do setor reprodutivo, que partem de regioes perifericas para regioes centrais, a fim de suprir as demandas por assistencia surgidas com a “crise dos cuidados”. Diante desse contexto, a presente tese tem como objetivo compreender de que modo relacoes sociais de sexo, classe e “raca” estruturam o fornecimento de trabalho reprodutivo, e como a ordem capitalista, colonial/moderna /racista e patriarcal se organiza para prover essa crescente necessidade. Pretende-se examinar o papel que Estados e organismos supraestatais assumem nesse processo, e de que maneira se utilizam de normas e politicas nacionais e internacionais. Propoe-se a hipotese de que, a partir do desenvolvimento da categoria trabalho reprodutivo migrante, sera possivel vislumbrar um movimento de distribuicao dessa forca de trabalho que se beneficia das relacoes de sexo, classe e “raca”. Desse modo, a pesquisa tera carater qualitativo, sera realizada em nivel explicativo, e empregara o metodo de abordagem dialetico, os metodos de procedimento historico e monografico, e as tecnicas de pesquisa bibliografica e documental. Esta dara suporte a duas estrategias de pesquisa: ao estudo de caso do processo judicial que envolveu trabalhadoras filipinas migrantes em Sao Paulo, vitimas dos crimes de trafico de pessoas e de trabalho analogo ao de escravo; e a categorizacao de cinco politicas internacionais elaboradas no ambito da Organizacao Internacional do Trabalho (OIT), alem da analise de politicas e normas juridicas brasileiras e filipinas. Como resultados, propoe-se, em primeiro lugar, que o trabalho reprodutivo migrante tem sido constituido como um misto de exploracao/apropriacao do trabalho das mulheres, alienado sob o capital e marginalizado enquanto mero “reprodutor da forca de trabalho”, e extraido como “recurso” das regioes historicamente colonizadas da periferia do capitalismo. E em segundo lugar, a partir da analise das legislacoes e politicas, observa-se que uma especie de “politica internacional de combate a crise dos cuidados” coage a forca de trabalho reprodutivo migrante a tornar-se disponivel. Finalmente, propoe-se a tese de que a organizacao de instrumentos juridicos realizada por entidades supraestatais e Estados estabelece um controle social da forca de trabalho de mulheres empobrecidas e racializadas de regioes perifericas do capitalismo mundial, enquanto estrategia de contensao da “crise dos cuidados”.
  • KAROLINE DE LUCENA ARAUJO
  • CONSUMIDOR ENQUANTO GERADOR DE RESÍDUOS: a proteção do meio ambiente e dos direitos dos consumidores a partir da interpretação recíproca entre as Políticas Nacionais das Relações de Consumo e dos Resíduos Sólidos
  • Data: 27/05/2019
  • Hora: 10:30
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  • O presente trabalho aborda as temáticas do consumo e do meio ambiente. Tem como objeto o estudo do reconhecimento, pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos – PNRS, do consumidor enquanto gerador de resíduos, exigindo a interpretação recíproca entre aquela Política e a Política Nacional das Relações de Consumo – PNRC. O ato de consumir deixou de ser associado apenas às necessidades essenciais humanas, passando a ser composto também por algumas vontades e interesses criados pelo próprio mercado, mas que se tornaram imprescindíveis pela nova concepção de vida em sociedade. Tendo em vista que o consumo passou a ser considerado enquanto forma de inserção social. Isso o impulsionou de tal forma, que é possível dizer que consumir se tornou a principal atividade humana. Os impactos de tal prática passam a ser sentidos em outras esferas, e principalmente sobre o meio ambiente. As relações de consumo se tornam cada vez mais individualistas, porém, seus efeitos são sentidos coletivamente. Há a particularização dos benefícios e o compartilhamento dos custos, posto que os efeitos não se restringem apenas aos envolvidos na relação de consumo. Tais efeitos geram externalidades que mitigam essa percepção de relação consumerista, bem como reconhece que a referida relação não deve ser analisada sob o viés meramente econômico. A presente tese estabelece um olhar mais detido à grande geração dos resíduos ocasionado pelo consumo, o que leva a PNRS a considerar o consumidor como responsável de forma compartilhada, uma vez que é reputado pela citada política como gerador de resíduos sólidos. A despeito disso, e tendo em conta a própria forma que o mercado se porta com relação ao consumidor, este não perde uma característica que lhe é inerente, qual seja, a vulnerabilidade. Diante disso, é preciso viabilizar a proposta da PNRS, que busca a diminuição considerável da destinação final de resíduos, dando a estes uma destinação que os reinsira no mercado. Para tanto, a participação do consumidor é fundamental, por isso, é preciso que a leitura da Política que estabelece as diretrizes para as relações de consumo considere o consumidor como gerador de resíduos, assim como a PNRS precisa considerar a lei consumerista enquanto diploma protetivo. Essa interface feita entre a PNRS e a PNRC, conduz à constatação de que, diante da existência de uma sociedade de consumo que necessita mudar sua postura com relação ao meio ambiente e, de forma específica, aos resíduos sólidos, é exigido do consumidor a responsabilidade pelos resíduos gerados, mas garantindo sua proteção através dos princípios e instrumentos estabelecidos em ambas as políticas.
  • GABRIEL HONORATO DE CARVALHO
  • HERANÇA DIGITAL: PATRIMÔNIO VIRTUAL E DIREITO SUCESSÓRIO.
  • Data: 20/05/2019
  • Hora: 18:00
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  • o presente trabalho tem como escopo compreender, a partir da análise dos reflexos das inovações tecnológicas na sociedade contemporânea, o conceito de bens, propriedade e patrimônio e suas transformações diante das mais novas e variadas formas de aquisição e manutenção destes bens, a exemplo dos perfis de redes sociais, bibliotecas on-line, correios eletrônicos, programas de fidelidade e as mais diversificadas formas de conteúdos virtuais. Fala-se, destarte, dos ativos digitais e dos reflexos de seu reconhecimento jurídico, especialmente no que tange ao Direito Sucessório, onde se trata da possibilidade jurídica de transmissão ou não do patrimônio virtual do falecido para seus herdeiros. Para tanto, analisa-se a herança digital à luz do ordenamento jurídico vigente e do direito comparado, especialmente do direito norte-americano e europeu, para, em seguida apresentar parâmetros para tutela destes conteúdos, no Brasil, sejam eles de natureza patrimonial ou extrapatrimonial, conforme discorrido ao longo desta dissertação. Esta clivagem é de suma importância para que se possa melhor conhecer as especificidades dos bens digitais, permitindo-se a promoção de tratamentos mais adequados de acordo com a respectiva natureza dos ativos contidos no patrimônio virtual, que podem ser tidos como bens digitais de cunho econômico ou personalíssimo. Embora, na atualidade, existam conflitos envolvendo as duas categorias mencionadas, inegavelmente maior complexidade reside nos conteúdos existenciais, seja porque estes envolvem dados pessoais privativos e íntimos do próprio autor da herança ou, o que parece ser mais grave, também pode abarcar dados íntimos e privativos de terceiros, o que põe em xeque até mesmo a possibilidade do titular de tais ativos manifestar-se pela transmissão sucessória de tal patrimônio. Diante de tais controvérsias, esta pesquisa objetiva, colaborar academicamente com os estudos envoltos ao tema herança digital, buscando prestar contributo científico tanto para tutela judicial em litígios sobre o assunto, como para uma possível regulação estatal que se espera, mesmo perante de tantas frustações legislativas já afastadas. Como base e combustível para tal empreitada, a utilização da perspectiva constitucionalizada – e, mais ainda, humanizada – do Direito Civil como metodologia necessária para enfrentamento de tantos questionamentos que se tenta resolver neste escrito.
  • ÍLINA CORDEIRO DE MACEDO PONTES
  • COMPLIANCE E MERCADO DA ARTE: UMA ANÁLISE DO SISTEMA DE REGULAÇÃO MULTIFACETADO EM TRANSAÇÕES DE OBRAS ARTÍSTICAS
  • Data: 20/05/2019
  • Hora: 17:30
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  • Lavagem de dinheiro, roubos a museus, financiamento do terrorismo e falsificações são constantemente veiculados em matérias jornalísticas. O mercado de arte possui, assim, uma suscetibilidade acentuada a ser utilizado como meio para práticas ilícitas. As razões para esse fenômeno recaem sobre diversas características apresentadas pelo próprio mercado, bem como a ausência de uma regulação estatal específica e eficiente. Entretanto, a identificação de códigos de ética, diretrizes, entre outros documentos, nesse setor, configuraram a hipótese de que o compliance no mercado de arte funciona como um instrumento próprio de autorregulação. Nesse sentido, a fim de verificar sua procedência, foi utilizado o método hipotético-dedutivo, bem como pesquisas de caráter qualitativo e documental, com base em fontes secundárias. O procedimento seguiu basicamente três etapas com objetivos específicos. Recorreu-se inicialmente à análise da estrutura dos entes que compõem esse setor econômico, bem como das razões de sua suscetibilidade como meio para práticas criminosas. Em seguida, percorreu-se o alcance do sentido do compliance, que se apresentou muito mais complexo que sua extensão gramatical e como uma estrutura de regulação multifacetada, na qual se encontram diversas ordens jurídicas, tanto de caráter público como privado. Finalmente, buscou-se analisá-lo dentro do mercado da arte, especificamente a partir de cinco documentos, emanados por entes privados, com o intuito de detectar os pontos essenciais de um programa de compliance nesse âmbito econômico e, em especial, no Brasil.
  • ANDRÉ ANGELO RODRIGUES
  • DIREITOS INDÍGENAS NA CONTEMPORANEIDADE: ANÁLISE DA DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA PITAGUARY E DA EXCLUSÃO DA FAZENDA POUSO ALEGRE DE SEU INTERIOR
  • Data: 13/05/2019
  • Hora: 09:00
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  • Trata-se de estudo de caso referente ao Processo nº 2002.81.00.001593-7, de autoria de Fernando Antônio Mendes Façanha e Maria Teresa Chaves Façanha, no qual foi excluída a Fazenda Pouso Alegre, antigo Sítio Latoeiro, da Terra Indígena Pitaguary. A pesquisa tem como problemática a seguinte questão: Quais são as fragilidades no Processo nº 2002.81.00.001593-7 com relação aos direitos indígenas na contemporaneidade, em especial aos direitos dos Pitaguary? O objetivo geral busca compreender, a partir das fragilidades do processo nº 2002.81.00.001593-7, os impactos sofridos pelos nos direitos dos povos indígenas com a exclusão da Fazenda Pouso Alegre da Terra Indígena Pitaguary. Os objetivos específicos, aos quais foram produzidos um capítulo para cada um deles, destinam-se a compreender o desenvolvimento contemporâneo de uma política indigenista nos âmbitos constitucional e internacional; analisar o contexto histórico dos Pitaguary na região onde hoje compreende a Terra Indígena de mesmo nome; por fim, examinar as possíveis fragilidades do processo nº 2002.81.00.001593-7, que excluiu uma fazenda de propriedade de Fernando Antônio Mendes Façanha e, a sua esposa, Maria Teresa Chaves Façanha da Terra Indígena Pitaguary, frente aos direitos dos povos indígenas constitucionais e internacionais. Para tanto, foi selecionado como metodologia um estudo bibliográfico e documental, com natureza também descritiva quanto ao trâmite do processo em estudo. De igual forma, a pesquisa baseou-se num estudo instrumental em um método dedutivo numa abordagem qualitativa. Ao final, conclui-se que as fragilidades do processo se referem à tese de negação da existência dos Pitaguary, que afetou a julgamento do caso, bem como a negação da tradicionalidade de terras em razão de os Pitaguary ter fronteiras étnicas fluídas e, por fim, a não dar importância à perícia do grupo técnico e à história oral indígena.
  • ANNY HELOYSE BEZERRA VIANA FALCÃO
  • ASPECTOS TRIDIMENSIONAIS DO TOMBAMENTO: o social, econômico e ambiental dos bens culturais imóveis na cidade portuária de Santos/SP
  • Data: 03/05/2019
  • Hora: 10:00
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  • Desde a década de 1930, a legislação brasileira experimenta avanços conceituais significativos no tratamento da questão jurídica do patrimônio cultural, a qual é acompanhada da elasticidade do conceito que busca condensar as produções culturais humanas, resultando na perspectiva agregadora presente no art. 216 da Constituição Federal e nos valores de referência à memória, à identidade ou à ação dos grupos formadores da sociedade brasileira. Saímos da concepção de bens de valor monumental nacional à noção de bens de valor local, perpassando a noção de valor imaterial mais recente. Contudo, em que pese a evolução, o Decreto-Lei nº 25/37 ainda é a norma central, a qual elenca o tombamento como instituto de efeito jurídico de atingir a propriedade e adequá-la a uma função social, pela constituição de um regime especial de proteção. De um caráter limitativo, de natureza administrativa, emanado de autoridade competente pode ser utilizado pelos entes políticos – União, Estados e Municípios. Na propriedade imobiliária urbana, o dever de preservação, sujeitando o bem ao controle e fiscalização pública especial por interessar à coletividade e a decorrente restrição do direito de construir são os principais efeitos do tombamento. Ao analisarmos, neste trabalho, as dimensões do tombamento que se tocam, trataremos da dimensão social – representada pela gentrificação; econômica – sob a perspectiva do particular e as restrições às quais é submetido; e ambiental – pela questão paisagística de espaços tombados.
  • TORBEN FERNANDES MAIA
  • STARTUPS: RISCOS E RESPONSABILIDADE DO INVESTIDOR-ANJO NO BRASIL
  • Data: 29/04/2019
  • Hora: 17:00
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  • A presente dissertação foi um projeto que surgiu a partir da observação de um fenômeno global que começa a se replicar também no Brasil: uma profunda, intensa e rápida mudança dos panoramas econômicos e sociais, promovidos pelo surgimento de novas tecnologias, proporcionadas por uma nova maneira de empreender, que é o das empresas startups. O ecossistema brasileiro, presente nesse nicho de mercado, já é gigante e cresce exponencialmente a cada ano, bem como o número dessas companhias, que tem chamado cada vez mais a atenção do mercado, de investidores, do estado e da sociedade. Reconhecendo a relevância desse novo cenário e o seu impacto para as relações jurídicas, para economia e para a sociedade, o presente trabalho fez uma análise sobre o contexto global dessa revolução, os seus reflexos e o desenvolvimento do ecossistema de startups no Brasil, discutiu sobre as formas de contratação do investimento-anjo, que é a modalidade de financiamento de destaque nesse segmento, em função do smart money que o acompanha e a sua capacidade de atenuar os riscos e incertezas, características inerentes e mais acentuadas dessas empresas e posteriormente verificou-se juridicamente os riscos e limites da responsabilidade civil desses agentes. Assim, inicialmente, é feita uma análise do empreendedorismo no Brasil e as transformações que estão ocorrendo. Na sequência, afunilando as discussões, conceitua-se startups, apresenta-se as modalidades de financiamento mais utilizadas e as formas de se contratar esses investimentos. E, ao fim, o ponto central focou sobre os riscos que podem ser enfrentados pelos angels que investem em startups, onde através de exame da legislação temática aplicável para o modelo operacional escolhido e de julgados seletos dos tribunais pátrios sobre como a questão da desconsideração da personalidade jurídica vem sendo enfrentada, em função das relações jurídicas cível, consumerista, trabalhista e tributária. Dessa forma, a contribuição social desse estudo é marcada pela capacidade de colaborar com o desenvolvimento do ecossistema de startups brasileira, na medida em que em que se entrega para a comunidade acadêmica, econômica e coletiva geral uma análise jurídica de importantes aspectos formais de um instrumento que ocupa um espaço de elevada expressão nesse mercado peculiar, que é o de investimentos, capaz de materializar as ideias disruptivas.
  • JOSE FLOR DE MEDEIROS JUNIOR
  • CIDADANIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA LEITURA DO ART. 225, VI/CRFB/88 E UM OLHAR SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL BRASILEIRA
  • Data: 29/04/2019
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação apresenta reflexões acerca da cidadania, da cidadania ambiental e da educação ambiental edificadas nas elaborações teóricas de Immanuel Kant e John Rawls. Isto posto, importante frisar da necessidade de novas (re)ações ante os novos embates filosóficos, jurídicos, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais por ocorrer no mundo do Direito e do imperioso (re)pensar sobre as edificações teóricas construídas no território do Direito a partir de um olhar desterritorializado acerca do saber estabelecido. Nesta senda, optou-se pelo paradigma procedimentalista com o fito de apresentar leitura a distar do paradigma substancialista e do aprisionamento das interpretações construídas a partir da vontade do agir do Estado em sua posição hobbesiana residentes neste. Por este esteio, ao discorrer sobre cidadania, cidadania ambiental e educação ambiental da forma como foram pensadas pelo constituinte originário e grafadas na Constituição da República de 1988 procurou-se distanciamento em relação à vontade estatal no concernente à cidadania, à cidadania ambiental e à educação ambiental. Na elaboração deste texto dissertativo optamos por procurar estabelecer um diálogo onde pudéssemos demonstrar a existência de uma cidadania estabelecida no plano jurídico dissociada do plano histórico-político-filosófico, a distar da cidadania na condição de prática política. A cidadania terminou, ao nosso olhar por ser afastada, assim, da liberdade, da autonomia da vontade, da dignidade da pessoa humana, da igualdade, da autonomia política e, por fim, do próprio cidadão. Procuramos, então, distar do aspecto jurídico-estatal da cidadania por uma cidadania na condição de prática política. Por este olhar a edificação desta perpassa, obrigatoriamente, pela discussão histórica-filosófica-política-jurídica do que possa, ou não, ser denominado enquanto cidadania, na condição de estabelecer novo entendimento no referente à cidadania, à cidadania ambiental e à educação ambiental.
  • ANA CHRISTINA SOARES PENAZZI COELHO
  • O TELEOLOGISMO DO SISTEMA PENAL E O LAXISMO DA ELITE: PUNIR OS POBRES?
  • Data: 26/04/2019
  • Hora: 14:00
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  • Pesquisa e analise investigativa acerca da realidade do sistema penal brasileiro, sob a optica teleologica, perquirindo a vinculacao existente entre punicao e estrutura social, para verificar a existencia de praxis de benevolencia conferida a criminosos oriundos de classes sociais economicamente privilegiadas, traduzida como laxismo da elite, de forma a moldar as punicoes a influencia do estrato social do infrator. Essa conjuntura conferiria seletividade ao sistema penal brasileiro, ao beneficiar criminosos de colarinho branco, denominados de “elite do crime”, e ao concentrar as acoes correcionais nas camadas sociais pobres e marginalizadas, o que implicaria em uma leitura do Direito Penal como instrumento para a manutencao do statu quo da elite dominante. Essa hipotese pretende ser solucionada a luz da contextualizacao dos aportes teoricos e dos registros estatisticos oficiais, advindos dos orgaos publicos, no mapeamento do sistema carcerario. A pesquisa tem carater descritivo, fruto de metodo bibliografico de abordagem hipotetico-dedutiva, utilizando os procedimentos historico e estatistico.
  • BRENO MARQUES MELLO
  • NA SELVA DE PEDRAS: AS PERFORMANCES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NOS CONFLITOS ENTRE PROSTITUIÇÃO, CRIME E ESTADO
  • Data: 26/04/2019
  • Hora: 09:00
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  • A prostituicao e o comercio de drogas ilicitas ocupam uma zona turva na legislacao brasileira. Nao se pode, atualmente, compreender quais os criterios legais utilizados na criminalizacao das pessoas que exercem o trabalho sexual, das pessoas que sao exploradas sexualmente e das que se beneficiam dos ganhos financeiros das profissionais do sexo. No Brasil, ser prostituta nao e crime. Entretanto, todo o entorno da sua atividade e tipificado no Codigo Penal. Da mesma forma que a prostituicao, as leis e acoes judiciais nao apresentam elementos precisos que indicam quais as condicoes que alguem podera ser considerado “usuario” ou “traficante”. As narrativas acessadas durante a pesquisa demonstraram que ao longo dos anos prostitutas e os sujeitos do mercado de drogas ilicitas foram constituindo aproximacoes, as quais as ambiguidades juridicas tem participado e oportunizado diversos conflitos. Porem, o consumo e a venda de drogas, em especial o crack, tem produzido embates significativos entre as profissionais do sexo, os sujeitos do mercado de drogas ilicitas e o Estado. Desse modo, as trabalhadoras sexuais passaram a se dividir entre prostitutas e noiadas, apos a instauracao desses embates. As interseccoes entre esses conflitos possuem dinamicas ativadas por convencoes de genero, sexualidade, raca e classe. Os sujeitos envolvidos contam as suas historias e manejam as narrativas indicando que os processos de proximidades tem sido atravessadas por praticas de violencia que tem o Estado e outros sujeitos como protagonistas. Os entrechoques entre esses dois campos, portanto, ocupam o centro das analises. O objeto da pesquisa trata sobre as performances, em genero e sexualidade, tramadas nos conflitos entre a prostituicao, o mercado de drogas ilicitas e o Estado, a partir das narrativas acessadas nas zonas de prostituicao em Joao Pessoa.
  • ELON DA SILVA BARBOSA DAMACENO
  • DIREITO & LITERATURA: ASPECTOS JURÍDICOS E SOCIAIS NA OBRA DE LEANDRO GOMES DE BARROS
  • Data: 24/04/2019
  • Hora: 15:00
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  • Tendo como pressuposto que a literatura pode servir de alicerce ao mundo juridico para fins de interpretacao de sua realidade, esta pesquisa visa estudar como o Direito e tratado na obra do poeta popular Leandro Gomes de Barros, que deu inicio ao movimento editorial do cordel brasileiro, com folhetos e romances que pensavam as questoes sociais e politicas de seu tempo. Embora ainda nao exista no Brasil uma Teoria especifica que trace a uniao entre Direito & Literatura, o estudo trabalha com a hipotese de que e possivel analisar os folhetos de cordel produzidos pelo poeta sob o ponto de vista juridico. E com essa motivacao que o trabalho reflete sobre a necessidade de se estudar o Direito partindo de uma visao nao dogmatica; questiona os pontos de interseccao entre o campo da Literatura de cordel e o do Direito, principalmente quando se trata da presenca deste naquele; ao passo que tambem analisa o papel do genero literario enquanto arte participante na comunicacao e reflexao sobre as necessidades do povo.
  • JUVENCIO ALMEIDA COSTA NETO
  • FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988: UMA ANÁLISE TÓPICA DA CONSTRUÇÃO TEÓRICA DE SUAS POSSIBILIDADES SIGNIFICACIONAIS.
  • Data: 24/04/2019
  • Hora: 11:00
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  • Este trabalho de dissertação tem o objetivo geral de aferir, conclusivamente, a dimensão efetiva e o alcance real dos sentidos pretendidos com o estabelecimento, na Constituição de 1988, da necessidade de conformação do direito de propriedade (art. 5º, caput e XXII) à observância de sua função social (art. 5º, XXIII). Em especial direcionamento às propriedades rurais, inscreveu-se o descumprimento à “função social” como fundamento jurídico para desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária (art. 184) e foram expressamente concebidos quatro critérios mínimos de ordem pretensamente objetiva a serem concomitantemente observados para adimplemento dos requisitos relativos a essa modalidade de funcionalização proprietária (art. 185, parágrafo único, e art. 186). É de se observar, entretanto, que, apesar de ter sido referida no texto constitucional em sete oportunidades, e a despeito de o art. 186 da CRFB/1988 esboçar uma delimitação de sua aplicação por meio da circunscrição semântica de requisitos elementares de observância obrigatória, por parte do proprietário rural, a norma constitucional principiológica relativa à “função social” não tem seu sentido esgotado ou suficientemente resolvido, de pronto. Este estudo se perfará em etapas sucessivas e complementares, dirigidas à resposta da seguinte pergunta-síntese da problemática a ser considerada: “quais os sentidos de adução possível a partir da prescrição normativa de ‘função social da propriedade rural’ estabelecida no texto da Constituição de 1988?”. O esboço de condições pretensamente objetivas para a satisfação desta norma constitucional contrasta com o fato de que seu significado necessita de ambientação estratégico-retórica para que se lhe seja conferido sentido prático. Este estudo viabilizou a confirmação, mediante a abordagem metodológica tópico-problemática e retóricodissociativa, da hipótese de pesquisa formulada. Verificou-se que o instituto constitucional da função social da propriedade consiste em ferramenta aberta de conformação do exercício dos poderes proprietários às demandas de ordem social formalmente quadripartidas, no contexto agrário, em vetores econômicos, ambientais, laborais e humanistas, mas (i) a ampliação do seu amplexo significacional é razoavelmente possível mediante valoração inventiva de sua abordagem principiológica e, (ii) seu sentido se encontra, atualmente, situacionalmente restrito, em termos reais oponíveis à mera aparência nocional, a apenas um dos vetores constitucionalmente estabelecidos – em específico, o fator economicista/produtivista –, como efeito das próprias limitações sistematicamente apostas.
  • CICERO TEIXEIRA MAIA
  • DIREITO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UMA ABORDAGEM EMPÍRICA À LUZ DA TEORIA CRÍTICA DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 17/04/2019
  • Hora: 15:00
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  • O presente estudo tem como objetivo principal analisar como as políticas de inclusão social e proteção da pessoa com deficiência são desenvolvidas no Brasil e num segundo plano suas interfaces com a realidade fática dos alunos matriculados no Atendimento Educacional Especializado (AEE), na rede de educação pública básica no Município de Guarabira-PB, no ano letivo de 2018. O marco teórico principal consiste no pensamento crítico de Joaquín Herrera Flores, que entende os direitos humanos como produtos culturais, partindo do pressuposto de um juízo de realidade empírica, pelo viés metodológico da pesquisa exploratória de campo, documental e bibliográfica, numa tentativa racional de uma construção teórica, mas sem descurar da praxe advinda da teoria crítica dos Direitos Humanos (DDHH) e nesse ponto, do estudo, mediante análise e discussão das estatísticas sobre questões pontuais relativas aos alunos do AEE. O problema que se apresenta como desafio metodológico/científico a ser respondido é compreender se: em que pese à existência de inúmeros dispositivos legais e jurídicos, alinhados às mais altas normas de cunho internacional e local, no que tange à proteção e inclusão educacional de pessoas com deficiência, há possibilidade real de efetividade destes direitos sob o prisma do modelo social de deficiência hoje vigente, em conformidade com a Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão)? No campo hipotético se responde afirmativamente a essa proposição, desde que se promovam lutas sociais e políticas na busca da concretização dos ditames legais atinentes a tais categorias populacionais e suas especificidades, no afã de que ao final da pesquisa, saber se existe de fato efetividade prático-normativa no tocante ao cumprimento das promessas jurídicas e formais previstas em leis que cuidam do direito à educação das pessoas com deficiência em relação aos ditames da meta quatro (04), do Plano Nacional de Educação, que trata do AEE e da educação inclusiva de pessoas com deficiência no Brasil. Constatou-se em sede de conclusão, que as medidas técnicas e pedagógicas adotadas pelo Município de Guarabira - PB, com a criação por lei de três polos de AEE, apesar dos relevantes esforços dos profissionais envolvidos, ainda necessita de maiores investimentos econômicos, resultando em contratação de mais profissionais habilitados e implantação de mais aparelhos públicos, no sentido de se atender a contento as necessidades cognitivas, sociais, ou psíquicas individualizadas e próprias dos educandos em estudo no caso em concreto.
  • REBECA RESENDE DE FRANÇA RODRIGUES
  • HUMANIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL E FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS DE MORADIA: ENTRE A CONCILIAÇÃO E O RISCO CONTINUADO
  • Data: 17/04/2019
  • Hora: 10:30
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  • O presente trabalho pretende analisar os questionamentos em torno do direito à moradia e às demandas habitacionais sob o olhar humanizado da conciliação. Esta humanização busca avançar os estudos sobre o Direito Civil Constitucional, vez que esta metodologia se tornou insuficiente diante da necessária superação dos velhos institutos do direito privado, precisando dar um passo além e humanizando de fato. Diante de um número significativo de demandas habitacionais, questiona-se de que forma a conciliação pode ajudar a desafogar o Poder Judiciário de forma humanizada. O estudo de casos será baseado na pesquisa realizada no Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania - CEJUSC, da Justiça Federal de Pernambuco, trazendo a experiência da autora como conciliadora voluntária no CEJUSC da Justiça Federal da Paraíba. A hipótese da pesquisa traz a conciliação como forma mais benéfica de solucionar as demandas habitacionais do que o risco de continuar no processo, aguardando a sentença do magistrado. Esses questionamentos serão respondidos com base nos aspectos metodológicos indutivo, comparativo e empírico. Conclui-se, portanto, pelo levantamento de problematização em torno da necessária humanização do Direito quando da resolução de demandas habitacionais por intermédio de conciliação.
  • IGOR CAIO ALVES DE MIRANDA
  • EXEQUIBILIDADE SOCIAL DA IMPLEMENTAÇÃO DO CRIMINAL COMPLIANCE AMBIENTAL À LUZ DA TEORIA EXPANSIVA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
  • Data: 15/04/2019
  • Hora: 10:30
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  • Considerando a atual conjuntura nacional e internacional de crise das funções dos Estados no sentido de materialização dos direitos sociais e considerando, de outro lado, as peculiaridades assumidas sob o aspecto de proteção ao meio ambiente e como tal situação é vivenciada pelo contexto pátrio, tem-se por objeto a exequibilidade social das normas ambientais no Brasil. Investiga-se, especificamente, como tal eficácia pode se manifestar por meio da utilização do compliance, das normas de integridade, ambiental. Em respeito à complexidade do tema, adentra-se estritamente no tratamento das normais ambientais criminais ante às singularidades que tingem o estudo do tema na seara penal. O recorte diz respeito às especificidades caras à responsabilização criminal, que difere do campo civil e administrativo. Através de um método dedutivo, que se ampara na conjuntura nacional e internacional do tratamento dos crimes ambientais, até investigar especificamente o instituto do compliance e como ele se aplica na área fixada, fez-se uso da produção científica nacional e internacional para o tratamento teórico acerca do tema. A investigação se debruça no contexto de crise do capitalismo financeirizado e na contemporânea crise ambiental para contextualizar a importância do debate ambiental frente às debilidades do Estado em prover a proteção das condições ecológicas. Traça-se, também, a ideia de sustentabilidade defendida, remetendo ao conceito de sustentabilidade forte e fraca. Situa-se o tema no campo da modernidade ecológica que, distanciando-se de uma visão unicamente baseada no risco, assume a possibilidade de se encontrar caminhos para a proteção ambiental sem que se haja como pressuposto a superação do modelo econômico estabelecido. De outra parte, o compliance ganha aspectos singulares quando se ressalta a realidade latina, pois a integridade possui estreita ligação com os nortes éticos defendidos por cada sociedade. Isso posto, a investigação também considera a bioética no contexto latino, a Justiça Ambiental e o Ecologismo dos Pobres. A dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana e a defesa do direito ao Desenvolvimento também são caras à investigação, pois trazem notas representativas da questão ambiental no contexto pátrio. O objetivo central do estudo é de, além de evidenciar a necessidade de utilização do instrumento, trazer subsídios teóricos que fundamentem a sua futura construção normativa, sendo a expansão da responsabilidade das empresas a teoria que materializa e contribui para a exequibilidade social do criminal compliance ambiental. Por meio de tal teoria, infere-se a ampliação da responsabilidade social das empresas que se estende ao agir e discursos empresariais, o que fundamenta, sob a perspectiva defendida, a aplicação do a integridade criminal no campo ambiental, em harmonia com os outros elementos teóricos que também guardam relação com o tema.
  • RENAN FARIAS PEREIRA
  • ESTADO, MERCADO E APLICATIVOS OVER-THE-TOP: O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES E A CONSTRUÇÃO DA LEGITIMIDADE PARTICIPATIVA COMO FORMA DE PREVALÊNCIA DA REGULAÇÃO SOCIAL
  • Data: 11/04/2019
  • Hora: 10:00
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  • O desenvolvimento de uma fase digital na sociedade desencadeou a necessidade de analisar, questionar e, sobretudo, refletir acerca de aspectos sociais relacionados à sua própria organização, desembocando em transformações no comportamento dos indivíduos, do mercado e das relações estabelecidas entre os Estados. Diante desse cenário, a rede mundial de computadores disponibilizou novas formas de atuação perante a “sociedade virtual” e, dentre estes desempenhos no ciberespaço, localizam-se os serviços Over-the-Top (OTT Services). Objetiva-se presente pesquisa analisar o papel do Estado regulador em relação aos serviços OTT relacionados a telecomunicações, de forma a permitir a atuação de diversos centros de disposição de serviços, beneficiando o mercado e estabelecendo um leque de competitividade equânime para o consumidor. Nesta lógica, o projeto se propõe a investigar a ausência de regulação dos serviços Over-the-Top – focando nos serviços VoIP, com o potencial de desenvolver no mercado discrepâncias concorrenciais entre tais serviços e àqueles que já exercem a mesma atividade com obrigações incidentes sobre os mesmos. A pesquisa se justifica em razão de um grande número de interconexão global, que supera barreiras geográficas, políticas e sociais. Em razão do surgimento desses novos mecanismos tecnológicos de informação, discussões voltadas à análise da necessidade de regulação aparecem com mais vigor, de forma a harmonizar os setores tradicionais de telecomunicações e os novos serviços virtuais, sobretudo em uma lógica de concorrência leal. Sendo, portanto, o consumidor o usuário final de ambos os serviços, o trabalho se torna relevante do ponto de vista econômico-social, sobretudo porque se volta a propor a participação da própria sociedade na construção normativa setorial. Do ponto de vista jurídico, se torna relevante sobretudo porque traz novos parâmetros para a regulação, capitaneada na execução prática dos comandos existentes nos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais. Nesse prisma, se constrói a Legitimidade pela Participação – com fundamento na Teoria Luhmanniana dos Sistemas – como forma de inserção da sociedade dos processos envolvendo a norma setorial, partindo do pressuposto de como usuária final desses serviços, possui relevante interesse na matéria. Em relação à metodologia, se utiliza do método de abordagem sistêmico, sobretudo em virtude de a pesquisa contar com a construção de pensamento sistematizado, por meio de evoluções graduais que se interconectam de forma a produzir um resultado final. Utiliza-se, ainda, como métodos de procedimento o histórico, comparativo e funcionalista, dando-se ênfase ao último. Por fim, se parte do referencial teórico da Teoria luhmanniana dos Sistemas, verificando-se a partir Legitimação pelo Procedimento um caminho para desencadear uma regulação econômico-político-social que proporcione a redução das falhas de mercado e benefício dos usuários destes serviços.
  • ALANA RAMOS ARAUJO
  • CONCEITO DE MEIO AMBIENTE NO DIREITO BRASILEIRO A PARTIR DA LEI N.° 6.938/81: DO REDUCIONISMO LEGAL E CONSTITUCIONAL AO CONCEITO JURÍDICO COMPLEXO
  • Data: 25/03/2019
  • Hora: 08:30
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  • A tese está situada na área temática do direito ambiental. Tem como objeto de estudo o conceito jurídico de meio ambiente. Este objeto foi investigado no contexto jurídico brasileiro a partir da conceituação posta na Lei n.° 6.938/81, que se trata da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), perpassando pelo conceito constitucional da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) e pelo conceito doutrinário, que consiste no conceito elaborado pelos juristas da área de direito ambiental e que constituem referência como fonte material do direito ambiental brasileiro. Na PNMA, o conceito de meio ambiente é definido a partir do seu aspecto natural; na CF/88, o conceito de meio ambiente é definido a partir do seu aspecto humano; a doutrina jusambientalista o define a partir de um conceito quadrimensional em que o meio ambiente é o conjunto dos elementos natural, artificial/construído, cultural e do trabalho. A despeito de tal polissêmica conceituação, a doutrina aponta a necessidade do preenchimento do conteúdo do conceito de meio ambiente em casos concretos por meio da interpretação judicial, admitindo que, mesmo com os parâmetros da PNMA, da CF/88 e da construção doutrinária, o meio ambiente se trata de um conceito jurídico indeterminado. Esta compreensão revela a dificuldade de delimitação do conceito jurídico de meio ambiente. Isto posto, a tese parte do problema de como o sistema jurídico brasileiro conceitua o meio ambiente desde a PNMA até a atualidade por meio de seus programas normativos, particularmente, por meio da jurisprudência. Com base neste problema, o objetivo da tese foi caracterizar o conceito jurídico de meio ambiente e propor uma nova conceituação na organização2 jurídica brasileira. Este objetivo foi atingido através da análise de duas observações sistêmicas do direito: a observação de primeira ordem, a do legislador, em que analisei3 a CF/88, as Constituições dos 26 Estados da Federação Brasileira e a Lei Orgânica do Distrito Federal, a PNMA, as Políticas Ambientais dos 26 Estados e do Distrito Federal; a observação de segunda ordem, a do julgador, em que analisei Acórdãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dos 5 (cinco) Tribunais Regionais Federais (TRFs). Estes programas normativos, no tocante à conceituação de cada um a respeito do meio ambiente, foram analisados por meio de três pilares teóricos: o pensamento complexo (MORIN, 2005a), a racionalidade ambiental (LEFF, 2006) e a teoria dos sistemas sociais (LUHMANN, 2002a). Através deste marco teórico, parti do pressuposto de que estamos situados num contexto de crise ambiental, de insuficiências da ciência moderna para lidar com a complexidade da modernidade e do déficit de racionalidade do direito para internalizar valores ambientais na teoria e na técnica jurídica. Os programas normativos analisados foram tratados por meio do software MAXQDA que permitiu uma metodologia mulcriterial quantiqualitativa, revelando que o parâmetro de conceituação dos tribunais brasileiros é o conceito constitucional do artigo 225 da CF/88, reforçando: o caráter antropocêntrico do conceito de meio ambiente; o fechamento operativo do direito em relação a outros fundamentos ambientais não jurídicos; a não internalização dos valores ambientais no direito; o reducionismo do conceito de meio ambiente no sistema jurídico brasileiro. O trabalho traz como constatação geral a necessidade de um novo conceito de meio ambiente no sistema jurídico brasileiro, de novos fundamentos e de uma metodologia complexa para guiar o direito nos caminhos da justiça ambiental.
  • MANUELA BRAGA GALINDO
  • RACIONALIDADE TÓPICA E CONCRETIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
  • Data: 20/03/2019
  • Hora: 15:30
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  • O objeto da presente tese é examinar o princípio do melhor interesse da criança no ordenamento jurídico brasileiro sob o enfoque da racionalidade tópica de Theodor Viehweg. Com as guerras do início do séc. XX que afligiram a Europa e o mundo, a teoria do direito e o sistema lógico-dedutivo derivado da racionalidade apodítica não puderam sustentar como ilícitas as ordens totalitárias instaladas e as atrocidades cometidas. Assim, as bases do positivismo jurídico começaram a ser repensadas na segunda metade do século. A racionalidade jurídica precisou se rearticular entre norma e valor. Nesse contexto, Theodor Viehweg publica Tópica e Jurisprudência em 1953, que apresenta um projeto de resgate da racionalidade tópica como alternativa para pensar a teoria do direito. Sua tese consiste em admitir que o jurista encontra os topoi, pontos de referência para o discurso que são legitimados pela aceitação histórica dos valores que retratam de modo a dar coerência e adequabilidade à ordem jurídica, de acordo com a particularidades do caso. O direito da criança e do adolescente, regulamentado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, preceitua a doutrina da proteção integral, que tem como princípio o melhor interesse da criança. Com isso, o procedimento judicial, que tem o condão de concretizar tais parâmetros, muitas vezes rompe com os dogmas tracionais do direito. Para se afastar do sistema regular, a justiça competente por colocar em prática o direito da criança tem que construir argumentações valorativas que se aproximam da racionalidade tópica como ensinada por Viehweg. O problema da tese trata de investigar a incompatibilidade dos pontos de ruptura da justiça da infância e juventude com o sistema lógico-dedutivo. A tese apresenta a hipótese de que isso se dá em razão da construção de topoi que fundamentam argumentações aceitáveis para a garantia dos direitos superiores da criança, aproximando essa área do direito com a racionalidade tópica. A pesquisa é bibliográfica, embora se valendo de dados empíricos e jurisprudenciais para sustentar sua hipótese autoral.
  • BRUNO CALIFE DOS SANTOS
  • “ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO” E A OBJETIVAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO PELO JUDICIÁRIO
  • Data: 20/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • A atuação política do Poder Judiciário é fenômeno consolidado, cuja origem remonta ao controle de constitucionalidade contemporâneo, que findou por atingir, através do seu exercício, um protagonismo para além das fronteiras classicamente consideradas e postas ao exercício da função de julgar. Desde a complexidade institucional que leva a novos modelos de atuação até as circunstâncias relacionadas ao próprio ato interpretativo, atividade primordial do julgador, com as quais a Hermenêutica jurídica vem-se deparando a fim de assumir uma ação também criadora, o que sempre se põe em foco – demais da constatação de sua própria existência – é seu grau de legitimidade, questionado, entre outros fatores, a partir da inexistência de representatividade de seus atores, já que não eleitos pela população em cujo destino terminam por influir. O presente trabalho debruça-se exatamente sobre este problema, a fim de conferir um tratamento que siga para além das críticas comumente aplicáveis ao ativismo judicial, com o intuito de perscrutar acerca da existência de fundamento sólido e coerente capaz de garantir um critério dogmático para a criação judicial do direito fundado em elementos objetivos e não subjetivos do decididor, transpassado em todo o seu espectro pelo pragmatismo jurídico em um de seus consectários, “análise econômica do direito”, marco teórico eleito em função do ceticismo metodológico que o acompanha e reforçado, por sua vez, pelo referencial teórico assentado na obra de Richard Posner.
  • GIOVANNI MAGALHÃES PORTO
  • O JUIZ, A PROPRIEDADE E OS CONFLITOS AGRÁRIOS NA PARAÍBA: COMPREENSÃO DECISIONAL COMO PRÁTICA SOCIAL REFLEXIVA .
  • Data: 18/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • A proposta contida na presente investigação objetiva examinar padrões decisionais dos magistrados estaduais, ao decidirem, no período de 2011 a 2015, sobre vinte e seis demandas possessórias originadas de conflitos rurais na Paraíba, de modo a conhecer a razão da compreensão dos magistrados do que seja função social da propriedade rural não ter conseguido romper com o estruturalismo mecanicista indicativo de um mero formalismo simbólico violador dos requisitos do art.186, da CF. A pesquisa almejou a superação crítica de uma práxis social conservadora, de modo a identificar um paradigma que ultrapassasse as deficiências dos modelos estruturantes ou agenciais da teoria do direito ou da filosofia jurídica, originado pela deficiência dos magistrados não lograrem identificar o habitus que os condiciona no campo jurídico, pela adoção de um discurso de neutralidade e universalização. A desnaturalização desse padrão utilizado limita o exercício de uma prática social reflexiva crítica que facilitaria, eticamente, o reconhecimento do complexo de tensões na disputa pelo capital jurídico e humanisticamente, a importância da luta desenvolvida pelos movimentos sociais para a reforma agrária. Para fins didáticos, o desenvolvimento da pesquisa se compõe de oito capítulos divididos em três partes, que terão por núcleos, respectivamente: “O magistrado”, em que se examinará o processo de interpretação e da prática decisional; “A Terra”, em que se verificará o direito de propriedade e suas limitações pela função social; e finalmente, “A Luta”, oportunidade na qual se analisará a legitimidade da atuação de movimentos antissistêmicos para a efetivação da reforma agrária, procedendo-se com a investigação das decisões nos conflitos agrários judicializados no período, sob uma prática decisional objetivada com fundamento na sociologia jurídica de Pierre de Bourdieu. Por sua vez, a pesquisa será quali-quantitativa objetivando propiciar a análise mais aprimorada de relações dos atores envolvidos no Campo Jurídico, através da análise de casos pela coleta detalhada de dados trabalhada de forma interna e cruzada com a intenção de apontar, instrumentalmente, semelhanças e diferenças que permitirão solucionar o problema objeto de pesquisa. Quanto à captação dos dados, potencializou-se a observação privilegiada e a imprescindível coleta e exame de dados, documentos e registros, o que permitiu que as categorias dos indicadores “linguagem” e “processual” tivessem seu conteúdo analisado nos documentos coletados, com o auxílio do Programa NVIVO PRO 12 da QSR International Pty Ltd.
  • THAÍSE SILVA RODRIGUES
  • POLÍTICA ANTIDROGAS E O CRESCENTE ENCARCERAMENTO FEMININO NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE A SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL
  • Data: 22/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • Tendo em mente o crescimento expressivo do encarceramento feminino no Brasil na última década, massivamente motivado pelo delito de tráfico de drogas, o propósito da presente pesquisa é analisar o papel seletivo do sistema punitivo brasileiro, em especial quando direcionado às mulheres traficantes. Como problema, analisa-se se existe, e de que modo opera, a seletividade penal direcionada às mulheres traficantes, por meio da análise de estatísticas oficiais sobre o perfil das prisioneiras no país. Parte-se da hipótese de que a seletividade penal é existente, expressiva, e atinge principalmente os grupos de mulheres menos favorecidos da sociedade (pobres, negras, com baixo nível de escolaridade), sendo a política de drogas extremamente nociva em especial para o gênero feminino, tendo em vista a participação expressiva das mulheres em atribuições de menor escalão na rede do tráfico, as quais estão mais suscetíveis ao filtro punitivo estatal. A pesquisa tem viés explicativo, com método de pesquisa quanti-qualitativo e método de abordagem hipotético-dedutivo. Como métodos de procedimento predominam o histórico, o experimental e o estatístico. São utilizadas técnicas de pesquisa bibliográfica e documental indireta. O escopo deste trabalho é trazer o olhar feminista, para o plano dos direitos humanos, viabilizando um entendimento do direito penal como “tecnologia” institucional de gênero, e mecanismo de reprodução da exclusão social. A forte relevância do trabalho está na abordagem de um problema jurídico com fortes reflexos sociais, sendo que a sua solução implica na de diversos outros dilemas da coletividade, como a marcante violência de rua, a superlotação carcerária, os altos custos estatais para a promoção da guerra às drogas e o controle da dependência química, finalidade primordial de tal política. Logo, são feitas críticas à malfadada estratégia de guerra às drogas, demonstrando a falência da opção punitiva e sua evidente incompatibilidade com princípios de direitos humanos. Conclui-se pela defesa de uma reformulação da lógica penal pós-moderna, através da concepção de um novo direito penal mínimo e a necessária descriminalização do tipo de tráfico de entorpecentes. São marcos importantes para este ensaio: Alessandro Baratta, Teresa de Lauretis, Carol Smart e Mariana Barcinski.
  • MARCELO D'ANGELO LARA
  • DELINQUÊNCIA COMO ELEMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL: análise das tensões provocadas pela repressão dos delitos patrimoniais e função orgânica do crime na sociedade de consumo.
  • Data: 20/02/2019
  • Hora: 13:00
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  • A presente tese foi concebida a partir do interesse no estudo criminológico das tensões sociais decorrentes do entrechoque entre a sistemática de repressão criminal brasileira e as modalidades de delinquência que denotam o intuito de percepção de ganhos patrimoniais. Tratando do conceito de delinquência patrimonial, o trabalho investiga o processo evolutivo da sistemática penal nacional na incriminação de condutas que tem por objetivo a salvaguarda do arcabouço patrimonial tanto público quanto privado, com ênfase no segundo, bem como a manutenção do valor jurídico transcendental da propriedade privada. O objetivo central da pesquisa é comprovar o conflito entre as peculiaridades de um modelo patrimonialista de repressão criminal e as pulsões de inserção em uma sociedade de autoafirmação através do consumo, gerando tensões de cisalhamento e ruptura social que, contrariando os prognósticos de repressão, fomentam a problemática prosaicamente denominada “fenômeno da violência”. Para atender ao objetivo geral, o trabalho busca analisar a utilidade social da delinquência patrimonial, em contrapartida à frivolidade dos esforços de repressão desta modalidade criminal, análise embasada em quatro axiomas: o sentido axiológico da propriedade no processo de evolução das civilizações ocidentais; a instituição de um modelo penal centrado no controle da delinquência patrimonial; a inclinação patrimonialista do aparato de repressão criminal no país; e os fatores indutivos e dissuasivos da criminalidade patrimonial, representados por meio dos valores normativos manifestados pelos potenciais delinquentes. Como desdobramento da análise, conclui-se pelo caráter inclusivo da delinquência patrimonial em uma sociedade de consumo, manifestando sua atuação não só no fomento do mercado consumidor formal instituído, como ainda na criação de nichos paralelos de mercado de consumo de bens e serviços ilícitos. Na mesma esteira, se conclui pela inefetividade de uma estrutura repressiva seletiva e segregatória, pautada na salvaguarda dos privilégios dos estratos sociais mais abastados, e recorrentemente afrontada pela ação delinquente dos menos favorecidos na busca da satisfação de seus ideais de realização através do consumo. Trata-se de uma pesquisa empírica pautada no método hipotético-indutivo, que tem como base o estudo epistemológico crítico da dinâmica social, conjugando fontes bibliográficas de distintas áreas do conhecimento tais como história, filosofia, sociologia, estatística, economia e teoria geral do direito penal.
2018
Descrição
  • ROMULO CRUZ BRITTO LYRA
  • A LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA DA CONSTRUÇÃO DOS PRECEDENTES JUDICIAIS: UMA CRÍTICA AO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
  • Data: 14/12/2018
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho objetiva estudar o conceito de legitimidade do poder político tendo como parâmetro as bases do Estado Democrático de Direito. Para tanto, debruçase sobre as teorias de Luigi Ferrajoli, Jürgen Habermas e Hannah Arendt, cujos fundamentos exigem que o poder legítimo seja fruto da valorização da intersubjetividade, da comunicação entre os cidadãos e da necessária afirmação dos direitos humanos/fundamentais, ainda que contra a vontade majoritária. Fixadas essas premissas, passamos à reflexão da legitimidade do exercício da jurisdição, momento em que apresentamos as teorias textualistas, substancialistas e procedimentalistas. As últimas, mais consentâneas com o Estado Democrático de Direito, influenciaram sobremaneira o atual CPC, em especial aquelas desenvolvidas por Fazzalari e Habermas. Os princípios do contraditório efetivo e o da cooperação (ou modelo cooperativo de processo) decorrem em grande parte do influxo do pensamento desses dois teóricos e servem de baliza para o exercício da jurisdição à luz de uma legitimidade democrática. Em seguida, discorremos acerca da inserção de um sistema de precedentes judiciais no Brasil com o atual CPC, como consolidação de uma crescente valorização das decisões judiciais e tentativa de solução da morosidade na entrega da prestação jurisdicional. Investigamos as peculiaridades que cercam o instituto no seio de um sistema que mescla um regime de origem romano-germânica com mecanismos típicos da common law. Após esse estudo, nos detemos no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), mecanismo destinado à formação de precedentes judiciais a partir da solução uniforme de demandas isomórficas. Verificamos que se trata de instituto inspirado no ordenamento alemão (Musterverfahren) e Inglês (Group Litigation Order). Contudo, alguns aspectos do IRDR conduzem à formação do precedente judicial de maneira solipsista, desvinculada, portanto, da referida valorização da intersubjetividade, são eles: a imposição do precedente judicial aos litigantes que não participaram da sua formação e a restrição ao rol de legitimados para a superação do precedente. Com base em estudos da doutrina nacional, em especial, verificamos a necessidade de realização do controle da representatividade dos legitimados para a instauração do IRDR. Ademais, a participação de todos os legitimados à propositura do IRDR para a modificação dos precedentes nele construídos é medida que se impõe, sobretudo tendo como base a ideia de cidadão autolegislador habermasiano. Conclui-se, assim, que, como entendem os garantistas, todas as faces do poder político devem legitimar-se a cada ato praticado, sempre mediante pressupostos de comunicação entre os cidadãos e valorização dos direitos humanos/fundamentais.
  • JULIANA COELHO TAVARES MARQUES
  • TRABALHO NA ECONOMIA COMPARTILHADA: REDEFININDO O MODELO PROTETIVO NA PERSPECTIVA DO SOLIDARISMO CONTRATUAL
  • Data: 13/12/2018
  • Hora: 10:00
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  • sta dissertacao tem como cenario as transformacoes havidas no mundo do trabalho desde o final do seculo XX advindas do uso macico de meios informacionais e telematicos na prestacao de servicos que se convencionou chamar de Economia Compartilhada ou Gig Economy. A captacao do trabalho humano nesse tipo de servico vem causando a geracao de decisoes divergentes nos tribunais trabalhistas brasileiros que enfrentam dificuldades em caracterizar ou nao este tipo de servico como um contrato de emprego. Dai o problema de pesquisa diz respeito se o modelo tradicional de protecao ao trabalho, centrado na relacao contratual de emprego detem a funcionalidade social exigida pelo ordenamento juridico brasileiro para preservar a dignidade humana frente os novos arranjos economicos oriundos da economia compartilhada. Parte-se da hipotese de que tal modelo e incapaz de fornecer protecao adequada ao trabalhador, sendo necessaria a construcao de um modelo especifico de protecao da dignidade humana a partir da solidariedade residente no direito constitucional e civil. Trata-se de um estudo juridico projeto, com a finalidade de detectar as tendencias do instituto juridico do contrato de prestacao de servico na economia compartilhada, a partir de uma abordagem hipotetica-dedutiva utilizando-se das tecnicas da pesquisa bibliografica e documental, com enfase na doutrina e jurisprudencia brasileira e internacional. Ao final, se propoe a aplicacao do principio do solidarismo contratual a esses tipos de pactuacao, o que leva tambem a um compartilhamento de responsabilidade como forma de efetivar uma protecao adequada ao trabalho humano.
  • CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO
  • O MODELO DIALÓGICO DE JUDICIÁRIO E A CIDADANIA NO BRASIL: ANÁLISE DO TRATAMENTO JUDICIAL DAS DEMANDAS POR EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS
  • Data: 06/12/2018
  • Hora: 09:00
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  • Ha na atualidade um fenomeno politico relevante para a construcao da cidadania no Brasil: a presenca do Judiciario no tratamento de demandas por direitos sociais em contextos de falhas estruturais dos sistemas de servicos, a exigir a reprogramacao e a reestruturacao de instituicoes publicas e sociais. A Constituicao de 1988 incorporou programa para promocao do bem-estar social e para garantia da dignidade humana. A possibilidade de revisao judicial dos atos comissivos/omissivos, em quadro de violacao a esse programa constitucional, esta propiciando a judicializacao da vida politica no Brasil, desde a promulgacao da Carta Politica. Nesse quadro, levanta-se a seguinte questao: Como o sistema judicial brasileiro, a partir da matriz dialogica que esta desenhada na Constituicao, deve tratar as demandas por direitos sociais no Brasil? Defende-se como hipotese de trabalho que ha um modelo dialogico desenhado na Constituicao vigente para o sistema judicial, devendo o Judiciario tratar as demandas por direitos sociais de modo dialogico. A investigacao aqui empreendida destaca que o sistema judicial, para produzir resultados praticos e eficazes em demandas por direitos sociais no Brasil, deve adotar a matriz judicial dialogica desenhada na Constituicao e abandonar o perfil de controlador e de monopolizador dos sentidos constitucionais, passando a desenvolver estrategias processuais mais flexiveis e abertas a dialogos institucionais. As construcoes analiticas em torno dessa matriz constitucional do sistema judicial brasileiro partiram da teoria dialogica de Roberto Gargarella pela capacidade heuristica concernente a questao do deficit de legitimidade do Judiciario nos processos de intercessao judicial na arena politica - quando restam tensionados a constituicao e a democracia. A pesquisa propoe que a matriz dialogica de Judiciario desenhada na Constituicao Federal de 1988 cria, dentro dos marcos do Estado de Direito, as condicoes de possibilidade para efetivacao de direitos sociais reivindicados no sistema judicial, por meio de mudancas, de inovacoes e de experimentacoes na estrutura de prestacao de servico social, construidos a partir de dialogos entre os atores interessados. Para essa conclusao, o trabalho percorre itinerario teorico que investiga o sentido da Constituicao, como programa democratico de justica social, sua repercussao sobre o sistema judicial, a justiciabilidade dos direitos sociais, para enfim analisar estrategias e mecanismos processuais desenvolvidos pelo modelo dialogico de Judiciario.
  • MARIA CRISTINA PAIVA SANTIAGO
  • Direito de arrependimento e a proteção da hipervulnerabilidade: a aplicação de um novo modelo de extinção contratual à luz da humanização do direito civil-constitucional.
  • Data: 20/11/2018
  • Hora: 11:00
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  • A tese doutoral intitulada “Direito de arrependimento e a protecao da hipervulnerabilidade: A aplicacao de um novo modelo de extincao contratual a luz da humanizacao do direito civil-constitucional”, vinculada a area de concentracao e linha de pesquisa: “Direitos Sociais, Regulacao Economica e Desenvolvimento”, visa responder ao seguinte questionamento: E possivel ampliar o espectro de incidencia do Direito de Arrependimento, direito potestativo de extincao contratual previsto no artigo 49 do Codigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/1990), para as relacoes contratuais civis, estando uma das partes contratantes em situacao de hipervulnerabilidade? Para responder a esta indagacao, no que tange a abordagem metodologica, a presente explanacao constituir-se-a de uma base eminentemente dogmatica em sua dimensao bibliografica, partindo da analise dos conceitos envolvidos e da verificacao da existencia de relacao entre eles, bem como, na dimensao empirica, a partir da analise da jurisprudencia patria. Atualmente, o direito de arrependimento, na forma prescrita no art.49 do CDC, tem aplicacao apenas nas relacoes contratuais consumeristas, realizadas fora do estabelecimento comercial. E patente o descompasso entre a finalidade protetiva deste instituto e a sociedade contemporanea; dai ja existir em tramitacao no Congresso Nacional Projeto de Lei (PL3514/2015) estendendo o seu alcance as compras presenciais, desde que nao seja possivel a analise do produto pelo consumidor. Esta tese pretende inovar com a ampliacao do direito de arrependimento como forma de resilicao contratual nos contratos civis, desde que exista a situacao de hipervulnerabilidade do contratante. Exclui-se da proposta contida na presente tese doutoral a analise dessa possibilidade de extincao contratual no campo dos contratos empresariais, unicamente, em razao do recorte metodologico que se propoe na realizacao da presente investigacao. Para tanto e necessario identificar novos parametros metodico-epistemologicos de protecao a pessoa humana na linha interpretativa proposta pela humanizacao do direito civil-constitucional no reconhecimento da prerrogativa a diferenca, como caracteristica insita a condicao humana, permitindo tutela diferenciada em situacoes de hipervulnerabilidade. Para responder a questao formulada propoe-se novo modelo hermeneutico de aplicacao do direito de arrependimento. Partir-se-a dos paradigmas da constitucionalizacao do direito privado e da aplicacao dos direitos fundamentais nas relacoes privadas, ordenadas e sistematizadas pela teoria do dialogo das fontes e da forca normativa dos principios constitucionais, como elementos que imprimem viabilidade e justificam a presente propositura.
  • GENI FRANCINELLE DOS SANTOS ALVES
  • ASSÉDIO DE GÊNERO NA CASERNA: A Judicialização e o controle interno das práticas de assédio moral envolvendo mulheres policiais militares da Paraíba
  • Data: 30/10/2018
  • Hora: 11:00
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  • A violência simbólica denominada de assédio moral, a qual se desdobra a partir de causas que geram despertado o interesse da sociedade, especialmente por uma perspectiva sociojurídica. A partir da década de noventa, o fenômeno se disseminou com a intensa produção de estudos em todo o mundo. No entanto, apesar de amplamente debatido e discutido, observa-se que o crescimento do assédio moral no ambiente de trabalho demonstra que as formas de prevenção e coação ainda são insuficientes. Por esse prisma, o fenômeno do assédio moral deve ser pensado para além de uma abordagem meramente interpessoal em que se está em jogo apenas fatores pessoais das partes envolvidas, como a perversão dos assediadores e a fragilidade e qualidades intrínsecas as vítimas, é necessário, sobretudo, lançar um olhar interdisciplinar que possa englobar fatores outros, além do moral. Nesse sentido, ao compreender as relações de gênero e poder vivenciadas no mercado de trabalho, destaca-se a forma singular na qual a presença feminina foi ganhando espaços nas instituições militarizadas, seja nas Forças Armadas ou nas polícias militares, o que de certo modo tem emergido como tema de estudos em expansão no Brasil, particularmente no campo das ciências sociais. Empenhada em aprofundar os estudos sobre os aspectos objetivos e simbólicos que marcam o trabalho feminino em espaços tradicionalmente masculinos, esta dissertação analisa as práticas de assédio moral à luz da teoria de Marie-France Hirigoyen, sobre os possíveis casos de assédio moral envolvendo as mulheres na Polícia Militar da Paraíba. Este estudo, portanto, buscar refletir, a partir da realização de entrevistas em profundidade com 10 policiais militares femininos com diferentes tempos de serviço e de variados círculos hierárquicos, bem como, através da pesquisa de campo e análise documental, como o Código Penal Militar e o Regulamento Disciplinar são aplicados nos casos concretos, no intuito de evidenciar a sua efetividade sob a tutela do campo jurídico-administrativo-disciplinar. O que se evidencia neste processo é que, a importância dada pela esfera jurídica e administrativa as condições morais impostas pela cultura militar e o seu caráter normalizador, os quais acabam por desencadear como consequência institucional: uma maior relevância dada à quebra de princípios moral-disciplinadores em detrimento de condutas mais graves que se assemelham ao assédio moral. Se por um lado a Polícia Militar da Paraíba se pauta nos princípios da hierarquia e disciplina para nortear as práticas sociais de mando e obediência estabelecidas entre seus membros, por outro lado as relações de poder são interiorizadas a partir dos costumes, tradições, leis explícitas ou implícitas, que encobrem e camuflam certas práticas violentas, até então naturalizadas no ambiente militar, e que de certo modo, configuram o assédio moral. Além de servir de referência para novas reflexões no âmbito militar, o estudo se propõe a estimular uma nova perspectiva de gestão com relações mais humanizadas e conscientes, bem como, com a aplicação de políticas institucionais voltadas para práticas de respeito e profissionalismo.
  • BRUNO BASTOS DE OLIVEIRA
  • Arbitragem tributária: gatilho para a racionalização do contencioso fiscal e a consequente promoção do desenvolvimento nacional
  • Data: 29/10/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese versa sobre a necessidade de regulamentacao do procedimento arbitral em materia tributaria no ordenamento juridico brasileiro como forma de racionalizacao do sistema tributario, em especial no que tange ao contencioso fiscal, com vistas a promocao do desenvolvimento economico nacional. Muito se discute hoje o papel do Estado, especialmente frente as graves crises economicas que assolam os paises, especialmente aqueles que nao atingiram niveis razoaveis de desenvolvimento. Os contextos de crise podem se revelar tambem em momentos de oportunidades para avancar em questoes fundamentais, especialmente nas tentativas de estimular a confianca do setor privado em meio a realidade adversa, da elevada carga tributaria, geradora de grande inseguranca juridica, intensa litigiosidade fiscal e flagrante ineficiencia estatal. Nesse ambiente, os meios tradicionais de solucao de conflitos, nomeadamente os de natureza tributaria, nao se mostram efetivos. Assim, a arbitragem pode se apresentar como importante instrumento para o enfrentamento dessa situacao, contribuindo decisivamente para o incremento de um impulso economicamente favoravel ao desenvolvimento do pais. O problema central invoca a discussao sobre a compatibilidade do procedimento arbitral, em materia tributaria, no ambito de um sistema juridico de supervaloriza a suposta crenca na indisponibilidade do interesse publico, mesmo diante da necessidade de efetivar a promocao do desenvolvimento economico do pais. A resposta da tese da-se no sentido de propor uma delimitacao dessa modalidade alternativa de solucao de conflitos, especialmente no ambito fiscal, apontando para questoes como a modernizacao do Estado e superacao do classico paradigma de indisponibilidade de interesse publico, de modo que a arbitragem possa equacionar problemas como a grande litigiosidade, o estoque total de divida ativa, a queda de arrecadacao e a crise fiscal. Os marcos teoricos da presente tese sao dois. No campo da arbitragem tributaria a doutrina de Heleno Taveira Torres e no campo do desenvolvimento e novo desenvolvimentismo, Gilberto Bercovicci, Matheus Castro e Luis Bresser Pereira. O metodo de analise situa-se na abordagem de tipo dedutivo, em perspectiva historica, exploratoria, comparativa, interpretativa e analitica, pelas tecnicas de pesquisa bibliografica e documental. Encerra por descrever o procedimento arbitral em materia tributaria como inarredavel para a estabilidade socioeconomica e para o desenvolvimento economico nacional.
  • DESIREE CRISTINA RODRIGUES VASCONCELOS
  • ALYNE E SEUS ESPECTROS: BREVE ESTUDO SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL
  • Data: 04/10/2018
  • Hora: 10:00
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  • Em 2010, uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo divulgou que 1/4 das mulheres brasileiras sofrem Violência Obstétrica (VO). Melhorar a saúde materna figurou como um dos objetivos do milênio, quando do encontro dos 191 países membros das Nações Unidas, no ano 2000. Apesar da queda nas razões de Mortalidade Materna (MM) pelo mundo, o Brasil não conseguiu diminuí-la a contento e continua com indicativos considerados altos pela OMS (62 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos). Neste trabalho, estudou-se, pois, a VO e a MM partindo-se do caso Alyne Pimentel, jovem negra e pobre do município de Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, que acabou morrendo, no ano de 2002, em decorrência de atendimento deficiente por parte dos profissionais de saúde. O estudo se expandiu a partir dos relatos de mulheres que sofreram violação aos seus Direitos Reprodutivos e Sexuais, cujas histórias foram amplamente divulgadas, seja pela mídia ou pelo banco de dados da ONG ARTEMIS. O estudo aqui proposto constatou que VO e MM continuam ocorrendo em profusão no Brasil, em situações semelhantes ao ocorrido com Alyne Pimentel, sendo que a humanização no atendimento, a observância de práticas baseadas em evidências científicas e as casas de parto continuam sendo ideal a ser alcançado e não uma realidade. Pretendeu-se, por fim, compreender os motivos pelos quais, até o presente momento, apenas uma fração ínfima dos relatos de abusos chegou ao Poder Judiciário, mais especificamente às instâncias superiores – STF e STJ. Concluiu-se que há grave falha no acesso à justiça e que, mesmo no Brasil não havendo um tipo penal criminalizador específico para VO, há instrumentos legais para responsabilização dos infratores, tanto na seara cível, quanto na criminal sendo subutilizados.
  • TASSIO TULIO BRAZ BEZERRA
  • A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA TEORIA DA DEMOCRACIA DE HANS KELSEN
  • Data: 28/08/2018
  • Hora: 13:30
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  • O presente trabalho articula um debate entre a mediacao de conflitos e a democracia contemporanea, tendo por objeto de investigacao os fundamentos teoricos da mediacao na democracia contemporanea. Assim, pretende-se responder ao seguinte problema: Em que medida e possivel identificar na Teoria da Democracia de Hans Kelsen uma fundamentacao teorica para a mediacao de conflitos na democracia contemporanea? Para tanto, apresenta-se como hipotese de trabalho: O procedimento da mediacao possibilita a producao de norma autonoma em conflitos interpessoais, de modo semelhante ao realizado pelo metodo majoritario para os macroconflitos sociais, a partir dos pressupostos da Teoria da Democracia de Hans Kelsen. A pesquisa se constitui de estudo eminentemente teorico, com a utilizacao do metodo dedutivo, com o desiderato de fundamentar a mediacao de conflitos na contemporaneidade, a partir dos pressupostos da Teoria da Democracia de Kelsen. Ao longo do trabalho sao discutidos os conceitos de conflito e de democracia contemporanea, bem como as principais abordagens teoricas sobre a mediacao de conflitos, a partir da analise dos modelos de regulacao social (latino e anglo-saxao) e teorico-praticos (mediacao satisfativa, circular-narrativa, transformativa e transformadora). E ainda realizado um estudo comparativo sobre o desenvolvimento da mediacao de conflitos no Brasil e na Italia, por meio da analise da regulamentacao normativa e dos tipos de mediacao existentes em ambos os paises.
  • LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA
  • A TRANSPARÊNCIA PÚBLICA ESTABELECIDA NA CONVENÇÃO DE MÉRIDA COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO À CORRUPÇÃO NAS LICITAÇÕES FISCALIZADAS PELO TCE/PB
  • Data: 26/07/2018
  • Hora: 08:00
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  • A Convencao de Merida entrou em vigor no ordenamento juridico brasileiro no ano de 2006, atraves do Decreto nº 5.687, sendo o unico instrumento juridico internacional que traz a transparencia como principio e medida preventiva a corrupcao em contratacoes publicas por licitacao. Se o movimento mundial das redes de corrupcao nao obedece as fronteiras, entao e preciso que o combate a corrupcao tambem possa atravessar os muros das instituicoes locais na construcao de redes mais amplas. E com este objetivo que se observa o parametro de transparencia publica estabelecido na convencao, e se analisa a aplicacao do mesmo na fiscalizacao dos processos licitatorios exercida pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraiba (TCE-PB). Dessa forma, questiona-se como a aplicacao do parametro de transparencia publica estabelecido na Convencao de Merida contribui para a aplicacao de politicas e praticas preventivas pelo TCE/PB, frente aos desafios culturais e institucionais da corrupcao nas licitacoes? A pesquisa se faz a partir da promocao de um encontro entre Direito Internacional, Direito Administrativo e Sociologia, com o escopo de investigar como as medidas de prevencao a corrupcao internacionalmente propostas estao alinhadas as acoes do controle externo no concernente a fiscalizacao das licitacoes publicas realizadas em Estado e Municipios paraibanos. A metodologia escolhida para este trabalho utilizou a abordagem dedutiva, consistindo em pesquisa bibliografica para construcao do arcabouco teorico e analise documental, tendo como fonte de dados, os relatorios das atividades do Tribunal publicados entre 2006 e 2017 e seus atos normativos referentes as licitacoes. Pretende-se identificar eventuais deficiencias do atual desenho institucional do TCE-PB e propor possiveis aperfeicoamentos normativos e praticos. Os resultados indicam a urgencia em aumentar a transparencia da informacao dos documentos publicados, criar espacos para participacao da sociedade e adotar programas continuos de capacitacao dos seus servidores sobre as tendencias da corrupcao, problemas e necessidades vivenciadas no seu combate e as circunstancias em que se comentem os delitos a ela relacionados.
  • DEMOCRITO DE OLIVEIRA FIGUEIRA
  • DIREITOS HUMANOS COMO MODERNOS ENDOXA: NO RASTRO DE ENRICO BERTI
  • Data: 25/06/2018
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho tem como tema central o debate dos fundamentos dos direitos humanos delimitado na possibilidade de definição destes enquanto modernos éndoxa aristotélicos. Com isso, formula-se um problema: os éndoxa aristotélicos possuem valor epistemológico para definir os direitos humanos? Enquanto objetivo, o trabalho pretendeu analisar: (i) o que são os éndoxa para Aristóteles e situá-los dentro do sistema das ciências aristotélicas; (ii) o debate atual dos direitos humanos examinando os fundamentos a partir de Norberto Bobbio e como a proposta de Enrico Berti insere-se neste debate; (iii) a proposta dos direitos humanos como modernos éndoxa e o seu alcance e limites frente às teses de Herrera Flores e Costas Douzinas. A hipótese central é de compatibilidade dos direitos humanos como modernos éndoxa. Metodologicamente, a proposta foi abordada mediante pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, juntamente com o método de procedimento histórico-comparativo. Enquanto aspecto conclusivo, foram verificadas as inconsistências da teoria clássica dos direitos humanos e as possibilidades compositivas de uma teoria crítica para o feito; esta articulada com o paradigma aristotélico.
  • FERNANDA FERNANDES DE OLIVEIRA FORMIGA
  • LEI DO FEMINICÍDIO COMO INSTRUMENTO DE REAÇÃO PENAL AO ASSASSINATO DE MULHERES: UMA ANÁLISE SOCIOJURÍDICA A PARTIR DA REALIDADE DE JOÃO PESSOA - PB
  • Data: 30/05/2018
  • Hora: 17:00
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  • A presente pesquisa tem como escopo analisar, sob a perspectiva dos Direitos Humanos, a Lei nº. 13.104/15, chamada de Lei do Feminicídio, como instrumento de reação penal ao assassinato de mulheres ante a realidade de João Pessoa-PB. Procura-se apreciar a temática a partir de uma perspectiva histórica e cultural, verificando o histórico da violência doméstica no Brasil e seus institutos legais de combate, além de abranger as diversas formas de violência contra a mulher até a violência fatal. Objetiva, ainda, refletir acerca da interseccionalidade de gênero, raça e classe como perfil indicador de altos índices entre as vítimas. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, tendo por objetivo descrever o fenômeno do feminicídio, sua forma e incidência no Estado da Paraíba e no Município de João Pessoa, e utilizando-se do método indutivo de abordagem, pois partiu-se de dados empíricos, dos casos de homicídio/feminicídio ocorridos na Paraíba durante um determinado espaço temporal para analisar a eficácia da Lei nº. 13.104/15, ou seja, partiu de casos particulares para uma afirmação generalizante. O percurso metodológico encetou-se com a técnica de pesquisa bibliográfica e documental, examinando o decurso da violência de gênero e das implicações da Lei do Feminicídio no reforço à aplicação da Lei Maria da Penha. Os dados obtidos com o levantamento de estatísticas resultaram na criação de um mapa de homicídios de mulheres por bairros de João Pessoa, nos trinta meses anteriores e posteriores à Lei do Feminicídio, que buscou retratar a realidade da violência de gênero na capital e alicerçou uma reflexão acerca da eficácia da referida lei no combate à violência de gênero.
  • MAMADU SEIDI
  • OS TRIBUNAIS PENAIS INTERNACIONAIS DE QUARTA GERAÇÃO: SOLUÇÕES POSSÍVEIS À RESISTÊNCIA AFRICANA AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
  • Data: 04/05/2018
  • Hora: 17:00
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  • Esta dissertacao discute a necessidade da implementacao dos tribunais de quarta geracao como possiveis solucoes a resistencia africana ao Tribunal Penal Internacional. Nao obstante a natureza permanente e o alcance global do TPI, mostra-se indispensavel a instituicao de novos modelos de tribunais para reprimir as violacoes dos direitos humanos em Africa. Os novos tribunais nascem como resultado do dialogo estabelecido entre a comunidade internacional e os Estados, compreendendo elementos nacionais e internacionais em sua estrutura, pelo que apresentam como orgaos mais adequados a lidar com os casos africanos. Assim, e feito uma analise de premissas particulares para formular a proposicao geral de que os paises africanos resistem ao TPI e, portanto, as cortes hibridas seriam a solucao deste problema. O trabalho inicia descrevendo o longo caminho percorrido ate a criacao da Corte Penal Internacional. Na sequencia, avanca ao analisar a relacao do CPI com os Estados africanos. Em seguida, trata dos tribunais de quarta geracao. Por fim, faz-se o estudo do caso Hissene Habre, julgado pelas Camaras Extraordinarias Senegalesas. Ao final da pesquisa, demonstra-se que os tribunais hibridos sao idoneos para julgar os africanos porque aproximam a justica do povo.
  • RAÍZA FEITOSA GOMES
  • MAGISTRADAS NEGRAS NO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO:REPRESENTATIVIDADE, POLÍTICA DE COTAS E QUESTÕES DE RAÇA E GÊNERO
  • Data: 30/04/2018
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho se propõe a compreender como as desigualdades de raça e gênero estão presentes na magistratura brasileira, bem como os processos de resistência frente a essas desigualdades, a partir das contribuições do feminismo negro e da perspectiva da interseccionalidade. Para tanto, realizou-se o estudo de dados sobre os perfis dos magistrados brasileiros disponibilizados no Censo do Poder Judiciário e da Resolução nº 203 do CNJ sobre as cotas raciais no judiciário, bem como a produção de dados qualitativos através de entrevistas semiestruturadas com magistradas negras que atuam em diferentes Estados brasileiros. As magistradas relatam as suas vivências enquanto mulheres negras em um ambiente majoritariamente masculino e branco, apontam a existência de um “racismo velado” no seu cotidiano e reconhecem a relevância da política de cotas. Nesse sentido, a presente pesquisa evidencia a importância da diversidade de raça e gênero na magistratura e nos demais espaços de poder.
  • OLIMPIO DE MORAES ROCHA
  • A FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA TERRA: UMA ANÁLISE DAS DECISÕES LIMINARES PROFERIDAS NOS AUTOS DE AÇÕES POSSESSÓRIAS EM TRÂMITE NO ESTADO DA PARAÍBA
  • Data: 26/04/2018
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação tem como tema o estudo da função socioambiental constitucional da terra em decisões judiciais que apreciam pedidos de liminares nas ações possessórias oriundas de conflitos agrários ajuizadas de 2015 a 2017 contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado da Paraíba. O trabalho está contido na linha de pesquisa “Teorias da Decisão e Sustentabilidade Socioambiental”, da Área de Concentração em Direito Econômico, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da UFPB. O problema de pesquisa tangencia a interpretação que deve ser dada ao Capítulo III, do Título III e, principalmente, ao artigo 561 do Novo Código de Processo Civil que, assim como o Diploma Processual Civil antigo, ainda dá guarida à posse da terra nos litígios agrários coletivos sem condicionar referida guarida ao cumprimento da função socioambiental da terra, levantando a dúvida sobre se tal estaria de acordo com o ordenamento jurídico constitucional, aqui visto sob o método hermenêutico-concretizador e sob a chamada Teoria da Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição, da lavra do jurista alemão Peter Häberle, marco teórico base deste escrito. O objetivo principal é exemplificar como e se o Poder Judiciário paraibano exige ou não o cumprimento da função socioambiental da terra para concessão de liminar em ações possessórias originadas de conflitos agrários e qual a postura jurisdicional adotada diante dos dispositivos constitucionais atinentes ao tema. A pesquisa foi feita por revisão de literatura e por estudos de casos consubstanciados nas ações possessórias ajuizadas nos últimos três anos contra o MST na Paraíba, referentes aos autos da justiça comum estadual deslindados no terceiro capítulo. Os resultados evidenciados mostram, em sua maioria, respostas negativas ao problema perscrutado, isto é, a tutela jurídica da propriedade rural paraibana não é condicionada ao cumprimento da função socioambiental constitucional da terra nas decisões liminares prolatadas em quase todos os processos pesquisados. Assim sendo, conclui-se que a atuação do Poder Judiciário na Paraíba não colabora com a concretização da Constituição Federal, dado que não protege as reivindicações da população em situação de vulnerabilidade sem acesso à terra, contribuindo para a eclosão dos conflitos agrários, o que acaba indo de encontro à sociedade aberta, plural e democrática defendida por Peter Häberle.
  • LEONISIA MOURA FERNANDES
  • Disputas pelos sentidos do estupro no controle da publicidade brasileira: o comercial “Invisível” da Nova Schin sob perspectivas feministas e da análise crítica do discurso
  • Data: 19/04/2018
  • Hora: 10:30
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  • Nos ultimos anos, a discussao sobre as altas taxas de violencia sexual contra mulheres ganhou visibilidade no Brasil, gerando interpretacoes diversificadas, muitas das quais culpam as vitimas pelas agressoes vivenciadas, chegando mesmo a casos de incentivo a violencia e sua consequente naturalizacao. Feministas e movimentos de mulheres utilizam-se da expressao “cultura do estupro” para nomear esse fenomeno e chamam a atencao para o fato de ele estar presente em todas as searas e instituicoes sociais, inclusive na publicidade comercial, a qual exerce papel central na atual fase do capitalismo monopolista. A partir de perspectivas feministas e dos estudos culturais, este trabalho objetiva compreender como a violencia sexual contra mulheres pode integrar a cultura de uma sociedade, levando em consideracao as estruturas de poder que a organizam. Para tanto, faz-se uso da abordagem metodologica proposta pela Analise Critica do Discurso (ACD) a fim de interpretar a disputa de sentidos da violencia sexual mobilizados por um anuncio publicitario da marca de cervejas Nova Schin que, em 2012, desencadeou em centenas de denuncias ao Conselho Nacional de Autorregulamentacao Publicitaria (CONAR), alem de manifestacoes de rua Brasil afora. O corpus de analise corresponde, assim, ao comercial e as duas representacoes que tramitaram no CONAR a partir das denuncias. Discute-se a quais ideologias os diferentes discursos acerca da violencia sexual contra mulheres se vinculam e como se relacionam com seu enfrentamento e com a luta pela igualdade de genero.
  • JULIO IVO CELESTINO FERREIRA
  • Para a Crítica Ontológica ao Direito: a gênese do complexo jurídico no Lukács tardio
  • Data: 19/04/2018
  • Hora: 08:00
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  • Este trabalho tem por objetivo apresentar a genese do direito a partir da obra madura do filosofo hungaro Gyorgy Lukacs. Nesse sentido, seu nucleo permeia uma das questoes centrais da dialetica materialista, qual seja, a relacao entre a totalidade concreta e suas partes. Dessa maneira, ao expor a genese do complexo juridico, procuraremos contribuir para a apreensao do desenvolvimento e da funcao social do direito no interior da totalidade social, bem como suas determinacoes reflexivas e heterogeneidades em relacao aos outros complexos sociais, especialmente a politica, a economia, a moral e a etica. Para isso, realizaremos uma revisao bibliografica de Para Uma Ontologia do Ser Social, sobretudo o seu volume II, ultima obra de Lukacs. Os dialogos com o texto lukacsiano tambem sera mediado pelas interlocucoes do filosofo hungaro, de um lado, com a tradicao marxista, em especial Marx, Engels e Lenin; e, por outro lado, com autores de outras areas, como Nicolai Hartmann, Aristoteles, Gordon Childe, Werner Jaeger. Alem disso, tambem foram uteis as contribuicoes do principais comentadores da obra de Lukacs, como Istvan Meszaros, Nicolas Tertulian, Carlos Nelson Coutinho, Jose Paulo Netto, Leandro Konder, Sergio Lessa, Vitor Sartori. Desse modo, esse trabalho, seguindo os passos de Lukacs, propoe refutar a um so tempo as concepcoes idealistas do fenomenos juridico, bem como aquelas oriundas de um materialismo vulgar. Na medida em que rejeita, de um lado que o direito seja fruto de qualquer transcendencia a-historia, de outro, que seja mecanicamente determinado pela economia. Nessa esteira, o tertium datur lukacsiano se configura a partir de uma critica ontologica ao proprio direito.
  • LORENA LIMA MOURA VARAO
  • A violação dos direitos territoriais dos povos indígenas a partir do novo marco regulatório da mineração
  • Data: 03/04/2018
  • Hora: 15:30
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  • No Brasil, sao constantes as agressoes aos direitos humanos mascaradas sob o pretexto do desenvolvimento, melhoria da qualidade de vida e aumento do numero de empregos. Nesse sentido, a pesquisa se concentra no processo de resistencia organizado pelos povos indigenas em oposicao a extracao de recursos minerais por grandes empreendimentos minerarios, notadamente no que diz respeito a violacao aos direitos territoriais destes povos. Diante disso, levanta-se o seguinte problema: em que medida o novo marco regulatorio do setor minerario permite que as empresas mineradoras violem os direitos territoriais dos povos indigenas no Brasil? Trabalha-se com a hipotese de que o novo marco regulatorio do setor minerario parte do conceito classico de propriedade privada, portanto nao reconhece o direito coletivo dos povos indigenas ao seu territorio tradicional. O objetivo geral e analisar se existe possibilidade de regulamentar a mineracao sem que haja lesao aos direitos humanos dos povos indigenas. Especificamente se objetiva caracterizar a atividade mineradora dentro do contexto neoextrativista implementado no Brasil, apontar a oposicao existente entre a regulamentacao da mineracao a partir de direitos coletivos dos povos indigenas e analisar como o direito vem legitimando as violacoes cometidas pelas empresas mineradoras em desrespeito aos direitos territoriais dos povos indigenas. A abordagem metodologica utilizada para alcancar os objetivos, detectar erros e auxiliar a tomada de decisoes foi a indutiva. Quanto a tecnica de pesquisa, este trabalho combina a pesquisa documental com a bibliografica.
  • RAISSA MARIA FALCÃO COSTA
  • SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO E SOLIDARISMO CONSTITUCIONAL COMO INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO SOCIAL PARA UM TRABALHO DECENTE
  • Data: 28/03/2018
  • Hora: 15:30
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  • O presente trabalha analisa o Seguro de Acidentes de Trabalho - SAT, como contribuição obrigatória do empregador, que vem amparar o trabalhador em caso de incapacidade laboral, através do implemento de um benefício acidentário. Nesse sentido, de acordo com o art. 7º, XXVIII, CRFB/88, é direito do trabalhador acidentado, o qual não pode ficar desamparado da proteção social. Inobstante o pagamento da contribuição para o SAT, o empregador deve continuar atento às normas protetivas ao meio ambiente de trabalho, para que o número de acidentes e, consequentemente, de benefícios acidentários implementados sejam reduzidos. Eis a importância de se analisar a temática através do princípio do solidarismo constitucional: primeiro, diante da própria natureza de seguro do SAT, que impõe a necessidade de cotização de riscos (solidariedade), sendo, inclusive, princípio basilar da Previdência Social; segundo, em virtude do trabalho decente que, para ser concretizado, demanda a participação das empresas, do Estado e de todo o tecido social. Assim, o pagamento do SAT não pode constituir escusa para o empregador quanto ao seu dever geral de cautela no ambiente laboral, pois, em havendo um acidente, seus custos são diluídos por toda a sociedade. Para evitar tal círculo vicioso e tendo em vista que os valores sociais do trabalho devem nortear a atividade econômica, persiste a necessidade da prevenção aos infortúnios laborais, cabendo precipuamente ao empregador empenhar medidas protetivas em seu ambiente de trabalho para concretização do trabalho decente. Para tanto, a presente pesquisa faz uso do método de abordagem hipotético-dedutivo. Com relação às técnicas de pesquisa, utiliza-se o levantamento de dados com base em pesquisa documental, além de dados estatísticos de bancos de dados oficiais.
  • DEMOCRITO DE OLIVEIRA FIGUEIRA
  • DIREITOS HUMANOS COMO MODERNOS ENDOXA: UMA ANÁLISE DOS ELEMENTOS ÉTICO-POLÍTICOS ARISTOTÉLICOS EM ENRICO BERTI.
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 16:30
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  • O presente trabalho tem como objeto a possibilidade de definicao dos direitos humanos como modernos endoxa; tese formulada pelo filosofo italiano Enrico Berti, defensor da funcao de que os endoxa de Aristoteles correspondem a definicao de direitos humanos. Com isso, formula-se um problema: os endoxa aristotelicos possuem valor epistemologico para definir os direitos humanos? Essa questao central suscita pelo menos duas hipoteses, a primeira seria pela total contemplacao da categoria e fixacao dos direitos humanos como modernos endoxa; a segunda parte da carencia de conceitual, dado que os endoxa representam um metodo baseado em opinioes conceituadas para definicao de provas. O que deflagra o estudo e a busca pelas manifestacoes etico-politicas – o cosmopolitismo dos endoxa – que constituem um saber pratico para Aristoteles, tomando assim o ele chamou de reliquias, as opinioes dos antigos, uma das bases dos endoxa. Segue-se com a articulacao das incidencias do ethos e sua composicao que influencia a ideia de Estado em Hegel, dentro do primeiro momento dos direitos humanos como produto do ethos revolucionario. Finaliza-se com a captura da categoria aristotelica dos endoxa por Berti, o cosmopolitismo da proposta e verificado em face de possiveis inconsistencias, para tanto realiza-se um confronto com a proposta de reinvencao dos direitos humanos de Herrera Flores.
  • ARNALDO SOBRINHO DE MORAIS NETO
  • LENIÊNCIA ANTITRUSTE: EFICÁCIA JUDICANTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA NA REPRESSÃO AOS CARTÉIS "HARD CORE"
  • Orientador : JOSE ERNESTO PIMENTEL FILHO
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 16:00
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  • A presente tese de doutoramento versa sobre a questao relativa a eficacia judicante do Conselho Admnistrativo de Defesa Economica na repressao aos cartes hard core mediante aplicacao de acordos de leniencia antitruste. A abordagem do problema foi delimitado a partir da analise de condutas atentatorias a ordem economica concorrencial, ataves dos carteis graves (hard core). Por meio da aplicacao do metodo dedutivo, a tese foi construida a partir de embasameno teorico a alicercar o direito ca concorrencia, sua historicidade (com enfase para o Sherman Act), modelos teoricos de regulacao (escolas e modelos teoricos) numa perspectiva efetivacao de fundamento constitucional economico prescrito no art. 170, da Constituicao Federal, enquanto principios. Procedeu-se analise acurada das principais condutas ateentatorias a concorrencia e, considerando a reestruturacao do Sistema Brasileiro da Concorrencia, como tais condutas impactam o mercado e como Cade viabiliza sua acao repressiva tendo como alvo os carteis graves. A promulgacao da Lei 12.529/2011, constitui relevante paradigma e mudanca de itinerario da agencia antitruste brasileira quando da analise previa de atos de concentracao e o reforco a represseao a condutas colusivas mediante celebracao de acordos de leniencia e termos de compromisso de cessacao. A partir do establecimento de uma rede de cooperacao internacional, conecta-se o rol de elementos indicadores de eficiencia do Cade numa atuacao que se volta para o ambiente nacional sem, contudo, perder a interconectividade com os padroes de cooperacao que alinham-se ao direito aministrativo global. A enalise da eficiencia judicante do Cade foi esquadrinhada com base em resultados comparativos de sua acao, presentes em ilustrativas figuras, tabelas, graficos e reforcada com aconstrucao de um quadro analitico que atesta a eficiencia judicante do Cade na repressao aos carteis hard core, tendo como instrumento os acordos de leniencia antitruste.
  • LUA MARINA MOREIRA GUIMARAES
  • CRÍTICA AOS DIREITOS HUMANOS DESDE AMÉRICA LATINA: CONTRIBUIÇÃO DA ÉTICA DA LIBERTAÇÃO DE ENRIQUE DUSSEL
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho desenvolve uma reflexão sobre os fundamentos dos Direitos Humanos. A partir da identificação da conhecida contradição entre os Direitos Humanos elevados a núcleo ético das sociedades modernas nos ordenamentos jurídicos, e a sua seletiva inefetividade material sobretudo nas nações periféricas, formula-se o seguinte problema: quais fundamentos filosóficos é possível encontrar para os Direitos Humanos, na Filosofia da Libertação Latino-americana, capazes de assegurar-lhes validade, verdade e concretude? Esse problema central dialoga com as noções de sujeito, dignidade humana e justiça forjadas nos marcos da Modernidade, e portanto, fincadas na função do jurídico no modo de produção capitalista, e na colonialidade do ser, do saber e do poder. O percurso seguido é de análise dos movimentos teóricos que forneceram justificação aos Direitos Humanos nos marcos da Modernidade, e de busca por outras fundamentações na originalidade da Filosofia da Libertação e da crítica marxista. No primeiro capítulo, elabora-se uma crítica à tradição iluminista, quanto aos principais pensadores do liberalismo, e quanto à representação mais desenvolvida na filosofia da ética moderna, a obra de Kant. O segundo capítulo consiste numa exploração das categorias da Ética da Libertação de Enrique Dussel. O autor desconstrói a ética moderna, absorve categorias marxistas na reflexão ética e propõe uma ética material da vida, que com seu fundamento na alteridade, na corporalidade humana e na subjetividade histórica, poderia assumir um caráter paradigmático na conformação de um novo projeto de Direitos Humanos, crítico e decolonial. O terceiro e último capítulo se volta para a Política da Libertação, etapa mais recente do pensamento de Dussel, e que poderia constituir o momento de materialização de um projeto crítico e decolonial de Direitos Humanos. Entretanto, identificam-se limites na recusa do autor a conferir repercussão política às categorias marxistas que incorpora na ética, bem como nos conceitos de Política, Estado e Direito que por vezes, se aproximam de um modelo abstrato de analogia com princípios éticos.
  • ANTONIO ITALO HARDMAN VASCONCELOS ALMEIDA
  • HISTÓRIA E DIREITO NO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO: O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
  • Data: 27/03/2018
  • Hora: 11:00
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  • A presente dissertação tem como objeto o Estado de Coisas Inconstitucional e suas origens e raízes na América Latina. A investigação e a análise empreendidas estão baseadas em parâmetros da interdisciplinaridade inerente à História do Direito, utilizando como marco teórico os estudos de Antônio Carlos Wolkmer. Neste contexto, o ECI será analisado conforme o quadro-geral do neoconstitucionalismo andino ou novo constitucionalismo latino-americano, ou seja, um conjunto de práticas, valores e historicidade que proporcionaram um movimento de progressiva expansão de direitos na América Latina. O problema a ser analisado é: o Estado de Coisas Inconstitucional é instrumento decorrente e originário do novo constitucionalismo andino? E para tanto, a hipótese fundamental está formalizada no estudo histórico e comparado das constituições colombiana de 1991 e brasileira de 1988, demonstradas como exemplos perfeitos de um novo modus de criar, debater e instrumentalizar direitos e, principalmente, dar margem a uma proteção mais robusta de direitos humanos em âmbito regional.
  • HENRIQUE JERONIMO BEZERRA MARCOS
  • A APRECIAÇÃO JUDICIAL DOS ATOS DO CONSELHO DE SEGURANÇA PELA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA EM UMA PERSPECTIVA KELSENIANA
  • Data: 26/03/2018
  • Hora: 16:30
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  • Esta Dissertação tem por objeto o estudo da apreciação judicial dos atos do Conselho de Segurança das Nações Unidas pela Corte Internacional de Justiça. A pesquisa é alicerçada na obra de Hans Kelsen, notadamente sua teoria sobre o Direito Internacional. Tem por objetivo analisar, a partir de uma perspectiva jurídica-dogmática, a validade normativa da justiciabilidade dos atos do Conselho de Segurança pela Corte Internacional de Justiça. Para tanto, em seu primeiro capítulo, o trabalho se dedica ao estudo da teoria internacionalista de Hans Kelsen. O segundo capítulo passa a considerar o Conselho de Segurança com fim de analisar a existência de limitações normativas aos seus poderes. O terceiro capítulo realiza um estudo da competência da Corte Internacional de Justiça e sua relação com o Conselho de Segurança. O trabalho conclui que, nos termos da normativa internacional vigente, a Corte Internacional de Justiça possui a competência para realizar um juízo de validade sobre os atos do Conselho de Segurança, mas não possui instrumentos capazes de garantir o cumprimento de sua decisão.
  • GABRIEL MEIRA NOBREGA DE LIMA
  • CRIAÇÃO JUDICIAL DE DIREITO: ASCENSÃO INSTITUCIONAL DO PODER JUDICIÁRIO, DISCRICIONARIEDADE JUDICIAL E PARÂMETROS PARA UMA TEORIA DA DECISÃO COM BASE EM NORMAS ABERTAS
  • Data: 23/03/2018
  • Hora: 10:00
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  • Em um fenômeno que se reconhece como tendência mundial, verifica-se a intervenção, cada vez mais acentuada, do Poder Judiciário na formatação dos direcionamentos do Estado. No Brasil não é diferente. O Judiciário brasileiro, em especial seu órgão de cúpula, o Supremo Tribunal Federal, vem gradualmente aumentando sua importância no cenário institucional nacional, de um Poder apagado no período autoritário do regime militar, para uma posição de centralidade na vida institucional brasileira atual, após a redemocratização e quase três décadas da Constituição Federal de 1988. O presente estudo tem por objeto o atual papel do Judiciário brasileiro, que não se subsome apenas à noção do “legislador negativo”, atuando como coparticipante ativo na construção/criação do direito, perquirindo-se a legitimidade e possibilidade de racionalização dessa nova função, que não se adequa à clássica tripartição de Poderes idealizada pelo positivismo exegético. Para tanto, foram analisados os fatores que possibilitaram a expansão de poder do Judiciário, bem como a existência ou não de uma discricionariedade judicial no direito, admitindo que há situações nas quais o ordenamento posto não fornece uma resposta precisa, o direito encontra-se “inacabado”, diluindo-se as fronteiras entre criação e interpretação da norma e tornando o intérprete um participante ativo no processo de construção da resposta jurídica. Sendo assim, reconhecendo que em certas situações não é aceitável que haja uma penalização da sociedade em razão do contexto de disfuncionalidade do sistema político, o presente trabalho visa propor critérios de legitimidade para evitar que o exercício da função representativa do Poder Judiciário promova abertura a decisões dotadas de arbítrio e preferências pessoais dos juízes, o decisionismo, com efeitos deletérios ao regime democrático e ao próprio Direito. Para tanto, realizou pesquisa bibliográfica acerca da temática “teorias da decisão judicial” em autores brasileiros e estrangeiros, confrontando-as com decisões selecionadas do Supremo Tribunal Federal na última década.
  • ALANA MARIA SOARES CAVALCANTE COLARES
  • Reescravização nunca mais? Análise da eficácia das políticas públicas de prevenção e combate ao trabalho em condições análogas à escravidão no Brasil
  • Data: 23/03/2018
  • Hora: 08:00
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  • Desde 1995 reconhece-se haver no Brasil formas de exploração do trabalho análogas à escravidão. Comprometido interna e externamente com o combate à prática, o país passou a ser visto como exemplo no enfrentamento ao problema, fosse executando convenções e tratados sobre o tema, fosse promovendo políticas públicas para extirpá-las. Passados mais de 20 anos desse compromisso internacional, percebeu-se que o resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão não tinham como consequência óbvia a libertação dessas pessoas. Trabalhadores resgatados eram encontrados mais de uma vez pela fiscalização em condições semelhantes de trabalho, fundamentando o problema da presente pesquisa: quais as causas que levam à reescravização contemporânea? A hipótese testada foi a de que políticas públicas levadas a efeito são ineficientes no combate à prática.Objetivou-se apontar as causas que revitimizam os resgatados e analisar as políticas públicas possíveis para extinção dessa forma de exploração. Para análise do fenômeno, foi feita revisão da literatura sobre escravidão clássica e os instrumentos que levavam à reescravização antes de 1888 e analisados dados sobre as ações de fiscalização e perfil dos resgatados, bem como sobre as políticas públicas oferecidas aos trabalhadores após a retirada dos locais onde eram explorados. Além da pesquisa bibliográfica, foram feitas pesquisas empíricas com a realização de entrevistas a integrantes das seguintes instituições: Movimento Ação Integrada, Ministério do Trabalho e Previdência, Organização Internacional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho. Realizou-se, ainda, visitas a comunidades do estado do Mato Grosso beneficiadas por projetos de qualificação contra o trabalho escravo oferecidos pelo Movimento Ação Integrada. A partir das entrevistas e dos dados coletados apontados como causas tanto para a escravização quanto para a reescravização contemporânea, investigaramse as políticas públicas que prestam atendimento às vítimas, concluindo-se pela ineficiência ou ineficácia de algumas delas, verificando-se falhas tanto no diagnóstico para mensurar o tamanho exato do problema, quanto outras na implementação, continuidade e avaliação daquelas planejadas para erradicar o trabalho escravo no Brasil.
  • MAYARA HELENNA VERÍSSIMO DE FARIAS
  • OS LIMITES DO NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO COMO ESTRATÉGIA DE SUPERAÇÃO DA COLONIALIDADE NA AMÉRICA LATINA
  • Data: 20/03/2018
  • Hora: 16:30
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  • Parte-se da compreensao de que a tradicao da cultura politica e juridica na America Latina e reflexo de um processo historico que envolve a colonialidade, a exploracao, a dependencia e a exclusao de multiplos segmentos societarios. Entende-se que os modelos epistemologicos e culturais adotados pelas elites locais no continente tem proporcionado estruturas de dominacao economica e de exclusao social, impossibilitando a transformacao para a construcao de um pensamento verdadeiramente latino-americano. Em contrapartida, alguns paises andinos, particularmente a Bolivia, tem promulgado novas constituicoes decorrentes de processos marcados por intensa participacao popular e que se propoem a refundar o Estado sobre novas bases. Desta forma, o objetivo do presente trabalho e compreender o que tem sido chamado de novo constitucionalismo latino-americano a partir de seus limites como estrategia de descolonizacao da sociedade e superacao da dependencia, assim como refletir sobre a sua contribuicao para a libertacao nacional pela reorganizacao dialetica de canones colonizadores, como Estado e Constituicao. Adota-se como paradigma de analise o Estado Plurinacional da Bolivia. Assim, realiza-se um estudo partindo dos tres aspectos que possibilitaram a dominacao do norte sobre os paises do sul global: eurocentrismo, como matriz cultural; colonialismo, como matriz institucional; e capitalismo, como matriz economica. Passa-se pela compreensao da formacao da modernidade, com base no eurocentrismo, e do processo de colonizacao do continente. Em seguida, analisa-se o contexto social, economico e politico do surgimento deste novo modelo constitucional, com foco nas amplas mobilizacoes populares. Logo apos, busca-se abordar o papel do constitucionalismo e do Estado moderno no encobrimento do "outro latino-americano", a adocao do pluralismo juridico como libertacao, e a consequente refundacao do Estado boliviano. Depois, apresenta-se as dificuldades do modelo boliviano em buscar a descolonizacao da sociedade em um contexto de producao capitalista, concluindo que trata-se, ainda, de um processo em transicao, que ja conquistou numerosos e importantes avancos, apesar de ainda persistirem poderosos obstaculos na direcao do “socialismo comunitario” que se pretende alcancar.
  • RAFAELA PATRICIA INOCENCIO DA SILVA
  • CONTRIBUIÇÃO A UMA TEORIA DA EXTRAFISCALIDADE NA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
  • Data: 20/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertacao pretende tratar da Politica Nacional de Residuos Solidos (PNRS), uma politica que foi elaborada para da uma gestao integrada dos residuos solidos mediante a Lei nº 12.305/2010. No entanto, devido aos poucos avancos desta politica e necessario se utilizar alguns instrumentos capazes de da mais eficacia a esta legislacao. Assim, optou-se por aplicar os tributos para estimular atividades ambientalmente adequadas relacionadas a gestao bem como quanto ao gerenciamento dos residuos. Desta maneira, visualiza-se na extrafiscalidade do tributo uma ferramenta de inducao para a efetivacao da PNRS. A presente pesquisa tem por objeto o estudo da extrafiscalidade dos tributos enquanto instrumento juridico para a protecao ao meio ambiente e a promocao da sustentabilidade no ambito da PNRS. O problema geral da dissertacao foi, basicamente, da analise da extrafiscalidade enquanto meio capaz de auxiliar na efetivacao da Politica Nacional de Residuos Solidos. O metodo de pesquisa escolhido para este trabalho foi a Racionalidade Ambiental que e abordado por Enrique Leff, ja tecnica de pesquisa empregada foi a da documentacao por meio indireto. Por fim, tambem se fez uso da pesquisa bibliografica.
  • EDIVAN RODRIGUES ALEXANDRE
  • O JUDICIÁRIO COMO POLICYMAKERS De controlador a formulador de políticas públicas
  • Orientador : MARIA LUIZA PEREIRA DE ALENCAR MAYER FEITOSA
  • Data: 19/03/2018
  • Hora: 14:30
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  • No presente trabalho, busca-se analisar o estudo das politicas publicas, suas dimensoes, relacionadas especialmente a legitimacao do Poder Judiciario. Inclui-se no contexto examinado o fenomeno da judicializacao, suas condicoes e causas determinantes, alem do aspecto da construcao das politicas pelo judiciario. Os pontos examinados dizem respeito a questoes suscitadas de como as politicas publicas sao decisivas para implementar no Estado a necessaria conducao da concretizacao dos direitos sociais, economicos e culturais, vistos como direitos fundamentais, utilizando-se como metodo hipotetico-dedutivo, com abordagem de estudos comparativos e bibliograficos. Para tanto, procura-se mostrar que politicas publicas sao instrumentos utilizados pelos poderes indistintamente, sem reserva de exclusividade para um poder e proibicao para os outros. Acentua-se, ainda, a qualidade politica do judiciario, identificando-se as tres dimensoes das politicas publicas, para em seguida analisar o momento de atuacao do judiciario, em sua condicao de agente de politicas publicas, especialmente pos implantacao do Conselho Nacional de Justica. Por fim, argui-se sobre a necessidade de uma nova visao para a divisao dos poderes e suas funcoes, especialmente voltada para a concretude do Estado Social e Democratico de Direito.
  • ANA ANGELICA MOREIRA RIBEIRO LIMA
  • JUSFUNDAMENTALIDADE DA ENERGIA À LUZ DAS OBRAS DE BILL BRYSON E YUVAL NOAH HARARI
  • Data: 16/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • Nas perspectivas de concretização do princípio da dignidade humana e da cidadania, o presente trabalho compreende a energia como um direito fundamental a partir das obras “Em casa: uma breve história da vida doméstica”, de Bill Bryson, e “Sapiens: uma breve história da humanidade”, de Yuval Noah Harari, bem como da hodierna concepção teórica dos direitos fundamentais, da vinculação estatal àquele direito e do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Possuindo natureza aplicada e abordagem qualitativa, utiliza-se o método dedutivo, enfoque exploratório e descritivo, procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica e documental e análise de conteúdo para apreender a relevância que o provimento energético adequado tem para o bem-estar da população e para o desenvolvimento econômico e social. Identifica-se, então, como problema a possibilidade de se vislumbrar o direito à energia na dimensão dos direitos fundamentais e sua eventual contribuição para a efetivação da dignidade humana e da concepção contemporânea de cidadania, bem como para o fomento de políticas públicas energéticas. Sob a abordagem da transjuridicidade enquanto manifestação da interculturalidade envolvendo Direito e Literatura, parte-se da hipótese de que, mediante o delineamento da essencialidade da energia ao longo da história humana evidenciada nas supracitadas obras literárias, o reconhecimento de sua jusfundamentalidade enquanto cláusula aberta de direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988 lhe garantiria eficácia plena e vincularia os Poderes Públicos instituídos, colaborando, assim, para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do país.
  • SAMARA RIBEIRO AZEVEDO
  • DECISÕES MULTINÍVEIS NA ANÁLISE DOS CENÁRIOS INTERPRETATIVOS SOBRE ABORTO NO CASO DE GESTANTES COM ZIKA VÍRUS NA ADI/ADPF Nº 5581
  • Data: 02/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação examina as decisões multiníveis na análise dos cenários interpretativos sobre aborto no caso de gestantes com Zika vírus na Ação Direta de Inconstitucionalidade cumulada com Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADI/ADPF nº 5581. Esses cenários constituem objeto da ADI/ADPF nº 5581, ação fundamentada no argumento de necessidade e de urgência derivados da epidemia do Zika vírus e consequentes casos de microcefalia. Dentre os pedidos abordados por sua inicial, se questiona, em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, a interpretação conforme a Constituição do art. 18 da Lei Federal nº. 13.301/2016 e a declaração de nulidade com redução de texto do art. 18, § 2º, da mencionada lei. Em sede de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, pleiteia-se o devido acesso à saúde para a realização de estimulação precoce das crianças com microcefalia e outras sequelas, no sistema nervoso central, causadas pela síndrome congênita do Zika vírus e a legalização do aborto para gestantes que tenham contraído tal vírus. A referida ação está em tramitação no Supremo Tribunal Federal e, na análise dos seus cenários interpretativos, serão utilizadas jurisprudências internacionais e domésticas, relativas ao tema aborto, à luz da teoria da sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, de Peter Häberle, e sua perspectiva do direito comparado como um método de interpretação, de forma interconstitucional e multinível. Aliando tal análise ao entendimento de Amartya Sen, ao contextualizar as liberdades instrumentais com a necessidade do empoderamento feminino no quadro do desenvolvimento humano. A dissertação enfrenta a questão que a legislação penal referente ao aborto, no Brasil, carece de reais modificações, visando uma pluralidade de abertura interpretativa aplicada à jurisprudência pátria. Enfatiza que a legislação penal referente ao aborto no Brasil carece de reais modificações para alcançar eficácia social, mas a descriminalização do aborto de gestantes com Zika vírus parece improvável, a curto prazo, conforme tendência demonstrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e considerações de seus Ministros em decisões anteriores. O STF se atenta, no momento, para julgamentos ligados à corrupção em nosso país, e a última movimentação na ADI/ADPF nº 5581 é datada do dia 19/07/2017, ficando essa ação conclusa para a relatora até então, situação que acarreta custos à sociedade, como a carência na prestação de saúde pública necessária, consequências trazidas pela inércia estatal e pela morosidade processual para a solução desse conflito emergencial.
  • ROBERTO LEONARDO DA SILVA RAMOS
  • O CAMPO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA EM DIREITOS HUMANOS: a influência das disputas de classe a partir da dinâmica relacional entre Estado, direito e educação
  • Data: 01/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • A tese examina a produção acadêmica em direitos humanos, especificamente, as dissertações de mestrado defendidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba no período de 2007 a 2015. Parte-se do pressuposto que essa produção, no campo do direito, se constitui em mecanismo de reprodução dos valores da classe dominante, pois é permeada por conflitos de classe, se constituindo como instrumento de controle social e de manutenção dos ocupantes nos espaços de poder. Objetiva-se analisar a influência das disputas de classe na produção acadêmica em direito a partir da dinâmica relacional entre Estado, direito e educação, tendo por base as categorias campo jurídico e poder simbólico/capital jurídico-simbólico. Enfatiza-se a dinâmica relacional do campo científico e do jurídico e sua violência simbólica, cujo propósito consiste em mascarar uma sociedade baseada em relações alienadas, que é fortalecida pela atuação dos agentes estatais. Nesse contexto, a visão oficial dos direitos humanos, baseada na tutela dos interesses dos agentes e grupos sociais vulneráveis, é contestada diante da inefetividade desse rol de direitos, se constituindo como mecanismo de fortalecimento da alienação e da violência simbólica. Não obstante essa afirmação, uma perspectiva dos direitos humanos em direção à emancipação política é possível a partir do deslocamento dos agentes sociais da margem para o centro decisório, por intermédio da educação e, sobretudo, da educação em direitos humanos como instrumento de educação como contraconsciência da existência de disputas de classe no espaço social posicionado. Utiliza-se, para fins de análise do corpus documental, a técnica da análise de conteúdo, por se constituir em uma técnica de análise de comunicações, se utilizando de procedimentos sistemáticos que possibilitam a produção de inferências necessárias em identificar o que se revela sobre um fenômeno específico.
  • ALESSANDRA DANIELLE CARNEIRO DOS SANTOS HILARIO
  • CIDADES GLOBAIS MULTICULTURAIS: a teoria jurídica do universalismo como mecanismo de governança e integração.
  • Data: 28/02/2018
  • Hora: 15:30
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  • O contexto urbano-global multicultural contemporaneo tem-se destacado, notadamente no campo do direito constitucional e dos direitos humanos, pelo protagonismo dos grupos etnico-nacionais vulneraveis, assim concebidos aqueles que, independentemente do carater numerico, encontram-se em desvantagem ou hipossuficiencia em relacao a maioria dominante quanto a prestacoes de direitos socioeconomicos, culturais e ambientais. Nesse sentido, direitos e pretensoes/efetivacao de direitos titularizados por tais grupos sao erigidos a mecanismos de integracao no contexto da cidade global por intermedio de politicas publicas e justiciabilidade de bens juridicos socioeconomicos, culturais e ambientais, ambos adequados as necessidades de origem eminentemente culturais que reverberam no modus vivendi desses povos e na peculiar metodica de concretizacao dos mesmos. E nesse cenario urbano-global que se propoe a teoria do universalismo de efetividade ponderada, ou universalismo ponderado, categoria de direitos humanos alternativa as correntes puras do universalismo e relativismo cultural, como mecanismo/metodologia de concretizacao real de direitos socioeconomicos, culturais e ambientais para fins de integracao progressiva e adequada de tais grupos ao ambiente sociopolitico em que ja estao inseridos. Parte-se da premissa de vinculacao intrinseca entre meio ambiente e urbanizacao, direito ambiental e direito a cidade, e instrumentalidade jurisprudencial dos precedentes em materia ambiental para efetivacao dos direitos em questao. O universalismo ponderado, no contexto da relacao tutela/efetivacao e de reconhecimento da “conflituosidade intrinseca” da norma constitucional, utiliza-se das concepcoes de interculturalismo e constituicao como ciencia da cultura, de Peter Haberle, alem da metodica do transconstitucionalismo com uso da razao transversal baseada na linguagem universal dos direitos humanos vinculada ao supremo valor da dignidade da pessoa humana, para concessao de direitos socioeconomicos, culturais e ambientais aos grupos etnico-nacionais minoritarios na cidade global (neossustentabilidade urbano-cultural), como fator de igualizacao social e desenvolvimento plural adequado, limitado a matriz social e historico-cultural do Estado demandado/anfitriao em correlacao com o principio da hospitalidade, de Jacques Derrida. Destaca-se, nesse contexto, a atuacao pioneira da governanca local trans-cooperada em Estado multicultural solidario, plural e abstrato.
  • MARCIA GLEBYANE MACIEL QUIRINO
  • O Direito partido ao meio e o lugar do Direito Privado Administrativo Brasileiro: déjà-vu do administrativismo oitocentista no século XXI.
  • Data: 26/02/2018
  • Hora: 09:30
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  • No periodo oitocentista, o encontro do publico e do privado, no Direito Administrativo brasileiro revelou uma simbiose entre ambos. No seculo XX, o desafio do Direito Publico, em especial do Direito Administrativo, foi demarcar os limites desta divisao. A distincao clara e precisa permitiria a autonomia e formacao da Teoria Geral do Direito Administrativo. O seculo XXI apresentou um crescimento da utilizacao do Direito Privado na Administracao Publica. Esta influencia atual nao e uma reedicao da simbiose entre o Publico e o Privado, quando do surgimento do Direito Administrativo ha 200 anos. Ha apenas a sensacao de reviver a simbiose, um deja-vu, pois as caracteristicas sao diversas. O Direito Privado Administrativo, que surge desta influencia, obedecera a parametros de controle derivados do regime juridico de direito publico. O Direito Publico e o Direito Privado serao partidos para que permitam, ao final, a compreensao da atuacao do Direito Privado Administrativo. O percurso metodologico trilhou uma abordagem historicista e comparativa entre o Direito Administrativo brasileiro oitocentista e o do seculo XXI. A partir da analise da atuacao privada da Administracao Publica, foi possivel estabelecer uma forma de partir o direito, visando a aplicacao harmonica e una do ordenamento juridico.
  • KEROLINNE BARBOZA DA SILVA
  • ECONOMIA DE COMPARTILHAMENTO: NOVAS RELAÇÕES DE CONSUMO E SUA JURISDICIDADE REGULATÓRIA
  • Data: 23/02/2018
  • Hora: 15:00
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  • Diante de uma sociedade contemporanea envolta em um universo digital, onde os conceitos de tempo e espaco sofre uma crescente desconstrucao, os ideais do mundo globalizado trazem consigo novas modalidades de relacoes interpessoais e comerciais, dentre elas, o conceito de economia de compartilhamento vem ganhando espaco. A economia de compartilhamento trata-se de um conceito inovador que enaltece o consumo colaborativo, ou seja, um sistema socio economico construido em torno do compartilhamento de recursos, tornando acessivel bens e servicos sem a necessidade de sua aquisicao. Tal fenomeno apresenta impactos sociais, financeiros, culturais e ate mesmo ambientais, posto se tratar de uma modalidade que corrobora com a sustentabilidade. Por se tratar de um fenomeno crescente, diante dessa era informacional e da tecnologia, se faz necessario o estudo sobre esse fato, seus impactos, e principalmente sobre a regulacao dessas atividades, tendo em vista suas interferencias nas relacoes de consumo.
  • WELISON ARAUJO SILVEIRA
  • TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: ENTRE A CRISE AMBIENTAL E POLÍTICA
  • Orientador : BELINDA PEREIRA DA CUNHA
  • Data: 02/02/2018
  • Hora: 08:30
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  • O projeto da transposicao do rio Sao Francisco que tem por objetivo minimizar os efeitos da seca na regiao Nordeste do pais assolada com sede e fome e objeto de analise nesse trabalho. Busca-se entender a relacao causa-efeito e os transtornos da falta de planejamento eficiente e de um estudo de impacto ambiental que melhor atenda a realidade das comunidades atingidas pelas obras. Um dos problemas identificados e a falta ou deficiencia da transparencia e participacao popular na elaboracao do plano de minimizacao de danos. A presente pesquisa debruca-se sobre os aspectos juridicos da transposicao do rio Sao Francisco e dialoga com conceitos do direito ambiental, fazendo uma ligacao entre a crise ambiental e a crise politica, abordando a questao da seca como fenomeno da crise ambiental e a relacao do homem com a natureza sob aspecto socioambiental. Analisa-se a questao da participacao popular como instrumento da democracia no processo de licenciamento ambiental como forma de garantir que a populacao tenha a oportunidade de realizar o controle preventivo de impactos socioambientais, e ainda os principios do desenvolvimento sustentavel, da diginidade da pessoa humana, da solidariedade intergeracional ambiental, do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como garantias fudamentais. Aborda-se tambem a gestao ambiental dos recursos hidricos e manutencao das aguas da transposicao do Sao Francisco, bem como uma analise comparada de experiencias internacionais na gestao de recursos hidricos, sobretudo uma analise aprofundada sobre a Mercosul alem de grupo de mercado e enquanto a politica de recursos hidricos aplicada nos paises membros, e uma analise de experiencias internacionais de transposicao artificial de aguas. Por fim, serao analisados casos de acoes judiciais envolvendo a transposicao do rio Sao Francisco, as fundamentacoes utilizadas, a tramitacao processual e as decisoes que permeiam o assunto e suas implicacoes para o prosseguimento da obra.
  • ANNE AUGUSTA ALENCAR LEITE REINALDO
  • DIREITO ANTIPOBREZA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIOAMBIENTAIS BRASILEIRAS: PROPOSIÇÕES JURÍDICAS AO BOLSA FAMÍLIA E AO BOLSA VERDE SOB A ÉGIDE DA EFETIVAÇÃO DA CIDADANIA E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
  • Data: 31/01/2018
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho tem por objeto o estudo da problemática socioambiental atrelada às políticas públicas sociais e ambientais, assim reconhecidas, nesta pesquisa, como socioambientais, diante da emergente necessidade da erradicação do desastre da pobreza social e ecológica e da efetividade da cidadania e do desenvolvimento sustentável que, no âmbito do Estado Socioambiental e Democrático de Direito, configuram o paradoxo determinante na vida jurídica e política deste início de século. Demandas sociais de uma nova natureza emergem em decorrência da crise socioambiental e da disseminação de situações de incerteza, exigindo do Estado intervenções pontuais e eficazes na busca pela concretização dos direitos fundamentais e pela qualidade de vida inerentes à dignidade da pessoa humana e à vida em sua qualquer forma de existência, humana ou não humana. Uma das vias de intervenção estatal nas ordens social e ambiental é a implementação de políticas públicas socioambientais por meio da observância às normas positivadas nas Constituições dos países referentes à tutela da Seguridade Social, que tem, entre seus ramos dotado de legitimidade e força política transformadora da realidade hipossuficiente social, a Assistência Social. Em tempos de crise e na realidade brasileira, a Assistência Social configura um direito fundamental e já existente no ordenamento jurídico brasileiro, o qual pode e deve ser reconhecido como pertencente ao denominado Direito Antipobreza, em razão de seu caráter emancipatório da pobreza e da desigualdade, emergindo como um instrumento de combate à pobreza, de efetivação da cidadania e de busca da concretização do Direito Humano ao Desenvolvimento sustentável. O Direito Humano ao Desenvolvimento é campo de atuação dos demais direitos, ratifica a concretude dos direitos humanos já existentes e valida o ciclo das políticas públicas estatais, especialmente das assistenciais e socioambientais, como os programas federais do Bolsa Família e do Bolsa Verde, em virtude de ser notória a perda de capacidade do Estado, em tempos de crise socioambiental, de determinar e proporcionar eficientemente ações que vão ao encontro das novas carências da era atual. Diante do reconhecimento das políticas socioambientais como instrumentos do Direito Antipobreza no Brasil, necessária é a adequação das mesmas aos postulados do Estado Socioambiental que, através de proposições jurídicas a novas formas de implantação de ações estatais, pautadas na plataforma de construção do desenvolvimento sustentável e da sustentabilidade em suas diversas perspectivas, consegue a busca concreta da efetividade dos direitos e obrigações inerentes à cidadania, ao desenvolvimento sustentável e ao combate à pobreza social e ecológica.
  • ADRIANO MESQUITA DANTAS
  • CONTROLE JUDICIAL DIFUSO E INOMINADO DA OMISSÃO LEGISLATIVA INCONSTITUCIONAL E INCONVENCIONAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO
  • Data: 18/01/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese de doutoramento trata do controle judicial das omissões legislativas inconvencionais e inconstitucionais inviabilizadoras de direitos humanos e fundamentais em matéria trabalhista, já que a inércia do Poder Legislativo, ou sua atuação insuficiente, tem gerado limitações e restrições indevidas ao gozo daqueles. O problema delimitado demonstrou que, após quase três décadas da promulgação da Constituição Federal de 1988, ainda existem dispositivos constitucionais sem a devida ou adequada regulamentação, bem como Convenções da OIT - Organização Internacional do Trabalho (algumas ratificadas em data anterior à promulgação daquela), evidenciando a insuficiência dos mecanismos de controle judicial das omissões legislativas previstos no ordenamento jurídico brasileiro: ação direta de inconstitucionalidade por omissão, mandado de injunção e dissídio coletivo. Por meio da aplicação do método dedutivo, a tese foi construída a partir de abordagens doutrinárias e jurisprudenciais sobre os desafios do Poder Judiciário no novo arranjo dos poderes imposto pelo Estado Social instalado pela Constituição Federal de 1988. Também foram analisadas as características e peculiaridades das ações coletivas (ativas e passivas), que se apresentaram como instrumentos processuais hábeis a viabilizar tal modalidade de controle, possibilitando a superação do quadro de inação ou de ação insuficiente do Poder Legislativo e contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do país. Assentados o cabimento e a possibilidade de controle judicial da omissão legislativa inconstitucional e inconvencional no sistema de freios e contrapesos (check and balances), foi customizada uma nova estratégia ou técnica processual de garantia dos direitos humanos e fundamentais trabalhistas que prestigia as características e singularidades dos trabalhadores e empregadores das categorias envolvidas, da localidade e do momento histórico. Com isso, a hipótese de que o controle judicial da omissão legislativa pode ser realizado de maneira difusa e inominada no âmbito da Justiça do Trabalho, cabendo aos juízes não apenas a declaração incidental da mora ou insuficiência, como também a determinação de medidas e providências que protejam e efetivem adequadamente os direitos sociais dos trabalhadores, restou confirmada ao final.
2017
Descrição
  • DUINA MOTA DE FIGUEIREDO PORTO
  • O RECONHECIMENTO JURÍDICO DO POLIAMOR COMO MULTICONJULGALIDADE CONSENSUAL E ESTRUTURA FAMILIAR
  • Data: 12/12/2017
  • Hora: 09:30
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  • A tese visa a perscrutar, pelo viés jurídico, a viabilidade de legitimação e de tutela do poliamor como relacionamento afetivo-familiar, divergente do padrão convencional da família conjugal monogâmica. A investigação vincula-se aos Direitos Humanos e ao Direito de Família. A problemática da pesquisa traduz-se na seguinte indagação: o poliamor pode ser reconhecido juridicamente como uma multiconjugalidade e uma estrutura familiar no ordenamento brasileiro? De forma dedutiva, partindo das premissas gerais da família, da conjugalidade, da monogamia e do Direito que as circunda, são abordadas as particularidades do poliamor enquanto arquétipo relacional que emerge na contemporaneidade marcada pela diversidade e pela multiplicidade – de identidades, relacionamentos, vínculos afetivos, parentalidades e arranjos familiares. Nesse contexto, com lastro nas amplas fontes bibliográficas e documentais pesquisadas, que incluem estudos etnográficos já realizados, participação em eventos científicos e em grupos de pesquisa interdisciplinares, observação do comportamento dos praticantes do poliamor no meio virtual e análise da realidade brasileira que já conta com registros cartorários dessas formas de união, confirma-se a hipótese positiva no sentido da possibilidade do reconhecimento jurídico em questão, seja em razão dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da afetividade, da pluralidade das formas de família, da igualdade, do respeito às diferenças, da liberdade de formação familiar e da intervenção mínima do Estado na autonomia privada, seja pela presença dos elementos comuns a qualquer família regulada pelo Direito: laços sanguíneos e/ou socioafetivos, estabilidade, convivência pública e ostensiva e intuitu familiae. A perspectiva da multiconjugalidade concebida na tese concerne à ideia das relações poliamorosas que formam conjugalidades múltiplas consentidas, estáveis, concomitantes e integradas em um mesmo núcleo familiar, configuradas como uma união estável poliamorosa ou poliafetiva, que representa uma categoria relacional diferente do casamento, da união estável monogâmica e das relações concubinárias ou paralelas nos termos da legislação vigente. A ordem monogâmica que rege as relações conjugais merece ser repensada ante os relacionamentos não-monogâmicos poliamorosos pautados pelo consenso de todas as partes envolvidas, e as complexidades decorrentes desse entrelaçamento de vidas, afetos e responsabilidades exigem uma regulamentação normativa específica que possa conferir proteção adequada e segurança jurídica.
  • ELENICE PIRES DAMACENO
  • OS DIREITOS E SUA (IN) EFETIVIDADE – Uma Análise acerca das Relações entre o Poder, Ética e a Práxis Jurídica
  • Data: 06/12/2017
  • Hora: 10:00
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  • O Direito moderno dogmaticamente organizado, ordem normativa estruturada pelo monopólio de coerção estatal, constitui uma ordem social imbuída de poder de coerção baseada em leis que compõem o Direito positivo, legitimado por um processo social de legitimação. Essa ordem social consiste em um campo de disputa, no qual são levados à apreciação da jurisdição os conflitos sociais considerados relevantes para a manutenção da ordem social vigente. O monopólio de coerção estatal é composto por uma ordem jurídica hierarquicamente estruturada, que se utiliza de mecanismos e instrumentos estatais, como as instituições públicas, que por meio da práxis jurídica busca tornar os direitos individuais e coletivos, apresentados por uma estrutura ideal ditada pelas fontes do Direito (norma, costumes, princípios gerais, jurisprudências e doutrina), efetivos. A presente dissertação aborda, por meio de pesquisa bibliográfica e empírica, demonstrar quais as relações existentes entre a ética e o poder que permeiam a práxis jurídica e constituem o campo de disputa do Direito no campo da realização da efetividade dos Direitos Humanos. O problema de pesquisa perpassou pela necessidade de refletir a respeito da práxis jurídica realizada no Brasil, sendo o foco da pesquisa empírica o campo da microética (relações interpessoais) e macroética (relações de interferência coletiva), que foi pesquisado a partir da análise de teses que tratam a respeito da práxis jurídica do STF, a partir desta pesquisa foi possível traçar o panorama a respeito da estrutura na qual está concentrada a realização concreta dos direitos humanos no sistema judiciário brasileiro,
  • YULGAN TENNO DE FARIAS LIRA
  • CORRUPÇÃO E DIREITOS HUMANOS: a violação do direito à vida de pessoas presas por meio da conduta corrupta de agentes de segurança no marco do processo internacional do Complexo de Curado contra o Brasil
  • Data: 05/12/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem por objetivo investigar as violações de direitos humanos por atos de corrupção na penitenciária do Complexo de Curado, à luz do processo internacional que investiga as condições das pessoas privadas de liberdade, nesta instituição. Para tanto, utilizou-se o método de revisão bibliográfica, mediante a análise de precedentes internacionais, doutrina sobre corrupção e direitos humanos, bem como a análise de dados e documentos sobre o Complexo de Curado, além do estudo de campo por meio de realização de entrevistas com atores do processo internacional sobre a instituição. A pesquisa avança ao construir a Teoria das Ingerências Objetivas, utilizada como marco teórico para identificar de modo seguro como e quando um direito humano pode ser violado pela corrupção. A hipótese é de que a corrupção viola, em certas circunstâncias excepcionais, o direito à vida de pessoas presas e, com isso, o Estado brasileiro descumpre obrigações internacionais de direitos humanos.
  • LUIZ MESQUITA DE ALMEIDA NETO
  • SUPERENDIVIDAMENTO DOS CONSUMIDORES: ANÁLISE ECONÔMICA E REGULAÇÃO ESTATAL.
  • Data: 18/10/2017
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertacao de mestrado trata do Superendividamento dos consumidores. Mais especificamente, aborda de maneira pragmatica a conduta da instituicao financeira envolvida na causa do fenomeno, particularmente no tocante as possibilidades de responsabilizacao ou imputacao de prejuizo a tal agente economico, e os desdobramentos que uma regulamentacao neste sentido apresenta. Desta forma, busca verificar as possibilidades praticas e teoricas das formas possiveis de responsabilizacao, civil ou administrativa, atraves da imputacao pragmatica de alguma previsibilidade de prejuizo as instituicoes financeiras, em situacoes flagrantes de superendividamento, no objetivo de tracar modelos de socializacao para o risco financeiro assumido pelos consumidores e, principalmente, gerar no polo credor um dever de cooperacao atinente a boa-fe objetiva. Utiliza-se de uma metodologia pautada pelo carater indutivo, por meio de pesquisa bibliografica e documental, valendo-se, como referencial teorico, da escola da Analise Economica do Direito (AED), com especial mencao a Teoria das Financas Comportamentais (Behavioral Law and Economics). O atual trabalho conclui pela necessidade de regulamentacao para a conduta das instituicoes financeiras na concessao do credito, tracando delineamentos especificos sobre os termos em que tal regulamentacao deve acontecer.
  • ALINE BONA DE ALENCAR ARARIPE
  • TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL SOB O PRISMA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA SUBSIDIARIEDADE
  • Data: 21/09/2017
  • Hora: 13:00
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  • A crise ambiental se mostra através de fenômenos como o aquecimento global, as chuvas ácidas, o desaparecimento de algumas espécies da fauna e da flora, o aumento do índice de poluição do ar, dentre outros. Para proteger o meio ambiente, é necessário que haja o desenvolvimento de políticas públicas de proteção ambiental. Nesse contexto, a tributação ambiental se mostra como um caminho a ser seguido, em busca de influenciar comportamentos, mediante o uso da extrafiscalidade dos tributos, fazendo com que as pessoas adotem posturas sustentáveis. No entanto, toda tributação representa uma interferência estatal em uma série de direitos e garantias individuais que foram historicamente conquistados e que são necessários à dignidade da pessoa humana. Neste trabalho, intenciona-se averiguar se os princípios da proporcionalidade e da subsidiariedade auxiliam a tributação ambiental a exercer seu papel de instrumento de mudança no comportamento da sociedade, evitando intervenções abusivas por parte do Estado. Trabalha-se com o pressuposto de que os citados princípios podem oferecer a harmonização necessária entre os direitos individuais a serem garantidos e a intervenção estatal que busca a tutela do meio ambiente por meio da fixação de tributos com função extrafiscal. Esta pesquisa é justificada pela necessidade de se discutir soluções para a crise ambiental enfrentada pela sociedade contemporânea, buscando na tributação ambiental um meio justo e equânime de promoção da defesa do meio ambiente, de modo a garantir o direito ao meio ambiente saudável a toda população, bem como as gerações futuras. Como método de pesquisa, foram utilizados levantamentos bibliográficos de obras doutrinárias e análise de legislação pátria e internacional. A metodologia teve por base o pensamento complexo de Edgar Morin, que admite o fim da dualidade entre pesquisador e objeto pesquisado, de modo que a pesquisa realizada sofre influência das visões políticas, sociais, ideológicas e históricas do sujeito que a realiza. Nesse sentido, entende-se que a ciência não é essencialmente imparcial, tendo em vista que é produzida por seres humanos, de maneira que toda descoberta guarda em si o contexto histórico e influências pessoais de seu descobridor.
  • DINALDO BARBOSA DA SILVA JÚNIOR
  • Los Derechos Humanos y el régimen abierto de Brasil: propuestas para el estado de Amapá
  • Data: 12/09/2017
  • Hora: 11:30
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  • Direitos Humanos, Penitenciarias e Ressocializacao no Estado do Amapa.
  • WANIA CLAUDIA GOMES DI LORENZO LIMA
  • MENINOS(AS) DA RUA OU MENINOS(AS) DO ESTADO: UM ESTUDO SOBRE A POSTURA INTERVENCIONISTA ESTATAL NO ENFRENTAMENTO DA SITUAÇÃO DE RUA
  • Data: 31/08/2017
  • Hora: 09:00
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  • A tese analisa as intervencoes estatais sobre criancas e adolescentes em situacao de rua. Parte-se do pressuposto de que mesmo constatando que o capitalismo global, a pobreza, o desemprego e a exclusao estao diretamente correlacionados com o contexto atual da populacao de rua, repercutindo no aspecto macro do desenvolvimento social e economico brasileiro, tais fatores nao podem ser justificados como congenitos e inevitaveis para a gestao publica. A investigacao reflete sobre as escolhas de recolhimentos forcosos da rua, levantando a dicotomia entre a institucionalizacao e o direito a convivencia familiar, problematizando que o poder familiar intacto pode ser um dos fatores de entraves da acao estatal frente as criancas e aos adolescentes em situacao de rua. O alicerce deste estudo se fundamenta nas bases teorico-conceituais, em especial a abordagem proposta por Amartya Sen, norteando a investigacao sobre os limites para a liberdade que a situacao de rua provoca, alem do dialogo com a abordagem de Ulrick Beck, focando na categoria sociedade de risco. Centra-se na intervencao do Estado, no periodo de 2003-2016 (julho), sob dois angulos: o primeiro, na atuacao do Executivo, com plano de investigacao nas politicas publicas, apontando o sistema normativo que sustenta as tomadas de decisoes referentes ao fenomeno crianca e adolescente em situacao de rua, com a incumbencia de ordenar por dimensoes as linhas de acoes destinadas ao problema. No segundo, aborda a atuacao no ambito do Judiciario, esmiucando o papel dos agentes do sistema de justica de protecao da infancia e juventude em condicao de vulnerabilidade, tendo se deparado com limitacoes em jurisprudencias referentes as acoes individuais de recolhimentos de criancas e dos adolescentes em situacao de rua, que recaiam em tutela de institucionalizacao, chegando as cortes brasileiras. Faz-se uso de abordagem qualitativa, delimitando as categorias analiticas em: crianca e adolescente em situacao de rua, sociedade de risco, desenvolvimento humano e intervencao do Estado. Conclui-se pela configuracao de um novo modelo intervencionista, um “Estado Intervencionista nao Coercitivo – Modelo Proativo”, que prescreve para o papel do Estado: o redirecionamento do modelo assistencial; uma postura mediadora entre a familia e a sociedade; alem de compromisso e iniciativa em acoes de retirada da rua que respeitem a condicao de sujeitos capazes de operar no seu proprio destino. A investigacao transcende o olhar de criancas e adolescentes como sujeitos pertencentes ou empoderados por alguem.
  • FERNANDA SOARES BRAGA
  • Publicidade dirigida a criança: Análise Doutrinária e tendência jurisprudencial.
  • Data: 26/07/2017
  • Hora: 09:00
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  • As campanhas publicitarias tem utilizado de analise do comportamento infantil com vista a persuadir esse publico a aquisicao de seus produtos e a identificacao com sua marca. Alem da divulgacao de produtos e marcas, alguns valores sao propagados pela publicidade, muitas vezes incompativeis com a cidadania e a saude das criancas. O objetivo primacial desta dissertacao e buscar identificar os efeitos da publicidade sobre o publico- infantil. Com base nesse elemento, passa analisar a protecao conferida as criancas e adolescentes no ordenamento brasileiro, em especial, no ambito do direito do consumidor. Inicialmente procura-se delimitar o conceito, as classificacoes e os principios que regem a publicidade: a influencia negativa da midia no desenvolvimento da crianca e do adolescente foi comprovada por diversas pesquisas. A publicidade dirigida ao publico infanta- juvenil caracteriza como abusiva, ao desrespeitar sua condicao de sujeito de direitos. Como se sabe, as criancas ainda estao em fase de desenvolvimento fisico e psiquico. Portanto, nao possuem a mesma consciencia mental e compreensao que tem os adultos sobre a realidade. Em razao disso, nao estao em condicoes de enfrentar, com discernimento a pressao exercida pela publicidade no que se refere a questao do consumo. Busca - se, tambem, avaliar se as regras da legislacao atual tem - se mostrado eficazes na protecao a esse segmento da populacao. Essa analise foi feita a partir da apresentacao de um diagnostico estatistico sobre as medidas de controle da publicidade tomadas pelo orgao de autorregulacao. Realizou-se, por fim, uma analise empirica dos julgamentos levados a efeito pelo Poder Judiciario. Apos essa analise apresenta-se seu posicionamento quando se trata de publicidade envolvendo crianca no papel de consumidoras.
  • LUCAS CLEMENTE DE BRITO PEREIRA
  • PROPOSTAS DE APERFEIÇOAMENTO DO MODELO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS A PARTIR DO ESTUDO DE CASO DA GESTÃO PACTUADA NO HOSPITAL DE EMERGÊNCIA E TRAUMA SENADOR HUMBERTO LUCENA
  • Data: 20/06/2017
  • Hora: 16:00
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  • O cerne da investigação desenvolvida ao longo desta dissertação reside no estudo de caso da experiência – pioneira na Paraíba – de transferência da prestação dos serviços públicos de saúde para uma associação privada sem fins lucrativos (Cruz Vermelha Brasileira filial do Rio Grande do Sul – CVB/RS), qualificada como organização social (OS), no âmbito do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL), principal nosocômio do Estado, situado em João Pessoa, o qual labora com dotações orçamentárias anuais superiores a R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais). A partir da análise das informações veiculadas através de documentos oficiais (relatórios, pareceres e acórdãos) produzidos no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE/PB), pretende-se responder à indagação que sintetiza o problema a ser enfrentado nesta dissertação: a gestão pactuada no HETSHL atingiu os objetivos de conferir maior eficiência à prestação dos serviços de saúde e de fortalecer a participação popular na governança do Estado da Paraíba? Trabalha-se com a hipótese de que tais objetivos foram apenas parcialmente atingidos, ou seja, de que a gestão pactuada do HETSHL, embora tenha dado ensejo a ganhos de produtividade na prestação dos serviços transferidos, não foi acompanhada da redução dos custos, nem contribuiu para fortalecer a participação popular na governança pública do Estado da Paraíba, razão pela qual o instituto das organizações sociais comportaria sugestões de aperfeiçoamento, tanto através de reformulações legislativas, quanto mediante mudanças administrativas nos mecanismos de controle, a serem viabilizadas à luz da conformação constitucional que o Supremo Tribunal Federal (STF) conferiu à Lei Federal n° 9.637/98, por ocasião do julgamento da ADI n° 1.923/DF, e dos avanços veiculados no Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC). Ao longo desta dissertação, a abordagem do assunto será realizada, predominantemente, com amparo no método dedutivo, iniciando-se por matérias mais gerais (evolução histórica do Estado moderno, crise do Estado social, Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, Administração Consensual) até se chegar ao tema, delimitado e devidamente contextualizado, das propostas de aperfeiçoamento do modelo das organizações sociais a partir do estudo de caso da gestão pactuada no HETSHL. No que diz respeito às técnicas de pesquisa, priorizar-se-ão: a bibliográfica, a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e textos disponibilizados na rede mundial de computadores; e a documental, via consulta a instrumentos normativos e a decisões de órgãos jurisdicionais e administrativos.
  • LUIS CARLOS DOS SANTOS LIMA SOBRINHO
  • CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE SOB A ABORDAGEM DA TRANSJURIDICIDADE NO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 02/06/2017
  • Hora: 16:00
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  • O presente estudo de natureza aplicada, abordagem qualitativa, metodo dedutivo e enfoque exploratorio e descritivo se vale de procedimentos tecnicos como pesquisa bibliografica e documental e analise de conteudo para analisar o emprego do controle de convencionalidade no espaco interamericano segundo as ferramentas comuns ao fenomeno da interculturalidade juridica. Inicialmente, abrangem-se questoes como justiciabilidade e funcionalidade dos paradoxos, modelos de interacao e integracao normativa e consideracoes em torno do conceito de direitos humanos que pautam os sistemas geral e regionais de protecao e promocao. Compreendendo que a consolidacao desses regimes perpassa o cumprimento dos direitos e liberdades fundamentais enunciados, identificam-se problemas decorrentes da incompatibilidade entre normas de direito interno e internacional, o que compromete sobremaneira a efetividade de seus preceitos, evidenciando o ambito operacional do controle de convencionalidade e justificando sua assuncao. Sob a abordagem da transjuridicidade, parte-se da hipotese de que este recurso pode ser estrategicamente empreendido com o estabelecimento de novas formas de interacao entre Estados e organizacoes organizacionais, superando as limitacoes comuns aos modelos juspositivistas e funcionalistas e ampliando seu espectro de atuacao e os intercambios normativos resultantes por meio da compreensao de tecnicas e procedimentos mais adequados a realidade transnacional da protecao dos direitos humanos. Enquanto parametros de compatibilizacao que vinculam a atuacao de todos os agentes e orgaos de carater jurisdicional, o direito e a jurisprudencia convencional podem ver seus efeitos potencializados em um contexto de pluralidade e entrelacamento de ordens juridicas e de mundializacao dos processos cognitivos que envolve aspectos como transconstitucionalismo, governanca global, teoria de redes, dialogos entre juizes e Cortes, ativismo judicial, emprestimos judiciais e transplantes legais, dentre outros. Ao lado de renomadas obras cientificas nacionais e estrangeiras, interpretam-se as principais normas que compoem uma especie de corpo juridico ou direito comum interamericano, bem como os casos emblematicos julgados pela respectiva Corte regional no exercicio de sua competencia. Tendo como materias de fundo regime convencional e jurisdicao contenciosa, integracao normativa e efetivacao de direitos e liberdades fundamentais, legitimacao e exercicio do controle de convencionalidade, repercussao geral da jurisprudencia convencional e anticonvencionalidade, expansao 8 do direito convencional e interacao jurisdicional, constata-se uma serie de condenacoes impostas aos Estados-Parte do Sistema interamericano de Protecao dos Direitos Humanos como resultado da nao incorporacao desses preceitos por seus orgaos de administracao de justica. Com relacao ao Brasil, que pode ser novamente responsabilizado em virtude da existencia de casos pendentes de julgamento perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, tambem se verifica a insuficiencia material da atuacao de sua Suprema Corte, que comumente se limita a mencionar julgados estrangeiros esparsos e totalmente desconexos em relacao a tematica. Como medida de justica social e de mudanca de paradigmas teorico-praticos na esfera social e academica, conclui-se pela imprescindibilidade do exercicio do controle de convencionalidade sob a abordagem da transjuridicidade, em atencao aos primados de eficacia plena, aplicabilidade imediata, progressividade e prevalencia da norma mais favoravel a dignidade humana no espaco transnacional.
  • JULIANA SERRETTI DE CASTRO COLAÇO RIBEIRO
  • Fronteiras de guerra: um estudo etnográfico com as mulheres que fazem a travessia de drogas para presídios masculinos reclusas na penitenciária Júlia Maranhão
  • Data: 05/05/2017
  • Hora: 15:00
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  • O tráfico de substâncias entorpecentes segue sendo uma das condutas criminalizadas que mais encarcera indivíduos em toda a América Latina. Os dados por trás desta grande investida do sistema penal revelam – desde a idealização da política de Guerra às Drogas, exportada ao redor do mundo pelos Estados Unidos da América – características sintomáticas que remetem às condições de raça e de classe social dos sujeitos criminalizados. Neste contexto, é possível perceber, nas últimas décadas, um aumento significativo nas prisões de pessoas do sexo feminino em decorrência das diversas atividades relativas ao funcionamento do tráfico. Nada obstante, nota-se que algumas destas atividades são fundamentalmente exercidas por mulheres, ao passo em que diversas outras funções não são comumente ocupadas por estas. Considerando que, pela perspectiva qualitativa, a porcentagem relativa às mulheres presas por tráfico de drogas no Brasil é flagrantemente muito superior frente à dos homens, compreende-se que para além dos critérios raciais e classistas imbricados na configuração da gestão da política criminal de drogas, subjaz um critério de gênero. Tal critério não pode ser compreendido de maneira isolada, posto que está consubstancializado aos marcadores de raça e classe, inerentes à organização do próprio sistema penal – que produz e reproduz a sociedade. Diante das diversas funções tidas como “femininas” em relação à gama de possibilidades oferecidas pelo tráfico, o trabalho de mula de presídio masculino desponta como uma atividade quase que exclusivamente executadas por mulheres, evidenciando o quanto as fronteiras do corpo feminino podem ser utilizadas e apropriadas para o tráfico, bem como o quão distante o sistema punitivo está disposto a marchar e invadir, mesmo em se tratando de territórios bastante íntimos. Salienta-se, ainda, que os discursos criminológicos no Brasil, imbuídos do legado da lógica escravagista, se orientam de maneira a centralizar a figura da mulher negra como desmerecedora de respeito (ou de “humanidade”), e, consequentemente, localizam o seu corpo enquanto um território com status de “espaço público”. Destaca-se, também, que os critérios de segregação de pessoas encarceradas pelo sistema criminal se estabelece em termos sexistas, e não de gênero, e que, portanto, a pesquisa só pode alcançar pessoas biologicamente compreendidas enquanto “fêmeas”. Ainda assim, ao estabelecer contato com as mulheres “mulas” da Penitenciária Júlia Maranhão, detectou-se que todas as pessoas reclusas naquele ambiente em decorrência de tal atividade se identificavam como mulheres[-cis]. Problematiza-se, portanto, quais as contribuições oriundas da criminalização do exercício desta atividade para a formação panorama geral de hiperencarceramento de mulheres por tráfico de drogas, especialmente pela constatação de que transportar drogas em orifícios corporais para presídios masculinos é considerado um “trabalho de mulher”. Para além disso, questiona-se por que são presas estas mulheres, e como os critérios de raça e classe contribuem para este encarceramento, pontuando o quanto as fronteiras do tráfico e da correlativa “Guerra às Drogas” transbordam os limites discursivos rompendo fronteiras recônditas e viscerais, projetando-se sobre territórios particulares e localizando o seu campo de batalha também nos corpos das mulheres – sobretudo negras e pobres.
  • VINICIUS LEAO DE CASTRO
  • Decisão jurídica, discurso e comunicação: conexões entre direito e desenvolvimento
  • Orientador : JOSE ERNESTO PIMENTEL FILHO
  • Data: 05/05/2017
  • Hora: 09:00
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  • A pesquisa investigou as conexoes entre direito e desenvolvimento a partir de uma ideia sobre decisao juridica em perspectiva critica criativa construtiva para descrever qual o significado juridico atribuido ao desenvolvimento por meio do judicial behavior do Supremo Tribunal Federal. Para isto, foram analisados todos os acordaos resultantes de pesquisa livre no banco de dados daquele tribunal quando se inseriu a palavra “desenvolvimento”. O trabalho discutiu a decisao juridica enquanto objeto de estudo que recebeu evidencia na agenda de pesquisa brasileira para esclarecer em quais perspectivas teoricas e estudado. Apresentou a decisao juridica como discurso de verdade para conhecer aquilo que se transmite atraves das conexoes entre direito e desenvolvimento. Retratou a decisao juridica e a comunicacao entre direito e sociedade para intensificar a importancia de seus efeitos praticos. Crescimento Economico, Direito ao Desenvolvimento, Desenvolvimento Sustentavel e Desenvolvimento como Liberdade sao as concepcoes de desenvolvimento estudadas. A analise de conteudo com auxilio do MAXQDA Analytics Pro (Computer Assisted Qualitative Data Analysis packages) examinou 994 acordaos, coletados entre 14 e 28 de julho de 2016, arquivados por cloud computing, com digitalizacao aprimorada por Adobe Acrobat Pro DC, em tres etapas: construcao do banco de dados, densificacao semantica da palavra-chave (desenvolvimento) e classificacao dos extratos de textos. Os resultados foram apresentados quantitativamente ao descrever a frequencia de aparicao das categorias e qualitativamente ao avaliar os extratos de textos classificados. As conexoes entre direito e desenvolvimento discutem as proposicoes finais: (a) as concepcoes de desenvolvimento regulamentadas pela ONU influenciaram o significado juridico de desenvolvimento construido pelo Supremo Tribunal Federal; (b) a projecao que o Supremo Tribunal Federal alcancou e a crise de representatividade na politica contribuiram para a presenca mais frequente das concepcoes de direito ao desenvolvimento e desenvolvimento como liberdade nas decisoes desse tribunal; (c) a decisao juridica transmite verdades que contribuem com a manutencao do statu quo na sociedade atraves do direito. A preocupacao com o desenvolvimento no STF acompanhou os documentos da ONU. A frequencia mais acentuada das categorias, direito ao desenvolvimento e desenvolvimento como liberdade, foi provocada pela efetivacao de medidas publicas atraves de decisoes juridicas. As decisoes juridicas enquanto discursos de verdade reforcaram o statu quo sintentizando o significado juridico atribuido ao desenvolvimento pelo STF como crescimento economico com preocupacoes humanitarias. A contribuicao do trabalho consiste em um modelo de pesquisa com e sobre decisao juridica fundamentado na perspectiva critica criativa construtiva. Entendeu-se que se a decisao juridica adotasse o sentido de desenvolvimento como liberdade poderia provocar a criacao de oportunidades na sociedade e, por consequencia, contexto adequado para propor novos designs institucionais. Palavras-chaves: Decisao juridica. Discurso. Comunicacao. Desenvolvimento. Analise de Conteudo. MAXQDA
  • André Gomes de Sousa Alves
  • A ESTRUTURA REGULATÓRIA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA ENTRE A COOPERAÇÃO SOCIAL, O FUNCIONAMENTO DO MERCADO E A ORDEM POLÍTICA ESTATAL
  • Data: 26/04/2017
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese de doutorado tem o objetivo de investigar os arranjos institucionais decorrentes dos empreendimentos de economia solidaria que externalizam-se a partir das crises ciclicas que afetam o sistema capitalista nuclear. Em sede especifica, busca-se analisar as iniciativas solidarias resultantes das instabilidades que agudizam os processos de desigualdade e exclusao sociais, bem como descrever as dimensoes politica, cultural e economica que resultam desse fenomeno, a fim de permitir uma melhor compreensao do aspectos juridico-jurigenos que existem nesse ambiente. Dessa forma, utilizando-se do metodo de abordagem hipotetico-dedutivo, dos metodos de procedimento historico, funcionalista e estruturalista, e das tecnicas de pesquisa bibliografica e a documental, almeja-se, ao fim, explicar a imersao da economia solidaria no universo normativo, destacando os desenhos institucionais que ai se circunscrevem. Como resultado, compreende-se, entao, a economia solidaria como um fenomeno socioeconomico cuja complexidade normativa juridica e dependente da trajetoria em que foi gerado e, assim, relacionado com um pluralismo juridico que circunscreve-se em torno de dos lacos de sociabilidade cooperativa, do funcionamento do mercado e da ordem politica estatal.
  • DANIEL ARAÚJO VALENÇA
  • DISJUNTIVAS DO PROCESO DE CAMBIO: O AVANÇO DAS CLASSES SUBALTERNAS, AS CONTRADIÇÕES DO ESTADO PLURINACIONAL DA BOLÍVIA E O HORIZONTE DO SOCIALISMO COMUNITÁRIO
  • Data: 20/04/2017
  • Hora: 18:00
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  • A presente tese tem o intuito de analisar o processo político, econômico, cultural e jurídico vivenciado pela Bolívia nas últimas décadas, desde uma perspectiva totalizante e histórico-dialética. Para tanto, recorro ao método materialista históricodilaético e debruço-me da formação social boliviana, literaturas em âmbito da História, do Direito, da Economia e Ciência Política, bem como realizei entrevistas abertas a lideranças do Estado Plurinacional, movimentos sociais e intelectuais. Ademais, mesmo sem pretensão de um estudo de caráter etnográfico, vivenciei por quatro meses experiências e realidades do país andino, as quais possibilitaram outro olhar sobre a extensa bibliografia relativa à Bolívia neste século XXI. Dessa forma, para dar conta de tal objeto, esta tese está estruturada da seguinte maneira: em um primeiro momento, recupero a história do marxismo na América Latina, bem como delimito as principais categorias que subsidiam a presente tese, especialmente a historicidade, a dialética e a totalidade. Logo após, debruço-me sobre a formação social boliviana, que encontra suas raízes no Império Inca e na sociedade colonial, e perfaz um entrelaçamento particular entre classe e etnia naquele país andino. É a partir dela que se torna possível compreender as crises de Estado ocorridas durante o período republicano e as sublevações populares neste incipiente século XXI. Estas, com origem imediata na depreciação das condições de reprodução social devido aos mecanismos de acumulação por despossessão, representaram o encontro – na história – das diversas lutas das classes subalternas, que compreendem desde levantamentos indígenas nos séculos XVIII e XIX, a operários e camponeses no século XX. É o campesinato indígena que amplia demandas econômico-corporativas em ético-políticas e traduz as reivindicações populares para um projeto político autônomo das classes subalternas. À frente do governo, o bloco camponês-indígena-popular impôs mudanças na matriz econômica nacional concomitante à profusão de novas ideias-força e institucionalidade estatal, materializada na Constituição Política de Estado de 2009. A literatura jurídica, em geral, ressalta apenas a influência das cosmovisões indígenas em suas tipologias e conceitos. Uma análise da formação social boliviana, do processo político em curso e dos dispositivos constitucionais, contudo, revela a incidência dos horizontes nacional-popular e indígena-comunitário, com preponderância do primeiro, tendo em vista o sujeito político que lidera o denominado “Proceso de Cambio”. O Estado Plurinacional então fundado advém da alteração da correlação de forças entre as classes sociais bolivianas e, como tal, constitui-se em uma forma estatal em transição, seja para o aprofundamento do Proceso de Cambio em direção ao “Socialismo Comunitário”, seja para uma restauração conservadora.
  • RAFAELLA MAYANA ALVES ALMEIDA CARDINS
  • A ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL EM GARANTIA DE OBRIGAÇÕES EM GERAL E A PROTEÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA
  • Data: 11/04/2017
  • Hora: 17:00
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  • A alienação fiduciária de bem imóvel em garantia e o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) foram introduzidos no ordenamento jurídico brasileiro com a publicação da Lei n° 9.514/1997. Desde então se discute sobre a possibilidade de constituição da propriedade fiduciária de bem imóvel para a garantia de obrigações que não estejam vinculadas ao financiamento imobiliário. Discussões essas que aumentaram com a publicação da Lei n° 10.931/2004 – que, em seu artigo 51, arrolou a alienação fiduciária de bens imóveis juntamente com outros mecanismos de garantia de obrigações em geral – e que persistem até hoje. Considerando a possibilidade jurídica de utilização da alienação fiduciária como mecanismo de garantia de obrigações em geral, ou seja, que estejam dentro ou fora do âmbito do Sistema de Financiamento Imobiliário, passa-se a tratar acerca da posição do bem de família frente à alienação fiduciária de bem imóvel em garantia, com enfoque na situação do fiduciante que transfere, ao fiduciário, o seu único imóvel utilizado para a sua residência e de sua família. Diante disto, inicialmente, analisam-se os aspectos que caracterizam a alienação fiduciária de coisa imóvel em garantia; em seguida, verifica-se a alienação fiduciária de bem imóvel como mecanismo de garantia de obrigações vinculadas ao SFI e de obrigações em geral; e, ao final, são estudados os aspectos relacionados à proteção do bem de família diante da constituição da propriedade fiduciária. Para a realização da presente pesquisa de natureza qualitativa, utilizou-se o método de abordagem dedutivo e a técnica de pesquisa bibliográfica e documental. Conclui-se que o único imóvel utilizado permanentemente como residência de entidade familiar é alienável e, assim, o titular de sua propriedade pode aliená-lo fiduciariamente com a finalidade de garantir o cumprimento de obrigações relacionadas ao Sistema de Financiamento Imobiliário ou não. Caso se torne inadimplente, o devedor fiduciante não gozará da proteção concernente ao bem imóvel prevista na Lei n° 8.009/1990, por não mais ser titular da propriedade de um. Todavia, serão impenhoráveis os bens móveis que guarnecem o imóvel sobre o qual exerce a posse.
  • TAYSE RIBEIRO DE CASTRO PALITOT
  • TRABALHADORAS RURAIS, AGROECOLOGIA E RESISTÊNCIAS: COMO O DIREITO CONFORMA O CONFLITO SOCIOAMBIENTAL NA CHAPADA DO APODI/RN?
  • Data: 05/04/2017
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho possui como objeto de pesquisa a construcao das resistencias das trabalhadoras rurais ao agronegocio, atraves do trabalho de base agroecologica. O locus se situa na regiao Chapada do Apodi- Rio grande do Norte, aonde vem se instalando um modelo de agricultura com base no intensivo uso de agrotoxicos e a privatizacao das aguas, fruto do desenvolvimentos pensado para o meio rural pelo Estado. Esse contexto vem se configurando desde a historia de Apodi como um conflito socioambiental que, hoje se expressa atraves tanto das empresas do agronegocio ja instaladas na regiao, como da implantacao do Perimetro Irrigado Santa Cruz do Apodi. Nisto, penso como o direito conforma e normatiza o agronegocio, a agroecologia e a vida das trabalhadoras rurais. O referencial teorico-metodologico adotado e o materialista, historico e dialetico, tracado a partir da analise de conteudo de entrevistas semi-estruturadas com 17 trabalhadoras rurais, 16 moradoras de duas comunidades da Chapada do Apodi, e uma tambem moradora da Chapada, mas representando o sindicato das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais de Apodi (STTR)- algumas dessas mulheres sao referencias politicas e outras nao possuem insercao nas mobilizacoes sociais- as narrativas sobre suas vidas muito diversas se unem sob a lente da identidade com o territorio e de suas resistencias ao agronegocio. Os objetivos especificos sao: A) Evidenciar como o direito tem interferido historicamente no conflito socioambiental da Chapada do Apodi; B) Verificar como o agronegocio na Chapada do Apodi, prejudica a racionalidade das mulheres, a partir de como elas se referem sobre aquele; C) Mostrar quais sao as resistencias das trabalhadoras rurais e como elas se expressam; D) Identificar como o direito conforma o conflito na regiao e as resistencias. Genero, divisao sexual do trabalho, territorio, conflito socioambiental, agrotoxicos, resistencias e agroecologia sao categorias centrais para a busca do problema da pesquisa:“Como se conforma o conflito socioambiental na Chapada do Apodi na vida das trabalhadoras rurais e como elas resistem?”
  • SOPHIA ALENCAR ARARIPE LUNA
  • “A PORTA DA SENZALA ABRIU, NEGA”: RACISMO, DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA SINDICAL DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS
  • Data: 03/04/2017
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertação tem como intuito investigar como se dá a luta das trabalhadoras domésticas por direitos, no âmbito da militância sindical. Será central nessa análise a questão jurídica, que permeia as reivindicações das domésticas por direitos trabalhistas. Questionaremos a neutralidade por vezes emanada na prática do direito, atribuindo a este um caráter de classe e refletindo sobre as possibilidades de transformação que ele permite, a partir do próprio arcabouço legal que engloba o emprego doméstico. Os objetivos específicos do trabalho são, primeiramente, resgatar a herança escravocrata do emprego doméstico, compreendendo quais consequências o racismo que justificou a escravidão gerou nas condições de trabalho a que estão sujeitas as trabalhadoras domésticas. Observaremos que a categoria das domésticas é composta majoritariamente por mulheres negras, e que sofrem, portanto, com uma dominação que surge tanto do aspecto de gênero quanto racial. Compreendendo que as trabalhadoras domésticas estão inseridas no contexto da classe trabalhadora brasileira, veremos que as relações sociais de classe, de raça e de gênero se entrelaçam numa espécie de novelo, nomeado por Kergoat de consubstancialidade. Outro objetivo específico do trabalho é debruçar-se sobre a militância sindical dessas trabalhadoras, a partir da experiência local do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos de João Pessoa e Região (Sintrader). Descortinaremos a história do Sindicato. Examinaremos a história da organização, bem como suas principais reivindicações de direitos, atentando à rede de relações que o Sindicato desenvolve com outros grupos políticos, e considerando os limites impostos pelas condições materiais existentes. O texto dialoga constantemente com as narrativas das integrantes da Diretoria do Sindicato, sujeitas da pesquisa de campo realizada nos anos de 2015 e 2016. O material coletado origina-se principalmente das entrevistas realizadas neste período, conduzidas pela metodologia quanti-qualitativa. O método de análise optado foi o materialista-dialético, e reflete-se nas escolhas do marco teórico da pesquisa, de orientação marxista. Assim, as/os teóricas/os eleitas/os para as discussões de todos os objetivos deste trabalho estão inseridos de alguma forma na teoria crítica marxista. De maneira geral, a conclusão da pesquisa remete aos fatores que geram o quadro de desigualdade histórica vivenciado pela categoria das trabalhadoras domésticas, em termos de direitos trabalhistas. Esses fatores estão relacionados à própria natureza do direito, inseparável do modo de produção capitalista; à questão de gênero, que explica a divisão sexual do trabalho em que está inserido o trabalho doméstico enquanto trabalho reprodutivo; e por fim, à questão racial, que desde a escravidão perpetua um ciclo de exclusão da população negra no Brasil.
  • SERGIO PESSOA FERRO
  • “GAROTOS AFEMINADOS”, “MENINAS MACHÕES”: raça, gênero e sexualidade no conselho tutelar de Juazeiro/BA
  • Data: 31/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • Esse trabalho e uma escrita coletiva, compartilhada pelo momento historico em que vivemos. A autoria individual e uma ilusao, escrevemos em parceria com o tempo. Iroko, como nos ensinam os candombles, orixa da passagem do tempo, da perenidade. Nao que uma pesquisa tenha forca de mudar as realidades, essa pretensao se faz na luta. Essa escrita pretende enegrecer e purpurinar o pensamento juridico, problematizar a abordagem dos direitos humanos numa perspectiva localizada na raca, no genero e na sexualidade. Quando o mesmo discurso fundamentalista prega odio a pessoas sexo-genero dissidentes e promove a reducao da maioridade penal, a intersecao politica torna-se teorica. Assim, essa pesquisa estuda a agencia do Conselho Tutelar em casos que abordem o tema da diversidade sexual/de genero na cidade de Juazeiro, situada no Vale do Sao Francisco, sertao da Bahia. A historia sociojuridica de criancas e adolescentes pretos(as), indigenas e mesticos(as) foi marcada por institutos disciplinares, discursos higienistas e a politica do bem-estar do menor da ditadura militar, constituindo um dispositivo de controle social sobre os corpos sobretudo das juventudes negras perifericas no periodo pos-abolicao formal da escravidao. A pergunta que fazemos e: em que medida o conselho tutelar regula a producao do genero e da sexualidade de criancas e adolescentes sujeitos(as) a sua protecao integral? A doutrina da protecao integral seria uma metafora juridica para o controle biopolitico das juventudes negras e suas familias? A afrocentricidade nos oferece a orientacao metodologica da pesquisa, propondo a centralizacao dos problemas tendo em vista a experiencia historica dos(as) africanos(as) diasporicos(as) no Brasil e a libertacao de seus(as) descendentes. De base qualitativa, o estudo faz uso dos metodos de analise de documentos, etnografia e revisao bibliografica. O acervo documental diz respeito a um conjunto de reportagens publicadas em jornais locais na decada de 1980, quando se discutia a reforma da assistencia a criancas e adolescentes, e tres dossies da rede de protecao integral, sendo dois do conselho tutelar e um do centro especializado de assistencia social, nos quais figuram pessoas identificadas como sexo-genero dissidentes.
  • VINICIUS SALOMÃO DE AQUINO
  • REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE SOB A PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
  • Data: 31/03/2017
  • Hora: 08:00
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  • Este estudo discute a regularizacao fundiaria em Areas de Preservacao Permanente como politica publica para desenvolvimento sustentavel das cidades em relacao aos conflitos fundiarios nesses locais ambientalmente sensiveis. O crescimento urbano desordenado e a segregacao socioespacial do solo urbano forcam milhares de pessoas a edificar suas moradias em Areas de Preservacao Permanente, por isso, alem dos danos ambientais, essas areas excluidas do mercado formal carecem de infraestrutura urbana basica e nao oferecem seguranca fisica ou juridica aos moradores. Desse modo, indaga-se: E possivel compatibilizar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o direito a moradia atraves da regularizacao fundiaria? O estudo teve como objetivo geral apurar a validade da regularizacao fundiaria urbana em Areas de Preservacao Permanente para enfrentar, simultaneamente, a crise habitacional e ambiental dos centros urbanos, a partir de reflexoes sobre a sustentabilidade socioambiental. Entre os objetivos especificos, constaram a compreensao do conteudo do direito a cidade e do direito a moradia. A legislacao nacional tambem foi investigada em busca de normas que possam ajudar a solucionar o problema exposto, em especial o Codigo Florestal e o novo marco regulatorio da regularizacao fundiaria no Brasil. O metodo de abordagem adotado foi o dedutivo, partindo-se do estudo das bases do Estado Socioambiental de Direito e das normas urbanisticas e ambientais para examinar a regularizacao fundiaria em Areas de Preservacao Permanente. Quanto aos metodos de pesquisa, foram utilizados a pesquisa bibliografica, elaborada a partir de materiais ja publicados, constituidos principalmente de livros e artigos de periodicos, alem de materiais sobre experiencias de aplicacao da regularizacao fundiaria. Ao final, concluiu-se que e possivel, especialmente nos casos de regularizacao fundiaria de interesse social, constatada viabilidade e necessidade da preservacao da moradia, flexibilizar as normas de protecao ambiental e proceder ao processo de regularizacao.
  • MARIA LUIZA CAXIAS ALBANO
  • DIREITOS HUMANOS SEM FUNDAMENTOS? UMA ABORDAGEM RETÓRICA DOS DISCURSOS DE (DES)LEGITIMAÇÃO NO (PÓS)MODERNO
  • Data: 30/03/2017
  • Hora: 10:00
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  • Direitos humanos têm sido um tema amplamente debatido na contemporaneidade, e por isso, tornou-se uma trama complexa para análise. Nesse sentido, o presente trabalho é dedicado à abordagem dos pressupostos filosóficos dos direitos humanos tendo por base os processos de (des)legitimação no pós-moderno. Há, portanto, a necessidade de uma revisão nos fundamentos epistemológicos que legitimaram o moderno, e, portanto, formataram a concepção moderna dos direitos humanos. Desde a revisão de algumas dimensões da modernidade, que inclui o movimento de legitimação desse paradigma, até os movimentos de deslegitimação no pós-moderno, destaco formas de rever a abordagem a respeito dos discursos de direitos humanos a partir da utilização metodológica e retórica dos jogos de linguagem. Teço, portanto, uma rede de discursos a respeito não só dos direitos humanos como também daqueles discursos que tangenciam, porém (ainda) não assimilados pelas bases epistemológicas clássicas dos direitos humanos, além de reconsiderações a respeito dos modelos (im)possíveis de direitos humanos.
  • TAMISA RUBIA SANTOS DO NASCIMENTO SILVA
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO PARADIGMA?
  • Data: 30/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • Tomando a teoria sobre os paradigmas de Thomas Kuhn como marco teórico inicial, adaptada, porém, ao âmbito das ciências humanas e sociais, perquirimos no presente trabalho se é possível conceber a proposta da Justiça Restaurativa como um paradigma, mesmo diante da multiplicidade de posicionamentos teóricos a respeito de suas características e objetivos. À luz das considerações de Thomas Kuhn, em “A Estrutura das Revoluções Científicas” (1962), os paradigmas são modelos/exemplares que guiam a atividade da “ciência normal”, tendo em vista estabelecerem parâmetros que permitirão à comunidade científica explicar determinado fenômeno da realidade, sendo necessário, para a sua validação, que estes parâmetros basilares sejam aceitos em relativo consenso pela comunidade científica. Partindo dessa construção, buscamos afirmar que a proposta de Justiça Restaurativa deve ser compreendida como um paradigma científico, mesmo diante da multiplicidade de construções a seu respeito porque observa-se, nessa multiplicidade de olhares, determinados fundamentos teóricos basilares consensuais (o que denominamos de núcleo duro) que permitem o estabelecimento pela comunidade científica de um novo olhar sobre a forma como devemos compreender e responder aos conflitos criminais. As divergências teóricas são/serão responsáveis por promover a variedade de teorias abrigadas pelo paradigma; a medida em que o paradigma alcance a fase de maturidade essas tenderão a diminuir, produzindo maiores consensos. A partir desse novo paradigma seria possível a construção de novas ideias e práticas para o tratamento desses conflitos. Para a confirmação dessa afirmação partiremos de uma abordagem qualitativa, com o emprego do método dedutivo e aplicação da técnica de pesquisa bibliográfica, com a consulta a livros, artigos e periódicos.
  • ANTONIO ALBUQUERQUE TOSCANO FILHO
  • GARANTIA DO CASAMENTO ÀS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN NO BRASIL À LUZ DA CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DA ONU
  • Data: 28/03/2017
  • Hora: 13:30
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  • O presente estudo, de natureza aplicada, metodo qualitativo e enfoque dedutivo e sistematico, se vale de levantamento bibliografico e documental e de analise de conteudo a fim de discutir o direito fundamental de a pessoa com Sindrome de Down constituir entidade familiar atraves do casamento, tendo como instrumento de sua efetivacao o Relativismo Cultural, alem de esclarecer quais os fatores socio-juridicos que as impedem de realizar o afeto e a felicidade por meio do casamento e formacao de entidade familiar. A Convencao sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia consagra direitos inerentes ao casamento e a constituicao de familia. Por isso, ante a necessidade de realizacao das normas de direitos humanos quanto a pessoa com Sindrome de Down em todos os aspectos relativos a casamento, familia, e relacionamentos socioafetivos, em igualdade de condicoes com as demais pessoas, buscou-se verificar se o Estado Brasileiro vem adotando disposicoes de direito interno e medidas efetivas de qualquer natureza que assegurem o exercicio dos direitos e liberdades constantes na citada Convencao. A historia e prova do longo tempo que as experiencias de exclusao marcam a vida do grupo social constituido pelas pessoas com deficiencia intelectual, o qual permanece em uma situacao de desvantagem social intensa. O argumento central deste estudo e o de que a afirmacao de direitos historicamente conspurcados nao e suficiente para sua efetivacao. Busca-se, por conseguinte, evidenciar a visao abstrata e meramente formal da universalidade dos direitos humanos e o descaso e desrespeito por parte do Estado brasileiro e demais motivos determinantes para a inefetividade da Convencao sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia, com vistas ao combate a discriminacao e promover a efetivacao do pleno exercicio da cidadania das pessoas com Sindrome de Down, para que possam se casar e estabelecerem familia.
  • MARIA ANGELICA ALBUQUERQUE MOURA DE OLIVEIRA
  • A ESPECIFICIDADE DA FORMA JURÍDICA COMO RELAÇÃO OU NORMA: A TEORIA JURÍDICA MATERIALISTA DE PACHUKANIS E SUA CRÍTICA AO NORMATIVISMO DE KELSEN
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 17:00
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  • A questao da especificidade do fenomeno juridico e um lugar persistente nos debates jusfilosoficos. Pachukanis, em sua teoria materialista do direito, logrou encontra-la na arena das relacoes sociais, considerando o direito como relacao social especifica vinculada a sociabilidade capitalista: a relacao de troca mercantil sendo aquela relacao que se expressa, especificamente, sob a forma juridica. Assim, em uma sociedade que se apresenta como um cadeia de relacoes juridicas, o sujeito de direito figura como elemento fundamental, sendo uma mediacao imprescindivel para a apreensao do direito como totalidade concreta. Em Kelsen ha a primazia da norma como elemento capaz de dotar de juridicidade uma relacao, na medida em que este concebe o direito como ordenamento coercitivo externo, residindo ai a sua especificidade. Com uma ciencia do direito que despreza as determinacoes historicas do seu objeto, Kelsen – o mais notavel entre os filosofos do direito neokantianos – chegou a completa cisao entre ser e dever-ser, apartando normatividade e realidade, e assim direito e vida social. Na medida em que a teoria pura do direito kelseniana representa a mais acabada expressao teorica do direito moderno autonomizado e apreendido a partir do seu movimento superficial, o dialogo com a critica marxista do direito de Pachukanis se mostra um campo proficuo de reflexoes acerca da complexidade e das contradicoes do fenomeno juridico. Nesta dissertacao, pretende-se a retomada da contribuicao teorica de Pachukanis guiada pela critica deste ao pensamento juridico de Kelsen. Isto sera feito, sobretudo, a partir da obra principal de cada autor: Teoria geral do direito e marxismo, de 1924; e Teoria pura do direito, em sua segunda edicao alema, de 1960. As criticas reciprocamente direcionadas entre Kelsen e Pachukanis, atinentes ao cerne de suas teorias, tambem constituirao uma fonte primaria desta pesquisa.
  • RODRIGO CLEMENTE DE BRITO PEREIRA
  • A FIXAÇÃO DO MARCO TEMPORAL DE OCUPAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS NO BRASIL À LUZ DO PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 16:00
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  • No Caso Raposa Serra do Sol, o STF fixou a tese de que somente sao reconhecidos aos indios os direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupam, se tal ocupacao pudesse ser constatada na data da promulgacao da Constituicao de 1988. Nesta dissertacao, objetivamos verificar se a fixacao desse marco temporal unico para a identificacao e demarcacao de terras indigenas resiste a um teste de aplicacao do principio da primazia da norma mais favoravel, que e previsto em diversos tratados de direitos humanos, pode ser extraido do principio constitucional da prevalencia dos direitos humanos e e aplicado na jurisprudencia internacional e na interna, estabelecendo que o aplicador do direito deve, diante da pluralidade de diplomas normativos e interpretacoes sobre os mesmos, buscar a solucao que estabeleca o maior grau de protecao do ser humano no caso concreto, proibindo, consequentemente, que um standard de protecao ja alcancado no plano interno ou internacional diminua. A analise do problema parte da premissa de que a identificacao da norma mais favoravel e um processo de concretizacao normativa que, em regra, deve se valer do principio da proporcionalidade e ter como vetores o entendimento dos interpretes internacionais, a funcao contramajoritaria dos direitos humanos e os principios da maxima efetividade e da proibicao do retrocesso. Nesse sentido, examinaremos a questao em tela sob cada um desses enfoques, explorando, principalmente, a jurisprudencia da Corte Interamericana de Direitos Humanos, a partir dos precedentes em que aplicou o principio pro persona e em que enfrentou a tematica das terras indigenas. Finalmente, avaliaremos quais as implicacoes que a aplicacao do principio da primazia da norma mais favoravel tem na interacao entre o Direito interno e o DIDH, a fim de demonstrar que, se a fixacao de um marco temporal especifico para a caracterizacao das terras indigenas nao resiste a um teste de aplicacao do referido principio, torna-se possivel e necessaria uma mutacao constitucional quanto ao tema.
  • LORENA CORDEIRO DE OLIVEIRA
  • O PODER JUDICIÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE E A LUTA PELA TERRA: Um estudo a partir das ações possessórias em face de ocupações do MST nos municípios de Touros e São Gonçalo do Amarante
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho analisa a maneira como o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte atua nas ações possessórias, com efeito, como compreende a luta pela terra. Para tanto, debruça-se, a partir dos aportes da Sociologia, da Ciência Política e do Direito, sobre dois casos significativos de reintegração de posse envolvendo o Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), um ocorrido em São Gonçalo do Amarante e outro no município de Touros. Da análise de conteúdo dos documentos constantes das ações judiciais, são apresentadas as características gerais dos procedimentos, seus elementos marcantes e a maneira como estão dispostos na praxe adotada pelo judiciário. Tratam-se circunstâncias que permitem ultrapassar os procedimentos propriamente ditos para caracterizar o modo hegemônico como a relação investigada possa se estabelecer. Quanto ao resultado das análises dos documentos em estudo, a característica que parece sobressair é de que se trata de uma simulação para expressar uma compreensão já estabelecida quanto a três temas: a propriedade, a luta pela terra e o MST. Verifica que nos procedimentos se projeta uma disputa da narrativa e expõe seus elementos a fim de entender o seu funcionamento, sobretudo quanto ao papel das autoras proprietárias, do MST, do juiz ou juíza e do promotor ou promotora e como este se materializa nas estratégias adotadas e na discussão em torno da questão da terra. Compreende que o judiciário potiguar atua como mantenedor da ordem privada na medida em que indica agir orientado para a defesa da propriedade privada enquanto fundamento do direito hegemônico e para a defesa dos interesses privados consoante a lógica patrimonialista enraizada no Estado brasileiro.
  • ITALO WESLEY PAZ DE OLIVEIRA LIMA
  • O PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS URBANOS NA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ESPAÇO URBANO.
  • Data: 24/03/2017
  • Hora: 08:30
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  • A presente dissertacao centra no estudo do instrumento economico de politica ambiental denominado pagamento por servicos ambientais urbanos para os agentes sociais que contribuem para a melhoria da qualidade do meio ambiente urbano como um instrumento fundamental de promocao do desenvolvimento sustentavel do espaco urbano. Dentre os agentes sociais escolhidos, este trabalho se debruca pela figura do catador, cuja atividade de catacao de residuos presta um importante servico para a coletividade retirando residuos das ruas e realizando a sua triagem e o seu aproveitamento economico por meio da reciclagem. Em virtude desse servico prestado, e justo que a sociedade, por meio do pagamento por servicos ambientais urbanos remunere e incentive essas condutas. Essa pesquisa tem por objetivo demonstrar o pagamento por servicos ambientais urbanos, baseado na funcao promocional do Direito, e um importante instrumento para promover o desenvolvimento sustentavel no espaco urbano e concretizar a Politica Nacional de Residuos Solidos. O pagamento por servicos ambientais urbanos aos catadores encontra inumeras justificativas. Na seara economica este se justifica pela economia de materias primas virgens e energia decorrentes do incentivo a reciclagem, da economia em aterros sanitarios e na prevencao de desastres. As vantagens sociais consistem na inclusao dos catadores, mediante a complementacao de sua renda, no reconhecimento do trabalho destes pela sociedade e no incentivo a associacoes e cooperativas de catadores. E na seara ambiental, eliminando as externalidades decorrentes da gestao inadequada dos residuos. Por meio de pesquisa bibliografica e documental nas areas de Direito Ambiental, Direito Urbanistico e Economia, este pesquisa demonstrou que o pagamento por servicos ambientais consiste em um instrumento essencial para concretizar a Politica Nacional de Residuos Solidos, alem de viabilizar as tres dimensoes do desenvolvimento sustentavel no espaco urbano.
  • MARANA SOTÉRO DE SOUSA
  • OS PROGRAMAS DE ESTÍMULO À AGRICULTURA FAMILIAR E O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA.
  • Data: 22/03/2017
  • Hora: 15:00
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  • O setor rural brasileiro fora sempre demarcado por fortes discrepâncias, havendo predominantemente o poderio dos grandes latifundiários, com vastas porções de terras, e os pequenos produtores, parcela responsável pela grande produção agrícola brasileira, mas que, contraditoriamente, ocupam e possuem pequenas extensões para desenvolver seu plantio. A agricultura familiar surge em meio às reivindicações dos trabalhadores e sindicatos rurais que lutaram para que esse tipo de agricultura fosse reconhecida, o que ocorreu com a instituição da Lei nº 11.326/2006, também conhecida como Lei da Agricultura Familiar, que igualmente estabeleceu as diretrizes para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), tida como a maior política pública de crédito voltada especialmente para esta atividade agrícola. A partir do Pronaf, o poder público brasileiro percebeu a relevância da agricultura familiar para o desenvolvimento econômico não só do setor rural brasileiro, mas também para o abastecimento do mercado interno do país. Nesse contexto, surgem as denominadas políticas públicas de estímulo para a agricultura familiar, que abrangem as políticas de fomento, protagonizadas neste trabalho pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e as políticas de crédito, representadas pelo Pronaf. Ainda nesse cenário, emerge a preocupação com a fome, a pobreza e a miséria no país, embora a Constituição Federal de 1988 declare o direito à alimentação adequada como um direito humano fundamental, tendo em vista sua essencialidade para uma vida digna. A partir disso, verifica-se a íntima relação entre as políticas de estímulo à agricultura familiar e o direito humano fundamental à alimentação adequada, na medida em que tais políticas não apenas contribuem para garantir a alimentação adequada, posto serem as principais responsáveis por abastecer o mercado interno brasileiro com alimentos, assegurando a alimentação em qualidade e quantidades suficientes, mas também promovem o fomento da própria atividade agrícola familiar, incrementando e estimulando o desenvolvimento de sua produção, e, consequentemente, contribuindo para o desenvolvimento do próprio setor rural brasileiro. Entretanto, são políticas que necessitam de fiscalização e incentivos constantes para que fomentem de maneira satisfatória a própria agricultura familiar e assegurem o direito humano à alimentação adequada.
  • VERUSKA SANTANA SOUSA DE SÁ
  • SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL: ANÁLISE CONTEMPORÂNEA DA CARACTERIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE EMPREGO
  • Data: 22/03/2017
  • Hora: 09:30
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  • A subordinacao, definida, em sua matriz classica, como o estado de sujeicao direta do empregado as ordens do empregador, consolidou-se, ao longo do seculo XX, em relevante parte do Ocidente, como o principal elemento caracterizador do vinculo de emprego, capaz de distinguir, com maior precisao, a referida relacao das demais relacoes de trabalho. A partir da decada de 1990, iniciou-se um processo de alteracoes na estrutura produtiva das empresas – com destaque para a descentralizacao das unidades produtivas e novas estrategias de gestao fundadas em modelos horizontais e organizacao –, aprofundado pelo implemento de novas ferramentas tecnologicas de trabalho, que viabilizaram novas formas de comunicacao, de trocas de informacoes e dados entre o trabalhador e o tomador de seus servicos, alem de modificar a propria forma de manifestacao do poder diretivo do empregador, que ja nao demanda, necessariamente, a presenca fisica do empregado na empresa, levando ao rompimento do modelo tradicional de relacao de emprego, em uma tendencia crescente, embora nao de forma generalizada, eis que, no Brasil e em paises de desenvolvimento um tanto tardio, essa ruptura, ainda, nao ocorreu de modo predominante e em larga escala, assim como tambem nao se implantou, em percentual muito alto, o modelo toyotista, que e a melhor expressao do novo modelo de gestao da producao. Dessa forma, tambem o conceito de subordinacao, em sua acepcao tradicional, parece ser hoje inapropriada, abrindo espaco para a ausencia de protecao do trabalhador em determinadas situacoes. O presente trabalho propoe a abordagem da configuracao da relacao de emprego com enfoque no requisito da subordinacao com vistas a demonstrar a necessidade de ampliacao de sua definicao tradicional, por um modelo menos subjetivista e mais voltado para a integracao do trabalhador na empresa, a partir da analise de suas atividades. Neste proposito, estabelece-se o seguinte problema: no atual quadro de reorganizacao produtiva das empresas, quais modificacoes devem ser promovidas na definicao de subordinacao para melhor conformacao dessa figura juridica as novas formas de prestacao de servicos e a inclusao social do trabalhador? A dissertacao sera juridico-propositiva com utilizacao do metodo hipotetico-dedutivo. A tecnica de pesquisa sera bibliografica e documental, com consulta de livros, revistas especializadas e documentos normativos, nomeadamente, a Constituicao Federal e a Consolidacao das Leis do Trabalho.
  • BRUNA STEFANNI SOARES DE ARAUJO
  • CRIMINOLOGIA, FEMINISMO E RAÇA: GUERRA ÀS DROGAS E O SUPERENCARCERAMENTO DE MULHERES LATINO-AMERICANAS
  • Data: 17/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação se dedica a compreender o crescente fenômeno de criminalização de mulheres latino- americanas por delitos relacionados a drogas e a necessidade de uma revisão das bases epistemológicas da Criminologia feminista, campo do conhecimento que se tem colocado como protagonista dos estudos nesse assunto. A partir da análise da construção da Criminologia Moderna através dos seus referenciais epistêmicos criados sob uma ótica eurocêntrica, destacamos as críticas advindas de uma perspectiva marginalizada e que busca romper com a hegemonia ideológica das fontes de conhecimento exclusivamente europeias e norte-americanas, principalmente no que tange à análise dos processos de criminalização que ocorrem em sede de América Latina. Aliados à Criminologia Crítica e Criminologia Feminista recepcionamos conceitos fundamentais trazidos pelos Estudos Decoloniais, como a “Colonialidad del Poder” e a “Colonialidad del Gênero” para traçarmos um percurso teórico mais nítido e que fundamente as críticas epistemológicas feitas durante o trabalho. Nesse sentido, analisamos a Política Criminal de Drogas instaurada a nível latino- americano e brasileiro, a relação do racismo com a criminalização das populações exploradas pelos processos de exploração colonial, e a situação das mulheres latino- americanas encarceradas pelo crime de tráfico de drogas, numa abordagem de gênero, raça e classe que traz em seu bojo a necessidade de recepcionarmos os feminismos negros, latino- americanos e contrahegemônicos na Criminologia Feminista para que a análise realizada do encarceramento de mulheres na América Latina abarque elementos de sua própria realidade, rompa com a dominação do conhecimento eurocentrado e tenha potencial de emancipação concreta.
  • PEDRO HENRIQUE SOUSA DE ATAIDE
  • Regimes minerários: instrumento (in)efetivo de controle das atividades econômicas de mineração
  • Data: 13/03/2017
  • Hora: 17:00
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  • A mineracao e caracterizada pela essencialidade do recurso produzido. Como os minerios constituem bens publicos federais, os trabalhos de pesquisa e lavra dependem de anuencia da Uniao. E nesse contexto que os regimes de aproveitamento das substancias minerais ganham destaque, pois representam o unico processo em que o Poder Publico pode consentir a realizacao da atividade mineraria. Foram analisados os regimes de autorizacao, concessao, licenciamento mineral, permissao de lavra garimpeira, registro de extracao e os regimes do projeto de novo marco regulatorio da mineracao. Em virtude das peculiaridades do setor, e importante que a regulacao promova nao apenas o fomento da atividade, mas tambem o uso racional dos recursos minerais e a seguranca juridica na relacao entre o Poder Concedente e o particular. Em vista desses valores, a presente pesquisa busca verificar se os regimes minerarios representam instrumento efetivo de controle das atividades economicas de mineracao. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliografica e documental, com vertente qualitativa e metodo de abordagem dedutivo. Constatou-se que os regimes minerarios sao mecanismos de relativa efetividade no controle da mineracao, pois muitos atos nao seguem o regime juridico de direito publico, a exemplo da sigilosidade dos procedimentos e da outorga excessiva de Guias de Utilizacao.
  • ANA ISABELLA BEZERRA LAU
  • DUMPING SOCIOAMBIENTAL NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO: A ANÁLISE DO BARICENTRO DO TRIÂNGULO EQUILÁTERO DO DESENVOLVIMENTO
  • Data: 10/03/2017
  • Hora: 10:00
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  • Partindo-se de uma concepção de desenvolvimento fundamentada em três pilares (social, ambiental e econômico), o trabalho pretende demonstrar, através do método hipotético dedutivo, que não há como desvencilhar a OMC de determinadas controvérsias que envolvam direitos socioambientais sob a alegação de que ela é um órgão exclusivamente comercial. A prática do dumping, por exemplo, para que seja perpetuada, pressupõe a redução dos custos de produção, o que se dá, na maioria das vezes, pela via da afronta a direitos sociais e ambientais. No primeiro capítulo, ao construir o conceito de dumping socioambiental como prática comercial punível no âmbito do órgão de solução de contenciosos da OMC, algumas dificuldades são reveladas. Por um lado, a de delinear o papel da Organização frente a questões socioambientais e, por outro, a de reconhecer a existência de protecionismo disfarçado de discurso humanitário, o que é visível nas tentativas de imposições de cláusulas sociais bem como de barreiras comerciais com fins aparentemente ambientais. Isso será demonstrado no segundo capítulo, pela análise de contenciosos levados ao Órgão de Solução de Controvérsias da instituição. Contudo, apesar de todas as dificuldades, é imperioso reconhecer que, ao ser posta como objetivo da OMC, a promoção do desenvolvimento (e não apenas do crescimento econômico, diferenciação feita no terceiro capítulo) deve ser privilegiada pelo Órgão. Diante disso, utiliza-se a transjuridicidade (externa) para analisar o desenvolvimento através da perspectiva do triângulo equilátero, verificando de que forma poderia ser atribuída à OMC a posição do baricentro, centro de simetria que supostamente representaria o equilíbrio entre as relações econômicas, sociais e ambientais. Nesse cenário, e diante da multiplicidade de atores que figuram no comércio internacional, no último capítulo recorre-se ao pluralismo jurídico (transjuridicidade interna), por meio do diálogo das fontes e da cooperação entre esses atores, inserindo-os nos contenciosos pela via do instituto do amicus curiae. A finalidade é de delinear, através desse mecanismo, uma efetiva atuação da OMC no julgamento de casos complexos, como os de dumping socioambiental, e, com isso, manter viva a esperança de promoção do desenvolvimento sustentável.
  • HELENA CRISTINA AGUIAR DE PAULA VILELA
  • O acesso direto da pessoa humana à Corte Interamericana de Direitos Humanos
  • Data: 10/02/2017
  • Hora: 16:00
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  • O acesso direto (jus standi) do ser humano às instâncias judiciais internacionais representa a consolidação do seu status como sujeito do direito internacional, titular de direitos e capacidade de exercê-los. Nessa perspectiva, a atual ausência do acesso direto à CorteIDH desconsidera a qualidade de sujeito de direito internacional do ser humano, comprometendo a efetividade do tribunal. Diante disso, o objetivo da pesquisa consiste em demonstrar a viabilidade do acesso direto do ser humano à CorteIDH, como forma de lhe atribuir efetividade. Inicialmente, verificou-se que a definição de sujeito de direito internacional, a partir da construção doutrinária e dos precedentes judiciais, atesta que o ser humano se insere no rol desses sujeitos. Após, a análise comparativa entre os sistemas interamericano e europeu demonstrou a inicial semelhança procedimental e a atual distinção entre ambos os sistemas, sobretudo no que diz respeito ao acesso do ser humano ao seu tribunal e à respectiva efetividade. Por fim, o pleito pelo acesso direto da pessoa humana à CorteIDH, pesquisado na sua jurisprudência, esteve presente quase isoladamente nos votos do então juiz Cançado Trindade. Para Cançado Trindade (2002), marco teórico da pesquisa, o acesso direto à CorteIDH representa o resgate do ser humano como sujeito de direito internacional e passo necessário para a efetividade da referida Corte. Quanto à metodologia, foi utilizada a abordagem do método hipotético-dedutivo. Além disso, o procedimento comparativo permeou o estudo dos sistemas interamericano e europeu, e o hermenêutico examinou a posição da própria CorteIDH sobre o tema da pesquisa. A técnica da pesquisa documental proporcionou a análise de fontes e dados estatísticos fornecidos pelos órgãos oficiais, bem como o estudo da vertente bibliográfica, apoiada em autores como Trindade, Carrillo Salcedo, Pastor Ridruejo, Álvarez, Ramos, dentre outros. Por meio dessa pesquisa, conclui-se que, o cenário político na Europa que propiciou a reforma que incluiu o acesso direto à CorteEDH diverge das condições que a CorteIDH apresenta nesse momento. Os órgãos do SIDH enfrentam problemas financeiros que sinalizam a incapacidade de implantar medidas que impliquem no aumento de gastos e, ainda, lidam com a ausência de adesão integral à CADH pelos Estados da OEA. Portanto, a concretização da proposta de reforma à CADH deverá atender às peculiaridades do SIDH. Nessa medida, a CIDH não deverá ser extinta, mas sim assumir seu papel de supervisão dos casos em trâmite na CorteIDH, cabendo a esta a análise das comunicações individuais relacionadas a Estados que reconheceram sua jurisdição.
  • MOISÉS SARAIVA DE LUNA
  • O EXTERMÍNIO NA HISTÓRIA DO REGIME POLÍTICO BRASILEIRO (1964-2014): Uma leitura biopolítica a partir de Giorgio Agamben
  • Data: 10/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • Nesta dissertação, nosso objeto de pesquisa está centrado numa leitura biopolítica da histórica brasileira, a partir dos aportes de Giorgio Agamben, sob a forma de extermínio, especialmente consolidado após o último regime militar brasileiro de 1964 naquilo em que permanece no regime democrático atual, em 2014. A nossa pergunta-problema pode ser assim formulada: Há de se falar de uma continuidade das políticas autoritárias do Brasil, passados tantos anos da ditadura, em relação a aqueles excluídos pelo sistema, aqueles que são vida matável impunemente, através do extermínio como paradigma de governo contemporâneo? Desta forma, partimos da hipótese que o regime militar brasileiro, encerrado em 1985, tendo por base teórica a Doutrina de Segurança Nacional e da histórica gestão biopolítica brasileira, em conjunto com as práticas ainda presentes, cinquenta anos depois do início daquele regime e três décadas após o seu término se refletem em uma forma de campo como paradigma biopolítico moderno sobre os corpos indóceis e inúteis da sociedade, destacadamente os pobres e opositores ao regime. Essa hipótese alicerça-se na interpretação adaptativa a partir dos aportes das obras Homo Sacer, Estado de Exceção, artigos e entrevistas de Giorgio Agamben, parte destas leituras prévias à pesquisa, percebendo a existência de traços desta teoria que podem ser aplicados ao Brasil: a existência do campo como paradigma biopolítico moderno; a persistência de práticas de tortura, de extermínio e desaparecimento forçado; e, um verdadeiro regime de exceção permanente, com tempo e espaço determináveis, sobre a população potencialmente convertida como homini sacri. Para tanto, a presente dissertação utilizou de uma metodologia de abordagem dedutivo, em conjunto com um método de procedimento histórico-comparativo e com técnica de pesquisa bibliográfica para explicitar a situação atual brasileira. A organização deste trabalho se dará em três capítulos: primeiramente determinamos os pressupostos presentes neste trabalho, apresentando os antecedentes histórico-políticos brasileiro, a arqueologia biopolítica do Estado contemporâneo e as discussões conceituais agambenianas de homo sacer, campo, biopolítica e de exceção permanente. Em seguida, buscamos uma definição de desaparecimento forçado e extermínio entre os vários conceitos próximos a este e delimitamos a prática e a teoria da ditadura e da democracia em relação aos nossos conceitos-chave. Na última parte, expomos o paradigma de governo biopolítico brasileiro, o local do campo agambeniano de extermínio e os enfrentamentos e as incertezas sobre a vida matável no Brasil. Objetiva-se, assim, apresentar os pressupostos histórico-filosóficos da Ditadura Militar à Sexta República, a abordagem institucional do homo sacer no Estado Brasileiro e desafios e as ameaças a consolidação democrática no Brasil. Conclui-se pela confirmação da hipótese, parcialmente ao período enfocado, confluindo a prática histórica anterior ao regime militar para o período analisado, ao mesmo tempo que aponta caminhos e dificuldades frente a probabilidade de expansão desse extermínio.
  • ANA CAROLINA MONTEIRO LINS DE ALBUQUERQUE E SOUTO
  • A FÁBULA DAS ABELHAS E A SUSTENSTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL – UM NOVO PARADIGMA ÉTICO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO NO BRICS.
  • Data: 23/01/2017
  • Hora: 14:30
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  • A partir da utilizacao do metodo dialetico, o presente trabalho tem como objetivo investigar os elementos conflitantes do capitalismo e propugnar por um modelo de desenvolvimento prospectivo, tendo os paises do BRICS – Brasil, Russia, India, China e Africa do Sul como grupo dianteiro nesse processo. No presente caso, o ciclo dialetico foi construido com base na classificacao triplice kantiana das acoes humanas, nos moldes da seguinte contraposicao: tese – o capitalismo e apto a promover acoes contrarias ao dever, de modo que essa ideia robustece as teorias de decrescimento economico; antitese – nega a tese anterior e afirma que o capitalismo e apto a promover acoes conforme o dever e por dever, de modo que reforca as teorias de capitalismo humanitario ou solidario; sintese – repensa a tese e a antitese, ao sugerir que o capitalismo e apto a promover acoes conforme o dever e nao por dever, delineando uma nova tese em que as praticas capitalistas podem se conformar a etica socioambiental se voltadas defensivamente a satisfacao e manutencao do proprio modo de producao. Para tanto, o presente trabalho utiliza-se como referencia o que e e o que nao e virtude para Immanuel Kant, para apresentar um novo paradigma etico do direito ao desenvolvimento que se coaduna com o sistema economico vigente e que tem como alegoria a Fabula das Abelhas de Bernard Mandeville. No contexto internacional de governanca, sob o enfoque do multilateralismo, as projecoes extraordinarias de crescimento, interesses convergentes, pujanca geopolitica e confluencia de fatores estrategicos, alem da heterogeneidade, conferiram aos paises integrantes do acronimo BRICS aptidao para implementar esse novo programa de desenvolvimento sustentavel, abalizado inclusive no escalonamento das relacoes de poder.
  • IGOR DE LUCENA MASCARENHAS
  • O DIREITO À EUTANÁSIA E CONTRATO DE SEGURO DE VIDA: ANÁLISE DO DIREITO À PERCEPÇÃO DA INDENIZAÇÃO
  • Data: 19/01/2017
  • Hora: 08:30
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  • O presente trabalho visa discutir os efeitos da eutanásia, enquanto ato misericordioso e com a participação ativa daquele que sofre, nos contratos de seguro de vida. A atual legislação não contempla, em nenhum trecho da Codificação Civil ou Penal, qualquer regulamentação específica sobre a figura da eutanásia. A previsão no Anteprojeto do Código Penal pode trazer um conflito do sistema jurídico, uma vez que o contrato de seguro de vida pode ser afetado pela existência de uma figura jurídica que reduz a expectativa de vida, retirando a aleatoriedade do sinistro. O que se pretende analisar, por intermédio da análise bibliográfica e com o auxílio da Análise Econômica do Direito, é em que medida é lícito utilizar, ou não, a figura da eutanásia equiparada ao suicídio como óbice à percepção da indenização. A necessidade de uma integração legislativa é imperiosa para que não se criem lacunas legais, inerentes a qualquer ordenamento, e seja instaurada uma insegurança capaz de desestabilizar todo o mercado. O prognóstico que é feito é que as seguradoras resistirão ao pagamento em razão da morosidade e variação de posicionamento em casos de eutanásia do segurado. Por outro lado, os beneficiários buscarão o Judiciário como meio de compelir as seguradoras ao pagamento. Como consideração final, sugere-se que a eutanásia direta consensual seja equiparada a figura do suicídio, sendo causa de exclusão do dever de indenizar. Formas semelhantes como eutanásia indireta, ortotanásia e eutanásia não consensual seriam equiparadas ao sinistro, devendo haver o pagamento da indenização.
2016
Descrição
  • ILANY CAROLINE DA SILVA LEANDRO
  • TAXAS BANCÁRIAS E FINANCEIRAS DE ANÁLISE CADASTRAL: OBSTÁCULO À EFETIVAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CONSUMIDOR
  • Data: 23/11/2016
  • Hora: 09:00
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  • Com as facilidades de creditos para liberacao de emprestimos e financiamentos de imoveis e veiculos automotores, muitos consumidores recorrem aos entes financeiros e bancarios para conquistarem o bem ou servico pleiteados, submetendo-se de forma incontestavel as imposicoes contratuais dispostas. A presente pesquisa examina a aplicabilidade do Codigo de Defesa do Consumidor aos contratos bancarios quando na exigencia de taxas de analise cadastral e abertura de credito aos consumidores como requisito para liberacao de financiamentos e emprestimos. Constata-se que a Lei nº 8.078/1990 nao foi devidamente observada pelo Superior Tribunal de Justica quando no julgamento do Recurso Especial nº 1.255.573/RS que aprova a cobranca de tarifa similar que antes era tida como abusiva pelo mesmo Tribunal Superior, havendo a substituicao da Tarifa de Abertura de Credito pela nomenclatura Tarifa de Cadastro. Atualmente o referido precedente rege as acoes desta natureza, que mais favorece as instituicoes bancarias e financeiras do que a parte vulneravel da relacao: o consumidor. Quando da analise metodologica da fundamentacao do Recurso Especial em comento, apontam-se aspectos questionaveis que ferem a hierarquia das normas no plano juridico brasileiro, como tambem a apresentacao da antiga Tarifa de Abertura de Credito, ja considerada ilegal, porem agora autorizada sob nova roupagem pelo STJ. Como evidencia, foram confrontados os dados cedidos pela Diretoria de Tecnologia da Informacao do Tribunal de Justica da Paraiba referentes ao ano de 2012 que trazem as informacoes das acoes que tinham como objeto a Tarifa de Abertura de Credito no 2º Juizado Especial Misto de Mangabeira, Joao Pessoa/PB. Na ocasiao, a cobranca da discutida tarifa era tida como abusiva, porquanto as acoes ora impetradas beneficiavam os consumidores, fazendo um paralelo com os dados obtidos nas mesmas circunstancias, sendo referentes ao ano de 2015. A partir da comparacao dos dados, foi delineado caminho para demostrar o impacto causado com o novo posicionamento do Superior Tribunal de Justica no julgamento das acoes de repeticao do indebito de taxas de analise cadastral e abertura de credito ora cobradas ao consumidor. Percebe-se a dissonancia entre o entendimento do Superior Tribunal de Justica e as disposicoes contidas no Codigo de Defesa do Consumidor. Porquanto, aponta-se para a necessidade do posicionamento protetivo do Supremo Tribunal Federal sobre a tematica, a fim de delinear as acoes dessa natureza sob a egide da Lei nº 8.078/1990, beneficiando os consumidores brasileiros. Para o desenvolvimento do presente trabalho prediz-se o metodo de abordagem dedutivo. Quanto aos procedimentos, a pesquisa sera essencialmente quantitativa e qualitativa. Como tecnica de pesquisa, busca-se a utilizacao da pesquisa bibliografica enquanto documentacao indireta.
  • ALLAN JONES ANDREZA SILVA
  • NEM TUDO SÃO FLORES: A (IR)RACIONALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER NO AGRESTE DA PARAÍBA
  • Data: 27/10/2016
  • Hora: 16:00
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  • Este trabalho trata sobre a violencia domestica e familiar contra a mulher na 8ª Area Integrada de Seguranca Publica (8ª AISP), situada na Mesorregiao do Agreste do Estado da Paraiba, especificamente, partindo da indagacao sobre as raizes constitutivas deste problema nesta regiao. Para tanto, foi utilizada a abordagem metodologica dedutiva, iniciada por uma contextualizacao historica sobre a evolucao dos direitos femininos, seguindo posteriormente pela analise teorica desta forma de violencia, tendo como referenciais aportes da Criminologia Critica segundo Alessandro Baratta, da Sociologia conforme Pierre Bourdieu e da Teoria da Comunicacao de Niklas Luhmman, os quais compoe o arcabouco teorico que foi adotado na pesquisa para compreender a incidencia desta violencia na regiao, a qual e empiricamente observada a partir dos dados criminais referentes aos anos de 2014 e 2015 fornecidos pelo 4º Batalhao de Policia Militar, instituicao que tem como circunscricao a referida area. Fora utilizada ainda uma abordagem procedimental funcionalista, calcada na compreensao de que a violencia domestica contra a mulher nesta regiao necessita ser analisada sob distintos enfoques, uma vez que e fruto da correlacao entre diferentes acoes e reacoes sociais que sistematicamente interagem e tambem e estruturalmente constituida por diferentes elementos funcionalmente interligados (poder patriarcal, diferencas de genero, violencia simbolica, fatores socioeconomicos, etc.). Desta forma, buscou-se reconhecer os mecanismos sob os quais opera esta forma de violencia para compreender suas multiplas facetas e complexidade e, assim, entender sua operacionalizacao no ambiente investigado.
  • ALEX TAVEIRA DOS SANTOS
  • EXTRAFISCALIDADE DA CIDE-ROYALTIES COMO MECANISMO INDUTOR DA AUTONOMIA TECNOLÓGICA NACIONAL
  • Data: 19/10/2016
  • Hora: 09:00
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  • A intervencao do Estado no dominio economico sempre existiu, embora a forma como ela tenha ocorrido varie em intensidades e metodos ao longo da historia. Essa variacao no modo de atuar do Estado esta intimamente ligada aos objetivos e prioridades estabelecidas na Carta Magna vigente em cada periodo. Na atual Constituicao de 1988, umas das prioridades e alcancar a autonomia tecnologica nacional, estampada no artigo 219 e, para atingir esse objetivo, a tributacao tem dado sinais de um mecanismo bastante eficaz. Nesta senda, que a presente dissertacao analisa a contribuicao de intervencao no dominio economico, especie de tributo, criado pela Lei nº 10.168/00, tambem chamada de CIDE-Royalties. A proposta vertente, sob a perspectiva ainda nao explorada da extrafiscalidade se baseia em investigar se a CIDE-Royalties consiste em instrumento de viabilidade para alcancar autonomia tecnologica nacional, questao fundamental para o crescimento economico brasileiro. De outra banda, verificar se esta CIDE guarda compatibilidade com os preceitos constitucionais de sua instituicao. Para se chegar a este resultado, principia-se pela analise das formas de intervencao do Estado na economia, da analise do sistema constitucional tributario e das especies tributarias presentes no ordenamento juridico brasileiro, identificando a extrafiscalidade a servico da intervencao economica a partir do seu contrario, que e a fiscalidade. Desse ponto, passa-se para uma analise mais prospectiva da contribuicao de intervencao no dominio economico e sua especie criada pela Lei 10.168/00. Busca-se construir a regra-matriz de incidencia tributaria, aferindo os criterios de sua constitucionalidade, para entao verificar a vinculacao da aplicacao das receitas deste tributo ao objetivo que ensejou a sua criacao. Apos faz-se uma incursao no objetivo a ser perseguido que e a autonomia tecnologica nacional proposta neste trabalho. A pesquisa realizada e dogmatica e bibliografica, utilizando-se o metodo dedutivo. Chegou-se a conclusao de que a CIDE-Royalties e constitucional e que a sua aplicacao, na dimensao extrafiscal corresponde a uma forma de intervencao do Estado na economia sob a forma indireta de inducao tributaria e que as suas receitas, aspecto fiscal, sao revertidas ao FNDCT formando instrumentos de viabilizacao da autonomia tecnologica nacional.
  • JULIANA GUEDES ALVES
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO NOVO PARADIGMA DE JUSTIÇA NA VARA DE EXECUÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS DE JOÃO PESSOA-PB
  • Data: 29/09/2016
  • Hora: 10:30
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  • A evolução nas práticas de resolução de conflitos se mostra necessária, diante do aumento das demandas judiciais, na justiça criminal isto se deflagra diante da necessidade de afastar a descredibilidade da justiça criminal. A Justiça Restaurativa apresenta-se, nessa conjuntura, com o propósito de humanizar as práticas da justiça criminal. No entanto, volta-se para atrair o envolvimento da vítima na busca da reparação, oferecendo-lhe, a partir de seus interesses, o empoderamento para ser ressarcido, levando o ofensor à construção da cultura de responsabilidade. Esta dissertação pretende esclarecer a necessidade de construção desse novo modelo de justiça, adequando-o à realidade da Vara de Execução de Penas Alternativas de João Pessoa (VEPA). Para isso, volta-se o trabalho à percepção dos problemas e da realidade da vara. Retrata-se as dificuldades a serem superadas, bem como as estratégias de segurança necessárias para que a JR seja ferramenta de inclusão proteção e defesa dos direitos humanos, afastando-se da autotutela e levando a unidade jurisdicional a alcançar a sua função social inclusiva. Aproxima-se, com segurança, vítima e ofensor. Atribui-se a pena restritiva de direito a possibilidade de seu uso para construção de cultura de responsabilidade, afastando-se do estigma de impunidade, pois, apesar de se tratar de execução judicial, a sociedade não a reconhece como proporcional a reparação criminal. No trabalho, a Justiça Restaurativa é vista por perspectiva inovadora de empoderando da vítima. A satisfação é oferecida, através da possibilidade de a vítima fiscalizar o cumprimento da pena ou recebê-la diretamente em seu favor. A vítima é levada a perceber a realidade do seu ofensor, aquela, imbuída do seu dever de solidariedade passa a ajudá-lo a compreender a extensão do dano que lhe fora causado, construindo a cultura de responsabilidade.
  • JULIANA GUEDES ALVES
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO NOVO PARADIGMA DE JUSTIÇA NA VARA DE EXECUÇÕES DE PENAS ALTERNATIVAS DE JOÃO PESSOA (VEPA-PB)
  • Data: 29/08/2016
  • Hora: 10:30
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  • A evolução nas práticas de resolução de conflitos se mostra necessária, diante do aumento das demandas judiciais, na justiça criminal isto se deflagra diante da necessidade de afastar a descredibilidade da justiça criminal. A Justiça Restaurativa apresenta-se, nessa conjuntura, com o propósito de humanizar as práticas da justiça criminal. No entanto, volta-se para atrair o envolvimento da vítima na busca da reparação, oferecendo-lhe, a partir de seus interesses, o empoderamento para ser ressarcido, levando o ofensor à construção da cultura de responsabilidade. Esta dissertação pretende esclarecer a necessidade de construção desse novo modelo de justiça, adequando-o à realidade da Vara de Execução de Penas Alternativas de João Pessoa (VEPA). Para isso, volta-se o trabalho à percepção dos problemas e da realidade da vara. Retrata-se as dificuldades a serem superadas, bem como as estratégias de segurança necessárias para que a JR seja ferramenta de inclusão proteção e defesa dos direitos humanos, afastando-se da autotutela e levando a unidade jurisdicional a alcançar a sua função social inclusiva. Aproxima-se, com segurança, vítima e ofensor. Atribui-se a pena restritiva de direito a possibilidade de seu uso para construção de cultura de responsabilidade, afastando-se do estigma de impunidade, pois, apesar de se tratar de execução judicial, a sociedade não a reconhece como proporcional a reparação criminal. No trabalho, a Justiça Restaurativa é vista por perspectiva inovadora de empoderando da vítima. A satisfação é oferecida, através da possibilidade de a vítima fiscalizar o cumprimento da pena ou recebê-la diretamente em seu favor. A vítima é levada a perceber a realidade do seu ofensor, aquela, imbuída do seu dever de solidariedade passa a ajudá-lo a compreender a extensão do dano que lhe fora causado, construindo a cultura de responsabilidade.
  • ULISSES LEVY SILVÉRIO DOS REIS
  • O BRASIL E O COMBATE À APATRIDIA NO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 20/07/2016
  • Hora: 09:00
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  • O ponto central investigado nesta dissertacao fixa-se na previsao e aplicacao do direito a nacionalidade em documentos normativos e orgaos internos e internacionais como ferramenta responsavel por eliminar o problema da nao garantia de direitos humanos aos apatridas. No ambito do sistema interamericano de protecao dos direitos humanos, tanto a Declaracao Americana de Direitos e Deveres do Homem quanto a Convencao Americana de Direitos Humanos garantem o direito a nacionalidade a qualquer pessoa, mas no continente ainda existem milhoes de individuos que nao podem gozar de uma nacionalidade por razoes discriminatorias. A partir deste fato, problematiza-se quais as medidas tomadas pelo Brasil para combater a apatridia e se existe uma maneira transnacional de trata-la a partir de uma interacao dos Estados em torno da Organizacao dos Estados Americanos. A investigacao justifica-se pelo fato de o Brasil periodicamente patrocinas encontros mundiais visando solucionar violacoes ao direito a nacionalidade, bem como pela necessidade de se aprimorarem no pais estudos sobre a normatizacao de direitos humanos da Organizacao dos Estados Americanos. A metodologia adotada segue o modelo dedutivo sujeito aos procedimentos hermeneutico e comparativo. O vies exploratorio e descritivo do trabalho se apresenta a partir da analise das normas internacionais de protecao do direito a nacionalidade, enquanto a comparacao a luz do ordenamento juridico brasileiro apresentara proposicoes sobre a adequacao ou a necessidade de aperfeicoamento do marco normativo interno. O trabalho divide-se em quatro capitulos. No primeiro, serao apresentados os conceitos relativos ao direito a nacionalidade e ao fenomeno da apatridia, suas causas mais comuns e o ponto de ruptura identificado por Hannah Arendt com relacao a insuficiencia do padrao da dignidade humana para a garantia de direitos aos que nao gozam de vinculo patrial. O segundo apresentara o desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos no tocante a nacionalidade. A secao seguinte analisa os marcos da legislacao brasileira com respeito ao tratamento dado aos apatridas, com enfase em suas insuficiencias e promovendo um comparacao - em nivel legislativo - com outros paises da America Latina. O ultimo capitulo discute a proposta de Habermas de formacao de estados transnacionais e como poderia tal arquitetura contribuir com a protecao dos apatridas. A pesquisa demonstra que o Brasil. apesar de ter ratificado as convencoes universais sobre apatridia e ser signatario do Pacto San Jose, possui um ordenamento lacunoso e insuficiente quanto a protecao destas pessoas, o que enseja o desamparo por parte de instituicoes oficiais e violacao dos seus direitos basicos de cidadania; ao mesmo tempo, a formacao de um Estado transnacional com base na Organizacao dos Estados Americanos configura a possibilidade de garantir a protecao dos sem nacionalidade no continente a partir da construcao de um espaco publico discursivo e normativo comum para as pessoas e os governos
  • ANA PAULA CORREIA DE ALBUQUERQUE DA COSTA
  • DIREITOS HUMANOS E VIDA EXTRAUTERINA: Risco versus responsabilidade na manipulação de matéria biológica humana nos tratamentos de reprodução medicamente assistida
  • Data: 18/07/2016
  • Hora: 09:00
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  • Os avancos da ciencia e da tecnologia reprodutiva chegaram a patamares nunca antes imaginados. Com possibilidades reais de manipulacao genetica, gestacao extrauterina e consequentes consequencias economicas que lhes sao inerentes, ha de se questionar os riscos envolvidos em procedimentos que surgiram outrora tao somente para auxiliar pessoas a realizarem o planejamento familiar. Alem disto, estas tecnologias trouxeram ao mundo elementos cujos conceitos originariamente conhecidos pelo direito se apresentaram aparentemente como insuficientes para abarcar, que sao os gametas e embrioes in vitro, ainda carentes de normatizacao especifica no Brasil. A partir da realidade que se anuncia, a presente tese tem o objetivo de resolver o seguinte problema: diante da ausencia de lei a respeito no Brasil, como lidar com as repercussoes eticas, juridicas, economicas e sociais acerca das tecnicas de reproducao humana assistida, mais especificamente no que diz respeito ao uso de gametas e embrioes humanos? Como conceitua-los e qual o respectivo estatuto a ser seguido? Pretendeu-se fazer uma analise critica dos procedimentos de RHA a partir da Resolucao nº 2.121/2015 do Conselho Federal de Medicina, sob a luz dos principios de direito civilconstitucional. Para tanto, seguiu-se o metodo de abordagem dedutivo, partindo de um conjunto de ideias e normas relativas a institutos de direito civil para a analise de aspectos especificos relativos a tutela juridica das tecnicas de RHA, producao de gametas e embrioes, chegando a conclusao seguindo uma ordem de raciocinio decrescente.No que diz respeito aos metodos de procedimento, conciliou-se o metodo historico, em face do estudo da evolucao do conceito e metodos de RHA e das normas juridicas, notadamente de direito civil, pertinentes filiacao e entidades familiares; o metodo interpretativo, a partir do aprofundamento da interpretacao doutrinaria dos conceitos citados anteriormente, associada as normas de direito publico e privado aplicaveis a especie, e o metodo comparativo, por meio de analide das normas aplicaveis na legislacao estrangeira. Ao final, chegou-se a conclusao quanto a condicao juridica mais adequada aos gametas e embrioes humanos, sendo estabelecidas diretrizes para uma tutela adequada, pautada em uma etica de responsabilidade.
  • MATHEUS BRITO NUNES DINIZ
  • Envelhecimento populacional e reforma na política de aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social
  • Data: 03/06/2016
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho objetiva estudar algumas das principais de reformas juridicas sugeridas no seio da politica de aposentadoria por idade e por tempo de contribuicao ora praticada pelo RGPS, sobretudo em face da nova configuracao etaria brasileira, cuja populacao passa por rapido processo de envelhecimento. Atraves de uma pesquisa essencialmente bibliografica, produziu-se uma analise sobre a referida problematica, procurando realcar os principais aspectos que podem conduzir a afirmacao de uma previdencia social atualmente defasada em termos estruturais. Observa-se que, enquanto politica publica nevralgica para o pais, o RGPS nao tem acompanhado a dinamica demografica nacional. A questao se torna ainda mais delicada pela escolha politico-ideologica do legislador constituinte brasileiro, que adotou a reparticao simples como sistema de financiamento dos gastos previdenciarios, modelo este calcado no postulado da solidariedade social e dependente das contribuicoes sociais vertidas pela populacao economicamente ativa para a quitacao de seus compromissos. Diante da continua reducao da massa trabalhadora em atividade, em contraposicao ao numero crescente de aposentados, o equilibrio financeiro e atuarial de todo o sistema publico de previdencia e posto em xeque, demandando, nessa esteira, medidas que possibilitem o reequilibrio dessa balanca. O presente trabalho defende que esse processo passa, inevitavelmente, pela revisao das regras de acesso a aposentadoria por idade e por tempo de contribuicao, que se apresenta como medida de adaptacao das regras do RGPS as novas caracteristicas de um povo que vive por mais tempo e com mais qualidade. Alem de sua compatibilidade com o ordenamento juridico patrio, tais mudancas representam, tambem, uma releitura da nocao de avanco na protecao social, no qual o endurecimento das regras significa, no caso brasileiro e nos demais paises que passam pelo mesmo fenomeno, a preservacao do sistema previdenciario para as futuras geracoes.
  • CATARINE HELENA LIMEIRA PIMENTEL
  • O PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO NA CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS QUE ATENDAM AO TRABALHO SEGURO
  • Orientador : MARIA AUREA BARONI CECATO
  • Data: 31/05/2016
  • Hora: 15:00
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  • efetivacao do trabalho seguro, tendo em vista que o comprometimento da saude do trabalhador se revela um problema recorrente, que afeta o desenvolvimento do pais e impoe a direcao de novos olhares e solucoes. Sendo a saude um estado de completo bemestar fisico, mental e social, um direito constitucionalmente garantido e elevado a patamar de direitos humanos pela Declaracao Universal dos Direitos Humanos, configura-se elemento indispensavel a dignidade humana, bens juridicos consolidados pelo direito ao desenvolvimento, que soma melhorias sociais aos elementos meramente economicos. Em razao disso, como responsavel primario, ao Estado cabe garantir a seguranca do trabalho no intuito de proteger esse bem juridico elementar e irrenunciavel, inclusive no ambito do Poder Judiciario ao qual compete garantir o cumprimento da Constituicao Federal. Buscando atender as recomendacoes internacionais de promocao do trabalho decente, a Justica do Trabalho instituiu o Programa Trabalho Seguro que lhe confere atribuicoes extraprocessuais que lhe aproxima da sociedade e contribui para a saude do trabalhador. Diante de um cenario em que o Poder Judiciario passa a se envolver com politicas publicas, caber-lhe-a tambem a atuacao proativa nas atividades jurisdicionais, afastando os magistrados o rigor positivista para adotar a hermeneutica constitucional e modernas teorias de interpretacao do direito na elaboracao das decisoes judiciais, de forma que sejam suficientemente criativas e eficientes para garantir aos trabalhadores o meio ambiente do trabalho saudavel. Superando a hegemonia da cultura capitalista, o Poder Judiciario contera a exploracao dos trabalhadores, contribuindo para o estabelecimento de limites ao crescimento economico, sem importar prejuizos ao desenvolvimento. Atraves de uma abordagem doutrinaria e jurisprudencial, o texto objetiva demonstrar que a seguranca e saude do trabalhador se revelam elementos preponderantes para o incremento do desenvolvimento e que a atuacao do Poder Judiciario pode afluir para sua promocao na medida em que cria alternativas com fulcro de conferir maxima efetividade a Constituicao Federal, alcancando a justica social, sem que suas decisoes importem entraves ao desenvolvimento socioeconomico. Aplica-se o metodo dedutivo em uma abordagem conceitual e teorico-normativa, utilizando-se, ao mesmo tempo, decisoes judiciais, com o fito de reforcar os argumentos.
  • TIAGO MISAEL DE JESUS MARTINS
  • RETROCESSO POLÍTICO E FICHA LIMPA: Análise da Lei Complementar n. 135/2010 sob o enfoque do Princípio de Irreversibilidade Política
  • Data: 27/05/2016
  • Hora: 15:00
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  • O nivel de protecao alcancado pelo direito politico previsto no art. 14, § 9º, da Constituicao Federal, com a introducao das causas de inelegibilidade trazidas pela LC n. 135/2010, representa conquista historica da cidadania brasileira. Nesse sentido, o patamar de efetivacao ja concretizado pelo avanco legislativo da Lei da Ficha Limpa se torna impossivel de retroacao, ante o reconhecimento da Proibicao do Retrocesso Politicocomo principio implicito e parametro de afericao da constitucionalidade de lei posterior que estabeleca um nivel de protecao menor que o vigente. Uma vez realizada a conformacao legislativa, nao pode o Estado se colocar novamente na condicao de devedor da prestacao juridica necessaria a fruicao daquele direito politico em patamar equivalente ao anteriormente ja desfrutado pelos cidadaos.
  • RODRIGO LUCAS CARNEIRO SANTOS
  • ADEQUAÇÃO SOCIAL TRIBUTÁRIA: CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO CONSTITUCIONAL DO PLANEJAMENTO FISCAL AGRESSIVO DE MULTINACIONAIS
  • Data: 05/05/2016
  • Hora: 14:00
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  • Essa dissertacao de mestrado tem como tema o planejamento tributario agressivo de companhias multinacionais, atraves do aproveitamento de disparidades tecnicas entre diferentes ordenamentos juridicos (hybrid mismatch arrangements). O vies adotado sera inteiramente novo, na forma da apresentacao de um canone compreensivo para o direito tributario internacional, que e a adequacao social tributaria. Essa proposta de solucao visa harmonizar o principio da legalidade e tipicidade, com a igualdade tributaria e a educacao fiscal. Trata-se, antes de qualquer coisa, de uma resposta do ordenamento juridico a crise formalista que se abate sobre o campo dos tributos, mormente diante da injusta divisao da carga tributaria decorrente do planejamento agressivo de multinacionais, tanto estrangeiras quanto brasileiras. Esse tipo de comportamento do contribuinte gera uma serie de efeitos negativos sobre o direito humano ao desenvolvimento, notadamente em tempos de crise financeira mundial. Entretanto, isso nao significa que este trabalho esteja desconsiderando a importancia do formalismo para o direito tributario, que e uma area do conhecimento juridico onde se valoriza muito a certeza e a seguranca. A questao central e que cresce na populacao um sentimento de injustica que precisa ser devidamente considerado. Nesse momento, parece que o modelo positivista puro nao dispoe de estrutura para cuidar dos perigos advindos da expansao da globalizacao e da velocidade com que tudo acontece no seculo XXI. Tambem e posto na balanca a globalizacao que faz com que os mercados operem em uma dinamica e complexidade nunca antes vista. Dessa forma, pode-se afirmar que a justificativa da construcao deste texto esta justamente na importancia da luta contra a erosao das bases tributaveis dos Estados (BEPS): tendo em conta que todos os direitos possuem um custo financeiro, quanto menor forem os recursos a disposicao dos governos nacionais, mais prejudicadas estarao as politicas publicas. Dito isto, necessario ressaltar as dificuldades dessa tentativa de harmonizacao pela adequacao social, em uma discussao ampla que perpassa as relacoes entre direito tributario e justica. Ate hoje esta relacao entre direito e moralidade ainda e um campo sem uma resposta definitiva. E se Hans Kelsen estiver correto, pode nao ser um desafio academico ao qual se possa encontrar uma resposta final. Talvez apenas perguntar um tanto melhor. Nessa linha, ha de se reconhecer, como sabiamente o pediu Castanheira Neves, que seja concedido aos homens que falam e arriscam, o direito ao proprio erro. Falaremos e, portanto, admitimos o risco.
  • IURI ASSUNCAO LUCIO
  • QUANDO A SEXUALIDADE OBRIGA A FUGIR: o refúgio internacional de pessoas perseguidas em razão da sexualidade
  • Orientador : RENATA RIBEIRO ROLIM
  • Data: 02/05/2016
  • Hora: 18:30
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  • A presente pesquisa tem como objetivo investigar a relacao entre direito e sexualidade a partir da criminalizacao da homossexualidade em determinados paises e o consequente refugio internacional de pessoas perseguidas em decorrencia de sua sexualidade. Segundo dados da Organizacao das Nacoes Unidas, atualmente mais de setenta paises tipificam em seus Codigos Penais as relacoes sexuais e afetivas consentidas entre pessoas adultas do mesmo sexo, aplicando punicoes que vao desde o pagamento de multas ate a pena de morte. Nesses paises, especialmente nos seis em que e aplicada a pena de morte, a vida de lesbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgeneros e atravessada por violencias, opressoes e persecucoes promovidas pelos equipamentos governamentais e por atores nao-estatais, colocando em risco as suas vidas, bem como a vida de seus familiares, nao restando outra opcao que nao o refugio para outras nacoes mais tolerantes, onde ja e percebida alguma consolidacao de direitos voltados para as minorias sexuais. No entanto, essa populacao esbarra em diversas dificuldades para acessar o direito ao refugio, uma vez que as persecucoes movidas por questoes de sexualidade nao sao explicitamente caracterizadas na Convencao das Nacoes Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 como passiveis de serem contempladas com o status de refugio. Ademais, e um problema que foi agravado nos ultimos anos diante da atual crise migratoria. Portanto, esse trabalho pretende responder a seguinte pergunta: por que essas pessoas sao perseguidas e recorrem ao refugio internacional? Nesse sentido, a primeira parte desse trabalho dedica-se ao levantamento de tais legislacoes e suas origens, buscando compreender as reciprocidades entre direito, sexualidade, moral e religiao. O segundo capitulo busca desvelar os elementos envolvidos nas desigualdades entre homens e mulheres no que tange o sexo e a sexualidade, apresentando as cruzadas em combate as relacoes homossexuais nos terrenos do pecado, da doenca e do crime. A terceira parte do trabalho concentra-se no exame da protecao internacional dos refugiados, contextualizando o instrumento juridico do refugio no contexto de crise migratoria e crise economica internacional, avaliando as limitacoes do discurso dos direitos humanos nesse cenario. Por fim, o quarto capitulo apresenta as diversas dificuldades que pessoas LGBTs perseguidas enfrentam para serem reconhecidas enquanto detentoras do direito ao refugio, apontando os mecanismos juridicos percorridos para garantir o status de refugio. O marco teorico que orienta esse trabalho situa-se no campo do marxismo, discutindo o fenomeno juridico a partir de obras de Marx, Engels, Kautsky e Lukacs, na busca por compreender como a organizacao juridico-politica de uma determinada sociedade reflete sua organizacao social e seu padrao moral. Ademais, o problema em tela e analisado a partir dos estudos de genero e sexualidade, sobretudo atraves da obra da brasileira Heleieth Saffioti e da producao literaria do feminismo materialista francofono, corrente do feminismo que busca desnudar a dinamica das relacoes sociais de sexo. Conclui-se que LGBTs incorrem ao refugio em consequencia das sistematicas perseguicoes ao que diverge da norma heterossexual, que visa regular o sexo e a sexualidade por meio da imposicao de um mesmo comportamento atraves do Direito Penal e que, nos paises que ainda criminalizam a homossexualidade, encontra suas bases no colonialismo e no fundamentalismo. Ademais, apesar de diversas dificuldades, essas pessoas tem alcancado o direito ao refugio por meio de distintos instrumentos, nao estando, contudo, alheias a violencia e perseguicao nos paises de acolhida.
  • HENRIQUE LENON FARIAS GUEDES
  • COMÉRCIO E CONFLITO: A PRIVATIZAÇÃO DA SEGURANÇA INTERNACIONAL E A REGULAÇÃO MULTINÍVEL DO MERCADO DE EMPRESAS MILITARES PRIVADAS
  • Data: 02/05/2016
  • Hora: 17:00
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  • A contratacao de exercitos privados ou de forcas de seguranca para uma atuacao pontual e especifica, em favor de Governos, de corporacoes ou de entidades da sociedade civil – em oposicao as publicas formalidades da declaracao de guerra entre Estados com propositos nacionais amplos –, gestou um dos mais relevantes mercados globais contemporaneos. Iugoslavia, Colombia, Somalia, Nigeria, Ucrania, Iraque e Levante: todos os palcos de inseguranca, apos o fim da Guerra Fria, contaram com empresas militares privadas ou empresas de seguranca internacional (ESIs) nos bastidores ou como coadjuvantes. Considerando essa inovadora faceta comercial dos conflitos hodiernos, o presente trabalho tem esses atores nao-estatais como protagonistas, e seu tema e a regulacao de ESIs. A dissertacao problematiza a insercao do Codigo Internacional de Conduta Para Provedores de Servicos de Seguranca Privada (ICoC) – lancado, em 2010, no contexto da Iniciativa Suica – na governanca multinivel desse mercado, baseando-se especialmente nos trabalhos de Ernst-Ulrich Petersmann e Gunther Teubner sobre constitucionalismo alem do Estado. Com pesquisa documental e com metodo indutivo, o texto aponta os principais problemas do mercado da forca e discute a inaplicabilidade ou a insuficiencia dos tratados que disciplinam o comercio, como o GATS, ou o conflito, como as Convencoes de Genebra; explica, ainda, a situacao atual do debate de um instrumento vinculante na ONU e as iniciativas de “soft law”, como o Documento de Montreux. Enfim, apresenta uma leitura do ICoC e examina seus trunfos e limitacoes, fazendo referencia a literatura revisada. A pesquisa, afinal, visa a discutir as possibilidades de regulacao de atores que carecem de “hard law”, a partir de aportes teoricos que reclamam a “constitucionalizacao de mercados”.
  • MARTHA MELQUIADES MEDEIROS
  • CONTRATAÇÕES PÚBLICAS COMO INSTRUMENTO PARA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
  • Orientador : TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 29/04/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertacao tem como objeto as Compras Publicas Sustentaveis (CPS), especies de contratacoes publicas que podem incorporar criterios de sustentabilidade nos processos licitatorios, na formalizacao do contrato administrativo e/ou durante a execucao deste, com intuito de utilizar o elevado gasto publico com bens e servicos comuns como instrumento para implementacao de politica publica de promocao do desenvolvimento sustentavel, principio que pretende conciliar o desenvolvimento economico com a protecao do meio ambiente e a consecucao de justica social. Em nosso ordenamento esse especie de contratacao vem ganhando forca com o advento da Lei n º 12.394/2010, que alterou a redacao do artigo 3º da Lei nº 8.666/93, que estabelece as normas gerais de licitacoes e contratacoes publicas, para incluir entre os principios licitatorios a promocao do desenvolvimento nacional sustentavel. Deste modo, este trabalho buscou demonstrar a juridicidade do instituto e a responsabilidade socioambiental do Estado nas contratacoes publicas, questionando se a adocao de criterios de sustentabilidade no consumo publico ja e medida de observancia obrigatoria pelos gestores, bem como se a adocao de compras publicas sustentaveis seria um meio efetivo de protecao ao meio ambiente. Levando em consideracao que desenvolvimento e um processo, realizamos um panorama das compras publicas sustentaveis no Brasil e no resto do mundo, a fim de demonstrar as vantagens e desvantagens do referido instrumento, com intuito de encontrar maneiras de superar os obstaculos existentes. Verificou-se que a implementacao das CPS, se realizadas com o devido planejamento e estudo tecnico, a exemplo das compras compartilhadas e em escala, podera representar uma reducao de custos, e nao um aumento de despesas, conforme apontam os criticos do instituto, alem do inegavel ganho ambiental e social com a adocao de medidas inclusivas e protetivas, respectivamente. Conclui-se ainda que as CPS nao confrontam o ordenamento patrio vigente, mas, em sentido contrario, sua inobservancia vem caminhando para a responsabilizacao dos agentes publicos, em razao do descumprimento do dever estatal de promover a protecao ao meio ambiente em todas as suas acoes. Nao obstante, a educacao dos servidores e convencimento dos agentes politicos e ponto fundamental para a consolidacao das CPS na administracao publica, pois sua efetivacao e fundamental para garantir que as presentes e futuras geracoes tenham a mesma capacidade de prover suas necessidades basicas.
  • ANDRE LUIZ CAVALCANTI CABRAL
  • CATIVIDADE MARCÁRIA COMO VETOR DA RESPONSABILIDADE CIVIL EMPRESARIAL NAS CADEIAS DE FORNECIMENTO DE BENS
  • Data: 28/04/2016
  • Hora: 09:30
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  • A tese doutoral intitulada “Catividade Marcaria como vetor da responsabilidade civil empresarial nas cadeias de fornecimento de bens”, vinculada a linha de pesquisa “Direitos Sociais, Regulacao Economica e Desenvolvimento”, objetiva propor novo modelo juridico teorico-pratico de responsabilidade civil empresarial fundado na marca. A proposta resulta de investigacao que aborda transversalmente temas ligados ao Direito da Propriedade Industrial, Direito do Desenvolvimento, Marketing, Direito Empresarial e Responsabilidade Civil para propor uma nova forma de responsabilizacao se utilizando a Marca como vetor. A marca e um ativo, cada vez mais valorizado no mundo empresarial pelo seu poder atrativo junto ao mercado consumidor. O monopolio de exploracao economica de um signo distintivo vem sendo assegurado por ordenamentos juridicos ha seculos. Reconhece-se que a marca consiste em importante fator de influencia nas escolhas feitas pelo consumidor. Assim, essa capacidade de atracao do consumidor, cada vez mais latente, pode ser considerada uma das perspectivas do fenomeno designado de Catividade Marcaria. A globalizacao economica faz com que os empresarios busquem novas relacoes juridicas contratuais. Surgem assim, contratos multiplos, conexos, cativos, entre outros, numa denuncia da proliferacao de novas formas de se relacionar no mercado. Por outro lado, os agentes economicos criam modelos nao contratuais de relacoes entre si, formando redes de fornecimento liquidas dinamicas e mutaveis. Contudo ha nitida dificuldade de se identificar os contornos dessas relacoes e suas consequencias no direito, notadamente, na seara da responsabilidade civil. O problema se agrava quando se observa que a sociedade atual e uma sociedade de riscos multiniveis. O desafio de se investigar a possibilidade de a marca se tornar um vetor de responsabilidade civil nas relacoes de fornecimento por compartilhamento marcario atende a pretensao de tutela compensatoria por diversos danos aos consumidores. A presente tese pretende contribuir com essa perspectiva de estudo. Serao investigadas, na pesquisa apresentada, quais as repercussoes juridicas da Catividade Marcaria na responsabilidade civil por compartilhamento marcario. Alem disso, estrutura-se uma serie de fundamentos para a aplicacao da Catividade Marcaria no fenomeno da responsabilizacao civil. A partir dos pressupostos a serem estudados, pode-se entender uma nova forma de responsabilizacao civil do empresario, numa adequacao a ordem economica constitucional e que possa servir de regulacao a atividade empresarial a luz de principios fundamentais como a funcao social da propriedade. A Catividade Marcaria se apresenta como importante instrumento de efetivacao de direitos em prol dos consumidores que passam a ter mais uma ferramenta na busca da tutela compensatoria pela exposicao dos riscos nas cadeias de fornecimento.
  • DANIELLY PEREIRA CLEMENTE
  • EXAMINANDO A RESISTÊNCIA SOB ÓTICA JURÍDICO-POLÍTICA: historicidade e contradições no interior da totalidade social
  • Data: 27/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo examinar acerca do que seja o direito de resistência. Isto porque, para fins dessa pesquisa, a suposição dogmática de um direito de resistência é um pressuposto sob o qual se precisa demonstrar. Dessa forma, surge o seguinte problema: a resistência é uma questão de direito ou é uma questão de fato? Nesta celeuma, levanta-se a hipótese de que a resistência está ligada ao âmbito factual e quando se agrega ao vocábulo do Direito o faz sob a perspectiva de justificação e legitimação do processo de luta social. Para resolver essa questão, realiza-se um trabalho investigativo a partir do método materialista histórico dialético, com o qual se depura o chamado direito de resistir a partir das categorias da historicidade e da totalidade à luz do referencial teórico marxista. Para tanto, faz-se uma análise contextual dos fundamentos jurídicos filosóficos que lhe conferem sustentação teórica e prática. Em seguida, submetem-se os achados da analise histórica à crítica marxista do Estado, do Direito e da violência. Os paradoxos e contradições encontrados possibilitam, posteriormente, visualizar a partir da realidade concreta os alicerces que compõem o suposto direito de resistência e suas finalidades que a primeira vista não são evidenciados. O persistente debate jusfilosófico entre o direito natural e o direito positivo se revela fundamental para o apontamento do abismo teórico que o pensamento tradicional não cuida em desvendar, haja vista que se basta com o ideário de justiça, bem comum, democracia e cidadania. Nesse sentido, a crítica marxista a ordem jurídica, Estado e Direito, bem como da violência, cumprem o papel de desnudar os limites e entraves políticos jurídicos que ecoam na caracterização da resistência enquanto direito. Compreendendo-se, por fim, que dentro da técnica jurídica não cabe à composição de um direito subjetivo que não preveja sanção ao seu descumprimento, nem muito menos que imprima força à derrubada da ordem que lhe positiva, restando assinalar a resistência como fato jurígeno e não como direito.
  • ADRIANA CASTELO BRANCO DE SIQUEIRA
  • VIOLÊNCIA PROVOCADA POR CUIDADORES DE IDOSOS EM TERESINA-PI: estudo de caso
  • Data: 22/04/2016
  • Hora: 08:30
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  • O avanco cientifico e tecnologico assim como outros fatores condicionantes, como cuidados com a saude e a educacao, tem propiciado a melhoria na qualidade de vida da populacao em todo o mundo, se fazendo perceber uma reducao significativa na taxa de natalidade infantil, mortalidade, e consequente crescimento da populacao idosa. O envelhecimento da populacao vem sendo motivo de atencao pelo Poder Publico e pela sociedade de forma geral. No Brasil, o numero de idosos chegou a dobrar nos ultimos vinte anos. Contudo, com o crescimento da populacao idosa, de maneira diretamente proporcional se elevou o indice de violencia praticada contra o idoso, sob as mais variadas formas (fisica, psicologica, institucional ou economica). A presente tese expressa uma abordagem constitucional do principio da dignidade humana, na tematica dos direitos humanos e fundamentais, objetivando demonstrar que os idosos devem ser tratados com igual respeito e reconhecidos como sujeito constitucional dotado de dignidade. Ademais, discute o fenomeno da violencia contra a pessoa idosa a partir de fatores psiquico-sociais que podem influenciar no comportamento de cuidadores de idosos (como o estresse, o uso de drogas e de alcool, o isolamento social) e juridicos (como a certeza da impunibilidade) que podem ocasionar a violencia intrafamiliar. Para tanto, o fenomeno da violencia foi analisado atraves de eixos teoricos que tentam explica-la, da atuacao das instituicoes responsaveis pela defesa do idoso, assim como atraves da coleta de dados feita pela observacao dos boletins de ocorrencia na Delegacia Especializada do Idoso em Teresina-Piaui. A analise dos dados pode identificar uma feminizacao do idoso e do cuidador, ou seja, as mulheres idosas sao vitimizadas mais que os homens, e o grau de parentesco que mais predomina como agressor e o de filhas, entretanto, em alguns delitos (lesao corporal e ameaca), os homens sao os que mais agridem. Por sua vez, o uso de drogas e de alcool foram os fatores que predominaram como agentes desencadeadores da violencia por parte dos cuidadores masculinos. Ao final, foi analisado um caso de violencia contra o idoso sob a perspectiva de uma rede de protecao a pessoa idosa e de campo juridico, no sentido de demonstrar como as significacoes discriminatorias contra o idoso partilhadas no ambito da sociedade podem migrar do entorno para o interior do campo juridico, influenciando em sua atuacao e consequente producao da decisao judicial.
  • SALVADOR MIGUEL FREIRE DOS SANTOS
  • A RESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO PELOS DANOS RESULTANTES DA SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA: CASO ANGOLANO
  • Orientador : LORENA DE MELO FREITAS
  • Data: 18/04/2016
  • Hora: 09:00
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  • O encarceramento nunca se confunde com simples privacao da liberdade e, ou deve ser em todo caso, um mecanismo diferenciado e finalizado, com surgimento das politicas publicas em relacionar ao reconhecimento do dever do Estado Angolano a lidar com os desafios que se apresentam no pais e de garantir a concretizacao dos direitos sociais. Esse desafio, entretanto, consiste em desenvolver, analisar e proporcionar condicoes eficazes para a sociedade e contribuir ou modificar a situacao atual em que se encontram as unidades carcerarias do pais que, tem por fim, proporcionar condicoes aceitaveis, promocao e ao respeito aos Direitos Humanos em Angola. O modo como algumas coisas ou pessoas estao expostas no ambiente carcerario, nao podem ser contemplados apenas como algo restrito a atuacao estatal, pois representa um perigo a ordem e a tranquilidade publicas. Desse modo, a dissertacao em questao, busca dar importancia aos procedimentos a serem adoptados pelas unidades penitenciarias no pais, concorrendo para a eficiencia para a promocao de atos de incluir reclusos em todo o processo educacional, contribuindo para a ressocializacao e insercao social, como sendo um caso de politica publica. As condicoes de detencao constituem elementos indispensaveis para a promocao e garantia dos direitos fundamentais dos detidos. A esta materia as Nacoes Unidas alerta no seguinte onde as condicoes de detencoes sao demasiadas inadequadas a ponto de enfraquecerem seriamente o detido, a igualdade e o julgamento justo nao podem jamais serem garantidas, mesmo que as garantias processuais do direito aos julgamentos justos sejam escrupulosamente observadas. Logo, as condicoes de detencao referem-se ao conjunto de condicoes de detencao que sao fundamentalmente de carater infra estrutural e fisicas que tem impacto na experiencia vivida pelo ser humano encarcerado.
  • JAILTON MACENA DE ARAÚJO
  • FUNÇÃO EMANCIPADORA DAS POLÍTICAS SOCIAIS DO ESTADO BRASILEIRO: CONFORMAÇÃO DAS AÇÕES ASSISTENCIAIS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA AO VALOR SOCIAL DO TRABALHO
  • Data: 08/04/2016
  • Hora: 14:00
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  • O Brasil e marcado por uma realidade social em que a desigualdade se apresenta como um desafio, tornando imperiosa a adocao de programas sociais para suprir as carencias das pessoas mais pobres. Os programas sociais existentes, preordenados que sao a reducao dos indices de desigualdade e pobreza, devem adequar-se aos valores constitucionais. Garante-se, dessa forma, a unidade constitucional, ao tempo em que e estabelecido o padrao de acao a ser implementado pelo Poder Publico. Nesse horizonte, o valor social do trabalho desponta como a chave hermeneutica para promover uma redefinicao do que seja a propria assistencia social, a ser, concomitante e objetivamente, orientada pelo valor solidariedade, sem permitir, no entanto, a ocorrencia do hiato que compromete o atingimento do objetivo concretizador da cidadania. Em vista dessa necessidade social de propiciar o alcance ao nucleo de direitos minimos, capazes de fomentar a dignidade humana aos mais pobres, foi criado o Programa Bolsa Familia (PBF), no ano de 2003. A politica de oferta de renda do PBF, associada a realizacao, mesmo que contraprestacional, dos direitos sociais, tem favorecido a evolucao do panorama socioeconomico brasileiro, ensejando a criacao de novos programas e a ampliacao dos ja existentes no sentido da consecucao dos objetivos constitucionais de promocao do desenvolvimento, a partir da construcao de uma sociedade solidaria, pautada no valor social do trabalho. A partir dessas reflexoes, pode-se inferir a necessidade de uma evolucao ainda mais qualificada no que diz respeito a oferta de meios para a emancipacao dos beneficiarios das politicas sociais, a partir do proprio acesso ao trabalho. Tal abertura passa, entao, a ser identificada como direito socioeconomico capaz de promover a emancipacao e o desenvolvimento dos beneficiarios da assistencia social, a partir da conformacao mais solida das acoes do Bolsa Familia ao valor social do trabalho, cujo potencial transformador afeta a insercao laboral, ampliando as possibilidade e oportunidade dos cidadaos pobres. Assim, a tese e assentada na demonstracao da estreita ligacao existente entre os preceitos da Ordem Social constitucional – na qual se insere a assistencia social –, e o valor social do trabalho, no intuito de avaliar a conformacao constitucional da politica assistencial brasileira a carga axiologica constitucional expressa pelo trabalho. No desenvolvimento do argumento hipotetico-dedutivo, partir-se-a da pressuposicao mais ampla de efetivacao da emancipacao social por meio das acoes prestacionais da Assistencia, a partir de sua conformacao ao valor social do trabalho, considerado o trabalho como elemento intrinsecamente ligado a ideia de dignidade, e, ao mesmo tempo, como meio de acesso aos demais direitos assecuratorios de uma cidadania solidaria. Neste intuito, deve ser superada a racionalidade economicista que impera no contexto do modo de producao capitalista, com o escopo de implantar uma racionalidade solidaria que fundamente as acoes sociais no sentido da emancipacao social, reconhecendo-se que os programas sociais, entao implementados pelo Poder Publico, em especial os atrelados ao Programa Bolsa Familia, devem garantir que a classe-que-temcondicoes- de-viver-do-trabalho seja inserida no mundo do trabalho.
  • ELY JORGE TRINDADE
  • GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO BRASILEIRO
  • Data: 31/03/2016
  • Hora: 16:00
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  • Apesar do desenvolvimento do processo educacional obtido nas ultimas decadas, a educacao publica brasileira sofre graves problemas em sua estrutura. Parte da solucao desses problemas requer a positivacao de direitos educacionais e a mobilizacao social; parte deles, contudo, exige o atingimento, em grau maximo, dos objetivos constitucionais do desenvolvimento da pessoa humana, da qualificacao para o trabalho e da preparacao para a vida e para o exercicio da cidadania. Nesse sentido, e imprescindivel que seja prestada educacao de qualidade a todas as pessoas. A cidadania e a democracia sao essenciais a obtencao de educacao de qualidade, e devem ser as bases da construcao do capital social que havera de dar sustentabilidade ao desenvolvimento socioeconomico. Estudos teoricos demonstram a importancia da educacao no processo de desenvolvimento; porem, na pratica, grande parte das questoes relacionadas a essa discussao ainda nao se efetivou, o que requer mais pesquisas que analisem a importancia da garantia do direito a educacao como contribuicao para o desenvolvimento. Com objetivo de analisar a garantia do direito a educacao e a relacao com o desenvolvimento socioeconomico no Brasil, a pesquisa contextualiza historicamente o direito a educacao no Pais, investiga os fatores educacionais determinantes do desenvolvimento e relaciona elementos da realidade da educacao com o atual estagio de desenvolvimento socioeconomico. A dissertacao esta estruturada em tres partes, correspondentes a tres capitulos. O primeiro capitulo: Educacao e desenvolvimento, apresenta as concepcoes pedagogicas da educacao e sua contribuicao nas diferentes nocoes de desenvolvimento; trata do Direito a Educacao previsto na Constituicao Federal de 1988, analisando a garantia de acesso, os objetivos e as diretrizes fixadas, a qualidade e a categoria de Educacao delineada, com objetivo de permitir a compreensao das acoes necessarias para a efetivacao dos direitos educacionais. Em seguida, e destacada a relacao entre Educacao e Cidadania, onde sao estudados os elementos da Cidadania: civil, social e politico e a insercao da Educacao no elemento social como fator que contribui para o exercicio dos demais diretos de cidadania. O segundo capitulo tem por titulo: Panorama da educacao no Brasil. Nele sao abordadas a evolucao da educacao no Brasil, com enfase na educacao basica, analise da legislacao e das principais acoes referentes a educacao; a sistematizacao do investimento publico em educacao a partir das normas previstas na Constituicao Federal de 1988 e as alteracoes que trouxeram impacto na realizacao de investimentos e fiscalizacao dos gastos publicos, especialmente os fundos contabeis de manutencao e desenvolvimento do ensino fundamental e do ensino medio, Fundef e Fundeb; e analisada ainda neste capitulo a qualidade da educacao, nas diferentes nocoes tratadas pela literatura referente ao tema, possibilitando a identificacao do desempenho atual da educacao basica. Na terceira e ultima parte, intitulada: Realidade e perspectiva da educacao: o caso da Escola Municipal Ana Azevedo em Campina Grande (PB), a analisa os programas de politicas publicas desenvolvidos na escola objeto do estudo de caso, confrontando-os com as politicas de carater nacional e avaliando qualitativamente o resultado e desempenho da escola, com proposicoes baseadas na realidade constatada pela pesquisa empirica, objetivando a adequacao da pratica educacional as previsoes constitucionais relacionadas a educacao e ao desenvolvimento socioeconomico brasileiro.
  • IANA MELO SOLANO DANTAS
  • REDUÇÃO DA DURAÇÃO DO TRABALHO COMO MECANISMO DE AUMENTO DA EMPREGABILIDADE: NECESSÁRIA LIMITAÇÃO À FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO?
  • Data: 31/03/2016
  • Hora: 11:00
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  • O trabalho propoe-se a analisar a relacao entre a reducao da jornada de trabalho e o fomento a empregabilidade, a partir de uma discussao sobre a necessaria limitacao da flexibilizacao da jornada de trabalho. Embora o tema duracao do trabalho seja recorrente na seara trabalhista, a preocupacao com o mesmo foi mudando com o decorrer do tempo. No final do seculo XX, quando o principal problema encontrado nas economias desenvolvidas passa a ser o desemprego, a discussao em torno da reducao da jornada de trabalho adquire novo significado. A reducao da jornada de trabalho volta ao centro do debate como instrumento de geracao de novos postos de trabalho. Na tentativa de combater as causas estruturais e conjunturais do desemprego, a ideologia neoliberal apresenta a flexibilizacao das normas trabalhistas como solucao, atraves da montagem de um suposto pensamento unico de hegemonia deste modelo. Para responder ao problema levantado por essa pesquisa: se a reducao da jornada de trabalho seria um mecanismo capaz de gerar novos postos de trabalho, a hipotese apresentada vai de encontro a ideologia neoliberal atribuida a flexibilizacao, na medida em que acredita que a reducao da jornada de trabalho pode influenciar na criacao de novos postos de trabalho, desde que a flexibilizacao da jornada de trabalho seja limitada e nao estimulada. Tal limitacao deve estar consubstanciada em dois mecanismos: na limitacao da utilizacao das horas extraordinarias, com o consequente aumento do adicional de horas extras e no fim do instituto do banco de horas. A pesquisa pretende demonstrar os argumentos que fundamentam a necessidade de adocao dessas medidas, em caso de reducao da duracao do trabalho no Brasil atraves do metodo de abordagem dedutivo, dos procedimentos hermeneutico, comparativo e historico e da tecnica de pesquisa bibliografica.
  • IANA MELO SOLANO DANTAS
  • REDUÇÃO DA DURAÇÃO DO TRABALHO COMO MECANISMO DE AUMENTO DA EMPREGABILIDADE: NECESSÁRIA LIMITAÇÃO À FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO?
  • Data: 31/03/2016
  • Hora: 11:00
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  • O trabalho propoe-se a analisar a relacao entre a reducao da jornada de trabalho e o fomento a empregabilidade, a partir de uma discussao sobre a necessaria limitacao da flexibilizacao da jornada de trabalho. Embora o tema duracao do trabalho seja recorrente na seara trabalhista, a preocupacao com o mesmo foi mudando com o decorrer do tempo. No final do seculo XX, quando o principal problema encontrado nas economias desenvolvidas passa a ser o desemprego, a discussao em torno da reducao da jornada de trabalho adquire novo significado. A reducao da jornada de trabalho volta ao centro do debate como instrumento de geracao de novos postos de trabalho. Na tentativa de combater as causas estruturais e conjunturais do desemprego, a ideologia neoliberal apresenta a flexibilizacao das normas trabalhistas como solucao, atraves da montagem de um suposto pensamento unico de hegemonia deste modelo. Para responder ao problema levantado por essa pesquisa: se a reducao da jornada de trabalho seria um mecanismo capaz de gerar novos postos de trabalho, a hipotese apresentada vai de encontro a ideologia neoliberal atribuida a flexibilizacao, na medida em que acredita que a reducao da jornada de trabalho pode influenciar na criacao de novos postos de trabalho, desde que a flexibilizacao da jornada de trabalho seja limitada e nao estimulada. Tal limitacao deve estar consubstanciada em dois mecanismos: na limitacao da utilizacao das horas extraordinarias, com o consequente aumento do adicional de horas extras e no fim do instituto do banco de horas. A pesquisa pretende demonstrar os argumentos que fundamentam a necessidade de adocao dessas medidas, em caso de reducao da duracao do trabalho no Brasil atraves do metodo de abordagem dedutivo, dos procedimentos hermeneutico, comparativo e historico e da tecnica de pesquisa bibliografica.
  • LUIZA NICOLAU MAGALHÃES
  • EDUCAÇÃO INTEGRADA E DIREITOS HUMANOS: O CASO DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO DO IFPB - CAMPUS GUARABIRA
  • Data: 31/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente Dissertacao de Mestrado tem por objeto de pesquisa o exame da educacao em direitos humanos realizada no contexto de uma educacao especifica, a educacao profissional integrada ao ensino medio, em um campo delimitado, o Curso Integrado em Informatica do IFPB – Campus Guarabira. A pesquisa parte, no primeiro capitulo, da consideracao do papel da educacao e do trabalho no contexto da sociabilidade do capital, para, a partir dela, compreender a concepcao educacional que subjaz o projeto integrado nas politicas atuais. Tal concepcao educacional estrutura-se em torno de uma perspectiva emancipatoria para a classe trabalhadora e de uma pratica articulada com os interesses dessa classe, por intermedio da consideracao do trabalho enquanto principio educativo para viabilizacao de uma formacao humana integral. A analise de tal concepcao educacional demonstra a interlocucao de seus principios e fundamentos com a visao complexa dos direitos humanos, que demanda a aproximacao de seu debate dos excluidos e reivindica uma acao pedagogica para abertura e garantia de espacos de luta em torno da construcao da dignidade e emancipacao humanas. A partir dessa leitura dos direitos humanos, propiciada por Herrera Flores (2009), propoe-se que o trabalho enquanto principio educativo, no ambito da educacao integrada, demanda o acesso do trabalhador ao conhecimento tecnico, cientifico e cultural devido para uma leitura critica das relacoes socio-produtivas, como tambem o conhecimento dos direitos humanos necessario para a abertura de espacos de debates e luta que permitam a efetiva construcao da dignidade do trabalhador em contextos de crise. Para melhor subsidiar o caminho teorico e empirico proposto neste estudo, promove-se, no segundo capitulo, uma breve contextualizacao historica da educacao brasileira, demonstrando os percalcos tracados em torno da dualidade educacional do ensino medio entre a educacao propedeutica e a educacao profissional, a qual fez brotar, a partir das lutas por sua superacao, os germens que hoje subsidiam a concepcao educacional integrada assumida pelos documentos oficiais brasileiros. Outrossim, propoe-se, no terceiro capitulo, uma caracterizacao da educacao em direitos humanos a partir de documentos internacionais e nacionais que propiciam o enquadramento atual da questao. O trabalho culmina, no quarto capitulo, com a apropriacao da analise proveniente dos documentos e das vozes dos sujeitos relativos ao campo de pesquisa, demonstrando as (re)significacoes que sao operadas no campo acerca das concepcoes de educacao integrada e da educacao em direitos humanos. A pesquisa de campo proposta neste estudo pretende, para tanto, recuperar as categorias analiticas lancadas no primeiro capitulo e o debate por elas proposto, utilizando-as como parametro para a analise das (re)significacoes construidas no campo de investigacao.
  • WALTER VAN TRIER MIGUEL
  • A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE EM ANGOLA POR MEIO DA PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS
  • Orientador : ROBSON ANTAO DE MEDEIROS
  • Data: 30/03/2016
  • Hora: 13:00
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  • A presente dissertacao tem por objeto o exame da efetivacao do direito a saude em Angola por meio da participacao dos cidadaos. O objetivo e analisar esta efetivacao atraves dos procedimentos participativos sanitarios do Pais. Tendo em conta que esses procedimentos se apresentam limitativamente estruturados, fracos em sua utilizacao pelos cidadaos e diminutos em sua existencia, o trabalho procura responder em que medida se torna necessario o fortalecimento e a expansao desses procedimentos, mormente no ambito do Servico Nacional de Saude (SNS), visando a efetivacao do direito a saude em Angola por meio da participacao dos cidadaos. Para o efeito, a dissertacao esta estruturada em tres capitulos. No primeiro, analisa-se a saude como um direito de todos e direito com todos. No segundo, sopesa-se a participacao cidada sanitaria em Angola. No terceiro e ultimo, apresentam-se instrumentos para assegurar a efetivacao do direito a saude em Angola mediante a participacao cidada. Por outro lado, adota-se o principio nenhum a menos - que advoga o esforco concreto que deve ser realizado para se assegurar maior inclusao possivel de pessoas, entidades, cosmovisoes nas discussoes e decisoes sobre a defesa, promocao e plena efetivacao dos direitos humanos no mundo - como marco teorico, o metodo de abordagem indutivo e como tecnicas de coletas de dados a pesquisa bibliografica e documental. Diante de tudo isto, conclui-se que o fortalecimento e a expansao sao necessarios na medida em que asseguram a compatibilizacao da atuacao do SNS com as reais demandas sanitarias dos cidadaos, uma vez que estes passam a intervir direta e indiretamente nesta atuacao, apresentando suas proposicoes e participando na tomada de decisoes sobre a sua saude e a da comunidade. Por esta razao, defende-se que a participacao cidada sanitaria em Angola seja maior, inclusiva, democratica e efetiva, devendo-se, neste sentido, estabelecer um modelo participativo adequado, realizar acoes direcionadas ao fortalecimento e expansao dos procedimentos participativos sanitarios e promover a educacao para a saude e em direitos humanos aos cidadaos para participarem eficaz e eficientemente.
  • HUMBERTO LIMA DE LUCENA FILHO
  • COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL, CUSTOS TRABALHISTAS E MERCADOS: POSSIBILIDADES E LIMITES DE RECONHECIMENTO DA FUNÇÃO CONCORRENCIAL DO DIREITO DO TRABALHO
  • Data: 29/03/2016
  • Hora: 16:00
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  • As funcoes classicas do direito do trabalho arroladas pela doutrina, pela legislacao e pela jurisprudencia especializada nao contemplam, na esfera nacional, a sonegacao sistematica de direitos trabalhistas como conduta suficiente para o enquadramento nas hipoteses de comportamento anticoncorrencial. Ao tempo em que isto se sucede no plano interno, debates e providencias tem sido tomadas, na seara internacional, no intuito de nao se permitir que a legislacao trabalhista seja um instrumento de competitividade transnacional por intermedio da instalacao fabril em paises com legislacao fragil ou com baixa fiscalizacao do cumprimento das regras trabalhistas. Diante de dois cenarios que tratam sobre o mesmo fenomeno, mas com tratamentos absolutamente opostos, o presente trabalho possui como objetivo geral a averiguacao acerca da correlacao entre custos trabalhistas, concorrencia empresarial e mercados para aferir se e possivel a defesa do reconhecimento de uma funcao concorrencial do direito do trabalho. Como objetivos especificos pretende: a) analisar a proposta universalizante dos padroes internacionais trabalhistas, capitaneados pela Organizacao Internacional do Trabalho, para propor um nucleo reduzido de direitos aplicaveis em todos os Estados, denominado de bloco de convencionalidade; b) demonstrar a interligacao fundamental do custo trabalhista relacionado a lucratividade e a obtencao de mercados; c) investigar como os sistemas nacionais e internacionais de defesa da concorrencia enfrentam o tema, destacando as peculiaridades doutrinarias e jurisprudenciais do dumping social na doutrina brasileira. No intuito de concretizar os objetivos propostos, a pesquisa se socorre do metodo de abordagem logico-dedutivo e hermeneutico, cujo desafio inicial e estabelecer a problematica objeto da pesquisa, ou seja, se e possivel que violacoes trabalhistas sirvam de substrato para a atuacao dos orgao responsaveis pela regulacao concorrencial. Quanto aos metodos de procedimento, as ferramentas utilizadas sao eminentemente legislativas, estatisticas e comparativas, que visam perscrutar a existencia de um hiato entre o direito do trabalho e o direito da concorrencia, de modo a viabilizar uma conjugacao interseccional. A pesquisa documental considerou a jurisprudencia de cortes supranacionais e locais, a analise de dados produzidos por entidades internacionais, locais e a bibliografia estrangeira e brasileira sobre o tema. Como resultado conclusivo, tem-se que existe uma funcao concorrencial no direito do trabalho desconsiderada pela teoria geral trabalhista e pelo direito da concorrencia. Entende-se, ainda, que tal funcao representa um dos varios desafios propostos pela globalizacao juridica diante da persecucao da eficiencia dos custos de producao pelos agentes economicos, devendo ser exercida, na seara internacional, pela Organizacao Mundial do Comercio (que aplicara o paradigma das Convencoes Fundamentais da OIT) e, no campo interno, unicamente pelo Conselho Administrativo de Defesa Economica (CADE) e pela Justica Federal, nos casos de judicializacao, sendo vedada, de toda forma, a analise da materia pela Justica do Trabalho, de oficio ou a pedido, sob pena de vilipendio ao principio processual da unicidade de conviccao.
  • JEREMIAS DE CASSIO CARNEIRO DE MELO
  • A APROXIMAÇÃO NORMATIVA DO DIREITO BRASILEIRO AO STARE DECISIS DA TRADIÇÃO ANGLO-AMERICANA E O RISCO DE CONSOLIDAÇÃO DO CAOS ENUNCIATIVO-DECISÓRIO
  • Data: 29/03/2016
  • Hora: 09:00
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  • A complexidade da sociedade contemporanea ensejou a dinamica do permanente processo de positivacao do Direito, com a consagracao de concepcoes de mundo e conteudos eticos diversos, nao raro antagonicos. Nao se pode mais identificar a predominancia de uma determinada ideologia, mas a existencia concomitante de fundamentos e valores sociais distintos assoberbando o Direito e, por consequencia, o proprio Judiciario, ultimo plano no qual as divergencias intersubjetivas sao dirimidas. A abertura cognitiva dos sistemas juridicos e a sua propria indeterminacao acarretaram a ampliacao do poder do juiz, pois, quanto mais complexa se torna a sociedade, tanto mais se sobrecarrega a positivacao e se indetermina a decidibilidade. A partir da segunda metade do seculo XX, notadamente no contexto do constitucionalismo pos-guerra, diante da precipitacao da crise de indeterminacao do Direito, ocorre a “expansao do poder judicial”, na perspectiva da amplitude de criacaocomplementacao da interpretacao juridica. Modifica-se, assim, a “agenda” da teoria juridica para a decisao, fenomeno sentido tanto na tradicao continental quanto na anglo-americana. A guinada para o momento da aplicacao e a liberdade decisoria passa a ser fator de convergencia e reaproximacao entre o civil law e o common law, transformando-se o direto judicial em instrumento de enfrentamento da fluidez dogmatica. A atribuicao de forca vinculante aos precedentes judiciais generaliza-se nos Estados Contemporaneos, mesmo nos de origem continental, a vista da ameaca de decisoes baseadas em “conviccoes pessoais”. Verificando que a incorporacao do stare decisis apresentou-se com particularidades nos sistemas continentais, a pesquisa envereda pelo exame especifico da situacao do Brasil no quadro da “crise de indeterminacao do direito” e do correspondente aumento da discricionariedade judicial, que, no extremo, podem atrair o decisionimo arbitrario com negacao dos pontos de partida dogmaticos, situacao que a investigacao denomina caos enunciativo-dicisorio. Para tal fim, sera analisado o julgamento do HC 127.186/PR no STF – como representacao da particular logica brasileira de precedentes judiciais (logica da decisao por enunciados gerais) que permite a manipulacao de trechos de decisoes anteriores de acordo com a subjetividade do juiz (raciocinio enunciativo-decisionista) – e pesquisa do CNJ que revela tendencia de consolidacao dessas decisoes enunciativas. Identificado o problema, sera posta a prova a tese de que foi a peculiar incorporacao do stare decisis pela imposicao normativa que aprofundou a desordem jurisprudencial no pais, a ponto de se chegar ao extremo da fundamentacao por enunciados gerais ser viabilizada mediante a delegacao decisoria a nao-juizes.
  • MARILIA MARQUES REGO VILHENA
  • NECESSIDADE DE UM NOVO DESENHO JURÍDICO PARA A SUBORDINAÇÃO COMO ELEMENTO DIFERENCIAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO
  • Data: 28/03/2016
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar o posicionamento do Poder Judiciário diante dos novos desafios por que passa o direito do trabalho, decorrentes da reestruturação produtiva, baseada em tecnologias que vêm revolucionando a sociedade. Como se sabe o direito do trabalho foi criado para a proteção de trabalhadores que, fisicamente, encontravam-se nos “chãos de fábrica”. Estavam submissos ao controle hierarquizado do empregador, que dirigia e fiscalizava a atuação pessoal dos operários. Nasceu, como ressaltado, das reivindicações por melhores condições de trabalho, responsável por uma revolução no século XIX, com o fim de garantir a dignidade da pessoa humana. Assim, toda a malha tutelar, direcionada ao empregado, é decorrente desse modelo. Porém, progressivamente, ele torna-se ultrapassado, sobretudo, em razão dos avanços tecnológicos que modificaram as concepções de tempo e espaço em um mundo globalizado. Nesse contexto, a relação de emprego, antes bem delimitada, perde sua nitidez, na medida em que que os meios eletrônicos passaram a ser tornam-se responsáveis pela metamorfose do trabalho humano. A produção passa a ser enxuta; o trabalho torna-se precarizado e informal. Prevalece a gestão empresarial horizontalizada, com base na cooperação e não mais na subordinação clássica. Os empregos, em grande medida, revestem-se de caráter autônomo, porquanto, o liame que separa a autonomia da subordinação torna-se cada vez mais, estreito. Essa modificação dificulta o que antes parecia uma equação matemática, na qual o trabalho subordinado, não eventual, pessoal e oneroso enquadrava-se no conceito de relação de emprego. Nessa perspectiva, o Poder Judiciário brasileiro defronta-se com os obstáculos que lhe são postos. Em razão busca, na ampliação do conceito de subordinação, a solução adequada para a inclusão dos trabalhadores da era digital sob seu manto tutelar. Outros países também se defrontaram com a crise campo do trabalho, regulamentando, novas relações de trabalho. Contudo, no Brasil, sente-se a ausência de um estudo mais aprofundado sobre a questão do trabalho. A falta de uma abordagem mais sistemática sobre o problema dificulta uma possível solução para a suposta crise do trabalho. Nesse novo contexto, não se pode mais considerar o labor como nos tempos em que vigorava o sistema fordista. No momento contemporâneo, é inegável que o trabalho imaterial vem se ampliando em consequência de uma evolução tecnológica. A tecnologia permeia o cotidiano e transforma a sociedade. Os avanços na robótica, na neurociência e nos meios transmissão de informações vêm gerando grandes transformações nas sociedades. Essas mudanças consistem na evolução, algo inerente ao próprio ser humano. A presente pesquisa pretende comprovar que os rumos seguidos pelo Poder Judiciário brasileiro estão muito aquém do ideal. São adotadas medidas paliativas, pautadas no conceito superado de subordinação, não permitindo a necessária eficiência na prestação jurisdicional, capaz de dignidade aos trabalhadores. Busca também demonstrar que a subordinação, qualquer que seja ela, não pode, na era informacional ser o centro das relações de emprego. Para se chegar a essa conclusão, desenvolveu-se uma pesquisa de cunho bibliográfica e experimental, com o objetivo de analisar o posicionamento dos tribunais brasileiros sobre o assunto.
  • MARILIA MARQUES REGO VILHENA
  • NECESSIDADE DE UM NOVO DESENHO JURÍDICO PARA A SUBORDINAÇÃO COMO ELEMENTO DIFERENCIAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO
  • Data: 28/03/2016
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese tem como objetivo analisar o posicionamento do Poder Judiciario diante dos novos desafios por que passa o direito do trabalho, decorrentes da reestruturacao produtiva, baseada em tecnologias que vem revolucionando a sociedade. Como se sabe o direito do trabalho foi criado para a protecao de trabalhadores que, fisicamente, encontravam-se nos “chaos de fabrica”. Estavam submissos ao controle hierarquizado do empregador, que dirigia e fiscalizava a atuacao pessoal dos operarios. Nasceu, como ressaltado, das reivindicacoes por melhores condicoes de trabalho, responsavel por uma revolucao no seculo XIX, com o fim de garantir a dignidade da pessoa humana. Assim, toda a malha tutelar, direcionada ao empregado, e decorrente desse modelo. Porem, progressivamente, ele torna-se ultrapassado, sobretudo, em razao dos avancos tecnologicos que modificaram as concepcoes de tempo e espaco em um mundo globalizado. Nesse contexto, a relacao de emprego, antes bem delimitada, perde sua nitidez, na medida em que que os meios eletronicos passaram a ser tornam-se responsaveis pela metamorfose do trabalho humano. A producao passa a ser enxuta; o trabalho torna-se precarizado e informal. Prevalece a gestao empresarial horizontalizada, com base na cooperacao e nao mais na subordinacao classica. Os empregos, em grande medida, revestem-se de carater autonomo, porquanto, o liame que separa a autonomia da subordinacao torna-se cada vez mais, estreito. Essa modificacao dificulta o que antes parecia uma equacao matematica, na qual o trabalho subordinado, nao eventual, pessoal e oneroso enquadrava-se no conceito de relacao de emprego. Nessa perspectiva, o Poder Judiciario brasileiro defronta-se com os obstaculos que lhe sao postos. Em razao busca, na ampliacao do conceito de subordinacao, a solucao adequada para a inclusao dos trabalhadores da era digital sob seu manto tutelar. Outros paises tambem se defrontaram com a crise campo do trabalho, regulamentando, novas relacoes de trabalho. Contudo, no Brasil, sente-se a ausencia de um estudo mais aprofundado sobre a questao do trabalho. A falta de uma abordagem mais sistematica sobre o problema dificulta uma possivel solucao para a suposta crise do trabalho. Nesse novo contexto, nao se pode mais considerar o labor como nos tempos em que vigorava o sistema fordista. No momento contemporaneo, e inegavel que o trabalho imaterial vem se ampliando em consequencia de uma evolucao tecnologica. A tecnologia permeia o cotidiano e transforma a sociedade. Os avancos na robotica, na neurociencia e nos meios transmissao de informacoes vem gerando grandes transformacoes nas sociedades. Essas mudancas consistem na evolucao, algo inerente ao proprio ser humano. A presente pesquisa pretende comprovar que os rumos seguidos pelo Poder Judiciario brasileiro estao muito aquem do ideal. Sao adotadas medidas paliativas, pautadas no conceito superado de subordinacao, nao permitindo a necessaria eficiencia na prestacao jurisdicional, capaz de dignidade aos trabalhadores. Busca tambem demonstrar que a subordinacao, qualquer que seja ela, nao pode, na era informacional ser o centro das relacoes de emprego. Para se chegar a essa conclusao, desenvolveu-se uma pesquisa de cunho bibliografica e experimental, com o objetivo de analisar o posicionamento dos tribunais brasileiros sobre o assunto.
  • ROSIVALDO TOSCANO DOS SANTOS JUNIOR
  • A GUERRA AO CRIME E OS CRIMES DA GUERRA: uma crítica descolonial às políticas beligerantes no Sistema de Justiça Criminal Brasileiro
  • Data: 23/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • A tese analisa, sob a otica dos Estudos Descoloniais, a importacao das politicas beligerantes (Belligerent Policies) e neoliberais (eficienticismo corporativo) estadunidenses e seus efeitos no Sistema de Justica Criminal brasileiro. As politicas de seguranca publica e externa dos Estados Unidos foram gestadas desde o seculo passado, estando impregnadas do ethos guerreiro, materializam-se na War on Crime, na War on Drugs e na War on Terror, capitaneadas as duas ultimas tambem enquanto politica externa atualizadora da velha National Security Doctrine. No Sistema de Justica Criminal brasileiro, tais politicas materializam um direito penal do autor extremamente violento e letal que aprofunda nossa violencia sistemica. Os Estudos Descoloniais mostram que a importacao das Belligerent Policies, ao inves de solucionar a questao da violencia urbana aqui, aprofundam-na. Seu ethos guerreiro gera aqui indices de homicidios alarmantes e a policia que mais mata no mundo. Sob os discursos/pretextos da Guerra ao Crime, da Guerra as Drogas e agora da Guerra ao Terror, criaram-se areas de excecao nas periferias brasileiras cujas praticas estatais ultrapassam ate mesmo o Estado de Sitio constitucionalmente previsto. Essas violacoes sao contra os sem-voz, os habitantes das areas de excecao – sob as vistas dos orgaos que deveriam conte-las, mas que, em face da imersao nas Belligerent Policies, tornam-se coniventes com a barbarie – quando nao a legitimam expressamente. A situacao se agrava porque o Judiciario e tomado pelo discurso eficienticista corporativo. O Judiciario como corporacao reproduz os interesses do neoliberalismo. Em nome da eficiencia, a normatividade, protetora de Direitos Fundamentais, torna-se uma exterioridade a ser contornada ou derrubada. E os juristas colonizados, tipica manifestacao da colonialidade do saber, estao a solta para fazerem a mimese das teorias oriundas do Centro. Gera-se mais violencia. O discurso hegemonico dos Direitos Humanos, tambem aqui importado pelos Psittacidae do discurso alheio, por defender o modelo liberal de origem eurocentrica, jamais sera verdadeiramente libertario. Por isso que ele convive, por seculos, com a barbarie na Periferia. No discurso mainstream dos Direitos Humanos nao ha espaco para o Outro. Torna-se estrategia geopolitica. Conforme o metodo de pesquisa bibliografica e documental apurou, os Estudos Descoloniais, denunciando a colonialidade, o outro lado da Modernidade, apontam que somente construcoes teoricas e praticas sociais que sejam autenticas, gestadas ou repensadas a partir da realidade periferica, sao capazes de trazer uma resposta que se pretenda libertaria. Os estudos descoloniais visam dar voz ao Outro e, a partir dai, possibilitar a libertacao. O direito nao muda nada porque ele e apenas uma estrutura. Sao homens, por meio de suas acoes, dentro da totalidade social, os agentes da transformacao. Sao os homens que constroem o futuro, queiram ou nao, saibam ou nao. E o primeiro passo esta em saber que ha sempre um outro lado para alem do discurso hegemonico, para alem da colonialidade.
  • MARIA JULIA LEONEL BARBOSA
  • E BABADO, CONFUSAO E GRITARIA: AS HISTORIAS DE TRAVESTIS RECIFENSES SOB UM OLHAR DA CRIMINOLOGIA CRITICA
  • Data: 21/03/2016
  • Hora: 13:00
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  • Este trabalho foi realizado a partir de entrevistas com travestis que residem na cidade do Recife. O foco inicialmente foram as travestis adolescentes que estavam cumprindo medida socioeducativa de privacao de liberdade, enveredando-se posteriormente a travestis adultas que tiveram suas trajetorias de vida cruzadas com o sistema penal. Trata-se de uma pesquisa que analisou as narrativas das travestis a partir de paradigmas da criminologia critica, buscando entender como a heteronormatividade, dado analitico para compreender o contexto sociocultural das travestis, tambem e um dos sistemas sociais protegidos pela policia e legitimado pelo sistema penal. A quebra do padrao binario sexo-genero deve ser vista como um conflito social na medida em as pessoas que o contrapoem tornam-se vulneraveis a invisibilidade, chegando esta a depender de outros fatores tais quais classe e raca. A teoria queer, dada as devidas proporcoes, foi um dos aportes teoricos para (des)construcao da concepcao hegemonica sobre genero e sexualidade. O objeto desta pesquisa foram as trajetorias de vida das travestis entrevistadas, para compreender as intercorrencias do sistema penal presentes, a partir do olhar da criminologia critica. A metodologia para atingir o objeto se deu a partir de pesquisa de campo, com entrevistas semiestruturadas e posteriormente analise dos dados, que consistiu em confrontar as falas transcritas das entrevistas com as teorias de genero e com os paradigmas do direito infracional e da criminologia critica. A partir disto, concluiu-se que nao necessariamente as travestis precisaram entrar em conflito com a lei, ou cometerem crimes para intervencao do sistema penal. Ao contrario disso, as evidencias sao de que antes de um ato ilicito, elas desafiaram normas sociais que sao tao silenciosas quanto rigidas e que so e possivel chegar a esta constatacao quando sao transgredidas, pois antes disso tudo sao dados normais advindos da natureza.
  • MAZUKYEVICZ RAMON SANTOS DO NASCIMENTO SILVA
  • A DIMENSÃO CULTURAL DA EDUCAÇÃO EM PRISÕES
  • Data: 17/03/2016
  • Hora: 09:00
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  • Tomando as criminologias críticas como marco teórico, e a dialética materialista como método empregado nas investigações, a pesquisa em questão investiga, numa perspectiva ampla, o que pode a educação em contextos de privação de liberdade, e numa perspectiva restrita, as possibilidades de ressignificação da educação em prisões praticada no cenário brasileiro hoje, no sentido de uma educação em prisões orientada para a transformação da cultura em torno das questões penais. Com as criminologias críticas é possível identificar pelo menos duas dimensões, antagônicas, porém complementares, a partir das quais a educação em contextos de privação de liberdade se apresenta. A primeira destas dimensões, chamada dimensão moral da educação na prisão, se verifica como a dimensão dominante na historia ocidental, na racionalidade punitiva da legislação brasileira, na política nacional de educação em prisões praticada desde o programa Educando para a Liberdade de 2005, e no discurso acadêmico nacional. Tem como pano de fundo o paradigma penal da defesa social e o discurso jurídico do crime, e compreende o crime como um fenômeno de causas individuais e volitivas, a prisão como medida útil, justa, igual e legítima para a resposta ao crime, a educação como um instrumento para a ressocialização do privado de liberdade, e a sociedade como um ambiente sempre disponível à aceitação do indivíduo moralmente transformado. Por outro lado, a dimensão cultural da educação em prisões reconhece o crime como um fenômeno multicausal, a prisão como uma resposta político-econômica face ao crime, a educação como um processo dialógico e plural que deve integrar os diversos atores que compõe o universo carcerário, e o protagonismo do grupo social no processo de tratamento das questões penais. Conclui a pesquisa que a educação em prisões pode ser ressignificada, ao abandonar a idéia de uma educação do preso, e assumir a idéia de uma educação para uma nova cultura, uma educação para os direitos humanos, uma cultura de não-violência, implicando então na necessidade de uma maior abertura da prisão à sociedade, e da sociedade à prisão, e da substituição da noção de ressocialização que subjaz à educação na prisão no Brasil pela noção de reconciliação.
  • MORTON LUIZ FARIA DE MEDEIROS
  • A DENÚNCIA ANÔNIMA E SUA IMPORTÂNCIA NA PROTEÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS NO BRASIL
  • Data: 14/03/2016
  • Hora: 08:30
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  • A presente pesquisa analisa a compatibilidade da denúncia anônima com o Estado constitucional democrático e, mais especificamente, com o ordenamento jurídico brasileiro. Possui o objetivo geral de aquilatar, sob a ótica constitucional, se a denúncia anônima contribui para a proteção dos direitos fundamentais no Brasil, e os objetivos específicos de: a) propor uma teoria geral da denúncia anônima, identificando sua origem, conceito e natureza jurídica, e investigando no Direito estrangeiro as experiências em torno da matéria, com vistas a avaliar sua compatibilidade com o regime democrático; b) analisar a recepção da denúncia anônima no ordenamento jurídico brasileiro como móbil para instauração de procedimento investigatório estatal, verificando como o Supremo Tribunal Federal a vem apreciando em seus julgamentos, no afã de identificar os argumentos e ponderações utilizados; c) identificar critérios de aproveitamento das informações contidas na denúncia anônima, de modo a causar o menor impacto possível na vida privada do investigando, até que se deduza sua culpa em Juízo ou na esfera administrativa. Com vistas ao cumprimento dos objetivos acima propostos, são utilizados os métodos de abordagem hipotético-dedutivo e hermenêutico, principiando pela delimitação e enfrentamento dos problemas lançados acima por intermédio da interpretação de textos jurídicos extraídos de documentos legislativos, jurisprudenciais e doutrinários. Para tanto, lança-se mão dos métodos de procedimento usuais na Ciência Jurídica, notadamente o histórico, o estatístico e o comparativo, com o auxílio dos quais são examinadas as decisões do Supremo Tribunal Federal em torno da aceitação da denúncia anônima, cotejadas com os posicionamentos legislativos e jurisprudenciais de outros países e as normativas internacionais de proteção dos direitos humanos. São empregadas, portanto, as técnicas de pesquisa documental indireta, principalmente as pesquisas jurisprudencial e bibliográfica, dentre autores nacionais (e não apenas os contemporâneos, mas também os jurisconsultos de cada Constituição brasileira, considerando a importância da análise nomogenética acima referida) e estrangeiros. Analisando a origem da denúncia anônima, compreendida como manifestação de pensamento consistente em ato de dirigir – sem identificação de plano aferível – a órgão competente de apuração de ilícito a ocorrência deste, conclui-se que sua gênese no sistema inquisitorial não a incompatibiliza com o processo comunicativo próprio dos regimes democráticos. Constata-se que, malgrado tenha o Supremo Tribunal Federal brasileiro enxergado na vedação constitucional ao anonimato o motivo para a repulsa à denúncia anônima, esta não foi propriamente considerada quando dos debates conducentes à produção dos textos constitucionais e, portanto, não é atingida nesta vedação. Por fim, vale-se da ponderação entre princípios para se inferir que a vedação absoluta da denúncia anônima não atende à máxima da proporcionalidade, admitindo-se apenas algumas ponderações com vistas a seu melhor aproveitamento na instauração e condução dos procedimentos investigatórios.
  • LUISA LAIS CAMARA DA ROCHA
  • “As cumades das facções”: as relações de gênero e sexualidade, dentro das facções Okaida e Estados Unidos em João Pessoa/PB.
  • Data: 04/03/2016
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação tem como objeto de estudo as relações constitutivas e construídas de gênero e sexualidade dentro de duas facções urbanas que disputam o comércio de drogas ilegais na cidade de João Pessoa/PB: a facção da “Okaida” e a facção dos “Estados Unidos”. Metodologicamente trata-se de uma pesquisa etnográfica realizada com as adolescentes que cumpriam medida socioeducativa de internação entre o período de julho de 2015 a fevereiro de 2016. A perspectiva narrativa e analítica da pesquisa é construída a partir das vivências das adolescentes do sexo feminino que estão cumprindo medida socioeducativa de internação na Casa Educativa. As interlocutoras tinham conhecimento das relações internas dos grupos por meio de participação direta, a partir da realidade dos bairros em que residiam, através de familiares que eram integrantes ou ainda por meio da simultaneidade de fatores. Entende-se que estas relações são constitutivas, na medida em que há regras específicas no tocante ao gênero e a sexualidade, mas que também são construídas, por meio de transgressões e negociações das próprias adolescentes entre seus pares.
  • CRISTOVAO TEIXEIRA RODRIGUES SILVA
  • A PERSPECTIVA TÓPICO-RETÓRICA E PRAGMATISTA DAS DECISÕES JUDICIAIS DO MOVIMENTO DO DIREITO ALTERNATIVO NO BRASIL
  • Data: 03/03/2016
  • Hora: 14:30
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  • A racionalidade dialética é aplicada ao campo do conhecimento humano onde não há fundamentos absolutos, do qual o direito é uma das expressões. As normas jurídicas são, portanto, éndoxa, boas opiniões compartilhadas em uma dada sociedade, sem qualificativo de verdade. Isto faz com que a validade das decisões judiciais esteja ligada à forma de utilização das normas jurídicas, não a um fundamento inquestionável apresentado como razão. O uso de tais premissas não absolutas foi descrito por Aristóteles por meio dos silogismos dialéticos e retóricos (entimema). Com base nesta teoria, Perelman desenvolveu a ideia de auditório (universal e particular) e o uso de argumentos particulares no discurso. Para este autor, o que o orador busca é conseguir a adesão dos ouvintes (auditório) e para isto utiliza-se das premissas já aceitas por estes, o que lhe garante validade. No direito, o magistrado faz o mesmo processo, decide e depois busca no ordenamento jurídico os elementos suficientes para justificar sua decisão perante os demais cidadãos. Esta perspectiva está ligada ao contexto da descoberta e ao contexto da justificação, tratados por Atienza. Sobre a formação da decisão judicial, Cardozo aponta para a existência de elementos subconscientes, ou seja, influência de fatores não jurídicos neste processo. Em relação à justificação da decisão tomada, Viehweg aponta para o raciocínio tópico-problemático, e Esser refere-se ao uso de princípios (jurídicos) pragmatistas. O que os magistrados fazem, desta forma, é utilizar as normas jurídicas para justificar as decisões tomadas, mesmo que outros fatores tenham sido preponderantes para a escolha feita. No Brasil, um grupo de juízes, no começo da década de 1990, conhecidos como Movimento do Direito Alternativo, afirmou fazer uso das normas jurídicas de forma ideologicamente direcionada. Amilton Bueno divide em três as formas desta atuação alternativista: positividade combativa; uso alternativo do direito; e direito alternativo em sentido estrito. Há uma aproximação entre o alternativismo jurídico e uso tópico-problemático das normas jurídicas. Analisando algumas decisões do movimento esta tese encontra fundamento, pois o que estes magistrados fizeram, ao justificar as decisões tomadas, foi abordar o direito de forma pragmatista. Nesta perspectiva, a realidade social tem primazia na hora de elaboração da decisão judicial, mas as normas jurídicas são as bases da justificação apresentada.
  • ANNA CECILIA GUEDES DE FARIAS CUNHA
  • MINHA CASA, MINHA VIDA: ENTRE O ACESSO À MORADIA PELO VULNERÁVEL SOCIAL E A HIGIDEZ ECONÔMICA DO SISTEMA
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 14:30
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  • O programa federal de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, destacado entre os demais programas formadores da atual Política Nacional de Habitação, oportunizando à população enquadrada no conceito de baixa renda o acesso à casa própria – com toda a carga axiológica que este conceito ostenta neste país –, constitui-se na mais expressiva ação governamental, nesta seara, já implementada no Brasil, tendo em vista o vultoso contingente de beneficiários alcançados e as extravagantes grandezas que traduzem o investimento público direcionado. Surge assim, o PMCMV de maneira absolutamente realçada dentre os demais mecanismos propostos pelo Estado brasileiro para o enfrentamento da crise econômica mundial de 2008, a qual igualmente compeliu as demais economias globalizadas a municiarem-se em face dos ventos de instabilidade que se anunciavam. O potencial efeito multiplicador desta política sobre importantes eixos da atividade econômica, aliado ao respectivo mote social reconhecido no ideário de redução do deficit habitacional e consequente atenuação da vulnerabilidade social da grande massa alijada do acesso à moradia fizeram do PMCMV um mecanismo de potencial relevância na confluência entre estas duas frentes de preocupações. No entanto, sua magnitude econômica e os elevados recursos públicos alocados justificam, pari passu, reflexões sobre a higidez e a sustentabilidade econômica do PMCMV, à vista dos influxos conjunturais contemporâneos e da imperiosa necessidade de contenção de gastos públicos que ora se impõe. Notadamente, estas inquietações parecem encontrar justificativas contundentes ante a perspectiva de palidez que se evidencia ao programa, na atualidade. Neste contexto, tomando por base ciclos econômicos anteriores e políticas habitacionais passadas, bem como experiências habitacionais comparadas, vê-se a pertinência da análise das variáveis de sustentabilidade econômica do programa e de possíveis fontes outras de financiamento, público ou privado, da política habitacional brasileira, com vistas a sinalizar direções sustentáveis para a continuação das ações públicas voltadas à redução do deficit habitacional brasileiro. O contraponto entre a necessidade de garantia do acesso à moradia pelo vulnerável social, especialmente realizado por meio do PMCMV, e a necessária higidez econômica desse programa constitui-se, portanto, no objeto principal de estudo e discussão da presente pesquisa.
  • HERLEIDE DE AZEVEDO HERCULANO
  • O PRINCIPIO DA FUNCAO SOCIAL DA ATIVIDADE EMPRESARIAL: Verdade, Paradoxo, Complexidade e Formas Juridicas
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho e o resultado da pesquisa feita sobre o principio da funcao social da atividade empresarial, enquanto propriedade privada economica, disposto do artigo 170 da Constituicao Federal. Tem como objetivo principal descortinar o paradoxo normatizado da transferencia de uma obrigacao do Estado para uma atividade que tem em sua natureza, unico e exclusivamente, a obtencao do lucro, assim como objetivos especificos: expor a tematica sob a logica da Teoria dos Sistemas e do Construtivismo, fazendo um entrelacamento entre o pensamento economico liberal e o pensamento da logica sistemica autopoietica, bem como despertar a postura da observacao do sistema social, e dos seus subsistemas, para ampliacao da capacidade cognitiva dos observadores, com o intuito de fomentar a criacao de possibilidades juridicas e novas teorias para as complexidades geradas pelas contingencias e pela velocidade da mutacao da sociedade. O estudo, ora proposto, se deu pela constatacao da ineficacia, na praxis, do principio economico constitucional exposto e pela observacao da falta de estudos desta tematica sob o vies critico juridico, teorico construtivista, teorico sistemico e filosofico, tendo a pretensao de expandir as discussoes nesse em torno e contribuir com a comunidade academica e social. Ao longo da pesquisa, ate o presente momento, foi possivel enxergar um vasto campo para exploracao de debates academicos e discussoes no ambito da linguagem, da comunicacao, das diversas compreensoes, e de novos conhecimentos para colaborar com a dinamica social.
  • FELIPE CRISANTO MONTEIRO NÓBREGA
  • ESTADO, MERCADO E TRIBUTAÇÃO: normas tributárias indutoras e seus reflexos socioeconômicos sobre o subsetor da construção civil de edificações residenciais
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 10:30
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  • Desde o início da crise mundial de 2008 que o Brasil, no bojo dos objetivos constitucionais que autorizam a intervenção do Estado sobre o domínio econômico, atrelado aos Planos de Aceleração do Crescimento (PACs) 1 e 2, vinha editando com mais frequência normas tributárias que atingem o setor da construção civil. Nesta senda, a presente dissertação analisa o aspecto intervencionista do Estado sobre o setor da construção civil, a fim de discutir se as normas tributárias editadas tiveram o condão de induzir o comportamento dos agentes econômicos do subsetor de edificações residenciais e quais seus reflexos socioeconômicos. O trabalho utilizou-se do método indutivo de abordagem e adotou procedimentos metodológicos com base em pesquisas bibliográficas e levantamento de informações secundárias, fazendo uso da técnica de pesquisa de documentação direta, analisando o conteúdo de documentos disponibilizados por entidades autônomas e órgãos públicos federais. Após traçar o marco teórico, delimitar conceitos e avaliar os princípios econômicos e sociais que direcionaram a atual Política Nacional de Habitação (PNH), debruçando-se com o estudo da norma jurídica tributária, sua classificação e os elementos identificadores de uma norma tributária indutora, a fim de propiciar ao leitor maior domínio sobre o tema, o trabalho avaliou criticamente se as normas tributárias criadas em meio ao PNH induziram o comportamento dos agentes econômicos e serviram de instrumentos de auxílio na promoção de direitos sociais, especialmente do direito à moradia. E chegou à conclusão de que as normas tributárias exonerativas introduzidas em meio à atual PNH induziram o comportamento dos agentes econômicos do subsetor da construção civil de edificações residenciais, ajudando na geração de empregos, na distribuição de riqueza e na promoção do direito à moradia, maximizando os efeitos socioeconômicos da atual PNH.
  • MARCOS JOSE DE OLIVEIRA LIMA FILHO
  • ANÁLISE DA COMPATIBILIDADE ENTRE AS TEORIAS DO SER DE KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS E A DO DEVER SER DE HANS KELSEN
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 10:00
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  • Este trabalho de tese tem por objeto o cotejo das obras do filósofo alemão Karl Marx e do jurista austríaco Hans Kelsen, a fim de analisar se há elementos substanciais que ensejem a compatibilidade entre a teoria do ser social do primeiro e a teoria jurídica do dever ser do segundo. A verificação desses elementos deu-se por um lado pelo exame das críticas de Kelsen a Marx e, por outro, pela busca de ideias idênticas e afins acerca do direito e da ciência, bem como pelas complementares em relação aos âmbitos de incidências das respectivas teorias. Este trabalho originou-se da observação de que, não obstante as fortes discussões entre as duas matrizes teóricas, havia similaridades entre elas que serviram como indícios. Com o fito de analisar profundamente a questão, o trabalho constitui-se de quatro partes, desconsideradas introdução e conclusão. As duas primeiras foram dedicadas a construção do objeto de pesquisa a partir da interpretação dos textos dos dois autores aqui estudados, a primeira foi a de Marx, seguida pela de Kelsen. No capítulo sobre Marx, trabalhou-se três categorias: materialismo histórico, ideologia e direito foram destrinchadas durante o decorrer de boa parte de sua obra, desde 1843 até seus últimos textos. O capítulo de Kelsen abordou seu projeto prescritivo de ciência jurídica e o seu conceito descritivo de direito. Após esse delineamento conceitual, laborou-se, na terceira parte, a crítica de Kelsen aos textos marxianos, especificamente no que versa sobre as categorias apresentadas no capítulo primeiro. A quarta e última parte é dedicada a apresentar as ideias idênticas, afins e complementares que permeiam a obra dos respectivos autores. Por fim, chegou-se ao resultado de que os elementos indicadores da compatibilidade são mais substanciais do que os que poderiam ensejar alguma incompatibilidade, uma vez que estes dizem respeito ao campo das premissas científicas, ou seja, os pontos de partida filosóficos, enquanto aqueles incidem sobre o cerne da teoria propriamente dita. Desse modo, conclui-se que os inúmeros debates entre as duas tradições teóricas originadas desses pensadores estão substancialmente calcadas ou na intolerância à diferença política e filosófica que antecedem os conteúdos das teorias ou na compreensão insuficiente das matrizes. Esta tese não implica na impossibilidade de debate entre elas, mas renova o enfoque do coteja entre os autores, centralizando a discussão nas teorias proriamente ditas e suas compatibilidades e não nas diferenças políticas ou metodológicas que são comuns em qualquer campo do saber.
  • ALFREDO RANGEL RIBEIRO
  • CONSUMO HELICOIDAL DA TUTELA PARA O CONSUMO À PROTEÇÃO EM FACE DO CONSUMO
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 09:00
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  • A tese doutoral intitulada “Consumo helicoidal: da tutela para o consumo à proteção em face do consumo”, vinculada à linha de pesquisa “Direitos Sociais, Regulação Econômica e Desenvolvimento”, objetiva propor novo modelo jurídico teórico-imagético de relação de consumo capaz de internalizar, como problema metódico-epistêmico próprio do Direito do Consumidor, as pressões do consumo sobre os ecossistemas. A proposta resulta de investigação que aborda transversalmente temas ligados à epistemologia, teoria do direito, Economia, ecologia e Direito Ambiental para, reconstruindo o objeto do Direito do Consumidor, reorientar os institutos jurídico-consumeristas ao consumo sustentável. Tradicionalmente, a consumerística, influenciada pela civilística clássica e pelo paradigma epistemológico cartesiano-baconiano, parametrizou a relação de consumo à semelhança do modelo obrigacional linear savignyano, pelo qual os sujeitos da relação são representados por dois pontos extremados por um segmento de reta. O consumo linear resulta da percepção reducionista, disciplinar e mecanicista da realidade, trazendo consigo a superada axiologia individual-patrimonialista típica da ideologia burguesa oitocentista. Tal padrão modelar é subjetivamente limitado aos contratantes efetivos ou potenciais, além de cronologicamente desvinculado do futuro por relegar os graves impactos da produção e do consumo a meras externalidades dos processos econômicos. Contudo, a similaridade dos modelos jurídicos teórico-imagéticos lineares não induz à identidade ontológica dos fenômenos por eles modulados, pois o consumo difere substancialmente da relação obrigacional por aspectos econômicos, sociais, culturais, humanos e, sobretudo, ambientais. A equivocada equiparação entre ambos concebe o consumo como fenômeno desconectado dos seus graves efeitos ecossistêmicos, limitando o direito do consumidor a mera tutela para consumir, vinculando-o ao Direito Econômico do Desenvolvimento. A crise ecológica global, fortemente condicionada pela explosão da produção e do consumo acentuados a partir de meados do século XX, com inegável comprometimento do bem estar ou mesmo da viabilidade da vida das atuais e futuras gerações, colocou em xeque a visão produtivista estimulada pelo consumo linear. Fenômenos como o efeito estufa, aquecimento global, depleção da camada de ozônio, diminuição da biodiversidade e outros sinalizam a extrapolação resiliência dos ecossistemas, impondo guinada epistemológica que subordine o crescimento econômico ao valor emergente da sustentabilidade socioambiental. Simultaneamente, entram em colapso o paradigma científico tradicional e os modelos lineares concebidos sob sua influência. Emergem, em contrapartida, propostas metódico-epistêmicas inovadoras, comprometidas com a solução dos complexos problemas socioambientais contemporâneos e com a preservação dos ecossistemas para as gerações porvindouras. A sustentabilidade se consolida como valor limitador das atividades humanas, rompendo com a racionalidade jurídico-econômica de matriz cartesiano-baconiana e protagonizando a agenda política e jurídica em nível mundial e local. Nesse contexto, o consumo helicoidal, modelo jurídico teórico-imagético multidimensional e holístico, mostra-se capaz de contemplar as pressões do consumo sobre os ecossistemas, modelando as complexas interações intersistêmicas entre economia, sociedade e natureza. Em perspectiva helicoidal, os institutos clássicos previstos no Código de Defesa do Consumidor são redirecionados para a proteção em face do consumo não sustentável, humanizando o Direito do Consumidor e o aproximando do Direito Humano ao Desenvolvimento.
  • ALFREDO RANGEL RIBEIRO
  • CONSUMO HELICOIDAL DA TUTELA PARA O CONSUMO À PROTEÇÃO EM FACE DO CONSUMO
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 09:00
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  • A tese doutoral intitulada “Consumo helicoidal: da tutela para o consumo a protecao em face do consumo”, vinculada a linha de pesquisa “Direitos Sociais, Regulacao Economica e Desenvolvimento”, objetiva propor novo modelo juridico teorico-imagetico de relacao de consumo capaz de internalizar, como problema metodico-epistemico proprio do Direito do Consumidor, as pressoes do consumo sobre os ecossistemas. A proposta resulta de investigacao que aborda transversalmente temas ligados a epistemologia, teoria do direito, Economia, ecologia e Direito Ambiental para, reconstruindo o objeto do Direito do Consumidor, reorientar os institutos juridico-consumeristas ao consumo sustentavel. Tradicionalmente, a consumeristica, influenciada pela civilistica classica e pelo paradigma epistemologico cartesiano-baconiano, parametrizou a relacao de consumo a semelhanca do modelo obrigacional linear savignyano, pelo qual os sujeitos da relacao sao representados por dois pontos extremados por um segmento de reta. O consumo linear resulta da percepcao reducionista, disciplinar e mecanicista da realidade, trazendo consigo a superada axiologia individual-patrimonialista tipica da ideologia burguesa oitocentista. Tal padrao modelar e subjetivamente limitado aos contratantes efetivos ou potenciais, alem de cronologicamente desvinculado do futuro por relegar os graves impactos da producao e do consumo a meras externalidades dos processos economicos. Contudo, a similaridade dos modelos juridicos teorico-imageticos lineares nao induz a identidade ontologica dos fenomenos por eles modulados, pois o consumo difere substancialmente da relacao obrigacional por aspectos economicos, sociais, culturais, humanos e, sobretudo, ambientais. A equivocada equiparacao entre ambos concebe o consumo como fenomeno desconectado dos seus graves efeitos ecossistemicos, limitando o direito do consumidor a mera tutela para consumir, vinculando-o ao Direito Economico do Desenvolvimento. A crise ecologica global, fortemente condicionada pela explosao da producao e do consumo acentuados a partir de meados do seculo XX, com inegavel comprometimento do bem estar ou mesmo da viabilidade da vida das atuais e futuras geracoes, colocou em xeque a visao produtivista estimulada pelo consumo linear. Fenomenos como o efeito estufa, aquecimento global, deplecao da camada de ozonio, diminuicao da biodiversidade e outros sinalizam a extrapolacao resiliencia dos ecossistemas, impondo guinada epistemologica que subordine o crescimento economico ao valor emergente da sustentabilidade socioambiental. Simultaneamente, entram em colapso o paradigma cientifico tradicional e os modelos lineares concebidos sob sua influencia. Emergem, em contrapartida, propostas metodico-epistemicas inovadoras, comprometidas com a solucao dos complexos problemas socioambientais contemporaneos e com a preservacao dos ecossistemas para as geracoes porvindouras. A sustentabilidade se consolida como valor limitador das atividades humanas, rompendo com a racionalidade juridico-economica de matriz cartesiano-baconiana e protagonizando a agenda politica e juridica em nivel mundial e local. Nesse contexto, o consumo helicoidal, modelo juridico teorico-imagetico multidimensional e holistico, mostra-se capaz de contemplar as pressoes do consumo sobre os ecossistemas, modelando as complexas interacoes intersistemicas entre economia, sociedade e natureza. Em perspectiva helicoidal, os institutos classicos previstos no Codigo de Defesa do Consumidor sao redirecionados para a protecao em face do consumo nao sustentavel, humanizando o Direito do Consumidor e o aproximando do Direito Humano ao Desenvolvimento.
  • FERNANDA CRISTINA DE OLIVEIRA FRANCO
  • Direito Internacional em Relação Reversa: Perspectivas dos Povos Indígenas e Tribais aos Direitos Humanos e ao Desenvolvimento. Diálogos com as TWAIL no contexto Latino-Americano.
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 09:00
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  • O intuito desse estudo é investigar de que forma o encontro do direito internacional com diferentes povos e culturas o transforma, criando algo novo e ao mesmo tempo híbrido a partir dele. Apoia-se no marco teórico das abordagens (pós)coloniais ao direito internacional, mais especificamente nas Abordagens do Terceiro Mundo ao Direito Internacional (TWAIL), que destacam a importância de se mirar a disciplina a partir do ponto de vista dos povos subjugados, preconizando uma espécie de olhar reverso e crítico ao direito internacional sob o propósito de pluralizá-lo e transcendê-lo para além de sua origem eurocêntrica. Este enfoque permite identificar em que medida os povos subjugados pelo direito internacional contribuíram num primeiro momento com a formação e depois com a transformação das principais doutrinas e princípios da disciplina. A identificação da vertente emancipatória do direito internacional, radicada sobretudo na resistência dos povos do Terceiro Mundo à dominação colonial, permite mostrar de que forma tais perspectivas passaram a ser gradualmente insculpidas no direito internacional, bem como em que medida tais expressões continuaram a reverberar em momentos históricos posteriores, de forma a fortalecer os alicerces sobre o qual novas doutrinas emancipatórias foram e ainda são reivindicadas. O sujeito central ao redor do qual este percurso é trilhado são os povos indígenas e tribais, cuja participação desde o momento embrionário de formação do direito internacional (ius gentium) até os dias atuais é marcante, a despeito de ser curiosamente invisibilizada, inclusive pelas próprias TWAIL, criticadas por apresentarem uma lacuna em relação à consideração destes grupos. Diante disso, o estudo se propõe a construir diálogos entre as TWAIL e os povos indígenas e tribais latino-americanos, reinterpretando estas abordagens globais no contexto local/regional, valendo-se, para tanto, de dois temas de interesse de ambos, os direitos humanos e o desenvolvimento, suas possibilidades, conflitos e limites.
  • ISABELLI CRUZ DE SOUZA NEVES
  • REVISAO DA INDENIZACAO IMPOSTA PELA JUSTICA NO CASO DE RECUPERACAO DA CAPACIDADE LABORATIVA
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo demonstrar a possibilidade de revisao da indenizacao imposta judicialmente no caso de eventual recuperacao da capacidade laborativa. Nesse desiderato se analisara o instituto da coisa julgada, seu conceito, limites e efeitos, para em seguida, verificar a possibilidade de se rever as indenizacoes impostas judicialmente quando houver recuperacao da capacidade laborativa. As disposicoes da Constituicao Federal de 1988, bem como no regramento infraconstitucional, nao foram suficientes para melhorar as condicoes laborais, sendo necessaria a afirmacao do direito fundamental ao Meio Ambiente de Trabalho seguro para que doencas profissionais e acidentes de trabalho, que hoje sao realidades cada vez mais frequentes, nao acabem por retirar do mercado arrimos de familia. Se nao cumprida a obrigacao de garantir o Meio Ambiente de Trabalho seguro, a culpa do empregador ou atividade por ele desenvolvida justifica, quando verificado o dano e o nexo de causal, sua condenacao ao pagamento de indenizacao por lucros cessantes cumulada com os danos emergentes, com os prejuizos decorrentes da perda da chance, alem das indenizacoes pelos danos morais, principalmente como resultante da verificacao da incapacidade para o trabalho do ex-empregado. Caso, porem, se verifique a recuperacao da capacidade laboral, surge, a indagacao acerca da possibilidade de se requerer a revisao das indenizacoes impostas por meio de decisao judicial com transito em julgado. A escolha do tema desta dissertacao justifica-se pela possibilidade de se investigar quais as consequencias da modificacao da realidade fatica em relacao as decisoes que ja transitaram em julgado, demonstrando-se que nao ha ofensa a coisa julgada, bem como corrigir distorcoes utilizando-se da aplicacao do instituto, sobretudo, objetivando evitar o enriquecimento indevido. A metodologia utilizada sera a pesquisa bibliografica e a documental.
  • SHEYLA CRISTINA FERREIRA DOS SANTOS QUEIROZ
  • Superendividamento do Consumidor: os contratos de credito pessoal por idosos e a responsabilidade penal do fornecedor
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 09:00
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  • O Superendividamento atinge o consumidor como individuo e como ser social. O principio constitucional da dignidade da pessoa humana e desrespeitado no momento em que o consumidor e atingido pelo endividamento cronico, nao sendo capaz de saldar as dividas atuais e futuras sem que isso afete sua subsistencia ou da sua familia. O contrato de credito pessoal podera ser um fato gerador do superendividamento, isso se o consumidor sobrecarrega seu orcamento mensal com emprestimos nao restando valor suficiente para suprir as necessidades basicas. Na contratacao do credito, recebera o consumidor valor em dinheiro a titulo de emprestimo e assumira o pagamento atraves de parcelas, sendo possivel o desconto em folha ou em conta-corrente. O presente trabalho procura enfatizar que a pessoa idosa, como consumidora, necessita de maior protecao juridica diante da sua hipervulnerabilidade, e assim, o Estatuto do Idoso e o Codigo de Defesa do Consumidor (Lei n°8.078/90) sao instrumentos que irao promover essa defesa. Destaca-se, ainda, que a pessoa idosa e uma das maiores vitimas do superendividamento tendo em vista a facilitacao do credito e a conduta que e praticada pelo fornecedor quando da contratacao, nao informando adequadamente o consumidor idoso, driblando o limite legal para concessao do credito e impondo juros exacerbados. Apesar da gravidade da conduta do fornecedor e dos efeitos ao consumidor idoso o Estado nao tipificou tal pratica como criminosa se omitindo quanto a responsabilizacao penal. Todavia, e possivel o enquadramento legal de tal conduta em alguns tipos penais existentes dentre os crimes contra as relacoes de consumo, como forma de solucionar provisoriamente o conflito.
  • LUIZ GUEDES DA LUZ NETO
  • AGÊNCIAS REGULADORAS: UMA PROMESSA NÃO REALIZADA CONTRA O RISCO DA CAPTURA
  • Data: 29/02/2016
  • Hora: 08:00
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  • A dissertação tem como tema a captura do agente regulador, em especial das Agências Reguladoras implementadas no ordenamento jurídico a partir do modelo norte-americano com a reforma administrativa realizada com mais ênfase no governo de Fernando Henrique Cardoso. Nessa reforma, as Agências Reguladoras foram colocadas como um modelo moderno e gerador de segurança jurídica, haja vista que os seus dirigentes, por serem profissionais técnicos na área regulada, estariam mais protegidos da influência externa, sendo, assim, mais difícil a captura regulatória. Não obstante o modelo “moderno” apresentado, os fatos demonstraram a captura dos dirigentes das Agências Reguladoras, não cumprindo esses entes o prometido na reforma administrativa da década de 1990 no Brasil. Serão analisados, no primeiro capítulo, os pressupostos históricos e econômicos das Agências Reguladoras; no segundo capítulo, analisar-se-ão as Agências Reguladoras, e, no último o fenômeno da captura regulatória das agências. A partir da conjugação dos referenciais teóricos da Teoria da Regulação Econômica (teoria econômica da captura), de George J. Stigler, e da noção de Estado de León Duguit, teoria do Estado-fato, será feita a conclusão acerca da dinâmica da captura dos entes regulatórios específicos, denominados de Agências Reguladoras Independentes.
  • LAÍS MARCELLE NICOLAU ABRANTES
  • POLITICAS PUBLICAS DE SEGURANCA ALIMENTAR: analise da garantia do direito a alimentacao em Joao Pessoa
  • Data: 26/02/2016
  • Hora: 15:00
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  • A presente Dissertacao de Mestrado tem por objeto o exame das politicas publicas de seguranca alimentar promovidas atualmente na cidade de Joao Pessoa. Sua finalidade consiste na analise das contribuicoes realizadas por tais politicas para superacao das situacoes de inseguranca alimentar ainda presentes na regiao e, por conseguinte, para garantia efetiva do direito a alimentacao na vida dos cidadaos locais. No Brasil, somente a partir da sua redemocratizacao e das consequentes mudancas no plano juridico, o direito a alimentacao passou a ser protegido de maneira mais ampla e completa. Sob a influencia dos avancos internacionais e dos proprios movimentos populares internos, a democracia foi reestabelecida e o respeito a dignidade humana foi erigido como fundamento basilar do sistema. Dentro desse novo contexto, o conceito de seguranca alimentar, antes timido e mais presente em ambito internacional, passou a ser desenvolvido nacionalmente, acarretando a elaboracao de diversos dispositivos normativos, a exemplo da Lei Organica de Seguranca Alimentar e Nutricional (LOSAN). Tal elaboracao salientou a importancia da alimentacao como direito fundamental do ser humano e, por conseguinte, realcou o papel impreterivel do Estado em garantir sua concretizacao a toda populacao. E nesse ponto que se sobressai o desenvolvimento das politicas publicas no Brasil. Sao tais acoes estatais que tem o condao de conferir efetividade ao direito a alimentacao. Porem, para tanto, devem ser implementadas a partir da atuacao de todos os entes federativos do Estado, inclusive dos proprios Municipios. Sendo assim, considerando essa realidade, o presente trabalho, para alcancar a finalidade a que se propoe, encontra-se estruturado em tres capitulos. No primeiro, abordam-se as conquistas juridicas historicas que colaboraram para o reconhecimento internacional do direito humano a alimentacao e para a construcao do conceito de seguranca alimentar. No segundo, examinam-se a influencia dessas conquistas no Brasil e o avanco da legislacao brasileira na protecao ao direito a alimentacao, bem como se investigam as politicas publicas promovidas pelo Estado para o combate da inseguranca alimentar no pais. Por ultimo, no terceiro capitulo, e realizado o estudo de caso. Nessa oportunidade, e colocado em destaque o exame das politicas publicas de seguranca alimentar implementadas em Joao Pessoa e dos seus consequentes desdobramentos. A partir desse exame, constata-se, por fim, a insuficiencia da atuacao estatal no cumprimento de sua responsabilidade na concretizacao do direito a alimentacao a todos os cidadaos locais.
  • RAFAELA CAVALCANTI DE ALCANTARA
  • ONDE RICO NAO MORA: REFLEXOES SOBRE DIREITO A MORADIA E A CIDADE A PARTIR DA EXPERIENCIA DA VILA OLIVEIRA
  • Data: 26/02/2016
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como ponto de partida a remoção da Vila Oliveira - comunidade que se localizava no bairro do Pina, Recife, Pernambuco -, ocorrida em novembro de 2012, em meio a um intenso processo de especulação imobiliária e disputa do solo urbano que atingia a área. A remoção afetou as mais de vinte famílias que viviam há décadas na comunidade, demolindo casas e deixando pessoas desabrigadas. A pesquisa se propõe a traçar considerações sobre trabalho, luta, direito, moradia e cidade, para que se tenha uma perspectiva sobre os direitos à moradia e à cidade a partir dos relatos de pessoas que sofreram violações nesse sentido. Nesse contexto, a realização da pesquisa de campo foi inspirada na Antropologia, mais especificamente na Etnografia, com o objetivo de acessar informações e olhares que não seriam obtidos por meio de pesquisa quantitativa ou aplicação de questionários. O trabalho tem como fio condutor as falas e os olhares das pessoas removidas e, a partir disso, procura mostrar as repercussões de uma decisão jurídica na trajetória e no cotidiano da classe trabalhadora. O primeiro capítulo enfatiza a formação da comunidade, apresentando a Vila Oliveira e traçando considerações sobre a fixação na área, modificações na natureza encontrada, construção das casas e desenvolvimento de relações de trabalho, moradia e vizinhança. O segundo capítulo se dedica a analisar a própria da remoção e demolição das casas. Narra, portanto, o processo de execução do mandado de reintegração de posse, discute seus antecedentes processuais e discorre também sobre a decisão específica cuja execução resultou na remoção da comunidade. Esse capítulo também avalia a perspectiva dos moradores e moradoras removidos a respeito do direito e da Justiça/do Judiciário, e termina com a discussão sobre capitalismo, urbanismo e Direito. O terceiro e último capítulo se propõe a problematizar as modificações nas trajetórias e nas relações das pessoas da comunidade quando passaram a viver a cerca de dez quilômetros de onde moravam, em apartamentos cedidos pelo poder público em um conjunto habitacional localizado em um bairro distante do centro do Recife. A partir disso, foram feitas considerações sobre o que seria moradia para as pessoas expulsas do lugar onde desenvolviam há tanto tempo suas relações sociais e também a respeito de como há uma divisão de classe nas diversas facetas do ato de morar. As informações levantadas no campo de pesquisa foram analisadas teoricamente a partir de (i) autores/as que tratam da questão do urbanismo a partir de uma perspectiva materialista histórica, como Henri Lefebvre e David Harvey; (ii) autores/as que discutem questão da industrialização e/ou urbanização brasileira, buscando compreender suas idiossincrasias, como Francisco de Oliveira, Lúcio Kowarick, Ermínia Maricato e Raquel Rolnik; (iii) escritos de base marxista que tratam da reprodução do capitalismo e do papel do Estado e do Direito nesse contexto.
  • FRANCISCO DE ASSIS DIEGO SANTOS DE SOUZA
  • Regulação para a estabilidade econômico-financeira ou para o desenvolvimento social: a difícil missão dos Estados nacionais
  • Data: 23/02/2016
  • Hora: 16:30
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  • A presente dissertação aborda a temática da regulação e seus objetivos. Cabe aos Estados nacionais a promoção da regulação econômica, tornando-se um dilema organizar a economia para atingir a estabilidade econômico-financeira ou para viabilizar metas de desenvolvimento social. Nesse sentido, utilizou-se o método de abordagem hipotético-dedutivo e os métodos de procedimento comparativo, histórico, interpretativo e analítico, pelas técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. O objetivo geral foi problematizar em que medida os Estados podem utilizar o sistema financeiro em benefício do desenvolvimento social. Apresentaram-se como objetivos específicos perceber os caminhos da regulação para a estabilidade econômica, verificando-se os critérios que os governos levam em conta especialmente nos contextos de crises econômicas. A hipótese levantada pela pesquisa questiona se, para contribuir para o desenvolvimento dos Estados, o sistema financeiro precisaria ser regulado também para o social e não apenas para a estabilidade do próprio mercado. Inicialmente, buscou-se retratar o histórico da intervenção estatal na economia, da regulação, do escorço histórico e conceitual do sistema financeiro internacional e nacional, até compreender a expressão desenvolvimento, procedendo-se, em seguida, ao estudo da regulação no âmbito do sistema financeiro, passando pelas formas de regulação existentes no setor financeiro e discutindo-se acerca dos Acordos da Basileia, além de tratar questões como a arrecadação tributária, a política fiscal e a importância do Banco Central, verificando-se a necessidade ou não de sua independência, no contexto da relação entre a estabilidade econômico-financeira e/ou sua contribuição para o desenvolvimento do país, situação que leva em conta os aspectos sociais. Por fim, a pesquisa distinguiu a política microcreditícia dos bancos comunitários, os casos de moeda social e seu marco legal, além da economia solidária, das cooperativas de crédito e dos bancos públicos de desenvolvimento, retratando-se, nesse percurso, em última instância, como seria possível, mediante a regulação financeira, alcançar o desenvolvimento social e a função social do sistema financeiro.
  • INGRID GADELHA DE ANDRADE NEVES
  • SISTEMA DE PATENTES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO BRASIL
  • Data: 19/02/2016
  • Hora: 17:30
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  • No plano internacional, a biodiversidade ganhou significado estrategista para o desenvolvimento dos Estados. Isso porque a potencialidade lucrativa dos recursos genéticos situados em determinados ambientes naturais passou a despertar interesses econômicos de grandes indústrias, mormente as farmacêuticas, cuja produção demanda cada vez mais por substâncias novas. Nesse contexto, o presente trabalho tem o condão de examinar como os direitos de patentes podem atuar como propulsores do desenvolvimento sustentável dos Estados e, particularmente, do Brasil, mensurando as dificuldades existentes para a consecução deste fim a partir da análise da praticidade desses direitos na realidade política global. Dessa forma, o problema reduz-se à seguinte pergunta: como o registro de patentes de inventos criados com base nos recursos naturais brasileiros reflete na sua capacidade de se desenvolver? Parte-se da hipótese de que o sistema patentário ligado ao setor de biodiversidade, apesar de suas fragilidades que também serão abordadas pela pesquisa, pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil, tornando-o menos dependente de tecnologias estrangeiras e mais autossuficiente. O marco teórico utilizado é Enrique Leff, professor expert em assuntos de economia atrelados à sustentabilidade. A metodologia utilizada é essencialmente bibliográfica-documental, baseada em recentes artigos produzidos sobre a temática, bem como na avaliação dos documentos relativos a acordos internacionais e matérias atuais sobre a temática. O trabalho organiza-se em três capítulos. O primeiro foca na construção teórica acerca dos novos parâmetros para construção do desenvolvimento sustentável. Por sua vez, o segundo capítulo dedica-se ao funcionamento do sistema de patentes e suas interações com institutos correlatos. Por fim, o terceiro capítulo centra-se nos fundamentos que interligam os reflexos dos direitos de patentes no desenvolvimento sustentável brasileiro.
  • CLAUBER SANTOS BARROS
  • A EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE DA CONEXÃO FORMALIDADE-MATERIALIDADE A PARTIR DO JOVEM MARX
  • Data: 17/02/2016
  • Hora: 16:00
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  • Trata a presente dissertação de examinar os Direitos Sociais no século XXI tendo como objeto de estudo o seu contexto de (não) efetivação na sociabilidade capitalista. As razões que impõem o sentido da materialidade da norma estão relacionadas com a opção política do Estado capitalista em atuar na sociedade pregando, ora o laissez-faire, ora uma dinâmica cuja ação volta-se ao atendimento dos interesses do grande capital. É da observação da prática social que se torna possível aventar o problema desta pesquisa, qual seja, a concepção de Direitos Sociais, na sociabilidade capitalista, enquanto mera garantia formal, poderia materializar-se a ponto de promover condições igualitárias de direitos a todos os povos? As contradições sociais apresentam-se notórias no século XXI, sendo, a partir de suas razões os pontos de partida para determinação de uma resposta à questão aventada. Assim, a hipótese para o problema, diante deste escorço, surge porque o foco da sociabilidade capitalista ante os Direitos Sociais, constitui-se num discurso ideológico de justificação e perpetuação do poder do capital. O interesse dos dominadores constitui o pilar da vida social, de modo que, as conquistas, oriundas das tensões sociais, geram normas sociais para a satisfação do consenso. Na concretude, o seu conteúdo manifesta-se mais no plano formal do que material. A móbil face está, a princípio, no próprio sentido da norma, cujo conteúdo volta-se para atendimento de grupos situados, demonstrando, assim, ser o conteúdo social um mecanismo de justificação cujo resultado, tão somente, acentua as diferenças sociais em torno das relações socioeconômicas. A lógica capitalista é legitimada pela sociedade ao absorver as suas ideologias, com conceitos redutores de direitos, que impõe sobre o ser, individualmente considerado, o ônus de promover a alteração de sua própria condição social. Dessa inferência constata-se a inefetividade da norma como sendo tendente à satisfação dos interesses dos dominantes, pois possibilita manter a relação de dominantes e dominados. O referencial teórico e método utilizados para darem aporte às análises suscitadas é o trabalho de Karl Marx, especificamente, os textos de juventude que discutem o direito e as relações sociais em torno das relações concretas e históricas. Sendo, portanto, seu estudo voltado à dialética, histórica e material, que prima pela observação da prática social enquanto determinante de ideologias ou aporias. Ressalta-se não terem sido desconsideradas outras doxografias cujo conteúdo tem relação com o discurso marxista e sua explicação da atuação do capital no presente século.
  • EDUARDO JOSÉ DE CARVALHO SOARES
  • Saúde como direito humano fundamental e sua efetivação na perspectiva da independência dos poderes.
  • Data: 17/02/2016
  • Hora: 14:30
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  • Trata-se, a presente dissertação, do estudo da saúde como direito humano fundamental e sua efetivação na perspectiva da independência dos poderes, tendo como objeto examinar o tema a partir do confronto de teorias, da jurisprudência e dos conflitos temáticos de argumentação administrativa e jurisdicional. Para tanto, serão analisadas as discussões teóricas em torno da efetividade dos Direitos Humanos, inicialmente, nas concepções culturais relativistas e universalistas, bem como das construções ideológicas justificadoras da sua (in) efetividade. Neste aspecto, observar-se-á a aproximação ou distanciamento do respeito à Constituição, bem como os mecanismos utilizados pelos gestores públicos e julgadores ante o (não) cumprimento de políticas públicas voltadas para a concretização da lei. Nasce, pois, o problema desta pesquisa: a saúde como direito humano fundamental se efetiva diante dos conflitos na seara da separação dos poderes? As políticas voltadas à proteção da saúde visualizam a necessidade do cidadão a partir das confluências socioeconômicas, sendo, não raras vezes, tratadas de forma mecanicista ou valoradas a partir das relações privatistas em torno da captação de lucros e/ou dividendos políticos eleitorais. Essa configuração é refletida como aparato ideológico, ocultado na relação social e transportado para as decisões judiciais cujo conflito material delimita e determina a extensão da efetivação da saúde como direito humano. O Referencial teórico deste trabalho foi Costa Douzinas e como marco teórico a sua obra O Fim dos Direitos Humanos. O autor descrito constitui o ponto inspirador para o estudo, de modo que, não foi desconsiderado outras doxografias pertinentes ao tema. Utiliza-se, ainda, de recursos jurisprudências nacionais. O método utilizado para o enfrentamento da pesquisa foi o dialético, especificamente, histórico-materialista, na qual contempla-se a realidade concreta social. O aporte metodológico desenvolve-se a partir da análise bibliográfica e documental em moldes qualitativa, nos quais, torna-se possível visualizar nas decisões jurisprudenciais os caminhos pelos quais as normas inerentes a saúde tornam-se (in) efetivas.
  • SÓCRATES ALVES PEDROSA
  • FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS: GARANTIA AO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES DECORRENTES DE TRATADOS INTERNACIONAIS
  • Data: 15/02/2016
  • Hora: 11:00
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  • O presente trabalho tem como objeto de estudo a federalização dos crimes contra os direitos humanos como garantia judicial ao cumprimento dos tratados internacionais de direitos humanos ao qual a República Federativa do Brasil é signatária. Para tanto, tem-se como objetivo geral analisar o incidente de deslocamento de competência como instituto preventivo de responsabilização internacional, tendo como foco a resposta estatal efetiva contra a impunidade e a realização da justiça social da decisão exarada pelo Poder Judiciário. Analisou-se o Incidente de Deslocamento de Competência como instrumento protetor dos direitos humanos a partir do caso Manoel Mattos, bem como os efeitos dos precedentes judiciais e a Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos a fim de contribuir com a importância da prevenção da responsabilização internacional a que está sujeito o Estado brasileiro. O dever de investigar e de processar os agentes criminosos nas hipóteses de grave violações dos direitos humanos decorre da obrigação de conduta assumida pelo Estado nas Convenções Internacionais de Direitos Humanos. A omissão dolosa Estatal em não punir os responsáveis, constitui-se em verdadeira afronta aos direitos do homem, passível de reprovação internacional. Para eximir-se da Responsabilidade Internacional pela inércia dos Estados da Federação, a EC nº 45/2004 autorizou a federalização dos crimes contra os Direitos Humanos, nas hipóteses do artigo 109, §5º da CF/88, permitindo, assim, ao Superior Tribunal de Justiça deslocar a competência dos inquéritos policiais ou de processos em andamento na Justiça Estadual para a Justiça Federal, por petição do Procurador Geral da República. Dentro os Incidentes de Deslocamento de Competência julgados pelo STJ, observou-se considerável celeridade no andamento dos processos, todavia, a pouca quantidade de incidentes propostos ainda não é capaz, por si só, de refletir sobre a eficácia do presente instrumento processual. Utilizou-se do método de abordagem indutivo, pois, partiu-se do caso Manoel Mattos, buscando-se problematizar a federalização como mecanismo preventivo de responsabilização internacional. A técnica de pesquisa privilegiada foi a bibliográfica, com a análise de leis, decisões judiciais de cunho internacional, principalmente a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e doutrina especializada.
2015
Descrição
  • VICTOR RAFAEL FERNANDES ALVES
  • DESENVOLVIMENTO, SUSTENTABILIDADE E APLICAÇÃO DE RECEITAS PETROLÍFERAS: PROPOSIÇÕES PARA REGULAÇÃO E CONTROLE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Data: 22/12/2015
  • Hora: 16:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo geral demonstrar o liame existente entre a aplicação das receitas dos royalties de petróleo, exauríveis, mesmo que a longo prazo, e a importância de ater-se ao objetivo constitucional de garantia do desenvolvimento sustentável, apresentando propostas regulatórias para o setor. Tem por objetivos específicos explicitar o objetivo constitucional que visa garantir o desenvolvimento nacional, pontuando seu entrelaçamento com o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, também de previsão constitucional, demonstrando seu importante papel cogente como vetor do Estado Brasileiro. Busca, ainda, pontuar a natureza jurídica dos royalties de petróleo e analisar o marco regulatório dos royalties de petróleo, o qual consta com vasta legislação esparsa e controvertida, fato que dificulta o trabalho do hermeneuta. Atenta ainda a algumas experiências internacionais e nacionais de regramentos acerca da aplicação dos royalties de petróleo, objetivando demonstrar parâmetros de outros modelos que possam ser seguidos. Apresenta uma análise concreta da execução orçamentária dos royalties de petróleo no Estado do Rio Grande do Norte, averiguando a natureza das despesas realizadas e seu alinhamento às diretrizes de sustentabilidade. Cuida ainda de expor os royalties de petróleo como uma receita pública de natureza diferenciada, visto que nitidamente exaurível, de modo que, imperiosamente, deve ser utilizada em investimentos produtivos, obedecendo a equidade intergeracional e o desenvolvimento sustentável. Defende um regime regulatório especial para as receitas dos royalties de petróleo com critérios claros de utilização dos recursos, condicionamentos precisos para sua aplicação, bem como controles e sanções direcionados.
  • GILVÂNKLIM MARQUES DE LIMA
  • O DIREITO À SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ENTRE A CONCRETIZAÇÃO E A INVIABILIDADE
  • Data: 22/12/2015
  • Hora: 09:00
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  • A inclusão do direito à assistência universal e integral à saúde no texto da Constituição Federal de 1988 inovou em relação aos sistemas constitucionais que vigoraram no Brasil anteriormente. Isso porque, na conjuntura normativa antecedente não se dispensava à saúde pública a devida atenção, deixando ao critério dos gestores públicos a implementação das políticas sanitárias que julgassem relevantes. Com isso, na maior parte da história brasileira, elas se se circunscreveram à dispensa de um atendimento precário, em especial para a grande parcela da população que não se encontrava filiada ao sistema previdenciário e também não dispunha de recursos financeiros para custear o atendimento privado. No entanto, a constitucionalização do direito à assistência integral e universal à saúde na Carta de 1988 trouxe importantes desafios na implementação desse direito, principalmente em decorrência do importante volume de recursos financeiros necessário para um atendimento satisfatório. Dentro de um contexto de recursos orçamentários limitados e anseios crescentes da população em torno da concretização do direito à saúde, o Poder Judiciário vem assumindo um papel cada vez mais participativo, outorgando, em sede de demandas individuais, prestações concretas envolvendo o direito à saúde. Mas, a crescente interferência do Poder Judiciário no gerenciamento de políticas públicas de saúde tem provocado algumas dificuldades no gerenciamento da parcela orçamentária destinada ao custeio da assistência sanitária, interferindo no planejamento das políticas públicas de saúde delineadas pelos gestores. Diante desse contexto, no presente trabalho se busca, mediante a adoção de uma base metodológica lastreada em pesquisas bibliográficas e na avaliação da conjuntura jurisprudencial e doutrinária relacionada ao tema, analisar como problema de pesquisa se a interferência do Poder Judiciário - que vem se acentuando ao longo do tempo e se inclinando a reconhecer o direito à saúde como uma prestação de natureza absoluta, por ter uma íntima relação com o direito à vida - é legítima e se ela traz ou não benefícios para a concretização do direito em análise, partindo-se da hipótese de que ela se constitui, na verdade, em mais um instrumento que aprofunda iniquidades, tornando distante o objetivo constitucional de assegurar a todos um acesso à saúde pública de forma universal e igualitária.
  • JOSEANE BATISTA DE AZEVEDO RAMALHO
  • EDUCAÇÃO JURÍDICA E DIREITOS HUMANOS: O CASO DO CURSO DE DIREITO COM OS ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA
  • Data: 02/12/2015
  • Hora: 14:00
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  • A presente investigação examina a concepção de educação jurídica com os assentados a partir das experiências dos Cursos de Graduação em Direito- Turma Especial para os Beneficiários da Reforma Agrária, ofertados pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A educação jurídica encontra-se no contexto da afirmação da educação superior como um direito humano e da problematização das políticas públicas educacionais no contexto de reforma agrária. Considerando esse modelo educativo como ação afirmativa, destaca-se a parceria entre a universidade, os movimentos sociais e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de acordo com as diretrizes do Decreto nº 7.352 de 2010, o qual instituiu o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). A pesquisa problematiza a concepção de educação como comunicação, autonomia e conscientização na perspectiva freiriana, abordando os fundamentos educativos e jurídicos da concepção de educação jurídica com os assentados. Inserindo o objeto de estudo no campo dos direitos humanos, a pesquisa aprecia a concretização do direito à educação superior como um bem público e um direito humano em processo de construção, conforme a perspectiva defendida por Herrera Flores (2009). Parte-se do pressuposto que o direito à educação superior é um instrumento jurídico na luta pela apropriação dos direitos negados e negligenciados. A metodologia deste trabalho fundamenta-se na concepção de educação popular freiriana, relacionando-a com a experiência da educação jurídica com os assentados. Esse referencial versa sobre o caráter político e emancipatório da educação. Assim, analisa-se o discurso jurídico presente na Ação Civil Púbica nº 2008.35.00.013973-0/GO e na sentença judicial condizente à discussão sobre a legalidade e a constitucionalidade do referido curso na UFG. O corpus da pesquisa constitui-se dos documentos concernentes às políticas públicas da educação superior com os assentados, assim como dos projetos de implantação dos supramencionados cursos jurídicos. A análise dos documentos indica as tensões presentes no processo de criação dos cursos, focalizando na questão das ações afirmativas e do público-alvo concernente ao Pronera.
  • ADRIANA CASTELO BRANCO DE SIQUEIRA
  • A TORTURA E MAUS TRATOS CONTRA O IDOSO: a violência provocada por fatores psíquicos desenvolvidos por cuidadores, num desrespeito ao direito à dignidade
  • Data: 28/09/2015
  • Hora: 09:00
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  • O avanço científico e tecnológico assim como outros fatores condicionantes, como cuidados com a saúde e a educação, têm propiciado a melhoria na qualidade de vida da população em todo o mundo, se fazendo perceber uma redução significativa na taxa de natalidade infantil, mortalidade, e consequente crescimento da população idosa. O envelhecimento da população vem sendo motivo de atenção pelo Poder Público e pela sociedade de forma geral. No Brasil, o número de idosos chegou a dobrar nos últimos vinte anos. Contudo, com o crescimento da população idosa, de maneira diretamente proporcional se elevou o índice de violência praticada contra o idoso, sob as mais variadas formas (física, psicológica, institucional ou econômica). O presente trabalho pretendeu uma avaliação de fatores psíquicos desenvolvidos por cuidadores de idosos (como o estresse, o uso de drogas, o alcoolismo e o isolamento social), que podem ocasionar a violência intrafamiliar. Para tanto, foram coletados dados através da observação dos boletins de ocorrência na Delegacia Especializada do Idoso em Teresina-PI. A análise dos dados revelou uma feminização do idoso e do cuidador, ou seja, as mulheres idosas são vítimizadas mais que os homens, assim como seus cuidadores são na maioria do sexo feminino. Ademais, o uso de drogas e o alcoolismo foram os fatores que predominaram como agentes desencadeadores da violência por parte dos cuidadores, revelando um despreparo ao ato de cuidar e um desrespeito à dignidade do idoso.
  • RENATA MARTINS DOMINGOS
  • O DIREITO À SEGURANÇA DE RENDA E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: MEDIDAS DE PROTEÇÃO E DESPROTEÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
  • Data: 25/09/2015
  • Hora: 09:00
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  • O intuito desta dissertação é analisar, sob a ótica da inclusão social, da proteção e da defesa dos direitos humanos como o direito à segurança de renda, faceta do direito à proteção social, é resguardado por meio do Programa Bolsa Família (PBF), analisando-se as características de seu desenho de gestão e a percepção que as famílias beneficiárias têm dele. A presente dissertação trata-se de estudo de caso do Programa Bolsa Família, com enfoque no município de João Pessoa. Busca-se analisar também como o Programa, no contexto de supremacia do neoliberalismo, interfere na luta pela renda e, por conseguinte, na afirmação dos direitos sociais. Pesquisa-se o perfil de cidadania das famílias beneficiárias do PBF, baseado no binômio direito versus dever, embutido em seu desenho gerencial e nas condicionalidades por ele exigidas, nas áreas de saúde e educação e no caso da existência de trabalho infantil, também no âmbito da assistência social. Apesar de constarem da lei instituidora do Programa como formas de monitoramento das políticas públicas de educação e saúde, as condicionalidades são usadas, como forma de punição das famílias beneficiárias, já que resultam na suspensão do pagamento do benefício pecuniário, tendo, portanto, como fundamento a responsabilização das famílias pela situação de pobreza em que vivem. Tendo como antecedente histórico e herança a opção feita pelo Governo Federal, na década de 90, de aplicar as recomendações de organismos financeiros internacionais na condução das políticas sociais, o PBF insere-se no âmbito das políticas de ativação ou workfare. Nesse sentido, a gestão do PBF demonstra ambiguidades. Ao mesmo tempo em que a sua criação possibilita dar visibilidade às famílias pobres do país, passo importante para que haja o reconhecimento delas enquanto membros da sociedade em situação de vulnerabilidade (reconhecimento pelo direito), por outro lado, o ingresso no Programa exige a declaração de destituição de renda das famílias, afastando-as da condição de cidadã para de consumidor. Além disso, a regulamentação da penalização pelo descumprimento de condicionalidades indica que elas servem como justificativa política do Governo Federal à concessão da renda desvencilhada do trabalho, garantindo legitimidade na sociedade para permanência do Programa. Os limites neoliberais contidos nos fundamentos do Programa também delimitam os benefícios pecuniários por ele proporcionados, no âmbito do seu marco legal, ao alçarem-nos ao status de mera expectativa de direito. No entanto, na medida em que a renda se transforma em complemento monetário importante para as famílias, é usufruída por longo período de tempo, possibilitando-lhes melhoria das condições de vida e certezas, especialmente no incremento da alimentação, as famílias beneficiárias se apropriam dela como seu direito, corroborando a trajetória histórica de afirmação dos direitos sociais.
  • RENATA MARTINS DOMINGOS
  • O DIREITO À SEGURANÇA DE RENDA E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: MEDIDAS DE PROTEÇÃO E DESPROTEÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
  • Data: 25/09/2015
  • Hora: 09:00
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  • O intuito desta dissertação é analisar, sob a ótica da inclusão social, da proteção e da defesa dos direitos humanos como o direito à segurança de renda, faceta do direito à proteção social, é resguardado por meio do Programa Bolsa Família (PBF), analisando-se as características de seu desenho de gestão e a percepção que as famílias beneficiárias têm dele. A presente dissertação trata-se de estudo de caso do Programa Bolsa Família, com enfoque no município de João Pessoa. Busca-se analisar também como o Programa, no contexto de supremacia do neoliberalismo, interfere na luta pela renda e, por conseguinte, na afirmação dos direitos sociais. Pesquisa-se o perfil de cidadania das famílias beneficiárias do PBF, baseado no binômio direito versus dever, embutido em seu desenho gerencial e nas condicionalidades por ele exigidas, nas áreas de saúde e educação e no caso da existência de trabalho infantil, também no âmbito da assistência social. Apesar de constarem da lei instituidora do Programa como formas de monitoramento das políticas públicas de educação e saúde, as condicionalidades são usadas, como forma de punição das famílias beneficiárias, já que resultam na suspensão do pagamento do benefício pecuniário, tendo, portanto, como fundamento a responsabilização das famílias pela situação de pobreza em que vivem. Tendo como antecedente histórico e herança a opção feita pelo Governo Federal, na década de 90, de aplicar as recomendações de organismos financeiros internacionais na condução das políticas sociais, o PBF insere-se no âmbito das políticas de ativação ou workfare. Nesse sentido, a gestão do PBF demonstra ambiguidades. Ao mesmo tempo em que a sua criação possibilita dar visibilidade às famílias pobres do país, passo importante para que haja o reconhecimento delas enquanto membros da sociedade em situação de vulnerabilidade (reconhecimento pelo direito), por outro lado, o ingresso no Programa exige a declaração de destituição de renda das famílias, afastando-as da condição de cidadã para de consumidor. Além disso, a regulamentação da penalização pelo descumprimento de condicionalidades indica que elas servem como justificativa política do Governo Federal à concessão da renda desvencilhada do trabalho, garantindo legitimidade na sociedade para permanência do Programa. Os limites neoliberais contidos nos fundamentos do Programa também delimitam os benefícios pecuniários por ele proporcionados, no âmbito do seu marco legal, ao alçarem-nos ao status de mera expectativa de direito. No entanto, na medida em que a renda se transforma em complemento monetário importante para as famílias, é usufruída por longo período de tempo, possibilitando-lhes melhoria das condições de vida e certezas, especialmente no incremento da alimentação, as famílias beneficiárias se apropriam dela como seu direito, corroborando a trajetória histórica de afirmação dos direitos sociais.
  • ANA LIA VANDERLEI DE ALMEIDA
  • UM ESTALO NAS FACULDADES DE DIREITO: perspectivas ideológicas da Assessoria Jurídica Universitária Popular
  • Data: 31/07/2015
  • Hora: 14:30
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  • A tese intitulada “Um estalo nas faculdades de direito: perspectivas ideológicas da Assessoria Jurídica Universitária Popular” tem como objeto de análise a Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP), que consiste numa determinada movimentação estudantil ligada às faculdades de direito. Dentro do tema da educação jurídica, a pesquisa busca problematizar a partir da categoria de ideologia o tipo de contraponto que a AJUP realiza no direito, buscando colocar-se ao lado dos trabalhadores e dos demais sujeitos subalternizados na sociedade de classes. Tendo como ponto de partida metodológico a concepção do materialismo histórico dialético, desenvolvi uma pesquisa de campo que contou com a observação participante e a realização de entrevistas semi-estruturadas com grupos de assessoria jurídica universitária popular. O campo da pesquisa compreendeu oito grupos integrantes da Rede Nacional de Assessoria Jurídica Universitária (RENAJU), ligados a universidades federais localizadas nas capitais da região Nordeste do país. O objetivo da pesquisa é problematizar as possibilidades, as contradições e os limites da AJUP enquanto perspectiva ideológica de enfrentamento no complexo jurídico. Para isso, no primeiro capítulo, busquei delimitar a noção de ideologia utilizada dentro da tradição marxista, como uma consciência prática da sociedade de classes, segundo István Mészáros (2004), além de caracterizar como se conformou a AJUP dentro de um contexto mais amplo de mobilização político-social a partir da retomada democrática, com o fim da ditadura civil-militar no Brasil. No segundo capítulo, caracterizei a perspectiva dominante no direito e problematizei a relação da AJUP com ela. Por fim, analisei quatro aspectos centrais da prática em questão, a educação popular, a horizontalidade, o protagonismo estudantil e a amorosidade. O marco teórico utilizado situa-se na tradição marxista, tendo como principal referência para a discussão da ideologia I. Mészáros, mas também K. Marx e G. Lukács; e, para a discussão sobre o direito, K. Marx, F. Engels, K. Kautsky, E. Pachukanis e G. Lukács. Busquei também a interlocução com algumas análises voltadas para a realidade brasileira, ora mais próximas, ora mais distantes do marxismo, para compreender as peculiaridades da ideologia liberal no Brasil e também a questão da educação popular. Concluo que as perspectivas ideológicas da AJUP apresentam contradições e limitações intimamente relacionadas ao contexto atual das movimentações das esquerdas, além de implicadas no amplo alcance do fetichismo jurídico, sem o qual não poderiam ser cumpridas as funções que o direito exerce na reprodução da sociabilidade capitalista. Por sua vez, as possibilidades oferecidas pelos enfrentamentos ideológicos travados pela AJUP relacionam-se às possibilidades de retomada de um projeto ligado aos trabalhadores e aos demais sujeitos subalternizados na sociedade de classes capaz de ir além do capital
  • VIVIANNY KELLY GALVAO
  • A CONSTRUÇÃO CRÍTICA DO NÚCLEO DE DIREITOS HUMANOS EM FACE DO PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 27/07/2015
  • Hora: 16:00
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  • A dicotomia relativismo x universalismo não deve ser percebida como mera questão doutrinária. Ela significa grande obstáculo à efetiva proteção da pessoa humana na ordem internacional e nas ordens internas. Por um lado, a abstração universalista dos direitos humanos sofre severas críticas, por outro, a cultura se posiciona perigosamente como elemento imutável. É preciso superar esta questão e construir a percepção de direitos humanos comuns. Mesmo diante do ambiente de desintegração não se vislumbra argumento que consiga justificar a não proteção da vida humana. A solução para as críticas ao universalismo e para o fortalecimento do discurso de relativização dos direitos humanos está na construção de um núcleo comum de direitos humanos fundamentada na prevalência dos direitos humanos. É o que demonstra a pesquisa. O comum corresponde ao espaço no qual todos são parte ou desejam ser parte. No espaço dos direitos humanos, o núcleo comum foi construído pelos principais tratados de Direito Internacional que formam os denominados sistemas de proteção internacional da pessoa humana. Trata-se de graduação elevadíssima, porque ultrapassa as fronteiras estatais. Foram assentados como pressupostos essenciais o caráter diferenciado das normas de direito internacional dos direitos humanos que asseguram a personalidade jurídica internacional da pessoa humana, além disso, estabelece-se a primazia do direito internacional sobre os direitos nacionais. Além disso, o fundamento da criação do núcleo comum de direitos humanos está na primazia dos direitos humanos, defendida como norma componente do ius cogens. A base do conceito de comum está no conceito de política de Hanna Arendt. Portanto, a análise da atuação política de construção dos direitos humanos comuns foi feita no plano internacional e no plano interno. Na jurisdição internacional, as cortes de direitos humanos representam os avanços na construção do referido núcleo, embora alguns aspectos estruturais ainda mereçam fortes críticas. Na ordem interna brasileira, o caos em torno da matéria é a principal conclusão. Foram aplicadas as metodologias qualitativas e quantitativas, bem como, com destaque, os métodos de abordagem indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo e método de procedimento tipológico.
  • CÁRITA CHAGAS GOMES
  • CONTRIBUIÇÃO DA MULHER PARA A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA NO BRASIL (1975-1988)
  • Data: 25/05/2015
  • Hora: 14:00
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  • De abril de 1964 a março de 1985, o que se verificou no país foi um regime autoritário. Muitos movimentos sociais opositores ao regime se insurgiram, dentre eles, o feminista e o movimento de mulheres. A terceira onda de democratização trouxe a democracia como uma possibilidade real, influenciando, sobremaneira, aqueles movimentos em sua direção. Destaca-se uma rica coleção de estudos que buscaram examinar a transição democrática sem, todavia, incluir as mulheres como integrantes desse fenômeno, negligenciando-se a importância dessa militância como fator de construção de um regime vindouro mais equitativo. Em resposta a essa lacuna nos estudos de gênero e na transitologia, esta dissertação pretende analisar as implicações das demandas do movimento de mulheres, com destaque para o feminismo nacional de segunda onda, na transição democrática brasileira a partir das abordagens feministas, cujo recorte temporal será o período compreendido entre os anos de 1975 e 1988. Para isto, apresenta os objetivos específicos de realizar um levantamento da atuação das mulheres como grupo e como feministas durante a transição democrática do país; realizar um levantamento da produção legislativa referente à mulher; e analisar o impacto dessa atuação por meio das abordagens feministas. Nesse ínterim, questiona-se: como as mulheres contribuíram para a transição democrática no país? Para responder provisoriamente a pergunta proposta, foi formulada a seguinte hipótese: as mulheres, através de organizações feministas ou movimento de mulheres, contribuíram para a transição democrática no Brasil, uma vez que a luta delas pela conquista de direitos, ao longo da história nacional, sobretudo durante o período analisado, propiciou mudanças significativas na sociedade que se refletiram diretamente no ordenamento jurídico nacional. Por conseguinte, deve-se destacar que esta hipótese constitui-se por duas variáveis, quais sejam: o feminismo e o movimento de mulheres, como variável independente, e a transição democrática, como variável dependente. As abordagens teóricas adotadas foram as feministas, acrescentando-se que a pesquisa possui natureza empírica, baseada na observação e análise de seu objeto de estudo através de dados qualitativos e quantitativos. Após a discussão do tema proposto em quatro capítulos, conclui-se o trabalho a partir da verificação empírica das repercussões da variável independente sobre a variável dependente procurando, assim, corroborar a hipótese central dessa dissertação.
  • ALANA LIMA DE OLIVEIRA
  • DIREITO DAS MULHERES: um enfoque sobre Nísia Floresta e a política da tradução cultural
  • Data: 14/05/2015
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o texto elaborado por Nísia Floresta em 1832, intitulado Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens em resultado à tradução do livro Vidications of the Rights Of Woman de Mary Woolstonecraft, como meio de promoção e reivindicação do direito das mulheres no Brasil. Para fundamentar a pesquisa, foi utilizado como referencial teórico os estudos da tradução cultural, bem como, as atuais pesquisas em direito comparado, buscando traçar uma aproximação entre a história do direito das mulheres, a tradução cultural levada a efeito por Nísia Floresta e a ideia de que o direito circula enquanto cultura e prática social, por meio de uma metodologia dedutiva bibliográfica. Partindo do pressuposto de que a atividade de tradução é envolvida por um processo dinâmico, em constante movimento, capaz de mobilizar saberes, incompatível, portanto, com a ideia fixa, estável e universal da tradução literal, a qual foi pregada durante muitos anos pela teoria tradicional da tradução, foi possível concluir que a tradução cultural operada por Nísia Floresta ao texto fundante do feminismo no Brasil, embora não se trate de um texto jurídico e sim literário, contribui decisivamente para a afirmação histórica dos direitos humanos das mulheres, assim como representa um efeito daquilo que se pode chamar de viagem cultural do direito.
  • ERIKA MARIA MAGALHAES CARNEIRO DA COSTA
  • A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO HUMANISTA EM GILBERTO FREYRE: ELEMENTOS PARA UMA CONCEPÇÃO RELATIVISTA SOBRE OS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 30/04/2015
  • Hora: 16:00
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  • Este trabalho analisa a construção de um discurso humanista em Gilberto Freyre. Tal investigação parte da hipótese que há elementos no pensamento freyreano que se constituem como indicadores de uma concepção relativista sobre os Direitos Humanos, não obstante não ser jurista, nem ter tratado, objetivamente, sobre temas jurídicos ou de direitos humanos, Gilberto Freyre possui um aparato teórico que contribui para um discurso jurídico, considerando um mestrado em ciências sociais e jurídicas, em Colúmbia, momento em que teve contato com a antropologia cultural de Franz Boas. De início, como forma de introduzir o debate teórico, há a definição de quais textos trazem essa preocupação com o universo jurídico. Em seguida, percebe-se que a discussão em torno do comportamento bacharelesco no século XIX e a preocupação em tornar o ensino jurídico mais próximo das transformações sociais através da sociologia jurídica, aponta indícios para a construção de um discurso relativista sobre os direitos humanos. Dessa forma torna-se imperioso um posicionamento histórico sobre o período em que serão realizadas as pesquisas freyreanas, trazendo as teorias sociológicas em voga na época e o desenvolvimento da sociologia como ciência, para situar o relativismo cultural de Franz Boas. A metodologia de pesquisa boasiana, peculiar na condução das pesquisas sociais, coloca Boas como um marco transformador da sociologia enquanto ciência, pois traz para essa ciência o caráter empírico através da antropologia cultural. Um passo seguinte é perceber a influência dos estudos de Boas na construção do pensamento humanístico-contextualista de Gilberto Freyre. Ou seja, a dissertação caminha na direção de perceber em que medida essa tendência empiírica boasiana aproxima Gilberto Freyre de um discurso relativista sobre os direitos humanos. Verifica-se, portanto, ser possível identificar, aspectos humanísticos-contextuais que justifiquem a existência, nas análises sociológicas freyreanas, ainda que incipiente, de um pensamento humanístico de cunho relativista. Dessa forma, para dirimir a preocupação teórico-bibliográfica, utilizou-se o método dedutivo para situar Gilberto Freyre dentro de um contexto histórico, identificando elementos contextuais e humanísticos nas análises de Boas, os quais influenciarão na formação de uma cultura jurídica freyreana de direitos humanos.
  • ANNA MAYRA ARAUJO TEÓFILO
  • EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA RESTAURATIVA: CRUZAMENTOS PARADIGMÁTICOS DE REFORMA DA JUSTIÇA CRIMINAL
  • Data: 23/04/2015
  • Hora: 10:00
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  • No Brasil contemporâneo, mudanças na dinâmica populacional revelam o aumento da criminalidade e indica a necessidade de se repensar, lato sensu, os modelos criminais adotados pelos Estados em suas diversas esferas, competências. Nesse sentido, tem-se revelado crucial à formulação de um novo modelo de justiça criminal que leve em consideração os novos parâmetros de uma recente formada sociedade democrática. Ou seja, faz-se essencial pensarmos em novos fenômenos jurídicos criminais que tenham como cerne primordial o respeito aos direitos humanos e, consequentemente, a dignidade da pessoa humana durante a resolução de conflitos relacionados à seara penal. O objetivo dessa pesquisa é revelar a compatibilidade que a educação em direitos humanos e a justiça restaurativa apresentam no processo de humanização da justiça criminal. Para tanto, este trabalho apoiar-se-á nas pesquisas, dentre outros autores, de Bitencourt acerca da decadência do sistema prisional; Silva, Neves, Van Ness, Pallamolla no que diz respeito à justiça restaurativa; e, finalmente, Reardon, Bobbio e Boiteux na educação em direitos humanos como prática modelo de educação para a paz. Em termos metodológicos, a pesquisa realizada foi de cunho bibliográfico, com uma revisão da literatura sobre os assuntos por ela envolvidos. Ao final da pesquisa foi constatada a hipótese a qual sugere que para a prática de uma justiça criminal humanizadora, oriunda do princípio da solidariedade material e moral, faz-se necessário uma reforma da justiça criminal atual a partir do incentivo à educação em direitos humanos e da consolidação efetiva da justiça restaurativa no sistema jurídico brasileiro. Trata-se de pesquisa relevante não apenas em razão da carência do assunto do ponto de vista do Direito Internacional, como também pelo fato da temática ainda ser motivo de grandes divergências em seara das Relações Internacionais contemporânea
  • ANNA MAYRA ARAUJO TEÓFILO
  • EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA RESTAURATIVA: CRUZAMENTOS PARADIGMÁTICOS DE REFORMA DA JUSTIÇA CRIMINAL
  • Data: 23/04/2015
  • Hora: 10:00
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  • No Brasil contemporâneo, mudanças na dinâmica populacional revelam o aumento da criminalidade e indica a necessidade de se repensar, lato sensu, os modelos criminais adotados pelos Estados em suas diversas esferas, competências. Nesse sentido, tem-se revelado crucial à formulação de um novo modelo de justiça criminal que leve em consideração os novos parâmetros de uma recente formada sociedade democrática. Ou seja, faz-se essencial pensarmos em novos fenômenos jurídicos criminais que tenham como cerne primordial o respeito aos direitos humanos e, consequentemente, a dignidade da pessoa humana durante a resolução de conflitos relacionados à seara penal. O objetivo dessa pesquisa é revelar a compatibilidade que a educação em direitos humanos e a justiça restaurativa apresentam no processo de humanização da justiça criminal. Para tanto, este trabalho apoiar-se-á nas pesquisas, dentre outros autores, de Bitencourt acerca da decadência do sistema prisional; Silva, Neves, Van Ness, Pallamolla no que diz respeito à justiça restaurativa; e, finalmente, Reardon, Bobbio e Boiteux na educação em direitos humanos como prática modelo de educação para a paz. Em termos metodológicos, a pesquisa realizada foi de cunho bibliográfico, com uma revisão da literatura sobre os assuntos por ela envolvidos. Ao final da pesquisa foi constatada a hipótese a qual sugere que para a prática de uma justiça criminal humanizadora, oriunda do princípio da solidariedade material e moral, faz-se necessário uma reforma da justiça criminal atual a partir do incentivo à educação em direitos humanos e da consolidação efetiva da justiça restaurativa no sistema jurídico brasileiro. Trata-se de pesquisa relevante não apenas em razão da carência do assunto do ponto de vista do Direito Internacional, como também pelo fato da temática ainda ser motivo de grandes divergências em seara das Relações Internacionais contemporânea
  • FILIPE MENDES CAVALCANTI LEITE
  • ENTRE POLÍTICA ECONÔMICA E POLÍTICA CRIMINAL: A APLICABILIDADE DO ACORDO DE LENIÊNCIA NO SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA
  • Data: 20/04/2015
  • Hora: 11:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo lançar algumas luzes acerca da aplicabilidade do Acordo de Leniência no Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Para isso, vislumbrou-se como necessário um resgate acerca do desenvolvimento da ideia de liberdade, para então se chegar à livre concorrência como princípio inspirador da ordem econômica. O Estado Democrático de Direito, estabelecido na Carta de 1988, representa o estágio contemporâneo de defesa de valores jurídicos, econômicos e sociais que têm por finalidade garantir o desenvolvimento nacional, além de promover a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Será visto que a mencionada Política Econômica encontra correlação com a Política Criminal idealizada pelo Estado. Será feito um apurado teórico-histórico que dê conta da evolução do disciplinamento do Antitruste no Brasil. Também encontrará espaço no presente trabalho a ilustração da ideia de Direito Antitruste Sancionador, a fim de que se possa perceber como a Administração Pública pode, muito eficazmente, investigar e punir agentes com base em suas próprias normas, servindo de contraponto ao Direito Penal Econômico. Essa via de caminhos paralelos entre administrativização e judicialização do Antitruste encontra reflexo claro no instituto do Acordo de Leniência. Para tanto, será apresentado um panorama conceitual acerca do que venha a ser o objeto de combate abarcado pelo Acordo de Leniência: os cartéis. Buscar-se-á a demonstração dos diversos tipos de cartel, dando especial relevo aos cartéis em licitação. Por fim, o trabalho esmiúça o instituto do Acordo de Leniência em si, firmando sua base legislativa, conceitual e apresentando suas regras de procedibilidade. Por meio da combinação de disciplinamentos legais, será demonstrado o caminho a ser observado quando da celebração de um Acordo. A partir dessa visão, será feita a demonstração do Histórico de Condutas do Acordo de Leniência num cartel em licitação. Acrescenta-se também a contextualização dos modelos internacionais de Acordo de Leniência implementados nos Estados Unidos e União Europeia. Além disso, buscar-se-á dar relevo aos critérios de distinção existentes entre as previsões administrativas oriundas das decisões proferidas pelos órgãos da administração, especialmente o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e a sua possível implementação na seara penal, sugerindo alternativas que possam compatibilizar de forma harmônica a aplicação do instituto e a preservação dos seus efeitos.
  • MAYARA DO NASCIMENTO E SILVA
  • A TRANSPOSIÇÃO TEÓRICA DO GARANTISMO JURÍDICO PARA O DIREITO CONSTITUCIONAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
  • Data: 10/04/2015
  • Hora: 16:00
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  • A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, acolhendo demandas externas e internas, afirmaram direitos fundamentais para crianças e adolescentes, com alto nível de especificação de conteúdo, mas, na prática, são vários os desafios para efetivar esses direitos. Após a descrição dos direitos fundamentais do segmento infanto-juvenil e seus contornos históricos, legais e teóricos propõe-se a utilização da teoria do garantismo jurídico, elaborada por Luigi Ferrajoli, para trazer esses direitos à luz da reflexão teórico-jurídica; posto que a partir da constatação de uma crise de efetividade os elementos teóricos garantistas se propõem a buscar solução dentro do próprio ordenamento jurídico a partir das garantias constitucionais. Propõe-se, desta forma, a transposição da teoria do garantismo jurídico para o Direito Constitucional da Infância e Juventude, enquanto ramo jurídico específico e diferenciado, com o intuito de contribuir para redução da distância entre as prescrições normativas e a realidade dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. O método de abordagem adotado é o indutivo e a técnica de pesquisa, a bibliográfica
  • JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
  • INDUÇÃO TRIBUTÁRIA, PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO DA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA E A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À MORADIA
  • Data: 08/04/2015
  • Hora: 11:00
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  • O direito à moradia é considerado um direito humano, porque reconhecido pelo direito internacional, e um direito social fundamental, porque se encontra previsto na Constituição Federal. Ele exerce, simultaneamente, a função de direito de defesa e de direito a prestações, estas divididas em prestações materiais e normativas. Na esfera normativa, a atividade de incorporação imobiliária tem demonstrado ser um eficaz instrumento de acesso à moradia digna. Trata-se de atividade que se caracteriza pela construção e alienação, total ou parcial, de unidades imobiliárias autônomas a serem construídas ou em construção. E por envolver a alienação de coisa futura, o negócio incorporativo apresenta elevado risco de perdas para os adquirentes, que pode ser significativamente minorado com a adoção do regime do patrimônio de afetação da incorporação imobiliária, instrumento que se caracteriza pela segregação do acervo patrimonial de cada incorporação do patrimônio geral do incorporador. Ele protege o adquirente da unidade imobiliária contra eventual falência ou insolvência civil do incorporador, ou de atraso injustificado na execução da obra. Ocorrendo uma dessas situações, a assembleia geral dos adquirente decidirá pelo prosseguimento da obra ou pela liquidação do acervo patrimonial. Em qualquer dos casos, o incorporador é afastado da direção do empreendimento e a comissão de representantes dos adquirentes assume a administratação do empreendimento afetado para, se viável a construção, continuar a execução da obra, ou liquidar o acervo patrimonial da respectiva incorporação afetada. Entretanto, como o referido regime de afetação é de implantação opcional, ao alvedrio do incorporador, este necessita de estímulos para compensar as restrições decorrentes do regime de afetação. Para esse fim, foi instituído o regime especial de tributação para o referido patrimônio de afetação, com o objetivo de simplificar e reduzir a carga tributária da incorporação afetada, em relação aos tributos federais incidentes sobre a atividade incorporativa, quando comparada com as formas de tributação normal do incorporador pelo regimes de lucro real ou pelo regime de lucro presumido.
  • MARIANA BARRETO NOBREGA DE LUCENA
  • (RE)PENSANDO A EPISTEMOLOGIA FEMINISTA NA ANÁLISE DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: uma aproximação com a criminologia crítica
  • Data: 06/04/2015
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho constitui uma revisão crítica dos estudos sobre a violência contra a mulher empreendidos pelo feminismo radical estadunidense e pelas abordagens por este influenciadas. A pesquisa tem como objetivo analisar a fundamentação teórica implementada nas interpretações sobre a violência nas relações heterossexuais, considerando a hipótese de que alguns de seus pressupostos estejam equivocados. Principalmente três aspectos são problematizados nas interpretações da corrente norte americana. Primeiro, sua análise simplista e reducionista, que resume a explicação da violência contra a mulher à questão de gênero. Segundo, sua concepção essencialista e determinista dos atributos referentes aos homens e a sua sexualidade, que lhes atribui uma natureza violenta insuperável. Terceiro, a estratégia de combate à violência, ultimamente reduzida à criminalização e à penalização de condutas. Tais perspectivas refletem a adoção do antigo paradigma etiológico nas reflexões criminológicas realizadas por essa corrente, que tem reverberado nas diversas teorias feministas e na militância política. Em contraponto, este trabalho propõe uma abordagem feminista que componha uma unidade co m a criminologia crítica, isto é, que faça uma interpretação da violência contextualizada historicamente, livre de essencialismos e comprometida com a emancipação humana frente aos diversos mecanismos de opressão.
  • SAMARA RAFAELA DA SILVA GOMES
  • O RECONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DO SEXO COMO DESTINATÁRIOS DA TUTELA SÓCIO LABORAL
  • Data: 01/04/2015
  • Hora: 15:00
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  • Embora hoje a prostituição em si não seja criminalizada, os papeis orquestrados para esses profissionais sempre rodeiam um universo marginal onde, ora são vistos como meras vítimas, coadjuvantes de sua própria história, agente passivos diante de uma realidade cruel, ora como pessoas imorais, sem escrúpulos, que escolheram um meio de vida “fácil” ainda que sujo e degradante. No Brasil até hoje não temos qualquer lei diferenciando a exploração sexual forçada, aquela que de fato expropria a dignidade de milhares de pessoas ao redor do mundo, da prestação de serviços sexuais voluntários e consensuais remunerados, relegando tal atividade a uma espécie de limbo onde existe de fato, mas não de direito. Na ausência do Estado outras organizações ganham poder formando verdadeiras arapucas contra os trabalhadores do sexo, ocorrendo, por exemplo, quando há agentes corruptos dentro das forças policiais que se aproveitam da vulnerabilidade deste grupo para obter vantagens econômicas indevidas. O estudo em epígrafe busca compreender o fenômeno prostitucional, analisar a procedência do estigma relacionado, e ainda, avaliar as consequências suportadas pelos profissionais do sexo em razão da criminalização das atividades relacionadas ao mercado sexual. No presente trabalho, parte-se da hipótese de que a ausência de reconhecimento destes profissionais como destinatários da tutela sócio laboral, lhes impõe uma identidade construída sob a marginalidade, atentando, assim, contra seus direitos de cidadãos. A importância de se pesquisar acerca do tema é colaborar com a investigação de alternativas, condizentes com os direitos humanos, para que o Estado lide com as problemáticas que entabulam o comércio sexual voluntário e consensualmente estabelecido entre adultos.
  • PHILLIPE CUPERTINO SALLOUM E SILVA
  • MINHA PROPRIEDADE, MINHA VIDA: INTERFACES ENTRE O DIREITO À CIDADE E A POLÍTICA HABITACIONAL NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB
  • Data: 31/03/2015
  • Hora: 10:00
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  • Diante da importância da luta pela moradia no cotidiano das pessoas, discute-se neste trabalho a relação entre a perpetuação do instituto da propriedade privada, a questão habitacional e o direito à cidade no Brasil a partir da análise das políticas públicas habitacionais iniciadas na Era Getulista e dos primeiros conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida direcionados às camadas de baixa renda na cidade de João Pessoa. Tendo como referencial teórico a corrente marxista, utiliza-se da categoria do direito à cidade no intuito de problematizar o processo de urbanização que se desencadeia em face da constituição do modo de produção capitalista no Brasil e sua crescente associação à geração e o aprofundamento do déficit habitacional. Para tanto, faz-se o uso do método histórico-descritivo no intuito de rediscutir a opção do Estado brasileiro por políticas públicas de financiamento da habitação. Enquanto método de abordagem foi empregado o materialismo dialético por permitir a inserção de categorias da geografia e do urbanismo como questão habitacional, crise urbana e segregação socioespacial à análise crítica do Programa Minha Casa Minha Vida, tornando possível ainda, a contenda acerca da função do Estado e o estabelecimento do caráter inalienável da propriedade privada. O texto está estruturalmente dividido em três capítulos cada um deles contendo duas partes. O primeiro consiste no desdobramento da problemática habitacional a partir da constituição do modo de produção capitalista e o reconhecimento da questão habitacional atrelado à luta de classes no Brasil. O segundo destaca a teorização dos direitos naturais em Locke e a aponta a repercussão da Lei de Terras (1850) no processo de privatização do solo urbano na capital paraibana. Por fim, no terceiro capítulo, é analisada a repercussão do Programa Minha Casa Minha Vida, assim como as políticas públicas habitacionais pretéritas, no enfrentamento à crise habitacional em João Pessoa. Trata-se de um modelo de política social que vem optando pela inclusão por meio do consumo, pela concepção de direito à moradia como um desdobramento do direito de propriedade e compreendendo o direito à cidade simplesmente como um direito individual.
  • OTÁVIO TEIXEIRA DE CARVALHO JÚNIOR
  • A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E A TUTELA INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE: Contribuições e perspectivas
  • Data: 30/03/2015
  • Hora: 16:00
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  • A partir da segunda metade do século XX, a crise ambiental que assolou o mundo provocou o aprofundamento e a disseminação da preocupação ecológica. Tornou-se necessário implantar padrões de preservação que garantissem ao mesmo tempo o desenvolvimento e o uso dos recursos naturais no presente sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, ideia central do conceito de desenvolvimento sustentável. Desde então, as legislações dos diversos países e as normas internacionais procuraram estabelecer uma proteção ambiental capaz de evitar desastres ecológicos, também incorporando o conceito de desenvolvimento sustentável. Atualmente, o agravamento dos problemas ambientais, enfatizados pela universalidade dos danos e pelo risco ambiental, que se traduz na ameaça de catástrofes imprevistas e de difícil reversão, demonstrou o insucesso do regime internacional do meio ambiente na missão de oferecer resultados práticos satisfatórios às instâncias da sociedade e de afastar esses espectros que pairam sobre o planeta. O direito ao meio ambiente equilibrado integra os direitos humanos, identificado com o próprio direito à vida. A intensificação do processo de globalização trouxe novas realidades para a sociedade internacional, agora mais complexa, interdependente e marcada por práticas econômicas mais liberais. Todo esse contexto fez surgir novos desafios para o Direito Ambiental. Tornou-se necessária a reconsideração do tratamento que vem sendo dispensado historicamente ao meio ambiente e a reformulação de políticas ambientais, principalmente em nível internacional. Por outro lado, com o aumento do fluxo do comércio internacional, a Organização Mundial do Comércio, organismo multilateral com poderes para regular as relações comerciais entre seus membros, grande número de nações, e com relevante ascendência sobre o meio ambiente, haja vista a estreita ligação entre este e o comércio internacional, desponta como órgão capaz de contribuir decisivamente para um melhor desempenho do regime internacional do meio ambiente. Essa contribuição se dá da melhor maneira através de decisões acerca de controvérsias na OMC, de modo que o meio ambiente seja mais prestigiado na jurisprudência desse órgão, assim como em suas políticas gerais. Interpretações mais harmônicas entre o Direito Internacional Econômico e o Direito Internacional Ambiental, admissão de barreiras comerciais fundamentadas nos métodos de produção ambientalmente degradantes e a adoção de políticas de combate ao dumping ambiental são meios de obter esses resultados sem comprometer a liberdade de comércio.
  • SAMANTHA NAGLE CUNHA DE MOURA
  • ESTUPRO DE MULHERES COMO CRIME DE GUERRA SOB AS PERSPECTIVAS FEMINISTAS
  • Data: 30/03/2015
  • Hora: 14:00
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  • O estupro é característica marcante em diversos conflitos armados ao longo da história, porém somente passou a ser visto como temática relevante pela comunidade internacional a partir da década de 90 do século passado, com a instalação, sob forte pressão dos movimentos feministas, dos Tribunais Penais Internacionais para ex-Iugoslávia (TPII) e para Ruanda (TPIR). Estabelecida uma relação profícua entre, de um lado, o Direito Internacional Humanitário (DIH) e o Direito Internacional Penal (DIP) e, de outro, os discursos feministas, este trabalho propõe investigar que tipo de sujeito é produzido pelas normas de gênero operadas pela estrutura jurídica a fim de demonstrar se a regulação consagra a agência política e sexual das mulheres ou, pelo contrário, acirra ainda mais sua vitimização. Para tanto, utilizase como supedâneo teórico a teoria feminista do Direito enquanto tecnologia de gênero, as teorias feministas do estupro e a literatura especializada para analisar a jurisprudência dos tribunais ad hoc e as disposições pertinentes nas Convenções de Genebra de 1949 e seus Protocolos Facultativos. Destarte, a dissertação divide-se em quatro partes: 1) referencial teórico feminista que norteia a análise do objeto da pesquisa; 2) contexto histórico da criminalização internacional do estupro; 3) DIH, com ênfase nas principais disposições voltadas para o estupro, na construção generificada do princípio da distinção e na diversidade de experiências das mulheres durante conflitos; 4) jurisprudência dos tribunais ad hoc, englobando as definições conflitantes de estupro, a presunção de coerção em conflitos armados, a condenação de mulheres perpetradoras de estupro e o reconhecimento de homens enquanto vítimas de estupro. A dissertação conclui apontando a tendência preocupante, no Direito Internacional, de construção do sujeito “Mulher estuprada” enquanto marcada inexoravelmente pela passividade, impotência e vitimização
  • RENOVATO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
  • TRIBUTAÇÃO INDUTORA E TUTELA DO MEIO AMBIENTE: ANÁLISE SOB O PRISMA DA FUNÇÃO PROMOCIONAL DO DIREITO
  • Data: 30/03/2015
  • Hora: 13:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o papel da tributação indutora como instrumento de defesa do meio ambiente, sob o prisma da função promocional do Direito e dos princípios constitucionais tributários. A Constituição Federal de 1988 prevê expressamente o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo princípio da Ordem Econômica a defesa do meio ambiente inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental. Ao passo do agravamento da crise ambiental e da necessidade de equalização entre o desenvolvimento econômico e a tutela do meio ambiente, os tributos surgem justamente como instrumentos de intervenção estatal objetivando influenciar o comportamento dos agentes econômicos, induzindo as condutas voltadas à utilização racional dos recursos naturais e à sustentabilidade, e desencorajando aquelas outras degradantes. Examina-se, portanto, seus principais aspectos teóricos e critérios de caracterização da tributação ambiental. O resultado final da pesquisa aponta principalmente para a necessidade de busca de conjugação dos diversos mecanismos tributários com finalidade extrafiscal ambiental, como forma de potencializar a utilização do tributo como instrumento de tutela do meio ambiente.
  • VALÉRIA FERNANDES DE MEDEIROS
  • ENTRE A DIPLOMACIA AMBIENTAL E A INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA: SANÇÕES ECONÔMICAS PARA REDUÇÃO DE RISCO DE DESASTRES
  • Data: 30/03/2015
  • Hora: 10:00
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  • Os desastres ambientais são eventos que adquirem uma dimensão de prejuízos sucessivos com perdas de vidas humanas e danos econômicos, uma vez que decorrem de ações da natureza, da intervenção do homem e, na maioria das vezes, a sinergia de ambas, formando uma cadeia destrutível para o meio ambiente e para o ser humano. Esses eventos, para serem considerados desastres ou catástrofes ambientais, há que se preencher os seguintes requisitos: (i) declaração de, no mínimo, 10 pessoas mortas, presumidas ou reais; (ii) requisição de necessidades básicas por, no mínimo, 100 pessoas atingidas; (iii) declaração de estado de emergência; e (iv) requisição de ajuda ou de assistência internacional. Diante disso, o processo de ajuda emergencial se inicia com um pedido de assistência emitido pelo Estado afetado pelo desastre ou com o seu consentimento recebe a assistência humanitária. Embora seja responsabilidade de cada Estado proteger seus cidadãos, não há uma imposição no que se refere ao direito e ao dever de prestar assistência humanitária à população. Nesse contexto, encontra-se o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) responsável pelas operações que visem à manutenção ou ao restabelecimento da paz e segurança internacionais. Em caso do risco de ameaça, podem ser adotadas medidas discriminadas na Carta das Nações, sendo aplicada a sanção econômica como um dos últimos recursos, a qual é utilizada para fazer os sancionados cumprirem determinadas normas. Uma das finalidades mais utilizadas pela adoção de sanções se refere ao combate às violações aos direitos humanos, por considerá-los ameaça à paz e à segurança internacionais. Dessa forma, surge a relevância prática da assistência humanitária em eventos, que são desastres ambientais, tendo, portanto, a presente dissertação o objetivo de analisar a possibilidade de adoção de sanções econômicas para os Estados afetados por desastres ou catástrofes ambientais em aceitarem assistências humanitárias.
  • FELIPE DE BRITO LIRA SOUTO
  • OS FUNDOS SOCIOAMBIENTAIS COMO INSTRUMENTOS DE INTERAÇÃO ENTRE O PODER PÚBLICO E A SOCIEDADE NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS AMBIENTAIS
  • Orientador : BELINDA PEREIRA DA CUNHA
  • Data: 27/03/2015
  • Hora: 12:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o papel dos fundos socioambientais como instrumentos de fomento de políticas ambientais no Brasil. A Constituição Federal de 1988 firmou o compromisso com a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo aos gestores desenvolverem políticas públicas adequadas e eficientes neste sentido. Ao passo da evolução da ação civil pública no cenário processual das tutelas coletivas do ordenamento jurídico brasileiro, seguindo o modelo da Class Action americana, os fundos aparecem justamente como instrumentos democráticos na canalização de recursos para financiamento de projetos socioambientais. Examina-se, portanto, seus principais aspectos teóricos e práticos, a construção democrática de seus conselhos gestores, as fontes de obtenção de recursos, enfim, tudo relativo à sua atual realidade. O resultado final da pesquisa aponta principalmente para a necessidade de busca de novas fontes de recursos e uma maior capacitação técnica dos agentes envolvidos.
  • LIS PEREIRA MAIA
  • A REGULAÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
  • Data: 27/03/2015
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação, visando apresentar uma proposta para a promoção de desenvolvimento sustentável através da regulação do biodiesel e etanol, analisa aspectos da regulação da indústria dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, levando-se em consideração o fato da exploração de tais recursos estar intimamente ligada a soluções de questões referentes ao desenvolvimento econômico, social e humano, bem como a questões de sustentabilidade ambiental, inserida no contexto do Estado Socioambiental de Direito, para tanto trazendo os pensamentos de Amartya Sen, Celso Furtado, Maria Luiza Alencar Mayer Feitosa, Jane Jacobs, Boff, Ignacy Sachs, Belinda Cunha, Canotilho, Capella, Sarlet e Fensteirseifer, Morato Leite, Talden Farias, dentre outros autores que embasaram os temas abordados no presente trabalho. Por meio da análise do marco regulatório, as leis nº 11.097/05 e 12.490/11, normas que alteraram a lei 9.478/97, foi possível perceber o comprometimento jurídico com os reflexos sociais e, em parte, ambientais decorrentes da legislação. Entretanto, o mero exame dos atuais marcos regulatórios sobre o setor não é suficiente para atestar a coerência da regulação com a opção por um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. Assim, parte-se, também, para a análise de projetos de lei acerca de tal tema, além de exposição de possíveis soluções para a promoção de desenvolvimento sustentável, condizente com o paradigma teórico da racionalidade ambiental de Enrique Leff. De tal modo, a dissertação se divide em três capítulos, no primeiro são apresentadas considerações acerca de desenvolvimento, sustentabilidade, regulação, Estado de Direito Socioambiental, Biodiesel e Etanol; seguido pelo segundo capítulo, no qual é feita uma análise da atual regulação dos biocombustíveis; por fim, terminando com o terceiro capítulo sobre os projetos de lei, bem como proposições da autora para que a regulação dos biocombustíveis promova o desenvolvimento sustentável. Adotou-se o método dedutivo e hermenêutico, portanto, os resultados apresentados derivam da dedução e interpretação lógica da pesquisadora.
  • MARIA ZENAIDE BRASILINO LEITE BRITO
  • LIMITAÇÃO DO PODER EMPREGATÍCIO COMO GARANTIA DA INTIMIDADE DO TELE-EMPREGADO DOMICILIAR
  • Data: 25/03/2015
  • Hora: 15:00
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  • A evolução tecnológica do século XX causou uma grande transformação nas relações de trabalho, marcada pelo surgimento de novas formas de labor. Esta dissertação de mestrado tem como finalidade analisar uma dessas novas modalidades de trabalho, nomeadamente, aquele que é executado no regime de tele-emprego domiciliar. Essa nova forma laboral é descrita e analisada sob o aspecto do poder empregatício e da sua limitação no ordenamento jurídico. A partir da primazia do valor existente no princípio da dignidade da pessoa humana, avalia a hipótese de conflito entre o direito à vida privada e à intimidade do trabalhador e o poder do empregador para averiguar a possibilidade de execução do tele-emprego domiciliar em condições dignas. Para tanto, observa as novas formas de trabalho, provenientes da recente evolução tecnológica, dentre essas, especificamente, a do tele-emprego, delimitando sua definição e abrangência. Neste ponto, demarca como foco central de estudo o tele-emprego domiciliar. Em seguida, considera que para um trabalho digno é preciso que sejam respeitados, na relação laboral, dois aspectos do princípio da dignidade da pessoa humana: o pessoal e o social. Seguese em uma análise acerca do significado e do alcance do direito à vida privada e do direito à intimidade. Continua a investigar o exercício do poder diretivo do empregador, exercido nesse modelo de trabalho e pondera sobre a exigência de uma relativização do direito à vida privada e do direito à intimidade no teleemprego domiciliar, sempre, sob a ótica da garantia dos direitos fundamentais do empregado. Descreve quais são os limites do ordenamento jurídico brasileiro ao poder empregatício atualmente reconhecidos, e, em seguida, indica como essas barreiras podem limitar o poder do empregador em razão da proteção aos direitos fundamentais do empregado, notadamente, em razão da dignidade necessária à realização do trabalho decente no tele-emprego. Finalmente, pondera-se se há a necessidade de se buscar uma legislação que regule especificamente essa modalidade de trabalho para efetivar a garantia da harmonização entre o poder diretivo do empregador e o direito à vida privada e à intimidade do empregado.
  • IVISON SHELDON LOPES DUARTE
  • DIREITO À SAÚDE E DECISÃO JUDICIAL: O comportamento decisional do Tribunal de Justiça da Paraíba e as modificações resultantes da Câmara Técnica de Saúde
  • Orientador : ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
  • Data: 20/03/2015
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho analisa a as decisões judiciais no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba relacionadas ao direito à saúde após a criação do órgão consultivo chamado de Câmara Técnica de Saúde, com o fim de verificar qual sua influência no comportamento decisional do magistrado paraibano. Assim ao analisar os impactos da CTS/PB nas decisões em direito à saúde no TJPB, esta por se verificar sua utilidade prática que justificaria sua criação, ou negando que sua implantação seja uma resposta satisfatória para a política judicial de saúde. Utilizando do realismo jurídico americano, como expressão do pragmatismo, verificando a atuação da CTS/PB nos litígios através das decisões analisadas na modificação do convencimento dos magistrados da 4ª Câmara Cível Especializada, em ações que sejam levadas em grau de recurso de Apelação. A análise detém-se sobre as decisões referentes ao direito à saúde no segundo semestre do ano de 2013, que foram objeto de análise prévia pela Câmara Técnica de Saúde através de solicitação do Tribunal de Justiça, verificando a influência do órgão consultivo especializado no convencimento do Magistrado quando este decide. Ao eleger o realismo jurídico norte-americano como método que irá lastrear o trabalho, é importante observar que uma das posturas básicas é a de descobrir as verdadeiras razões que atuam no julgador, sua sensibilidade, razão, valores quando da apreciação do caso concreto sem se preocupar como o direito deve ser.
  • MANUELA BRAGA GALINDO
  • UMA ANÁLISE DO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA ATRAVÉS DO REALISMO DE JEROME FRANK: A ACEITAÇÃO DA INCERTEZA NO DIREITO
  • Data: 20/03/2015
  • Hora: 13:30
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  • O princípio da segurança jurídica é a expressão de certeza e ordem nas relações jurídicas. O princípio pode ser sinônimo de estabilidade, previsibilidade ou imutabilidade da legislação escrita e das decisões tomadas pelo poder judiciário. É através desse respeito às leis e decisões que o Estado mantem a ordem social. Com o respeito à norma ou, em outras palavras, a segurança jurídica, o Estado consegue garantir a segurança da vida e liberdades individuais dos cidadãos. Assim, a segurança jurídica é elemento assegurador de um dos principais objetivos do Estado – a segurança pública. Dessa forma, justifica-se a preocupação do direito em manter e promover o princípio da segurança jurídica. No entanto, é possível constatar que ele existe nesses termos de imutabilidade e previsibilidade? A resposta inicial deste trabalho concorda com o referencial teórico de Jerome Frank, para quem o direito é regido pela incerteza. A insistência na ideia de certeza jurídica treinou o jurista experiente para lidar com a flexibilidade da realidade usando locuções e construções racionais que permitem ratificar a segurança jurídica, de modo que ele corrobora a segurança e essa, por sua vez, mantem a própria ordem social.
  • LUIZE EMILE CARDOSO GUIMARAES
  • Uma análise pragmática do “Programa Pai Presente” do CNJ: convergência entre as teorias de Peirce e James sobre a lógica pragmática e a concepção de consequências práticas
  • Data: 20/03/2015
  • Hora: 11:30
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  • O presente trabalho tem como objeto de estudo o pragmatismo filosófico com ênfase nas teorias de Peirce e James sobre a lógica pragmática e a concepção de consequências práticas, a fim de se verificar como esta filosofia da ação pode ser útil para se compreender criticamente o direito. Nesse sentido, discorrer-se-á sobre a teoria peirceana da abdução, bem como sobre a concepção da compreensão de um objeto a partir de suas consequências práticas observáveis à luz do pensamento de Peirce. Em seguida, propõe-se um contraponto com a forma diferenciada com que William James vislumbrou o pragmatismo, concebendo-lhe como um método para assentar disputas metafísicas, fazendo, para tanto, uso de aspectos relacionados ao subjetivismo e ao psicologismo humano. Nesse contexto, o questionamento central do qual parte esta pesquisa é o seguinte: É pragmaticamente possível trabalhar as categorias teóricas de James e Peirce para pensar o PPP a partir de suas identidades, não obstante as conhecidas divergências entre estes? A resposta provisória para este problema é afirmativa, pois leva em consideração o fato de que a essência do pragmatismo como um meio para se conhecer algo através de suas consequências práticas é comum para ambos os autores e, mesmo que James tenha aparentemente se distanciado radicalmente de Peirce, é possível encontrar correspondências entre as duas teorias. A fim de dar aplicabilidade prática a esse estudo, testando sua hipótese a partir de um caso concreto, escolheu-se para tanto, o “Programa Pai Presente” (PPP), criando pela Corregedoria do CNJ e que tem como objetivo principal facilitar e estimular o reconhecimento espontâneo de paternidade. O PPP é formado por três provimentos: 12, 16 e 19 e está em vigor desde agosto de 2010. Este trabalho analisá-lo-á sob a ótica pragmática, tendo em vista a busca por suas consequências práticas a partir dos números disponibilizados pelo CNJ até agosto de 2012. A estrutura do trabalho divide-se em cinco partes, quais sejam: o capítulo 1 com noções introdutórias acerca de toda a temática abordada ao longo do trabalho, o capítulo 2 com a fundamentação teórica, segundo o referencial teórico supra, o capítulo 3 com a apresentação do PPP, o 0capítulo 4 com a análise da relação existente entre a teoria de Peirce e James e sua aplicabilidade ao PPP, tendo em vista os números do CNJ e, por fim, o capítulo 5 com as considerações finais, apresentando como resultado da pesquisa a confirmação da hipótese inicialmente proposta.
  • BRUNO CALIFE DOS SANTOS
  • ATIVISMO JUDICIAL E DIREITOS HUMANOS: exercício da jurisdição constitucional e efetividade dos direitos
  • Data: 20/03/2015
  • Hora: 10:00
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  • A crescente amplitude de resguardo de Direitos Humanos, uma vez que parecem constituir exigência contemporânea indissociável à evolução das sociedades democráticas, impede que o Estado assuma um perfil tímido e implica na assunção de responsabilidades pelos poderes instituídos, inclusive ao próprio Judiciário, apesar do seu caráter eminentemente inerte. Diante, assim, de certa passividade dos Poderes Legislativo e Executivo quanto ao desenvolvimento de instrumentos de defesa e proteção dessas prerrogativas, bem como acerca da estruturação de políticas públicas e regulamentação de garantias voltadas a sua implementação, conjectura-se sobre as causas e consequências da ampliação do perfil da atividade jurisidicional a fim de analisar-se a aproximação entre a criação judicial do direito e os Direitos do Homem, intermediado pelo exercício da jurisdição constitucional, elegendo-se, como figura central desta atuação o Supremo Tribunal Federal. Assim, resta questionar até que ponto a ampliação do perfil dessa modalidade de jurisidição e sua respectiva altivez conduz a uma maior efetividade dos Direitos Humanos, circunstância imaginada pela utilização de uma hermenêutica decorrente da abertura principiológica e da relação ontológica entre estes e os direitos fundamentais tuteláveis pelo Estado. A análise pauta-se pela revisão bibliográfica e pela perspectiva crítica, ambas reunidas por uma postura descritivista.
  • LARISSA FONTES DE CARVALHO TORRES
  • ANUNCIANDO PARA CRIANÇAS: ANÁLISE DO CONTROLE DA PUBLICIDADE INFANTIL NO BRASIL
  • Data: 09/02/2015
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho teve como objetivos identificar os efeitos da publicidade sobre o público infantil e analisar a proteção conferida à criança no ordenamento brasileiro, em especial, no âmbito do direito do consumidor, bem como refletir sobre o disciplinamento da atividade publicitária, delimitando seu conceito, suas classificações e os princípios que a regem. Buscou-se, também, avaliar se as regras atuais têm-se mostrado eficazes na proteção a esse público-alvo, o que foi feito a partir da análise estatística dos casos de controle da publicidade realizados pelo órgão de autorregulação e pelo Poder Judiciário. Para tanto, realizou-se uma pesquisa teórico-explicativa, situando o tema dentro do estágio de evolução da doutrina e da legislação, colacionando-se as normas de caráter público e privado vigentes no país, além dos projetos de lei e normas administrativas e comparando-as aos instrumentos aplicados no Direito estrangeiro. Foi feita também análise empírica dos julgamentos levados a efeito pelo Poder Judiciário e pelo Conselho de Autorregulamentação Publicitária nos anos de 2012 e 2013, tendo-se por base as hipóteses de que a existência de muitos casos de controle de publicidade submetidos ao Judiciário e com resposta pela procedência dos pedidos, assim como o julgamento pela sustação ou alteração da publicidade denunciada ao CONAR demonstraria a existência de um controle eficaz, o que não se comprovou, dada a pequena amostragem obtida no controle público e o pequeno percentual de decisões pela sustação dos anúncios exarada pelo CONAR. Constatou-se que, embora o assunto venha despertando interesse de alguns setores da sociedade, ainda há poucos estudos na área de publicidade para crianças produzidos no Brasil, ao passo em que no exterior há pesquisas de diversas naturezas, abordando o tema sob variados enfoques e interesses. Identificou-se, assim, que comumente as campanhas publicitárias têm se usado de análise do comportamento infantil com vistas a persuadir esse público à aquisição de seus produtos e à identificação com sua marca. Observou-se, ainda, que, além de produtos e marcas, alguns valores são propagados pela publicidade, valores esses muitas vezes incompatíveis com a cidadania, a convivência familiar e a saúde das crianças. Diante dos dados trazidos pelas pesquisas analisadas e pela avaliação do resultado do controle realizado no país, impõe-se a conclusão de que a proibição da veiculação de publicidade dirigida à criança é a interpretação mais adequada para o dispositivo inserido no Código de Defesa do Consumidor e que a existência de meios de controle não é suficiente para resguardar o melhor interesse da criança.
  • ALINE VIRGINIA MEDEIROS NELSON
  • EMPODERAMENTO E PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO
  • Data: 23/01/2015
  • Hora: 09:00
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  • Motivada pela problemática de busca de concretização do desenvolvimento no Brasil, trata a presente tese de investigar a hipótese de que o empoderamento, materialmente, e o planejamento público, formalmente, consubstanciam-se em meios aptos ao alcance deste designo. Para tanto, como entendimento de desenvolvimento, o trabalho adotou a perspectiva de Celso Furtado, compreendendo-o como um processo cultural e social e das Nações Unidas, no tocante a conceituação pluridisciplinar, envolvendo os direitos políticos e civis, bem como os direitos econômicos, sociais e culturais. Ambas as definições complementam-se e coincidem com os objetivos e fundamentos do Brasil, dispostos constitucionalmente. Assim, pretende demonstrar que a efetividade do planejamento de políticas de desenvolvimento está diretamente associada à participação dos atores políticos, econômicos e sociais no processo decisório. A metodologia utilizada envolveu tanto a pesquisa hermenêutica, com uso de técnica bibliográfica, como a pesquisa empírica quantitativa e qualitativa, em que foram feitas análises de documentos internacionais, realizado estudos de casos e auferidos dados nacionais sobre empoderamento e de desenvolvimento. Ao final, pretende-se confirmar a hipótese de que o alcance do desenvolvimento no Brasil é possível através do empoderamento que é vivenciado na participação direta e indireta do planejamento das políticas de desenvolvimento.
  • FABIANO EMÍDIO DE LUCENA MARTINS
  • LAVAGEM DE DINHEIRO E PARAÍSOS FISCAIS: IMPACTOS ANTI-DESENVOLVIMENTISTAS DE UMA ECONOMIA SOMBRIA
  • Data: 12/01/2015
  • Hora: 10:30
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  • A lavagem de dinheiro é um fenômeno criminológico que se consolidou com a desregulamentação dos mercados financeiros, tornando-se uma preocupação mundial de primeira ordem na última década do século XX, e, de maneira mais acentuada, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Paralelamente, a consolidação das jurisdições offshore como fenômeno aparentemente natural da liberalização dos mercados, possibilitou, numa simbiose perversa entre lavagem de dinheiro e paraísos fiscais, o estabelecimento daquilo que denominamos economia sombria: um microcosmo economicamente autônomo e independente, acessível a uma minoria abastada, governada por regras próprias que têm como norte a maximização dos lucros a qualquer custo. A economia sombria é alimentada por fluxos financeiros ilícitos colossais oriundos de narcotraficantes, cleptocratas, terroristas, fraudadores tributários e empresários afeitos a práticas comerciais ilícitas. Estimativas chegam a apontar que metade do estoque global de dinheiro transita pelo mundo offshore. Países pobres e em desenvolvimento, muitas vezes alheios a essa realidade, tornaram-se nos últimos anos, sobretudo em razão da tibieza de seus sistemas e mecanismos de controle, importantes provedores da economia sombria. Ao tornar-se destinatária da massiva fuga de capitais de países pobres e em desenvolvimento, a economia sombria captura recursos imprescindíveis à erradicação da pobreza, ao investimento produtivo e à realização de obras de infra-estrutura necessárias ao crescimento econômico dos países lesados, exigindo, com isso, um redobrado sacrifício financeiro para reequilíbrio das contas públicas, com incontornáveis consequências no aumento do rigor fiscal e regulatório e maior opressão financeira sobre a ampla maioria submetida à economia formal. Diante de tal panorama, o presente trabalho tem por objetivo explicar quais os efeitos anti-dsenvolvimentistas da economia sombria, abordando de que forma a alocação sorrateira de recursos financeiros em larga escala nos paraísos fiscais afeta a vida das pessoas e de que forma o Brasil se insere nesse contexto.
2014
Descrição
  • SANDRA MARIA CAVALCANTI
  • MODERNIDADE REFLEXIVA E EVOLUÇÃO TECNOCIENTÍFICA DE RISCO: ESTUDO SOBRE O SEGURO DE RISCOS AMBIENTAIS COMO FERRAMENTA PARA MINORAÇÃO DE PREJUÍZOS AO MEIO AMBIENTE
  • Data: 11/12/2014
  • Hora: 14:30
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  • A expansão industrial realmente mudou o perfil da sociedade pelo mundo. Primeiramente se identificava uma produção em pequena escala, para atendimento de necessidades pontuais e de diminuta importância. Com a Revolução Industrial as pessoas começaram a criar necessidades antes inexistentes, passando a incentivar cada vez mais a produção em larga escala. Maior produção significou mais exploração dos recursos naturais, bem como causou o aumento alarmante da poluição. A poluição assumiu um novo perfil com a Revolução Industrial, ela passou a alcançar escala global, ameaçando não apenas o meio ambiente que circundava a circunferência da indústria poluidora, mas também uma gama de países que não necessariamente encontravam-se vizinhos ao local original da poluição. Assim, constataram que a poluição seria capaz de se propagar com o vento, com as águas, com as chuvas e com diversos outros elementos da natureza. Como consequência, a pós modernidade apresentou um novo perfil de sociedade, qual seja, a do risco. Os riscos não mais se concentram nas questões das diferenças sociais, econômicas e geográficas da primeira modernidade. Agora os riscos apresentados são os ecológicos, os químicos, nucleares, econômicos e genéticos, dificultando muito mais o desenvolvimento de uma ciência capaz de apresentar respostas para contornar os problemas socioambientais decorrentes da própria sociedade de risco. Sem controle, agora a sociedade enfrenta a realidade da autodestruição. A Legislação brasileira criou uma série de dispositivos em prol da preservação ambiental de notável caráter, sendo um deles o Seguro Ambiental, que se apresenta como um instrumento eficaz de combate ao dano ambiental, capaz de impedir a perpetuação do desequilíbrio causado pela socialização dos prejuízos ao meio ambiente e internalização dos lucros pelos agentes poluidores.
  • CAMILLA GUEDES PEREIRA PITANGA SANTOS
  • A PROTEÇÃO À MULHER SEGURADA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: uma abordagem sobre as ações regressivas decorrentes de violência doméstica
  • Data: 13/11/2014
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a tutela jurídica conferida à mulher em situação de violência, através das ações regressivas em violência doméstica propostas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Justiça Federal. A metodologia adotada foi estudo de caso, com o emprego da análise de conteúdo aos casos perquiridos, técnica que se sagrou mais adequada ao objeto de pesquisa. A violência contra a mulher consiste em violação aos direitos humanos e sua prática disseminada pelo patriarcado foi absorvida no seio social. O movimento feminista sagrou-se por tornar pública a intimidade maculada pela violência e inserir o tema nas agendas internacionais e progressivamente nos ordenamentos internos. No Brasil, embora a promulgação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) tenha representado um marco nesta proteção, a atuação estatal ainda tem se estruturado para atender as necessidades dessa minoria. O INSS, através das recentes proposituras das ações regressivas acidentárias, busca o ressarcimento aos cofres públicos dos benefícios previdenciários concedidos por decorrência de atos ilícitos praticados por terceiros contra as mulheres seguradas da Previdência, bem como visa contribuir com o caráter punitivo-pedagógico pela formação de uma cultura da não violência.
  • BRADSON TIBERIO LUNA CAMELO
  • A REGULAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO COMO FERRAMENTA DE FOMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO SUSTENTÁVEL.
  • Data: 24/10/2014
  • Hora: 10:00
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  • O padrão de vida da sociedade moderna exige um contínuo aumento do uso de energia, seja para a esfera da produção ou do consumo, tendo um grande impacto no meio ambiente devido à poluição gerada pela produção energética. Desta forma, a regulação do setor energético deve ponderar um trilema que envolve o baixo custo da energia, a segurança energética (continuidade e independência) e preservação ambiental. Nesta linha, o presente estudo objetiva averiguar o nível de importância regulatória do princípio da preservação ambiental disposto no capítulo constitucional da ordem econômica, através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), para isto, foram abordadas as teorias da regulação e as ferramentas econômicas utilizadas no cenário internacional para estimular fontes alternativas de energia. Para facilitar a análise estratégica, foi utilizada a teoria dos jogos para integrar as relações internacionais e do mercado interno na regulação do setor elétrico. Desta forma, concluiu-se que o modelo regulatório brasileiro não prioriza a preservação ambiental, mas é uma boa escolha para resolver os jogos de energia, estimulando uma matriz energética sustentável.
  • CHARLES DE SOUSA TRIGUEIRO
  • POLÍTICAS AFIRMATIVAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E A EFETIVIDADE DO PRINCÍPIO DO PLENO EMPREGO: O CASO DOS PORTADORES DE VISÃO MONOCULAR E SURDEZ UNILATERAL
  • Data: 29/09/2014
  • Hora: 09:30
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  • Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o conceito de emprego foi ampliado e lapidado para comportar a ideia de sistema de cotas para acesso de deficientes a cargos e empregos, públicos e privados. Esse sistema de ação afirmativa, atualmente, vigora como desdobramento da vedação constitucional de toda e qualquer discriminação, tanto no tocante a salário quanto a critérios de admissão do trabalhador com deficiência, instituída desde o inciso XXXI, do art. 7º dessa Carta Política brasileira. Ocorre que, segundo o Decreto n° 3.298/99, o qual regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, as pessoas com deficiência de grau leve não são consideradas deficientes, para efeito dessa legislação, como é o caso dos portadores de visão monocular e de surdez unilateral. Ao excluir a proteção dessas pessoas com deficiência, o ato normativo colide frontalmente com o pleno emprego, valor constitucionalmente assegurado, bem como com o Decreto n° 6.949/09, por meio do qual o Brasil ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Nesse cenário, constitui objeto desta dissertação a jurisprudência e a normativa referente à matéria, relativa ao acesso ao trabalho das pessoas com deficiência portadoras de visão monocular e de surdez unilateral, em conformidade com a efetivação do princípio do pleno emprego e em consonância com a normativa internacional de proteção dos direitos humanos. Como resultado dessa análise, propõe-se um escalonamento em três graus de deficiências (grave, moderada e leve, nos termos do Art. 3º da Lei Complementar nº 142/13) para efeito de consideração da admissão em concursos públicos na esfera federal. Trata-se de tema complexo e urgente, que reclama atenção e políticas afirmativas específicas, porquanto o tempo atual requer a imediata correção de injustiças sociais. Considerando-se, especialmente, o caso em exame, há o estabelecimento, direto ou indireto, de implicações continuas e impeditivas do desenvolvimento pleno das pessoas e da sociedade como um todo; consubstanciando tal situação em hipótese de inconstitucionalidade a ser debelada à luz de uma hermenêutica constitucional atenta aos direitos humanos de pessoas com deficiências leves.
  • DANIELE MARIA TABOSA MACHADO
  • O CDC E A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO INTERNACIONAL.
  • Data: 17/07/2014
  • Hora: 09:00
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  • Em razão das facilidades trazidas pela internet uma série de mudanças foram impostas às relações de consumo, as quais passaram a se desenvolver em larga escala no ambiente virtual, uma vez que a internet passou a ser mais um meio de compra para os consumidores globais. Isso possibilitou a aquisição dos mais variados produtos, inclusive no exterior, proporcionando a globalização das relações privadas de consumo, na qual está inserido o comércio eletrônico internacional. Essa modalidade de comércio vem crescendo de forma desenfreada no Brasil, o que mostra que a regra nessas transações internacionais é a confiança do consumidor, mesmo em face da insegurança jurídica derivada da lacuna legislativa internacional, bem como da insuficiente proteção garantida pela legislação nacional. Os consumidores brasileiros estão ainda mais vulneráveis nas transações internacionais, pois, dentre outras situações, resumem-se a aceitar ou não os termos do contrato que, na maioria das vezes, é de adesão. Este, via de regra, é previamente elaborado pelo fornecedor estrangeiro, o que justifica a necessidade de sua proteção especial. Assim, o presente trabalho tem por escopo analisar como vem sendo feita a proteção do consumidor brasileiro nos contratos eletrônicos internacionais de consumo, celebrados com o fornecedor estrangeiro que não possua filial ou representação no Brasil. O objetivo é concluir pela sua efetividade ou não. Os sujeitos dessa relação estão situados em países distintos, havendo a existência de mais de um ordenamento jurídico passível de aplicação, bem como o questionamento de qual lei será aplicada, qual o foro competente, como se dará o processo de reconhecimento e execução da sentença brasileira no país do fornecedor, a fim de se efetivar a proteção do consumidor nacional. Diante da constatação da não proteção do consumidor mediante a aplicação das normas de Direito Internacional Privado brasileiras, da arbitragem e da autonomia da vontade, conclui-se pela aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) às lides oriundas dos contratos eletrônicos internacionais de consumo, por se tratar de norma de ordem pública e de aplicação imediata. Embora o CDC venha sendo aplicado às relações de consumo internacionais, conforme a doutrina e jurisprudência brasileiras, verifica-se que apenas sua aplicação não é suficiente para uma efetiva proteção do consumidor, pois este ainda enfrentará o problema do reconhecimento e execução da sentença brasileira no país estrangeiro para ver seu direito concretizado. Fica, portanto, à mercê de uma futura convenção internacional que viabilize uma cooperação judiciária entre os países. Mas, como outra alternativa não resta ao consumidor brasileiro, espera-se que os legisladores nacionais providenciem uma alteração na legislação nacional nos textos do CDC, da LICC e também do CPC, a fim de que se possa garantir uma proteção mais específica ao consumidor nacional que enfrenta problemas nas relações de consumo estabelecidas através da internet em âmbito internacional.
  • PRISCILA NUNES SEIXAS
  • A INVISIBILIDADE DO TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO EM JOÃO PESSOA – PARAÍBA: análise a partir de uma perspectiva de gênero
  • Data: 15/07/2014
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem por objetivo a investigação do Trabalho Infantil Doméstico – TID no âmbito da cidade João Pessoa – Paraíba. Nesta oportunidade, ressalta-se que o TID se desmembra em quatro tipologias: “TID remunerado”; “TID ajuda” (que se bifurca nas modalidades “TID ajuda na casa de terceiros” e “TID ajuda no domicílio da família”); e “TID socialização”. Independente da categoria, parte-se da premissa empírica de que o tema possui um recorte de gênero, isto é, acomete majoritariamente meninas. Esta premissa se fundamenta nas teorias feministas acerca da construção e naturalização dos papéis sociais apropriados para homens e mulheres. Conforme este referencial teórico, a domesticidade é atribuída social e psicologicamente à mulher como um encargo intrínseco a sua essência, de modo que a aproximação com funções domésticas acontece ainda na infância como uma espécie de elemento de identidade feminina. A pesquisa inicia-se, pois, com um estudo teórico relacionado à divisão sexual do trabalho e aos papéis sociais de gênero; segue-se com o exame das normativas internacional (nomeadamente, oriundas da OIT, ONU e OEA) e nacional pertinentes; e se finda com o confronto entre as estatísticas obtidas através de institutos oficiais e a coleta de dados no Judiciário e Ministério Público de competência local. A pesquisa permitiu sustentar a premissa de que o trabalho infantil doméstico corresponde a uma violação de direitos de crianças e adolescentes predominantemente do sexo feminino, bem como confirmou a hipótese de que o TID em João Pessoa constitui um problema invisível para a sociedade e para os órgãos de proteção encarregados justamente de enxergá- lo.
  • PRISCILA NUNES SEIXAS
  • A INVISIBILIDADE DO TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO EM JOÃO PESSOA – PARAÍBA.
  • Data: 15/07/2014
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertacao tem por objetivo a investigacao do Trabalho Infantil Domestico – TID no ambito da cidade Joao Pessoa – Paraiba. Nesta oportunidade, ressalta-se que o TID se desmembra em quatro tipologias: “TID remunerado”; “TID ajuda” (que se bifurca nas modalidades “TID ajuda na casa de terceiros” e “TID ajuda no domicilio da familia”); e “TID socializacao”. Independente da categoria, parte-se da premissa empirica de que o tema possui um recorte de genero, isto e, acomete majoritariamente meninas. Esta premissa se fundamenta nas teorias feministas acerca da construcao e naturalizacao dos papeis sociais apropriados para homens e mulheres. Conforme este referencial teorico, a domesticidade e atribuida social e psicologicamente a mulher como um encargo intrinseco a sua essencia, de modo que a aproximacao com funcoes domesticas acontece ainda na infancia como uma especie de elemento de identidade feminina. A pesquisa inicia-se, pois, com um estudo teorico relacionado a divisao sexual do trabalho e aos papeis sociais de genero; segue-se com o exame das normativas internacional (nomeadamente, oriundas da OIT, ONU e OEA) e nacional pertinentes; e se finda com o confronto entre as estatisticas obtidas atraves de institutos oficiais e a coleta de dados no Judiciario e Ministerio Publico de competencia local. A pesquisa permitiu sustentar a premissa de que o trabalho infantil domestico corresponde a uma violacao de direitos de criancas e adolescentes predominantemente do sexo feminino, bem como confirmou a hipotese de que o TID em Joao Pessoa constitui um problema invisivel para a sociedade e para os orgaos de protecao encarregados justamente de enxerga- lo.
  • PRISCILA NUNES SEIXAS
  • A INVISIBILIDADE DO TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO EM JOÃO PESSOA – PARAÍBA: análise a partir de uma perspectiva de gênero
  • Data: 15/07/2014
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem por objetivo a investigação do Trabalho Infantil Doméstico – TID no âmbito da cidade João Pessoa – Paraíba. Nesta oportunidade, ressalta-se que o TID se desmembra em quatro tipologias: “TID remunerado”; “TID ajuda”, o qual se bifurca nas modalidades “TID ajuda na casa de terceiros” e “TID ajuda no domicílio da família”; e “TID socialização”. Independente da categoria, parte-se da premissa empírica de que o tema possui um recorte de gênero, isto é, acomete majoritariamente meninas. Esta premissa se fundamenta nos estudos de gênero acerca da construção e naturalização dos papéis sociais apropriados para mulheres e homens. Conforme este referencial teórico, a domesticidade é atribuída social e psicologicamente à mulher como um encargo intrínseco a sua essência, de modo que a aproximação com funções domésticas acontece ainda na infância como uma espécie de elemento de identidade feminina. A pesquisa inicia-se, pois, com um estudo teórico relacionado à divisão sexual do trabalho e aos papéis sociais de gênero; segue com o exame das normativas internacional (nomeadamente, oriundas da OIT, ONU e OEA) e nacional pertinentes; e finda com o confronto entre as estatísticas obtidas através de institutos oficiais e a coleta de dados no Judiciário competente e no Ministério Público de circunscrição local. A pesquisa permitiu sustentar a premissa de que o trabalho infantil doméstico corresponde a uma violação de direitos de crianças e adolescentes predominantemente do sexo feminino, bem como confirmou a hipótese de que o TID, em João Pessoa, constitui um problema invisível para a sociedade e para a rede de proteção incumbida.
  • EMERSON ERIVAN DE ARAUJO RAMOS
  • FEMINISMO COMO TEORIA CRÍTICA DO PROJETO LIBERAL DE CIDADANIA: A EQUIDADE DE GÊNERO ENTRE O UNIVERSAL E O DIFERENCIADO
  • Data: 15/07/2014
  • Hora: 13:00
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  • O presente trabalho investiga a crítica ao liberalismo político a partir do marco da Teoria Política Feminista, fornecendo espeque para outras inquirições de relevância, em especial no que tange aos temas de integração social e participação das mulheres na condução de projetos políticos. Por esse norte, expõe uma crítica panorâmica de perspectiva feminista contra o modelo de cidadania universal elaborado desde o liberalismo clássico, abrindo horizontes para um novo modelo de cidadania (mais inclusivo), a que se convencionou chamar de “cidadania diferenciada”. Substituindo as relações de vassalagem e súdito que constituíram o feudalismo, as revoluções burguesas que eclodiram durante os séculos XVII e XVIII tornaram a cidadania o núcleo da teoria política normativa que exsurgiu a partir de então – bem como o centro das próprias relações políticas. A sociedade liberal moderna, através do Contrato Social, substituiu o status como forma organizacional do Antigo Regime pela igualdade formal na sociedade capitalista. O processo de formação da cidadania moderna, o qual se encontra vinculado à guinada liberal garantida pela classe burguesa, apesar de seus princípios filosóficos de igualdade e liberdade, tem negado – por intermédio dos mais diversos mecanismos jurídicos, políticos e sociais –, o direito das mulheres de participarem da condução dos negócios públicos. Destarte, a igualdade universal que prega o contratualismo parece ter sido oriunda de um marco conceitual restrito que exclui a maior parte da população, limitando a igualdade a tão somente certos indivíduos que possuem raça, sexo e origem determinados, sobrepujando todos os demais. O contrato originário formador do mundo político hodierno, ao estabelecer uma esfera pública falsamente universal, diminuiu as mulheres a sujeitos de subcidadania e com direitos precários. Nesse ponto, a Teoria Política Feminista tem exercido uma importante função na crítica ao projeto liberal de cidadania, afirmando a identificação do liberalismo com o patriarcado moderno. Como resultado desse fator, as discussões referentes aos problemas das mulheres, de maneira geral, adquirem quase nenhuma repercussão na esfera pública, reconhecendo apenas nos homens os direitos de cidadania plena. Isso se deve ao fato de que a ficção do contrato originário que dá origem à concepção moderna de cidadão é, outrossim, o relato da própria constituição da esfera pública da igualdade civil universal. A cidadania universal, ao transcender as particularidades e as diferenças, crê que todos os indivíduos possuem igual poder de ação e discurso, o que é, do ponto de vista da estética social, uma falácia. O falso discurso contratual de universalismo corresponde a uma ficção de igualdade que deixa sobreviver as desigualdades. Diversos grupos sociais, hodiernamente, reivindicam políticas específicas que possibilitem incluir seus integrantes no jogo político estabelecido, desafiando a concepção de cidadania universal. Esse quadro social reclama direitos específicos, caracterizando um modelo de cidadania chamado de “diferenciado”, rejeitando o princípio liberal (patriarcal) de universalismo.
  • ANA LAURA SILVA VILELA
  • A DIMENSÃO COLONIAL DO CONHECIMENTO: CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS PARA A EDUCAÇÃO JURÍDICA DESDE A AMÉRICA LATINA
  • Data: 08/07/2014
  • Hora: 09:00
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  • Diante do incômodo em relação à escassez de pensadores/as latino-americanos/as nos debates e formação jurídicos, esta dissertação busca interpretar de que modo a crítica à dimensão colonial do conhecimento pode ser direcionada à Educação Jurídica, analisando se a realidade político-jurídico da América Latina oferece contribuições próprias para um enfrentamento pedagógico. De início, apresenta-se a América Latina em suas conformações políticas e epistemológicas, segundo as quais se pode identificar um contexto político distinto e a constituição de um pensamento crítico próprio, o qual reivindica que a América Latina desconstrua vínculos de imitação e inferioridade em relação à Europa. Trata-se de confrontar o eurocentrismo e o colonialismo vigentes na realidade social e consequentemente nas teorias e práticas científicas. Em outras áreas do conhecimento, como a filosofia e as ciências sociais, é possível identificar o amadurecimento do debate a respeito da necessidade de uma ciência própria com vistas à transformação das estruturas desiguais e coloniais que persistem neste espaço particular. Entre as discussões realizadas em outras áreas, destacam-se as categorias colonialismo intelectual e colonialidade do saber, que questionam a cultura servil da ciência que se formula na América Latina, bem como explicitam o caráter colonial/civilizatório da ciência tradicional, que se pretende uma epistemologia única, que exclui saberes “outros” – saberes dos povos e práticas vítimas da colonização – como produção de conhecimento válido. Assim, busca-se elaborações teóricas que tenham apontado ainda que indiciariamente para o reconhecimento da feição colonial do Direito e da Educação Jurídica. No esforço de dialogar a crítica à colonialidade com o saber jurídico, é necessário resgatar o debate acumulado acerca da Educação Jurídica, que reúne críticas ao seu caráter bacharelesco, tecnicista, legalista e sua limitação metodológica etc., num verdadeiro consenso sobre a existência de uma crise da Educação Jurídica. Dentre essas contribuições, a que mais se aproxima à análise levantada neste trabalho é aquela que identifica o problema fundamental da Educação Jurídica na concepção epistemológica dominante de Direito. A crítica epistemológica à Educação Jurídica possibilita o reconhecimento de que a univocidade pretendida e ensinada pela Educação Jurídica não é suficiente para o contexto latino-americano, caracterizado pela diferença cultural e as desigualdades sociais. Este desafio epistemológico demanda ressignificar o jurídico a partir da experiência da América Latina, ambiente no qual se manifesta o pluralismo jurídico, uma vez que as manifestações jurídicas não se limitam ao Estado-Nacional, mas sim insurgem dos movimentos sociais e das demandas interculturais dos sujeitos localizados na ferida colonial.
  • ELISABETE ARAUJO PORTO
  • EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PESSOAL NO BRASIL E O SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR APOSENTADO E PENSIONISTA EM RAZÃO DO EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
  • Data: 30/06/2014
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação gravita em torno do superendividamento do consumidor aposentado e pensionista, em razão do uso do crédito consignado. Seu objetivo geral é analisar o surgimento do fenômeno do superendividamento no âmbito do mercado de consumo brasileiro, a partir das políticas públicas e econômicas que o precederam, algumas favorecendo-o, e a natureza dos problemas dele decorrentes, especialmente na categoria dos idosos, a partir do advento do crédito consignado. Para tanto utiliza-se o método de abordagem dedutivo, bem assim os métodos analítico, histórico e interpretativo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. O trabalho estuda os fatores econômicos e sociais patrocinadores do consumo exagerado que conduz massivamente à compra. Culmina com a análise do chamado crédito consignado, vilão do superendividamento da categoria social dos aposentados e pensionistas, em sua maioria idosos e hipervulneráveis, e aborda o papel das instituições financeiras neste panorama. Analisa também as respectivas soluções apontadas pela jurisprudência, doutrina e seguimentos sociais, mediante aproveitamento das garantias insertas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) e nas demais leis cabíveis, numa interseção entre normas conhecida por diálogo das fontes, em vista da inexistência de legislação específica. A análise da problemática, sob uma perspectiva ex lege e seguindo os parâmetros da ordem jurídica constitucionalizada, pretende contribuir com uma melhor compreensão do superendividamento, com ênfase no consumidor idoso, e aspira municiar o profissional do Direito de alguns mecanismos capazes de auxiliar na lida forense com o referido fenômeno, sendo tema de grande relevância atual.
  • ELISABETE ARAUJO PORTO
  • EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PESSOAL NO BRASIL E O SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR APOSENTADO E PENSIONISTA EM RAZÃO DO EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
  • Data: 30/06/2014
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação gravita em torno do superendividamento do consumidor aposentado e pensionista, em razão do uso do crédito consignado. Seu objetivo geral é analisar o surgimento do fenômeno do superendividamento no âmbito do mercado de consumo brasileiro, a partir das políticas públicas e econômicas que o precederam, algumas favorecendo-o, e a natureza dos problemas dele decorrentes, especialmente na categoria dos idosos, a partir do advento do crédito consignado. Para tanto utiliza-se o método de abordagem dedutivo, bem assim os métodos analítico, histórico e interpretativo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. O trabalho estuda os fatores econômicos e sociais patrocinadores do consumo exagerado que conduz massivamente à compra. Culmina com a análise do chamado crédito consignado, vilão do superendividamento da categoria social dos aposentados e pensionistas, em sua maioria idosos e hipervulneráveis, e aborda o papel das instituições financeiras neste panorama. Analisa também as respectivas soluções apontadas pela jurisprudência, doutrina e seguimentos sociais, mediante aproveitamento das garantias insertas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) e nas demais leis cabíveis, numa interseção entre normas conhecida por diálogo das fontes, em vista da inexistência de legislação específica. A análise da problemática, sob uma perspectiva ex lege e seguindo os parâmetros da ordem jurídica constitucionalizada, pretende contribuir com uma melhor compreensão do superendividamento, com ênfase no consumidor idoso, e aspira municiar o profissional do Direito de alguns mecanismos capazes de auxiliar na lida forense com o referido fenômeno, sendo tema de grande relevância atual.
  • HENRIQUE PIRES DE SÁ ESPÍNOLA
  • OS DIREITOS SOCIAIS DOS TRABALHADORES IMIGRANTES EM SITUAÇÃO IRREGULAR NA PARAÍBA: O CASO FELÍCIA AURORA
  • Data: 18/06/2014
  • Hora: 16:00
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  • Esta dissertação se propõe a analisar a proteção aos direitos humanos e trabalhistas pelo Poder Judiciário diante da imigração irregular. A pesquisa empírica tem como objeto o caso vivido por Felícia Aurora. Em 2010, ela veio trabalhar em solo paraibano e posteriormente recorreu a corte trabalhista para obter o reconhecimento do labor exercido e seus reflexos. Nesse ínterim, não bastando ter entrado no Brasil sem visto para trabalho, veio a se tornar irregular com a expiração de seu visto. Anteriormente a isso, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitiu parecer afirmando que os Estados-parte têm a obrigação de garantir o acesso à justiça e à não-discriminação dos trabalhadores imigrantes, independente da regularidade ou não da estada em seus domínios territoriais. Ainda no bojo desse parecer (Opinião Consultiva - OC no 18/03), a CIDH sustentou que o princípio da igualdade e da não discriminação detém o status de jus cogens, isto é, trata-se de norma imperativa a todos os sujeitos de direito internacional e da qual os Estados não podem negligenciar em seu direito interno. A presente pesquisa busca então avaliar a sentença e o acórdão referente a ação judicial cujo teor se intersecciona com os ditames da OC no 18/03, demonstrando a proteção e o reconhecimento dos direitos da estrangeira independente de sua condição migratória.
  • FERNANDA HOLANDA DE VASCONCELOS BRANDAO
  • Desjudicialização dos conflitos: novo paradigma para uma educação jurídica voltada à prática da atividade advocatícia negocial
  • Data: 11/04/2014
  • Hora: 09:00
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  • A experiência prática de disciplinas oferecidas nos cursos de direito das universidades federais brasileiras mostra que o ensino jurídico não está acompanhando as transformações sociais contemporâneas. Por sua vez, a sociedade vem buscando cada vez mais um acesso à justiça que seja célere, eficiente e desburocratizado. Todavia, esse acesso não tem sido possível através do meio tradicional de solução de conflitos, que é a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado-juiz. Na verdade, o que se verifica é a insuficiência do Poder Judiciário para atender um número sempre crescente de demandas processuais e a falta de consciência dos operadores do direito de que é preciso privilegiar a cultura da pacificação, em detrimento da cultura da litigância. Assim, diante de tantas crises, seja do Poder Judiciário, seja do Estado, seja da educação jurídica universitária, faz-se necessário encontrar caminhos para que se dê efetividade prática e real de acesso à justiça como direito fundamental do cidadão, contribuindo, assim, para promover o desenvolvimento econômico, social e humano no Estado democrático de direito. Para que isso ocorra, é necessário um esforço conjunto da sociedade, dos legisladores, dos estudiosos do direito, dos docentes e discentes, no sentido de mudar um paradigma de educação jurídica dogmática e arcaica que tem suas origens na história de um direito centralizado e absoluto, disciplinado pela utilização e aplicação do que ditam as leis. Essa forma superada de educação, combatida atualmente por vários juristas, sempre tirou das pessoas o poder de interpretação e de crítica, consoante se evidencia nos estudos sobre o senso comum teórico do jurista. Levando em consideração esses aspectos, o presente trabalho tem por objetivo difundir o fenômeno da desjudicialização dos conflitos como um novo paradigma a ser adotado para uma educação jurídica que se volte para a prática da atividade advocatícia negocial, fundamentada por técnicas de negociação e pela teoria dos jogos.
  • CELMIRA ALFREDO BARROS
  • A INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ATRAVÉS DO DIREITO HUMANO À EDUCAÇÃO
  • Data: 07/04/2014
  • Hora: 14:00
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  • Angola mergulhou durante cerca de vinte e sete anos numa instabilidade político-militar cujo término se deu com a assinatura do Memorando da Paz, em 04 de Abril de 2002. Por conta do conflito muitas infraestruturas foram destruídas, inclusive escolas, permitindo que muitas crianças e adultos ficassem fora do sistema de ensino. Porém, passaram-se doze anos desde o alcance da paz, mas a garantia e efetivação por parte do Estado angolano dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais (DESC), mormente o direito à educação, protelado na Constituição de 2010, continuam sendo um dilema para a sociedade angolana, contribuindo para o atraso do desenvolvimento que se pretende, uma vez que não podemos falar em desenvolvimento sem mencionar que, para a sua concretude, é necessário que as pessoas estudem, quer esta seja educação formal ou técnico profissional. O direito à educação em Angola, no que tange a acessibilidade, passou a constituir o calcanhar de Aquiles para as pessoas não deficientes, que se dirá então das pessoas com deficiência, que, apesar de o constituinte angolano ter consagrado norma específica, a violação e os problemas decorrentes da acessibilidade ao ensino para as pessoas com deficiência são cada vez maiores, na medida em que têm direito à educação, mas preferencialmente em escola especial. O direito a um ensino inclusivo, como afirmação social da pessoa com deficiência, é que pretendemos dissertar, partindo da premissa de que a deficiência não é um empecilho, mas a estruturação da sociedade contribui em larga medida para exclusão nos diferentes espaços sociais. Neste Estado que se funda na dignidade da pessoa humana, justiça e igualdade.
  • CELMIRA ALFREDO BARROS
  • A INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ATRAVÉS DO DIREITO HUMANO À EDUCAÇÃO
  • Data: 07/04/2014
  • Hora: 14:00
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  • Angola mergulhou durante cerca de vinte e sete anos numa instabilidade político-militar cujo término se deu com a assinatura do Memorando da Paz, em 04 de Abril de 2002. Por conta do conflito muitas infraestruturas foram destruídas, inclusive escolas, permitindo que muitas crianças e adultos ficassem fora do sistema de ensino. Porém, passaram-se doze anos desde o alcance da paz, mas a garantia e efetivação por parte do Estado angolano dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais (DESC), mormente o direito à educação, protelado na Constituição de 2010, continuam sendo um dilema para a sociedade angolana, contribuindo para o atraso do desenvolvimento que se pretende, uma vez que não podemos falar em desenvolvimento sem mencionar que, para a sua concretude, é necessário que as pessoas estudem, quer esta seja educação formal ou técnico profissional. O direito à educação em Angola, no que tange a acessibilidade, passou a constituir o calcanhar de Aquiles para as pessoas não deficientes, que se dirá então das pessoas com deficiência, que, apesar de o constituinte angolano ter consagrado norma específica, a violação e os problemas decorrentes da acessibilidade ao ensino para as pessoas com deficiência são cada vez maiores, na medida em que têm direito à educação, mas preferencialmente em escola especial. O direito a um ensino inclusivo, como afirmação social da pessoa com deficiência, é que pretendemos dissertar, partindo da premissa de que a deficiência não é um empecilho, mas a estruturação da sociedade contribui em larga medida para exclusão nos diferentes espaços sociais. Neste Estado que se funda na dignidade da pessoa humana, justiça e igualdade.
  • LARISSA TEIXEIRA MENEZES DE FREITAS
  • TRABALHO DECENTE E DESENVOLVIMENTO: o salário como elo entre crescimento econômico e efetivação dos direitos fundamentais laborais
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 17:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O presente trabalho dissertativo enfoca a análise do salário como elo entre o crescimento econômico e o desenvolvimento, tanto do trabalhador quanto do Estado, relacionando-o, igualmente, à efetivação dos direitos fundamentais laborais e o trabalho decente. A pesquisa aqui proposta se desenvolverá em torno da seguinte questão: o trabalho decente, em especial, o salário, se descortina como indutor da redução da pobreza e fonte de desenvolvimento, mas representaria, dessa forma, entrave para o crescimento econômico e a efetivação dos direitos fundamentais laborais? Para tanto, foi empreendida uma pesquisa jurídica teóricoinstrumental, de natureza qualitativa, utilizando os métodos dialético e dedutivo para a abordagem do tema. Como procedimento foram empregados os métodos histórico, comparativo e interpretativo e, por fim, utilizou-se como técnica de pesquisa, a documentação indireta. Partindo da análise dos direitos humanos e fundamentais laborais, o presente estudo analisará a centralidade do salário no âmbito dos direitos econômicos e sociais elencando as características antagônicas que constituem a essência do salário de forma híbrida com dimensões tanto econômicas quanto sociais. As cartilhas neoliberais rezam a busca pela elevada produtividade em detrimento do salário e da dignidade do trabalhador. É nesse contexto que se reveste de importância a agenda do trabalho decente, expoente da Organização Internacional do Trabalho, que atenta para as dificuldades em conferir efetividade aos direitos humanos no plano internacional e aos direitos fundamentais laborais no plano interno de cada país. Outrossim, o trabalho traz à lume pesquisas da Organização Internacional do Trabalho, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dentre outras instituições, ratificando a importância do estudo imbricado entre salário, trabalho decente e desenvolvimento aliando ainda a dados estatísticos sobre a evolução do tema e da efetividade dos direitos fundamentais laborais.
  • LARISSA TEIXEIRA MENEZES DE FREITAS
  • TRABALHO DECENTE E DESENVOLVIMENTO: o salário como elo entre crescimento econômico e efetivação dos direitos fundamentais laborais.
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 17:00
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  • O presente trabalho dissertativo enfoca a análise do salário como elo entre o crescimento econômico e o desenvolvimento, tanto do trabalhador quanto do Estado, relacionando-o, igualmente, à efetivação dos direitos fundamentais laborais e o trabalho decente. A pesquisa aqui proposta se desenvolverá em torno da seguinte questão: o trabalho decente, em especial, o salário, se descortina como indutor da redução da pobreza e fonte de desenvolvimento, mas representaria, dessa forma, entrave para o crescimento econômico e a efetivação dos direitos fundamentais laborais? Para tanto, foi empreendida uma pesquisa jurídica teóricoinstrumental, de natureza qualitativa, utilizando os métodos dialético e dedutivo para a abordagem do tema. Como procedimento foram empregados os métodos histórico, comparativo e interpretativo e, por fim, utilizou-se como técnica de pesquisa, a documentação indireta. Partindo da análise dos direitos humanos e fundamentais laborais, o presente estudo analisará a centralidade do salário no âmbito dos direitos econômicos e sociais elencando as características antagônicas que constituem a essência do salário de forma híbrida com dimensões tanto econômicas quanto sociais. As cartilhas neoliberais rezam a busca pela elevada produtividade em detrimento do salário e da dignidade do trabalhador. É nesse contexto que se reveste de importância a agenda do trabalho decente, expoente da Organização Internacional do Trabalho, que atenta para as dificuldades em conferir efetividade aos direitos humanos no plano internacional e aos direitos fundamentais laborais no plano interno de cada país. Outrossim, o trabalho traz à lume pesquisas da Organização Internacional do Trabalho, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dentre outras instituições, ratificando a importância do estudo imbricado entre salário, trabalho decente e desenvolvimento aliando ainda a dados estatísticos sobre a evolução do tema e da efetividade dos direitos fundamentais laborais.
  • LUIS GUSTAVO MAGNATA SILVA
  • QUEM DEFENDE OS DEFENSORES? DO RECONHECIMENTO À CONSTRUÇÃO DE UMA POLITICA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL.
  • Orientador : SVEN PETERKE
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho tem por finalidade realizar uma análise interdisciplinar, a partir da teoria crítica dos direitos humanos, sobre a situação de risco e vulnerabilidade que assola os defensores de direitos humanos no Brasil. Ao longo dos últimos trinta anos esses atores sociais vem se destacando, com participação direta, nos temas mais emblemáticos que o Brasil já enfrentou: reabertura da democracia; memória verdade e justiça; reforma agrária; situação prisional; violência institucional, entre outros. Desde o fim da década de 1990, a sociedade civil organizada e os movimentos sociais documentam as violações sofridas pelos defensores, ao mesmo tempo em que, exigem políticas públicas e a criação de espaços institucionais que garantam a participação social nos processos de tomadas de decisão dos temas importantes para o país. Esses atores demonstram ter uma grande capacidade catalisadora de demandas e por isso se colocam na linha de frente correndo sérios riscos de vida. Apesar dos esforços de evidenciar a situação de vulnerabilidade sofrida pelos defensores de direitos humanos as respostas do Estado parecem ser insuficientes. Para a realização da análise, neste contexto multidemensional, será lançado mão de documentos jurídicos nacionais e internacionais, relatórios e cartas públicas de instituições de direitos humanos, relatórios oficiais de organismos internacionais e processos judiciais que evidenciam a relação entre a atividade exercida pelos defensores e os riscos sofridos pelos mesmos.
  • FERNANDA QUEIROGA DE SOUSA
  • A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS AOS DESLOCADOS INTERNOS NA COLÔMBIA
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação pretende analisar a proteção internacional dos direitos humanos, no campo de atuação das Instituições Internacionais, tendo como base um estudo de caso sobre a sua efetividade em relação aos deslocados internos na Colômbia. Assim, parte-se da ideia de que a onda de conflitos intraestatais, que emergiu especialmente após o final da Guerra Fria, acentuou o quadro de complexidade e persistência da migração forçada, configurada, em particular, pelo fluxo do deslocamento interno. Dentro dessa conjuntura, coloca-se em evidência o fenômeno do deslocamento interno na Colômbia, uma vez que o conflito armado, que perdura no território por quase cinco décadas, contribuiu para torná-la o Estado com a maior cifra de deslocados no mundo. Neste ensejo, sabendo que não há um regime ou uma agência internacional especificamente voltada à proteção destas pessoas, procura-se responder a questão central do nosso estudo: quais as políticas e os problemas na proteção internacional dos deslocados internos colombianos? Assim sendo, no primeiro momento, discute-se o tema relativo ao fenômeno do deslocamento interno na Colômbia, lançando luzes à discussão sobre as causas e consequências desta problemática; logo após, averígua-se os instrumentos do Direito Internacional que fornecem garantias aos deslocados, para só então analisar a atuação das Instituições Internacionais no tocante ao problema do deslocamento forçado colombiano e debater acerca das formas de proteção aos deslocados internos, nos âmbitos nacional e internacional. De forma geral, o método de abordagem empregado, nesta pesquisa, é o dedutivo, uma vez que parte-se de percepções mais abrangentes do direito internacional e das instituições internacionais para estudar o sistema de proteção aos deslocados internos a partir do estudo da conjuntura colombiana. Frente aos pontos levantados, sustenta-se que a proteção internacional aos deslocados internos na Colômbia é limitada e apresenta falhas, pela ausência de uma coordenação consistente, de recursos e planejamentos insuficientes e por ser seletiva e negligente.
  • OONA DE OLIVEIRA CAJÚ
  • DIREITO À COMUNICAÇÃO NA ARGENTINA E NO BRASIL: PRINCÍPIOS E TÉCNICA DA PONDERAÇÃO NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA LEY DE MEDIOS E DA LEI DE IMPRENSA.
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 10:00
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  • Os meios de comunicação social são instrumentos que exercem considerável influência nos campos político, econômico e cultural. A dimensão de sua importância demanda dos ordenamentos jurídicos a elaboração de regramentos que lhes atribuam papéis voltados ao interesse público. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação são objeto de disputa entre os projetos políticos antagônicos na sociedade. Este trabalho procura contribuir com o debate jurídico sobre o direito à comunicação, especificamente em relação à regulamentação da atividade midiática. Partimos da análise comparativa entre as decisões da Corte Suprema de Justícia de la Nación Argentina (CSJN), que, em recurso extraordinário de ação declaratória de inconstitucionalidade, reconheceu a constitucionalidade da Ley de Medios, marco regulatório da comunicação audiovisual no país, e do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na ADPF 130, declarou a não-recepção da Lei de Imprensa. Nas duas ações, foi possível perceber as influências conceituais, políticas e jurídicas que alcançaram prevalência em cada Corte. A CSJN, através da técnica da ponderação, confrontou os princípios dos direitos patrimoniais, alegados pelas empresas autoras da impugnação, e a liberdade de expressão coletiva, direito declarado como objetivo da Ley de Medios. A Corte argentina atribui maior peso à liberdade de expressão coletiva, evidenciando alinhamento aos princípios da self reliance, paradigma orientador do campo comunicacional. O STF, por sua vez, confrontando a liberdade de imprensa com os direitos de personalidade e a atividade regulamentar do Estado, conferiu prevalência à primeira. No entanto, a despeito da decisão majoritária pelo deferimento da ADPF 130, foram levantadas divergências relativas à fundamentação. O julgamento da ação gerou um vazio legislativo quanto ao exercício do direito de resposta, e avançou no processo de desregulamentação da atividade midiática, que faz parte da proposta do free flow of information, paradigma que traduz a ideia de livre mercado para o campo da comunicação social.
  • RODRIGO DE SOUSA SOARES
  • OS NOVOS PARADIGMAS NA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E OS DESAFIOS DO PROGRAMA DE COLETA SUSTENTÁVEL EM JOÃO PESSOA
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 10:00
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  • Estudo dos conceitos, metas, prazos e instrumentos pertinentes a Lei 12.305 de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil e da sua aplicação considerando os desafios para consolidar uma nova realidade de crescimento sustentável a partir da produção de menos resíduos, seja no processo industrial ou mesmo no consumo doméstico, ampliando o ciclo de vida dos produtos e permitindo ao país assumir definitivamente uma agenda de desenvolvimento sustentável. Partindo da premissa que a implantação dessa Política Pública Ambiental pode significar a concretização de novos paradigmas de desenvolvimento com sustentabilidade como preconiza a Agenda 21 , buscou-se sob a ótica do Direito Econômico destacar as implicações jurídicas a partir dos conceitos do Estado de Bem Estar Social e de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. A análise da legislação indica a importância dos princípios da precaução e da prevenção no âmbito da proteção jurídica e do compartilhamento de responsabilidades na gestão ambiental. Tomando como parâmetro a gestão e aplicação da PNRS no município de João Pessoa-PB e a experiência no Brasil da coleta seletiva com os catadores de material reciclado. Descrito o programa local de coleta e os desafios para um programa de coleta sustentável, que viabilize o pleno funcionamento dos sistemas de logística reversa e coleta seletiva com a inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis e a aplicação dos acordos setoriais e da responsabilidade pós-consumo, provocando uma mudança nos padrões de produção e consumo.
  • SUENIA OLIVEIRA VASCONCELOS
  • A inserção sociolaboral da mulher com deficiência física no mercado de trabalho de Campina Grande: Um estudo de caso.
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 10:00
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    A presença cada vez mais constante das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um fenômeno bastante recente, pois, demoraram séculos para que homens e mulheres deficientes fossem reconhecidos (as) como mão de obra produtiva. As mulheres com deficiência, por sua vez, são duplamente discriminadas: pelo fato de ser mulher e de ser deficiente. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar se a legislação em vigor no Brasil referente ao Direito do Trabalho da mulher e às normas de inserção sociolaboral das pessoas com deficiência estão propiciando a inclusão e permanência da mulher com deficiência física no mercado de trabalho e, assim, contribuindo para a igualdade de gênero no ambiente laboral e o fim da discriminação social. Para tanto, foi utilizado o método do Estudo de Caso, com o objetivo de analisar a realidade fática de mulheres com deficiência física, associadas à Associação dos Deficientes do Estado da Paraíba (ASDEPB), que se encontram inseridas no mercado de trabalho de Campina Grande/PB, com vistas a identificar se o direito pensado, idealizado está sendo realizado, concretizado. Enquanto principais resultados denota-se que certa mudança legislativa significativa vem contribuindo para a construção de uma nova visibilidade em relação às pessoas com deficiência, com vistas à remoção das barreiras que impedem a participação ativa delas em todos os âmbitos sociais, mas ainda não foi suficientemente capaz de dissipar a discriminação social em relação a essas pessoas, nem promover efetivamente sua inclusão sociolaboral. No tocante à mulher de modo geral, diversas normas já vinham sendo implementadas há algum tempo no intuito de promover o trabalho feminino, as quais aplicam-se também às mulheres com deficiência, mas ainda há desigualdade de gênero no mercado de trabalho. De todo modo, as normas promocionais de inserção sociolaboral das mulheres de modo de geral e das pessoas com deficiência têm o desafio de garantir a igualdade formal, bem como promover mecanismos que efetivem a igualdade material entre homens e mulheres com ou sem deficiência e, nesse sentido, ainda há muito a ser feito.

  • MAYARA DE CARVALHO ARAUJO
  • PARA A GARANTIA DE CIDADANIA EM TEMPOS DE PLURALISMO: O ACESSO DEMOCRÁTICO E QUALIFICADO À JUSTIÇA E À CIDADANIA PLENA NO BRASIL
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 16:00
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  • Segundo a compreensão tradicional, o instituto da cidadania reconhece direitos e obrigações fundamentais em razão da vinculação de determinados grupos de indivíduos a uma ordem jurídica estatal. Essa noção distingue os indivíduos entre aqueles que são ou não cidadãos de dado Estado, como se concidadãos fossem dotados de certo status de igualdade. Olvida, contudo, discriminações internas enraizadas que distinguem os cidadãos de maneira gradual, em razão de sua maior ou menor correspondência a parâmetros homogêneos e seu pertencimento a classes sociais. Assim, mesmo Estados pretensamente democráticos oprimem de modo velado minorias qualitativas, afrontando direitos humanos e descumprindo deveres reconhecidos internacionalmente. O presente estudo parte dessa constatação, admite a existência de graduação de cidadania mesmo entre nacionais e propõe-se a analisar a contribuição específica do Judiciário brasileiro na manutenção das limitações de cidadania no país, seja por meio de violação direta, seja por intermédio de simples conivência. Desse modo, parte do seguinte questionamento: a atuação do Judiciário nacional tem contribuído na perpetuação da limitação de direitos de cidadania para grupos marginalizados mesmo enquanto busca a paridade de armas endoprocessual? Considera-se a hipótese de que se cabe ao Judiciário garantir a observância desses direitos e deveres e continua sendo possível constatar a existência de diferentes graus de cidadania no país, os parâmetros e a atuação em prol da isonomia não têm sido suficientes para solucionar o problema, o que pode ensejar a necessidade de rever os paradigmas que moldam a autocompreensão da Justiça e a forma como esta vê o cidadão brasileiro. Com isso, pretende-se, respondendo o problema, contribuir para os estudos sobre cidadania e acesso à justiça no Brasil, a partir da análise conjunta desses temas que, embora costumeiramente explorados de maneira isolada, atuam com sincronia na concretização e na violação dos direitos humanos no Brasil. Para tanto, adota-se o pluralismo jurídico como marco teórico e utiliza-se prioritariamente o método de abordagem dialético, analisando o Direito como parte da totalidade social. Os resultados alcançados indicam a necessidade de rever o instrumentalismo processual e reforçar a compreensão do processo como direito subjetivo, a ser satisfeito a partir da participação dialógica. Critica-se as limitações da teoria socializadora do processo, dentre as quais a politização do juiz, a morosidade processual e a busca pela eficiência do Judiciário segundo critérios empresariais. Propõe a adoção de um processo democrático qualificado e, por isso, tempestivo, efetivo, adequado e dialógico. Reconhece, também, a necessidade de modificar o parâmetro autocentrado com que se compreende o Direito, passando a analisá-lo de maneira plural, segundo o Estado plurijurídico e multicultural, e por intermédio do processo democrático.
  • MAYARA DE CARVALHO ARAUJO
  • PARA A GARANTIA DE CIDADANIA EM TEMPOS DE PLURALISMO: O ACESSO DEMOCRÁTICO E QUALIFICADO À JUSTIÇA E À CIDADANIA PLENA NO BRASIL
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 16:00
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  • Segundo a compreensão tradicional, o instituto da cidadania reconhece direitos e obrigações fundamentais em razão da vinculação de determinados grupos de indivíduos a uma ordem jurídica estatal. Essa noção distingue os indivíduos entre aqueles que são ou não cidadãos de dado Estado, como se concidadãos fossem dotados de certo status de igualdade. Olvida, contudo, discriminações internas enraizadas que distinguem os cidadãos de maneira gradual, em razão de sua maior ou menor correspondência a parâmetros homogêneos e seu pertencimento a classes sociais. Assim, mesmo Estados pretensamente democráticos oprimem de modo velado minorias qualitativas, afrontando direitos humanos e descumprindo deveres reconhecidos internacionalmente. O presente estudo parte dessa constatação, admite a existência de graduação de cidadania mesmo entre nacionais e propõe-se a analisar a contribuição específica do Judiciário brasileiro na manutenção das limitações de cidadania no país, seja por meio de violação direta, seja por intermédio de simples conivência. Desse modo, parte do seguinte questionamento: a atuação do Judiciário nacional tem contribuído na perpetuação da limitação de direitos de cidadania para grupos marginalizados mesmo enquanto busca a paridade de armas endoprocessual? Considera-se a hipótese de que se cabe ao Judiciário garantir a observância desses direitos e deveres e continua sendo possível constatar a existência de diferentes graus de cidadania no país, os parâmetros e a atuação em prol da isonomia não têm sido suficientes para solucionar o problema, o que pode ensejar a necessidade de rever os paradigmas que moldam a autocompreensão da Justiça e a forma como esta vê o cidadão brasileiro. Com isso, pretende-se, respondendo o problema, contribuir para os estudos sobre cidadania e acesso à justiça no Brasil, a partir da análise conjunta desses temas que, embora costumeiramente explorados de maneira isolada, atuam com sincronia na concretização e na violação dos direitos humanos no Brasil. Para tanto, adota-se o pluralismo jurídico como marco teórico e utiliza-se prioritariamente o método de abordagem dialético, analisando o Direito como parte da totalidade social. Os resultados alcançados indicam a necessidade de rever o instrumentalismo processual e reforçar a compreensão do processo como direito subjetivo, a ser satisfeito a partir da participação dialógica. Critica-se as limitações da teoria socializadora do processo, dentre as quais a politização do juiz, a morosidade processual e a busca pela eficiência do Judiciário segundo critérios empresariais. Propõe a adoção de um processo democrático qualificado e, por isso, tempestivo, efetivo, adequado e dialógico. Reconhece, também, a necessidade de modificar o parâmetro autocentrado com que se compreende o Direito, passando a analisá-lo de maneira plural, segundo o Estado plurijurídico e multicultural, e por intermédio do processo democrático.
  • RAISA LUSTOSA DE OLIVEIRA
  • AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL EFICIENTE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
  • Data: 27/03/2014
  • Hora: 15:00
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  • O desenvolvimento sustentável pressupõe instrumentos atualizados e eficientes no âmbito da gestão ambiental. Atualmente, a Política Nacional do Meio Ambiente vigente no Brasil apresenta vantagens e desvantagens em relação às de outros países. O licenciamento é um dos instrumentos mais debatidos e por ora o estudaremos em comparação à avaliação ambiental estratégica, traçando pontos de convergência e divergência entre ambos e apresentando razões e perspectivas para a viabilidade da institucionalização desta última no ordenamento jurídico brasileiro. Trataremos primeiramente da gestão ambiental pública brasileira para, posteriormente, adentrarmos a questões mais específicas, como o objeto e o procedimento de cada um dos institutos supramencionados. A pergunta-chave da pesquisa é, portanto, “por que o licenciamento ambiental que hoje é praticado no Brasil não pode ser considerado eficiente face à concretização da sustentabilidade socioambiental do desenvolvimento econômico e no que a adoção da avaliação ambiental estratégica contribuiria para a solução desse problema?”, sendo essa resposta nosso objetivo geral. No caso da avaliação, pelo fato de não estar eleita como um dos instrumentos de gestão ambiental pela Política Nacional do Meio Ambiente, diversamente do licenciamento, apresentaremos também suas características mais destacadas nos ordenamentos jurídicos alienígenas e um breve panorama do seu destaque crescente no debate internacional. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória e qualitativa, por meio da investigação pormenorizada da relação entre o licenciamento ambiental e a AAE. Em relação a cada instrumento de gestão ambiental sob análise, o método de abordagem será o dedutivo, com o fim de elucidar as características, o objeto e escopo de cada um. Quanto aos métodos de procedimento, serão utilizados o histórico (levantamento da evolução do licenciamento e da AAE), o comparativo (a partir da análise de outros ordenamentos), o monográfico (com o estudo do desempenho de cada um dos atores sociais envolvidos) e o estruturalista (a abstração de todos os problemas fáticos ao nível de discussão teórica possibilitará a proposição de soluções concretas). Para tanto, a pesquisa bibliográfica e a documental serão utilizadas como técnicas de pesquisa, com base na análise da produção literária a respeito do tema, em livros, periódicos científicos, documentos oficiais e em bases de dados eletrônicos
  • CELSO HENRIQUE CADETE DE FIGUEIREDO
  • A PROMOÇÃO DE ACCOUNTABILITY NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO SOB A ÓTICA DO DIREITO ADMINISTRATIVO GLOBAL
  • Data: 24/03/2014
  • Hora: 10:00
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  • A teoria do Direito Administrativo Global surgiu como uma alternativa às tradicionais leituras da governança global, interpretando que muito da governança regulatória global pode ser vista como uma forma de administração. Por conta disto, passou a incluir uma série de outros atores, que não os Estados, como agentes globais capazes de tomar decisões, produzir normas e padrões, dentro de determinados regimes jurídicos (entendidos como tipos de administração), englobados em um espaço administrativo global, no qual as suas práticas são otimizadas pela adoção de princípios e ferramentas do Direito Administrativo doméstico, estando a accountability disposta como um mecanismo central, uma vez que serve como meio de fortalecimento de legitimidade das normas globais. Neste sentido, se destaca dificuldade do DAG de, por vezes, estabelecer a figura do destinatário das normas que emergem do seu âmbito, restando à sociedade civil o papel de representar o “público global”. O presente trabalho se propõe, por fim, a compreender a noção de accountability aplicada sob a perspectiva do DAG, num exercício de identificação da promoção dos elementos fundamentais à sua consecução – quais sejam, estabelecimento de padrões, difusão de informações e aplicação de sanções – no âmbito da OMC, sob um plano horizontal – que estabelece apenas os Estados como passíveis de aplicação de mecanismos de accountability – e, num plano vertical – elencando a sociedade civil como destinatária final das regras comerciais do sistema multilateral – como uma maneira de explorar até que ponto a OMC é accountable e, desta forma, fortalece a legitimidade das suas regras no espaço administrativo global.
  • ANTONIO JOSE VENTURA
  • O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL: ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA DE 2010 À LUZ DA CARTA AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS
  • Data: 20/03/2014
  • Hora: 08:30
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  • O Desenvolvimento é estudado em várias perspectivas, entre as quais a que se funda no crescimento econômico, no aumento do PIB e no progresso industrial e a outra que enfatiza o respeito e promoção dos direitos e liberdades fundamentais, do meio ambiente e da justiça. Nesta pesquisa estudaram-se as várias abordagens do conceito de desenvolvimento. Em seguida, analisaram-se os argumentos contrários e favoráveis à existência do direito ao desenvolvimento sustentável quanto à sua natureza jurídica, aos sujeitos e às garantias jurídicas. Assim, partindo da premissa de que, atualmente, o desenvolvimento e o meio ambiente sadio – desenvolvimento sustentável – são direitos humanos reconhecidos internacionalmente nos Tratados Internacionais e Regionais de Direitos Humanos, particularmente na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, este trabalho tem como objetivo analisar se a Constituição da República de Angola consagra ou não o direito ao desenvolvimento sustentável como direito fundamental. Deste modo, considerando a pressuposição teórica de que o desenvolvimento é, também, um processo econômico, cultural e sociopolítico no qual os direitos e liberdades fundamentais e o direito ao meio ambiente devem ser respeitados, durante a pesquisa, de caráter bibliográfico e documental, concluiu-se que a Constituição da República de Angola consagra princípios estruturantes, um catálogo de direitos fundamentais, um regime geral e âmbito dos direitos fundamentais que, através da cláusula de abertura dos direitos, nos permitem justificar o reconhecimento do direito ao desenvolvimento sustentável no ordenamento jurídico angolano. Nesse âmbito, tendo em conta as várias transições que se observam em Angola, defende-se que o planejamento do desenvolvimento a longo e médio prazos só será eficaz se for complementado com um processo de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, que deverá incluir a educação para a cultura da paz, a educação em direitos humanos e para a cidadania democrática e, finalmente, a educação ambiental.
  • DANIELA DE OLIVEIRA LIMA MATIAS
  • O RELATÓRIO PERIÓDICO UNIVERSAL COMO NOVO MECANISMO DE MONITORAMENTO INTERNACIONAL: INOVAÇÕES, FUNCIONAMENTO E O DESEMPENHO BRASILEIRO NOS DOIS PRIMEIROS CICLOS
  • Data: 14/03/2014
  • Hora: 11:00
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  • O Relatório Periódico Universal (RPU), objeto desta dissertação, é o novo mecanismo de monitoramento dos direitos humanos, criado a partir da reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005. Com o objetivo de responder os questionamentos acerca da seletividade da antiga Comissão, que concentrava atenções tão somente em alguns países, o RPU constitui ferramenta de avaliação universal, através da qual todos os Estados membros das Nações Unidas se submetem, sem exceções. A questão central deste trabalho refere-se à duplicidade de obrigações para os Estados, já sobrecarregados pelos demais mecanismos de monitoramento onusianos. Dessa forma, o problema reduz-se à seguinte pergunta: seria o RPU realmente inovador ou representa apenas mais uma obrigação formal para os países? Parte-se da hipótese que o RPU é fruto do desgaste natural e do aprimoramento dos mecanismos tradicionais de monitoramento, notadamente dos relatórios periódicos, sem, contudo, prescindí-los. Ademais, como ferramenta de direito internacional, seu sucesso depende diretamente do efetivo compromisso estatal durante os procedimentos de revisão. O marco teórico desta pesquisa é Philip Alston, expert independente das Nações unidas em diversas ocasiões, dentre elas para o monitoramento dos mecanismos convencionais de direitos humanos. A metodologia utilizada é essencialmente bibliográfica-documental, baseada em recentes artigos produzidos na temática, bem como na avaliação dos documentos do Estado brasileiro utilizados nos debates, em Genebra. O trabalho estrutura-se em três capítulos. O primeiro foca nas ferramentas tradicionalmente utilizadas no monitoramento internacional dos direitos humanos, proporcionando visão geral do tema. Por sua vez, o segundo capítulo dedica-se exclusivamente ao RPU, suas inovações, peculiaridades e funcionamento. Por fim, o terceiro capítulo centra-se no desempenho do Brasil nas revisões de 2008 e 2012, após breve análise do seu histórico de comprometimento internacional e regional.
  • MANOEL NASCIMENTO DE SOUZA
  • OUTORGA DE DIREITOS DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS: INSTITUTO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO DE IMPLEMENTAÇÃO AO DIREITO DE ACESSO À ÁGUA POTÁVEL
  • Data: 11/03/2014
  • Hora: 10:00
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  • A água em razão de suas características apresenta-se como recurso natural elementar que proporciona o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento socioeconômico da humanidade via seus múltiplos usos, os quais, hodiernamente, ao serem processados de modo deletério tem cerceado o acesso à água de qualidade para milhões de pessoas. Em observação a este processo antrópico de utilização hídrica, o presente trabalho tem por escopo a análise do disciplinamento jurídico internacional e pátrio do direito humano fundamental de acesso à água potável, atentando-se especialmente para sua implementação objetivada pelo ordenamento jurídico brasileiro. Para tanto, se realizou uma pesquisa bibliográfica, empregando-se como método científico a hermenêutica jurídica que possibilitou perquirir o real sentido e alcance dos diplomas normativos correlatos ao tema. Assim, pelo desenvolvimento dessa pesquisa, se constatou que a normatização e aplicação do instituto jurídico-administrativo da outorga de direitos de uso dos recursos hídricos, quando operacionalizadas de acordo com as diretrizes da Lei das Águas integrando a gestão ambiental com a hídrica através do controle quantitativo e qualitativo dos usos da água, contempla os componentes estruturantes do direito humano fundamental de acesso à água potável (quantidade, qualidade e acessibilidade), assegurando sua efetivação para presente e futura geração, em garantia, sobretudo, à dignidade hídrica inerente ao ser humano.
  • JOÃO ADOLFO RIBEIRO BANDEIRA
  • IMPERIALISMO E DIREITOS HUMANOS: CRÍTICA EPISTÊMICA AO FENÔMENO DE REPRESENTAÇÃO JURÍDICA
  • Data: 28/02/2014
  • Hora: 11:00
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  • Diante da importância dos Direitos Humanos como tecnologia social reconhecida universalmente, discute-se neste trabalho o processo de composição político-jurídico e filosófico destes direitos. Apoiando-se na crítica epistêmica, tendo como referencial teórico a corrente marxista, utiliza-se da categoria de imperialismo no intuito de redefinição da aplicabilidade dos Direitos Humanos. Para tanto, faz-se o uso do método histórico-descritivo no intuito de rediscutir o fenômeno de representação jurídica. Enquanto método de abordagem foi empregado o dialético por permitir a inserção de categorias próprias à análise critica dos Direitos Humanos, tornando possível ainda, a contenda acerca da função do Estado e o estabelecimento da propriedade privada como garantia fundamental. O texto está estruturalmente divido em três capítulos cada um destes contendo duas partes. O primeiro deles destaca a constituição do ser humano enquanto indivíduo e ente social, e do Direito como parâmetro institucional coercitivo geral e abstrato. O segundo constrói as bases epistêmicas da instrumentalização dos Direitos Humanos como forma de imposição imperialista. Por fim, no terceiro capítulo, repercutem as definições exploradas anteriormente tendo como ferramentas de verificação as entidades supranacionais consubstanciadas na sociedade global contemporânea.
  • JOÃO ADOLFO RIBEIRO BANDEIRA
  • IMPERIALISMO E DIREITOS HUMANOS: CRÍTICA EPISTÊMICA AO FENÔMENO DE REPRESENTAÇÃO JURÍDICA
  • Data: 28/02/2014
  • Hora: 11:00
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  • Diante da importância dos Direitos Humanos como tecnologia social reconhecida universalmente, discute-se neste trabalho o processo de composição político-jurídico e filosófico destes direitos. Apoiando-se na crítica epistêmica, tendo como referencial teórico a corrente marxista, utiliza-se da categoria de imperialismo no intuito de redefinição da aplicabilidade dos Direitos Humanos. Para tanto, faz-se o uso do método histórico-descritivo no intuito de rediscutir o fenômeno de representação jurídica. Enquanto método de abordagem foi empregado o dialético por permitir a inserção de categorias próprias à análise critica dos Direitos Humanos, tornando possível ainda, a contenda acerca da função do Estado e o estabelecimento da propriedade privada como garantia fundamental. O texto está estruturalmente divido em três capítulos cada um destes contendo duas partes. O primeiro deles destaca a constituição do ser humano enquanto indivíduo e ente social, e do Direito como parâmetro institucional coercitivo geral e abstrato. O segundo constrói as bases epistêmicas da instrumentalização dos Direitos Humanos como forma de imposição imperialista. Por fim, no terceiro capítulo, repercutem as definições exploradas anteriormente tendo como ferramentas de verificação as entidades supranacionais consubstanciadas na sociedade global contemporânea.
  • TASSIO TULIO BRAZ BEZERRA
  • A mediação transformadora como instrumento de promoção da autonomia dos sujeitos: um diálogo com a experiência do Juspopuli no município de Feira de Santana-BA
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho pretende analisar como a dupla crise da atividade jurisdicional no Estado Democrático de Direito, a crise estrutural do sistema judicial e a crise do paradigma do direito moderno, conforme apresentadas por Boaventura de Sousa Santos, abre as possibilidades de novas formas de regulação dos conflitos. Nesta perspectiva, busca-se apresentar a mediação, conforme proposta apresentada por Luis Alberto Warat, como um instrumento transformador das relações sociais, na medida em que possibilita o surgimento de novos espaços democráticos de reafirmação de uma cidadania ativa e elaboração de um direito plural e autônomo que possibilite uma plena democratização do acesso à justiça. Nesse sentido, foi realizado um estudo de caso sobre o trabalho de mediação desenvolvido pelo Juspopuli na cidade de Feira de Santana, de modo a verificar a possibilidade de a mediação transformadora, enquanto procedimento de ressignificação de conflitos, promover a autonomia dos mediandos. Apresenta-se assim uma ponte teórica entre as percepções de Santos quanto à transição paradigmática e as propostas de Warat de outra subjetividade, tomando a mediação transformadora como ponto de convergência para a abertura de novas possibilidades para o direito.
  • MARCELO O S DE ANDRADE JUNIOR
  • A IGUALDADE FORMAL ANTE A DESIGUALDADE MATERIAL NA RELAÇÃO DE EMPREGO DOMÉSTICO NO BRASIL
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 08:30
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  • O trabalho trata da igualdade formal ante a desigualdade material na relação empregatícia doméstica. Embora os empregados domésticos sejam detentores dos direitos mínimos fundamentais para uma vida digna, as constantes violações de direitos humanos revelam que a conquista da igualdade ainda se mostra distante quanto ao reconhecimento e respeito da sociedade por esta categoria. Mas por que é tão difícil assegurar os direitos dos empregados domésticos? Em busca de compreender tal fato, a pesquisa parte da premissa que o emprego doméstico é desvalorizado por ser ponto de embate de discriminações de gênero, raça e classe, além desta atividade não ser considerada geradora de lucro. Essa discriminação que afeta o trabalho doméstico é fruto de uma construção histórica, social e jurídica, por isso, primeiramente, analisam-se os contextos social e histórico do surgimento da classe dos domésticos, bem como, os posicionamentos legais adotados referentes à profissão, inclusive no plano internacional, através da análise da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho. Seguidamente, o trabalho traz a concepção do princípio da igualdade e demonstra, através da perspectiva de gênero, que o trabalho doméstico é bastante discriminado devido aos resíduos sociais da escravidão e do patriarcado, além de ser um alvo fácil para a exploração capitalista. Além disso, registra-se a peculiaridade do trabalho doméstico não contar com um sistema de fiscalização do trabalho devido ao princípio da inviolabilidade domiciliar, bem como, a dificuldade na produção de provas em eventuais litígios trabalhistas. Por derradeiro, o estudo confronta o atual cenário do trabalho doméstico no Brasil com os princípios da dignidade da pessoa humana, da cidadania e do valor social do trabalho; e analisa como os instrumentos das ações afirmativas estão sendo utilizadas pelo Estado no combate às desigualdades desta relação de trabalho. A pesquisa conclui que o reconhecimento de direitos positivados no enfrentamento das desigualdades não tem operado efeitos, na medida em que, esta profissão é bastante desvalorizada socialmente. Deste modo, imprescindível se faz a implementação de ações que visem promover o trabalho digno para esta categoria, que consiste em uma importante ferramenta na inclusão de indivíduos historicamente excluídos. Para a pesquisa foi utilizado, essencialmente, o método bibliográfico e histórico. A pertinência para o estudo adveio do crescente debate que gira em torno da regulamentação jurídica das empregadas doméstica e que envolve milhares de mulheres.
  • MARCELO O S DE ANDRADE JUNIOR
  • A IGUALDADE FORMAL ANTE A DESIGUALDADE MATERIAL NA RELAÇÃO DE EMPREGO DOMÉSTICO NO BRASIL
  • Data: 26/02/2014
  • Hora: 08:30
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  • O trabalho trata da igualdade formal ante a desigualdade material na relação empregatícia doméstica. Embora os empregados domésticos sejam detentores dos direitos mínimos fundamentais para uma vida digna, as constantes violações de direitos humanos revelam que a conquista da igualdade ainda se mostra distante quanto ao reconhecimento e respeito da sociedade por esta categoria. Mas por que é tão difícil assegurar os direitos dos empregados domésticos? Em busca de compreender tal fato, a pesquisa parte da premissa que o emprego doméstico é desvalorizado por ser ponto de embate de discriminações de gênero, raça e classe, além desta atividade não ser considerada geradora de lucro. Essa discriminação que afeta o trabalho doméstico é fruto de uma construção histórica, social e jurídica, por isso, primeiramente, analisam-se os contextos social e histórico do surgimento da classe dos domésticos, bem como, os posicionamentos legais adotados referentes à profissão, inclusive no plano internacional, através da análise da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho. Seguidamente, o trabalho traz a concepção do princípio da igualdade e demonstra, através da perspectiva de gênero, que o trabalho doméstico é bastante discriminado devido aos resíduos sociais da escravidão e do patriarcado, além de ser um alvo fácil para a exploração capitalista. Além disso, registra-se a peculiaridade do trabalho doméstico não contar com um sistema de fiscalização do trabalho devido ao princípio da inviolabilidade domiciliar, bem como, a dificuldade na produção de provas em eventuais litígios trabalhistas. Por derradeiro, o estudo confronta o atual cenário do trabalho doméstico no Brasil com os princípios da dignidade da pessoa humana, da cidadania e do valor social do trabalho; e analisa como os instrumentos das ações afirmativas estão sendo utilizadas pelo Estado no combate às desigualdades desta relação de trabalho. A pesquisa conclui que o reconhecimento de direitos positivados no enfrentamento das desigualdades não tem operado efeitos, na medida em que, esta profissão é bastante desvalorizada socialmente. Deste modo, imprescindível se faz a implementação de ações que visem promover o trabalho digno para esta categoria, que consiste em uma importante ferramenta na inclusão de indivíduos historicamente excluídos. Para a pesquisa foi utilizado, essencialmente, o método bibliográfico e histórico. A pertinência para o estudo adveio do crescente debate que gira em torno da regulamentação jurídica das empregadas doméstica e que envolve milhares de mulheres.
  • ADRIANO MESQUITA DANTAS
  • A PROTEÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM DA JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
  • Data: 24/02/2014
  • Hora: 10:00
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  • DANTAS, Adriano Mesquita. A proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa no Brasil: uma abordagem da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 2014. XXXX f. Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal da Paraíba: João Pessoa, 2014. A presente dissertação de mestrado aborda a proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa no Brasil e as formas de conferir máxima efetividade ao art. 7º, I, da Constituição Federal, independentemente de legislação complementar. Considerando que os direitos sociais (notadamente os trabalhistas) não podem ser encarados como categorias meramente formais e sem significação, ou seja, como promessas demagógicas ou simples declaração de boas intenções, já que não se alcança cidadania e dignidade com simples reconhecimento abstrato de direitos, concluiu-se que existem meios que permitem a materialização das promessas e compromissos constitucionais, realizando-se a almejada justiça social independentemente de eventuais incompletudes das normas constitucionais. Concluiu-se, também, que a interpretação dominante na jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho não assegura efetividade à proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, com crise para a normatividade da Constituição.
  • FABIO JOSE DE OLIVEIRA ARAUJO
  • O SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR COMO FATOR IMPOSITIVO DO DEVER GERAL DE RENEGOCIAÇÃO
  • Data: 24/02/2014
  • Hora: 10:00
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  • Este trabalho tem por objeto o estudo do fenômeno do superendividamento e de sua intrínseca relação com os contratos e com a categoria jurídica do dever geral de renegociação. Por intermédio de uma pesquisa essencialmente bibliográfica, procura-se enfatizar os principais aspectos que inter-relacionam essas temáticas. Percebe-se, no estágio atual de desenvolvimento do capitalismo, a prevalência de uma política econômica assentada no crédito, o que acaba gerando fortíssimos índices de endividamento global. Isso afeta sujeitos das mais variadas classes, níveis econômicos e perfis intelectuais, pois todos, em razão da massificação da política de marketing indutiva do consumo, são levados a adquirir bens e produtos além de suas necessidades e forças financeiras. É daí que surge a perda do controle dos gastos pessoal e familiar e, por conseguinte, o superendividamento. O dever geral de renegociação, haurido da boa-fé objetiva, revela-se instrumento poderoso de combate a esses males. É que, por seu intermédio, repactuam-se, caso a caso, em juízo ou fora dele, as bases objetivas e subjetivas do contrato, evitando-se o alijamento do consumidor do processo econômico. A lógica jurídica construída em seu derredor, fundada no princípio da manutenção dos contratos e no dever geral de cooperação, é a de que, nos contratos cuja execução seja protraída no tempo, a parte mais vulnerável tenha direito a rever as bases do contrato, repactuando-as, impondo-se, nessa linha de ideias, ao fornecedor, o dever de cooperar para tal
  • GIOVANNI MAGALHÃES PORTO
  • Uma análise pragmática do controle da atividade jurisdicional nos juizados especiais: As inconsequências práticas da tomada de decisão vinculante no que concerne às taxas incidentes em contratos bancários
  • Data: 20/02/2014
  • Hora: 09:00
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  • A partir da grande legitimação conquistada pelo sistema de juizados especiais cíveis perante os consumidores, por permitir, independente da intermediação de advogado ou do preparo de despesas processuais, uma maior efetivação do acesso à justiça em demandas propostas em relação aos litigantes organizacionais, analisar– se– á, neste trabalho, especificamente, em relação a pleitos de repetição de tarifas tipo TAC/TEC e assemelhadas em contratos de financiamento de veículos, a legitimidade e efetividade da interferência da atividade jurisdicional, atribuída ao Superior Tribunal de Justiça – STJ em sede de reclamações e recursos especiais, a partir da criação normativa de controle erga omnes, constante do precedente do RE 571.572ED, do Supremo Tribunal Federal – STF, e as dificuldades advindas pelas inconsequências práticas de tal decisão em relação ao sistema de juizados, instituído constitucionalmente sem controle ordinário daquela Superior Corte de Justiça. É que a novel vinculação dos juízes dos juizados à jurisprudência superior não se ajusta ao peculiar princípio da sociabilidade da convicção judicial contido no art.6º, da Lei nº 90999/95, que determina que o magistrado adote, em cada caso, a “decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum”, critério estes que privilegiam a construção do ratio decidendi menos exegética, que pode ser melhor compreendida pela utilização do método abdutivo de Charles Sanders Peirce, em um contexto de descoberta onde os pré– conceitos do aplicador indicariam o que seria mais verossímil no direito em debate, refletindo sobre fato posto a fim de construir, no contexto de justificação da retórica do entimema judicial, o seu entendimento. Para tal fim será examinado a suspensão dos processos determinada pela Exma. Ministra Isabel Gallotti, nos autos do REsp 1.251.331– RS, que atendeu pedido formulado pela FEBRABAN impedindo a tramitação de ações sequer julgadas em primeira instância, bem como o acórdão da Segunda Seção que lhe seguiu, que em busca de uma padronização de entendimento jurisdicional, trouxe sérias inconsequências práticas ante a teoria do direito, sobretudo a legislação consumerista e a lógica processual, a respeito de uma matéria que envolve mais de duzentos e oitenta e cinco mil processos em tramitação, nos quais se discute a legalidade da cobrança de tarifas de abertura de crédito, emissão de boleto e assemelhadas em contratos de financiamento bancário.
  • ROBERTO LEONARDO DA SILVA RAMOS
  • Cirurgia de transgenitalização e adequação registral como mecanismos insuficientes de alcance da dignidade humana do transexual.
  • Data: 19/02/2014
  • Hora: 16:00
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  • A cirurgia de transgenitalização é um procedimento utilizado pela medicina com o intuito de adequar o corpo do transexual ao pretendido pelo indivíduo por entender mais compatível com sua identidade de gênero. Para que isto ocorra é necessário que uma equipe multidisciplinar ateste alguns requisitos que impliquem no reconhecimento da transexualidade como patologia, a exemplo de grave sofrimento psicológico e diminuição da libido por não aceitar o seu estereótipo. A jurisprudência majoritária entende que após a adequação física, a pessoa pode modificar o registro civil para se adequar ao seu novo corpo e após as duas intervenções (cirúrgica e documental) o indivíduo gozará de dignidade. O que se pretende saber é se realmente os procedimentos acima mencionados são suficientes para proporcionar dignidade aos sujeitos que se reconhecem como transexuais. Objetiva-se demonstrar que a sociedade tradicionalmente se divide em homens e mulheres de comportamento heterossexual, ou seja, é o meio binário de enquadramento das pessoas, que encontra fundamento na naturalização e universalização que impõe este padrão. A dissertação também objetiva esclarecer que o gênero das pessoas é resultado da construção cultural da sociedade, não podendo haver uma divisão simplista em comportamento heterossexual em que todos devem se enquadrar entre homens e mulheres. Utiliza-se levantamento bibliográfico dos temas pertinentes do direito ao nome, feminismo e transexualidade. Como referencial teórico é adotado o feminismo marxista. Para tal intuito, divide-se o texto em três capítulos. O primeiro dispõe acerca do direito ao nome, mencionando os princípios norteadores, tutela prevista na legislação cível pátrio e instrumentos internacionais. Também é esclarecido sobre as possibilidades de alteração do nome, enfatizando o caso do transexual e por consequência a cirurgia de adequação sexual. No segundo capítulo aborda-se o pensamento feminista, que desnaturaliza o debate de gênero e apontando a relação de sujeição entre homens e mulheres como de cunho político e a ampliação das pesquisas feministas que abrangem também os transexuais. No terceiro capítulo utiliza-se a teoria queer e aponta o necessário rompimento do binarismo homem/mulher ao desconstruir o pensamento dominante que se utiliza de signos para estabelecer o padrão comportamental pretendido e tido como ideal, o que se denomina de heteronormatividade. Ao fim, é constatado que a cirurgia de transgenitalização e esta como requisito imprescindível para a modificação registral do transexual apenas reforçam o binarismo de gênero, não sendo suficiente para proporcionar dignidade aos indivíduos que não se adaptam ao dimorfismo corporal, sendo os mecanismos médicos e jurídicos inadequados às pretensões dos transexuais.
  • IARLEY PEREIRA DE SOUSA
  • A PRESTAÇÃO ESTATAL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO OBRIGAÇÃO POLÍTICO-JURÍDICA
  • Data: 18/02/2014
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como tema a prestação estatal da educação inclusiva como obrigação político-jurídica. O problema que a pesquisa busca é saber se seria moralmente e juridicamente correta a ação do Estado em transferir para a sociedade uma obrigação, primordialmente e constitucionalmente sua, punindo a inobservância da mesma, como no caso da Educação Inclusiva, no Brasil? A hipótese apresentada é que a compulsoriedade da oferta da Educação Inclusiva é de competência do Estado, pois o papel da sociedade é a colaboração e não a efetivação deste direito, de modo que, a transferência de responsabilidade, através da transformação de uma obrigação político-jurídica em moral, não é correta nem ética, nem juridicamente. Tem-se como objetivo geral deste trabalho, analisar as implicações morais e jurídicas, existentes no fato do Estado assegurar o direito de todos os cidadãos com deficiências à educação especial (inclusiva ou exclusiva), seja pela rede pública ou privada de ensino, exigindo este direito sem oferecer à sociedade, subsídios para este fim. São objetivos específicos, ainda, fundamentar a responsabilidade do Estado em prestar a Educação Inclusiva nos instrumentos internacionais e legislação pátria; discutir a tutela da educação inclusiva no Brasil segundo a Constituição Federal; apresentar o papel de colaboração da sociedade e não de protagonismo, na prestação da Educação Inclusiva e identificar a contrarreforma que o Estado brasileiro, sofreu, a partir da década de 90 do século passado que gerou uma diminuição da prestação de serviços públicos para adequar o mesmo a nova ordem do capitalismo, transmitindo parcialmente as obrigações estatais para a sociedade, através da evocação da alteridade. Para tanto o método de abordagem da pesquisa será dedutivodialético, isto é, um método que estabelece conexões entre os fenômenos sempre entendidos como partes de uma totalidade qual seja, a vida social. Também adotar-se-á o método qualitativo. Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada e quanto ao objeto geral, a pesquisa é descritiva. Adota-se a pesquisa bibliográfica-documental como procedimento técnico e com trato direto e indireto das fontes, a partir das técnicas de coleta documental e análise de conteúdo. Estruturalmente, a dissertação está dividida em três capítulos. No primeiro, discute-se a obrigatoriedade do Estado em prestar a Educação Inclusiva, fundamentada nos instrumentos internacionais, na Constituição Federal e legislação pátria. No segundo, refutam-se os principais argumentos contrários a hipótese: o risco de mercado e o princípio da reserva do possível, além de esclarecer que o trabalho não defende a iniciativa privada, mas a exigência de que o Estado assuma seu papel de efetivação do direito à Educação Inclusiva. Por fim, o terceiro, analisa a contrarreforma neoliberal brasileira dos anos 1990, também o Estado Mínimo e como estes fatores contribuíram para a inversão de transformar a obrigação político-jurídica estatal da Educação Inclusiva em obrigação moral para a sociedade.
2013
Descrição
  • FILIPE JOSÉ VILARIM DA CUNHA LIMA
  • POLÍTICAS PÚBLICAS HABITACIONAIS BRASILEIRAS E DIREITO FUNDAMENTAL À MORADIA: INTERFACES E CONFRONTAÇÕES
  • Data: 19/12/2013
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação gravita em torno da necessidade de concretização do direito fundamental à moradia. Seu objetivo geral consiste na delimitação do papel do Estado como agente responsável pela concretização do projeto desenvolvimentista previsto na Constituição Federal de 1988, em cujo âmbito está contemplado o direito à moradia, tarefa a ser empreendida por intermédio da execução de políticas públicas. Para alcançar seu objetivo, será utilizado o método de abordagem dedutivo, bem assim os métodos analíticos, histórico e interpretativo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. O trabalho analisará a relação existente entre o dever-ser normativo e o ser social e político, averiguando os motivos determinantes da ausência de concretização das normas constitucionais que consagram direitos sociais e estabelecendo a necessidade de atuação positiva, constante e progressiva do Estado para a concretização de tais direitos. Será abordado, igualmente, o quadro normativo nacional e internacional do direito à moradia, bem como estabelecidos os instrumentos políticos previstos na legislação brasileira para a materialização deste direito. Em conclusão, serão enfrentadas as políticas habitacionais desenvolvidas pelo Estado brasileiro, com ênfase nos seus aspectos negativos e positivos, em ordem a analisar os motivos da exclusão da população de baixa renda do espectro de beneficiários das atuações estatais, com base no que serão fixadas as premissas necessárias ao atendimento do déficit habitacional deste estrato populacional.
  • MARIA CRISTINA PAIVA SANTIAGO
  • DIREITO DE ARREPENDIMENTO COMO INSTRUMENTO DE TUTELA DA AUTONOMIA DA VONTADE NOS CONTRATOS DE CONSUMO
  • Data: 26/11/2013
  • Hora: 10:00
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  • Dentre os direitos do consumidor destaca-se a importância do direito dearrependimento como instrumento de proteção à manifestação de vontade doconsumidor. O presente trabalho propõe-se a demonstrar as modificações queocorreram na sociedade ao longo dos anos que se seguiram após a promulgação doCódigo brasileiro de Defesa do Consumidor. A proposta desta dissertação é odebate do direito de arrependimento e a possibilidade de ampliação do seu campode incidência, estendendo-o para além das compras realizadas fora doestabelecimento comercial. Assim sendo, entende-se diante dos posicionamentosjurisprudenciais que existe a possibilidade de ampliação do direito dearrependimento para as compras presenciais, o que já vem sendo feito, porexemplo, nas compras de time sharing.

  • THIAGO NOBREGA TAVARES
  • TRANSAÇÃO DE INTERESSES COMO PRÁTICA LEGITIMADORA DA APLICAÇÃO DA ARBITRAGEM AOS LITÍGIOS TRIBUTÁRIOS: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
  • Data: 07/11/2013
  • Hora: 10:30
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  • Este trabalho dissertativo visa estudar os aspectos da Lei n° 9.307, de 23 de setembro de 1996, conhecida como “Lei da Arbitragem”, e sua compatibilidade com o Direito Tributário vigente. Ambiciona-se empreender análise sobre o que venha a ser a “arbitragem tributária”. Deseja-se fomentar a reflexão e o debate acerca da relação e da coexistência da prática arbitral com os princípios da transação, da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, sob a óptica das eventuais dificuldades normativas e estruturais que o emprego desse método paraestatal no direito tributário acarretaria, haja vista a matéria em voga ser de caráter nitidamente público. Pretender-se-á, também, avaliar a viabilidade teórica e pragmática da real implementação da arbitragem aos conteúdos inerentes à Administração Fazendária, sopesando as condições que o Fisco e os sujeitos passivos das obrigações tributárias observariam para celebrar esse procedimento extrajudicial. Isso tudo como forma de se alcançar a prevenção ou terminação das execuções fiscais, reduzindo a formação e o acúmulo de processos administrativos e judiciais, com economia para a Fazenda Pública e para os contribuintes, reprimindo a evasão de recursos, zelando pelos princípios da eficiência e da economicidade, propiciando exequibilidade ao direito constituído em favor do Estado, ampliando a educação e a conscientização sobre o cumprimento dos deveres tributários, edificando vias de diálogo com o contribuinte, resgatando a possibilidade de consenso e de pacificação, e, por conseguinte, estabelecendo as bases para a verticalização de uma renovada e inédita cidadania fiscal.

  • PAULO HENRIQUE TAVARES DA SILVA
  • A judicialização da política no Brasil e o comportamento decisional dos seus magistrados: o Judiciário como um ambiente micro-hegemônico e a contenção judicial - uma análise sob a perspectiva do materialismo histórico-dialético
  • Data: 21/10/2013
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese tem por objeto o estudo do comportamento decisional dos 
    magistrados brasileiros de primeira instância, considerando o cenário do que se 
    convencionou chamar de judicialização da política, no qual, o Poder Judiciário, a 
    partir da segunda metade do Século XX, passou a enfrentar temas alusivos à 
    legalidade estrita dos atos da administração e a aferir se as políticas públicas estão 
    em consonância com os ditames programáticos das normas constitucionais, além de 
    ser provocado por diversos segmentos sociais a obrigar o poder público e o 
    particular a adotarem medidas efetivas tendentes à concretização dos direitos 
    fundamentais previstos nas normas constitucionais. Diante dessas novas tarefas 
    conferidas ao Judiciário, investiga-se qual seria o comportamento assumido pelos 
    magistrados, partindo-se da hipótese de que, paradoxalmente, eles continuam a 
    operar de forma contida, sem se aproveitar da integralidade das perspectivas 
    interpretativas que se abrem com essa nova configuração institucional. Num primeiro 
    momento, identificaram-se as raízes históricas do fenômeno, procurando revelar, 
    segundo o “estado da arte”, como ocorrem a gênese e o funcionamento da 
    judicialização da política. A compreensão do que ocorre com os juízes, todavia, 
    restou ampliada e foi feita com base na perspectiva do materialismo histórico, em 
    especial, com as contribuições formuladas por Antonio Gramsci (1891-1937), filósofo 
    marxista italiano que, através das reflexões compiladas, notadamente nos Cadernos 
    do Cárcere, aprimorou categorias do Marxismo que ainda hoje são importantes para 
    se entender o que acontece no interior das superestruturas do capitalismo 
    contemporâneo. Através dessa abordagem, o Judiciário pode ser considerado como 
    um ambiente micro-hegemônico, inserido que está numa concepção ampliada de 
    Estado, no qual se desenrola uma luta diuturna entre intelectuais orgânicos ligados 
    às classes dirigentes e os que defendem o ideário das classes subalternas, visando 
    à formação e à disseminação de um senso comum jurídico, reposicionando-se, 
    inclusive, a noção que se tem hoje de ativismo judiciário. Partindo de uma 
    abordagem materialista, isto é, realista e dialética (como objeto em permanente 
    transformação) do Direito, fez-se uso da pesquisa bibliográfica e da análise de 
    conteúdo, combinada com a inferência estatística, e se desenvolveu uma ferramenta 
    específica para abordar o material de pesquisa, com unidades de significação 
    ajustadas ao ideário gramsciano, aplicada nas sentenças produzidas em ações civis 
    públicas que tiveram decisão no interregno que vai de 2007 a 2012, no âmbito 
    jurisdicional das Varas do Trabalho de João Pessoa-PB. O estudo confirmou a 
    hipótese de base - de que os juízes de primeira instância apresentam 
    comportamento contido, conformado com o que é disseminado pelas instâncias 
    superiores, submetidos que estão a um sistema de contenção institucional nos 
    moldes hegemônicos.
    A presente tese tem por objeto o estudo do comportamento decisional dos magistrados brasileiros de primeira instância, considerando o cenário do que se convencionou chamar de judicialização da política, no qual, o Poder Judiciário, a partir da segunda metade do Século XX, passou a enfrentar temas alusivos à legalidade estrita dos atos da administração e a aferir se as políticas públicas estão em consonância com os ditames programáticos das normas constitucionais, além de ser provocado por diversos segmentos sociais a obrigar o poder público e o particular a adotarem medidas efetivas tendentes à concretização dos direitos fundamentais previstos nas normas constitucionais. Diante dessas novas tarefas conferidas ao Judiciário, investiga-se qual seria o comportamento assumido pelos magistrados, partindo-se da hipótese de que, paradoxalmente, eles continuam a operar de forma contida, sem se aproveitar da integralidade das perspectivas interpretativas que se abrem com essa nova configuração institucional. Num primeiro momento, identificaram-se as raízes históricas do fenômeno, procurando revelar, segundo o “estado da arte”, como ocorrem a gênese e o funcionamento da judicialização da política. A compreensão do que ocorre com os juízes, todavia, restou ampliada e foi feita com base na perspectiva do materialismo histórico, em especial, com as contribuições formuladas por Antonio Gramsci (1891-1937), filósofo marxista italiano que, através das reflexões compiladas, notadamente nos Cadernos do Cárcere, aprimorou categorias do Marxismo que ainda hoje são importantes para se entender o que acontece no interior das superestruturas do capitalismo contemporâneo. Através dessa abordagem, o Judiciário pode ser considerado como um ambiente micro-hegemônico, inserido que está numa concepção ampliada de Estado, no qual se desenrola uma luta diuturna entre intelectuais orgânicos ligados às classes dirigentes e os que defendem o ideário das classes subalternas, visando à formação e à disseminação de um senso comum jurídico, reposicionando-se, inclusive, a noção que se tem hoje de ativismo judiciário. Partindo de uma abordagem materialista, isto é, realista e dialética (como objeto em permanente transformação) do Direito, fez-se uso da pesquisa bibliográfica e da análise de conteúdo, combinada com a inferência estatística, e se desenvolveu uma ferramenta específica para abordar o material de pesquisa, com unidades de significação ajustadas ao ideário gramsciano, aplicada nas sentenças produzidas em ações civis públicas que tiveram decisão no interregno que vai de 2007 a 2012, no âmbito jurisdicional das Varas do Trabalho de João Pessoa-PB. O estudo confirmou a hipótese de base - de que os juízes de primeira instância apresentam comportamento contido, conformado com o que é disseminado pelas instâncias superiores, submetidos que estão a um sistema de contenção institucional nos moldes hegemônicos.

  • WOLNEY DE MACEDO CORDEIRO
  • A INSERÇÃO DO CONTRATO COLETIVO DE TRABALHO TRANSNACIONAL NO PLANO SUPRALEGAL DA ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA
  • Data: 14/10/2013
  • Hora: 09:00
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  •  

    A presente tese de doutoramento trata da questão relativa à regulação do trabalho em um 
    ambiente pós-moderno marcado pela mitigação da estatalidade. Analisando os instrumentos 
    privados de normatização das relações de trabalho, identificou-se, como problema a ser 
    enfrentado, a forma pela qual tais documentos podem ser recepcionados pela ordem jurídica 
    brasileira. A abordagem do problema delimitado demonstrou a viabilidade da inserção 
    dessas estruturas de regulação privada por intermédio de um procedimento análogo ao de 
    recepção dos tratados internacionais sobre direitos humanos, enquanto norma supralegal. 
    Por meio da aplicação do método dedutivo, a tese foi construída a partir do enfrentamento 
    da estrutura do ambiente social pós-moderno, com suas características marcadas pela 
    contingência, até chegar à viabilidade de convivência dos instrumentos privados de 
    regulação na estrutura jurídica brasileira. Mediante a explicitação das principais 
    características da sociedade pós-moderna, analisou-se como a matriz vestefaliana foi 
    fortemente influenciada pela transversalidade, fragmentação e presença de atores privados 
    e quase-privados. A partir da avaliação da forma de relacionamento das estruturas 
    normativas nacionais e internacionais, concluiu-se que a sociedade pós-moderna legou uma 
    série de movimentos não lineares entre as duas realidades normativas, não sendo possível 
    separá-las por meio de compartimentos isolados. Essa mudança na composição dos 
    regulamentos das relações privadas também apresentou reflexos importantes na 
    regulamentação das questões sociais. Diante das características da sociedade pósmoderna, essa temática apresentou respostas incipientes, retóricas e ideológicas, 
    respectivamente, do direito comunitário e da integração; das corporações, por meio dos 
    códigos de conduta; e das entidades sindicais de atuação global. Constatada a inadequação 
    das respostas ortodoxas, tornou-se imperiosa a construção conceitual de uma estrutura 
    privada capaz de ser assimilada pelo direito nacional. Nesse sentido, a partir da observação 
    das características congruentes dessas diversas manifestações regulatórias, identifica-se, 
    conceitualmente, o contrato coletivo transnacional, como sendo o acordo de vontades, 
    envolvendo atores privados ou quase-privados, destinados a regular questões sociais em 
    um ambiente transnacional. O contrato coletivo transnacional, enquanto categoria conceitual 
    reconhecida neste trabalho, demanda a identificação de pressupostos e requisitos aptos a 
    permitir sua assimilação perante a ordem jurídica brasileira. Tomando como referenciais os 
    postulados acerca da assimilação do direito internacional no direito interno brasileiro e, 
    principalmente, a construção do conceito de supralegalidade dos tratados internacionais 
    sobre direitos humanos (CF, art. 5º, §§ 2º e 3º), é possível identificar referenciais de 
    recepção do contrato coletivo transnacional. Sendo reconhecido, no plano interno, o caráter 
    erga omnes dos acordos e convenções coletivas, produzidos pela atuação privada dos 
    sindicatos, idêntico tratamento pode ser conferido aos contratos coletivos transnacionais. Da 
    mesma forma como se opera em relação aos instrumentos de negociação coletiva interna, 
    os contratos coletivos transnacionais devem ser assimilados a partir da observância de 
    requisitos a priori e in concreto, especialmente quanto ao oferecimento de uma proteção 
    laboral mais ampla e efetiva aos trabalhadores. 

    A presente tese de doutoramento trata da questão relativa à regulação do trabalho em um ambiente pós-moderno marcado pela mitigação da estatalidade. Analisando os instrumentos privados de normatização das relações de trabalho, identificou-se, como problema a ser enfrentado, a forma pela qual tais documentos podem ser recepcionados pela ordem jurídica brasileira. A abordagem do problema delimitado demonstrou a viabilidade da inserção dessas estruturas de regulação privada por intermédio de um procedimento análogo ao de recepção dos tratados internacionais sobre direitos humanos, enquanto norma supralegal. Por meio da aplicação do método dedutivo, a tese foi construída a partir do enfrentamento da estrutura do ambiente social pós-moderno, com suas características marcadas pela contingência, até chegar à viabilidade de convivência dos instrumentos privados de regulação na estrutura jurídica brasileira. Mediante a explicitação das principais características da sociedade pós-moderna, analisou-se como a matriz vestefaliana foi fortemente influenciada pela transversalidade, fragmentação e presença de atores privados e quase-privados. A partir da avaliação da forma de relacionamento das estruturas normativas nacionais e internacionais, concluiu-se que a sociedade pós-moderna legou uma série de movimentos não lineares entre as duas realidades normativas, não sendo possível separá-las por meio de compartimentos isolados. Essa mudança na composição dos regulamentos das relações privadas também apresentou reflexos importantes na regulamentação das questões sociais. Diante das características da sociedade pósmoderna, essa temática apresentou respostas incipientes, retóricas e ideológicas, respectivamente, do direito comunitário e da integração; das corporações, por meio dos códigos de conduta; e das entidades sindicais de atuação global. Constatada a inadequação das respostas ortodoxas, tornou-se imperiosa a construção conceitual de uma estrutura privada capaz de ser assimilada pelo direito nacional. Nesse sentido, a partir da observação das características congruentes dessas diversas manifestações regulatórias, identifica-se, conceitualmente, o contrato coletivo transnacional, como sendo o acordo de vontades, envolvendo atores privados ou quase-privados, destinados a regular questões sociais em um ambiente transnacional. O contrato coletivo transnacional, enquanto categoria conceitual reconhecida neste trabalho, demanda a identificação de pressupostos e requisitos aptos a permitir sua assimilação perante a ordem jurídica brasileira. Tomando como referenciais os postulados acerca da assimilação do direito internacional no direito interno brasileiro e, principalmente, a construção do conceito de supralegalidade dos tratados internacionais sobre direitos humanos (CF, art. 5º, §§ 2º e 3º), é possível identificar referenciais de recepção do contrato coletivo transnacional. Sendo reconhecido, no plano interno, o caráter erga omnes dos acordos e convenções coletivas, produzidos pela atuação privada dos sindicatos, idêntico tratamento pode ser conferido aos contratos coletivos transnacionais. Da mesma forma como se opera em relação aos instrumentos de negociação coletiva interna, os contratos coletivos transnacionais devem ser assimilados a partir da observância de requisitos a priori e in concreto, especialmente quanto ao oferecimento de uma proteção laboral mais ampla e efetiva aos trabalhadores. 

     

  • SANDRA TERTO SAMPAIO
  • O CRÉDITO RURAL PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO E O PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR (PRONAF)
  • Data: 20/06/2013
  • Hora: 15:00
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  • O crédito é elemento necessário à produção rural e sua concessão permite que o produtor tenha acesso a insumos de qualidade e tecnologias produtivas que melhoram a produção agropecuária. Ao incentivar a produção, o crédito passa a integrar as iniciativas governamentais para a erradicação da pobreza no meio rural, no entanto, é necessária a intervenção estatal para que o crédito rural ofertado pelos bancos oficiais não seja direcionado apenas para grandes e médios produtores, desse modo, foi criado o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com a finalidade de fornecer crédito adequado às necessidades dos agricultores familiares. A presente investigação traz estudos sobre as operações de crédito do Pronaf verificando se o crédito concedido tem funcionado como mecanismo indutor do desenvolvimento no meio rural e analisando as mudanças ocorridas no campo após sua criação, em contexto crítico especialmente sublinhado pelas teorias do desenvolvimento, da formação do meio rural brasileiro e do efeito do crédito. O Pronaf tem se firmado como política pública, com resultados positivos na inserção bancária de agricultores familiares e assentados de reforma agrária em todo o país, no entanto, a metodologia de sua concessão necessita de ajustes para obtenção de melhores resultados na aplicação e reembolso dos créditos, especialmente no que diz respeito à adimplência dos contratos de financiamento.

  • ALEXANDRE SOARES DE MELO
  • EXPLORAÇÃO SEXUAL COMERCIAL: uma análise da legislação e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça nos casos de crianças e adolescentes prostituídas
  • Data: 26/04/2013
  • Hora: 14:00
  • Mostrar Resumo
  • A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes é um fenômeno social que encontra atualmente no sistema normativo brasileiro ampla regulamentação, sendo considerada crime a conduta de submeter ou favorecer crianças e adolescentes à prostituição ou outra forma de exploração, conforme estabelecem os art. 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente e o art. 218-B do Código Penal Brasileiro. Entretanto, existe uma grande controvérsia tanto no âmbito da doutrina quanto na jurisprudência dos Tribunais de Justiça do país em relação a estabelecer se a responsabilização criminal nestes casos recairia tão somente aos agenciadores e aliciadores que intermediam a prática sexual, como cafetões e rufiões, mas se também se estenderia àqueles usuários que, sem a intermediação de terceiros, mantêm contatos sexuais com crianças e adolescentes inseridas em um contexto de prostituição. Assim, o objeto de estudo deste trabalho consiste na análise da responsabilização criminal nos delitos relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes prostituídas. Busca-se compreender a argumentação jurídica que atualmente prevalece na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ para se estabelecer o alcance da norma penal e a responsabilização criminal dos agentes envolvidos. A compreensão dos fatores que favorecem a exploração sexual de crianças e adolescentes, dentre os quais as desigualdades sociais, a mercantilização do sexo e as relações assimétricas de gênero na sociedade, se apresentam como importantes instrumentos para análise da argumentação jurídica no âmbito dos tribunais, como também para o fortalecimento do sistema de proteção de crianças e adolescentes no país. Esta pesquisa é de caráter empírico, sendo realizada a partir da revisão da legislação e da literatura especializada sobre o tema.

  • ALEXANDRE SOARES DE MELO
  • EXPLORAÇÃO SEXUAL COMERCIAL: uma análise da legislação e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça nos casos de crianças e adolescentes prostituídas
  • Data: 26/04/2013
  • Hora: 14:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes é um fenômeno social que encontra atualmente no sistema normativo brasileiro ampla regulamentação, sendo considerada crime a conduta de submeter ou favorecer crianças e adolescentes à prostituição ou outra forma de exploração, conforme estabelecem os art. 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente e o art. 218-B do Código Penal Brasileiro. Entretanto, existe uma grande controvérsia tanto no âmbito da doutrina quanto na jurisprudência dos Tribunais de Justiça do país em relação a estabelecer se a responsabilização criminal nestes casos recairia tão somente aos agenciadores e aliciadores que intermediam a prática sexual, como cafetões e rufiões, mas se também se estenderia àqueles usuários que, sem a intermediação de terceiros, mantêm contatos sexuais com crianças e adolescentes inseridas em um contexto de prostituição. Assim, o objeto de estudo deste trabalho consiste na análise da responsabilização criminal nos delitos relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes prostituídas. Busca-se compreender a argumentação jurídica que atualmente prevalece na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ para se estabelecer o alcance da norma penal e a responsabilização criminal dos agentes envolvidos. A compreensão dos fatores que favorecem a exploração sexual de crianças e adolescentes, dentre os quais as desigualdades sociais, a mercantilização do sexo e as relações assimétricas de gênero na sociedade, se apresentam como importantes instrumentos para análise da argumentação jurídica no âmbito dos tribunais, como também para o fortalecimento do sistema de proteção de crianças e adolescentes no país. Esta pesquisa é de caráter empírico, sendo realizada a partir da revisão da legislação e da literatura especializada sobre o tema.

  • MARIA JOSÉ SOARES BECHADE
  • Educação em Direitos Humanos no Ensino Jurídico na UFPB
  • Orientador : MARIA DE NAZARE TAVARES ZENAIDE
  • Data: 26/04/2013
  • Hora: 14:00
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  •  

    A Educação tem o papel fundamental na formação de cidadãos e cidadãs para a convivência 
    democrática e no desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício 
    profissional e a responsabilidade social da vida em comunidade. Cabe à Educação em Direitos 
    Humanos formar sujeitos de direito lhes oferecendo conhecimentos específicos, ferramentas e 
    habilidades onde homens e mulheres possam exercer sua cidadania com respeito mútuo e 
    partilhando de forma participativa uma convivência social pautada nos princípios do respeito 
    à dignidade, à liberdade, à diversidade étnico-cultural, à igualdade, à fraternidade, à paz e à 
    justiça social, independentemente de suas escolhas, cor, classe e gênero. Desta forma, a 
    inserção da Educação em Direitos Humanos em todas as esferas educacionais contribui para 
    diminuir a exclusão social, a violência urbana, as diferenças e as violências de gênero e todas 
    as formas de discriminação. O tema da presente pesquisa trata da Educação em e para os 
    Direitos Humanos na Educação Superior, objeto de Diretriz Nacional pelo Conselho Nacional 
    de Educação, tomando por referência a inserção da temática no ensino jurídico no Centro de 
    Ciências Jurídicas da UFPB. Partindo do pressuposto de que a Educação em/para os Direitos 
    Humanos é a própria ferramenta para adquirir as habilidades e competências necessárias ao 
    fortalecimento da democracia e ao exercício pleno da cidadania, a presente pesquisa se dispôs 
    a analisar os processos e impactos nos processos formativos dos discentes do curso de Direito 
    no Centro de Ciências Jurídicas da UFPB após ter cursado disciplinas na temática dos 
    Direitos Humanos no período de 2012.1. 
    Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, envolvendo a pesquisa bibliográfica e 
    documental e a pesquisa empírica com a participação de docentes e discentes do período 
    2012.1 e 2. A pesquisa constatou que a maioria dos estudantes entrevistados afirmou que os 
    Direitos Humanos contribuem para mudanças de suas atitudes e pensamentos sobre o respeito, 
    a solidariedade, as diferenças, as minorias, os direitos, os preconceitos, entre outros aspectos. 

    A Educação tem o papel fundamental na formação de cidadãos e cidadãs para a convivência democrática e no desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício profissional e a responsabilidade social da vida em comunidade. Cabe à Educação em Direitos Humanos formar sujeitos de direito lhes oferecendo conhecimentos específicos, ferramentas e habilidades onde homens e mulheres possam exercer sua cidadania com respeito mútuo e partilhando de forma participativa uma convivência social pautada nos princípios do respeito à dignidade, à liberdade, à diversidade étnico-cultural, à igualdade, à fraternidade, à paz e à justiça social, independentemente de suas escolhas, cor, classe e gênero. Desta forma, a inserção da Educação em Direitos Humanos em todas as esferas educacionais contribui para diminuir a exclusão social, a violência urbana, as diferenças e as violências de gênero e todas as formas de discriminação. O tema da presente pesquisa trata da Educação em e para os Direitos Humanos na Educação Superior, objeto de Diretriz Nacional pelo Conselho Nacional de Educação, tomando por referência a inserção da temática no ensino jurídico no Centro de Ciências Jurídicas da UFPB. Partindo do pressuposto de que a Educação em/para os Direitos Humanos é a própria ferramenta para adquirir as habilidades e competências necessárias ao fortalecimento da democracia e ao exercício pleno da cidadania, a presente pesquisa se dispôs a analisar os processos e impactos nos processos formativos dos discentes do curso de Direito no Centro de Ciências Jurídicas da UFPB após ter cursado disciplinas na temática dos Direitos Humanos no período de 2012.1. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, envolvendo a pesquisa bibliográfica e documental e a pesquisa empírica com a participação de docentes e discentes do período 2012.1 e 2. A pesquisa constatou que a maioria dos estudantes entrevistados afirmou que os Direitos Humanos contribuem para mudanças de suas atitudes e pensamentos sobre o respeito, a solidariedade, as diferenças, as minorias, os direitos, os preconceitos, entre outros aspectos. 

     

  • JOAMA CRISTINA ALMEIDA DANTAS
  • ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS E CORRUPÇÃO ADMINISTRATIVA: A EXPRESSÃO DO CRIME ORGANIZADO ENDÓGENO (UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ITAPORANGA, ESTADO DA PARAÍBA)
  • Data: 22/04/2013
  • Hora: 15:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O crime organizado compõe a nova face da criminalidade, apresentando-se as organizações criminosas como verdadeiras empresas, à medida que adotam métodos empresariais objetivando a maximização dos benefícios e a redução dos riscos das práticas delitivas, cujos agentes são criminosos profissionais, que atuam silenciosamente através da execução de fraudes diversas. Diante desta configuração recente, a compreensão do fenômeno criminológico organizado passa pela observação do lugar ocupado pelo Estado nas relações criminosas, o qual pode servir de facilitador para a execução dos esquemas ilícitos, ou ainda como nascedouro das organizações criminosas. Nesta esteira, partindo-se da análise das tipologias do crime organizado, a presente dissertação tem por escopo demonstrar a configuração de um crime organizado endógeno por meio do estabelecimento de organizações criminosas no aparelho administrativo estatal, de modo a ampliar a visão da criminalidade organizada, ainda predominantemente restrita ao modelo mafioso de organização criminosa. Para tanto, aborda-se a manifestação da corrupção administrativa por constituir elemento indissociável do crime organizado endógeno, perfazendo a atuação concertada de agentes públicos e privados. Identifica-se o setor das licitações públicas como ambiente favorável à atuação das organizações criminosas endógenas, porquanto possibilita a formação de uma rede de trocas de benefícios e de proteção entre agentes públicos e privados através das práticas de corrupção. A fim de comprovar empiricamente a manifestação da criminalidade organizada endógena, estuda-se caso ocorrido no setor das licitações públicas do município Itaporanga/PB, reproduzido em diversos outros municípios paraibanos, extraído de processos cível e criminal em tramitação na 14ª Vara da Justiça Federal em Patos/PB. Os resultados da pesquisa apontam para a existência de um crime organizado endógeno revelado na atuação concertada de mais de um agente público, geralmente em unidade de desígnios com agentes privados, e na presença da corrupção administrativa.

  • LILIA MARANHAO LEITE FERREIRA DE MELO
  • ARBITRAGEM ONLINE NA SOLUÇÃO DE CONFLITOS ORIGINADOS DE RELAÇÕES DE CONSUMO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO
  • Data: 19/04/2013
  • Hora: 10:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • Nas últimas duas décadas o conceito de Sociedade da Informação surgiu e se
    consolidou no mundo, concebendo uma realidade inteiramente nova e cheia de
    significância, voltada para a busca do direito ao desenvolvimento através das
    telecomunicações em tempo real, favorecendo uma integração global em vários
    aspectos da vida humana. O avanço da internet e da informática modificou as
    relações sociais e jurídicas, a exemplo das relações de consumo que passaram a se
    desenvolver comercialmente em larga escala no ambiente virtual. Diante destas
    novas relações jurídicas típicas da pós-modernidade, onde o consumidor virtual
    pode apresentar outra forma de vulnerabilidade e hipossuficiência diferente daquela
    estabelecida nas relações jurídicas tradicionais, é imprescindível analisar a estrutura
    do negócio celebrado pela internet, tomando como referência os preceitos contidos
    no Código de Defesa do Consumidor e no Direito Internacional Privado, de fonte
    Estatal, mas também analisando as diversas formas de resolução de conflitos que
    tem como base o direito de fonte negocial. Dentre as variadas formas de direito
    negocial apresentadas a ênfase do presente trabalho se dá quanto às online dispute
    resolution - ODR que consubstanciam métodos não adversariais de resolução de
    conflitos, a exemplo da mediação online, da negociação online e da arbitragem
    online. Esta última, por sua vez, é estudada em maiores detalhes na tentativa de
    apresentar uma definição e as principais características deste instituto, como
    mecanismo extrajudicial de resolução de litígios, cujos princípios basilares, quando
    aplicados em relação a matérias específicas, poderão contribuir para a
    democratização do acesso à justiça, facilitando a tutela jurídica do consumidor
    virtual. A experiência de outros países que adotaram o modelo arbitral online para
    solucionar conflitos oriundos do e-commerce deixa vestígios de sua efetividade,
    especialmente quando o procedimento é desenvolvido em parceria com o Poder
    Público, o que tem ocorrido por parte de universidades e do próprio Poder Judiciário,
    eliminando ou diminuindo problemas existentes na sua forma privada. No Brasil, o
    projeto de lei no 1.589 de 1999, que dispõe sobre o comércio eletrônico, e a recente
    comissão para reforma da lei brasileira de arbitragem mostram que o país vem se
    direcionando no sentido de investir no sistema da arbitragem virtual para conflitos de
    consumo. A partir do momento em que o procedimento arbitral deixar de ser
    encarado como instituto responsável por desafogar o Judiciário para assumir sua
    mais relevante missão de potencializar as capacidades humanas, estar-se-á
    contribuindo para o desenvolvimento da economia, para a frutificação de novos
    negócios e para a promoção de uma justiça muito mais célere e desburocratizada,
    compatível com os valores da era digital.
    Nas últimas duas décadas o conceito de Sociedade da Informação surgiu e seconsolidou no mundo, concebendo uma realidade inteiramente nova e cheia designificância, voltada para a busca do direito ao desenvolvimento através dastelecomunicações em tempo real, favorecendo uma integração global em váriosaspectos da vida humana. O avanço da internet e da informática modificou asrelações sociais e jurídicas, a exemplo das relações de consumo que passaram a sedesenvolver comercialmente em larga escala no ambiente virtual. Diante destasnovas relações jurídicas típicas da pós-modernidade, onde o consumidor virtualpode apresentar outra forma de vulnerabilidade e hipossuficiência diferente daquelaestabelecida nas relações jurídicas tradicionais, é imprescindível analisar a estruturado negócio celebrado pela internet, tomando como referência os preceitos contidosno Código de Defesa do Consumidor e no Direito Internacional Privado, de fonteEstatal, mas também analisando as diversas formas de resolução de conflitos quetem como base o direito de fonte negocial. Dentre as variadas formas de direitonegocial apresentadas a ênfase do presente trabalho se dá quanto às online disputeresolution - ODR que consubstanciam métodos não adversariais de resolução deconflitos, a exemplo da mediação online, da negociação online e da arbitragemonline. Esta última, por sua vez, é estudada em maiores detalhes na tentativa deapresentar uma definição e as principais características deste instituto, comomecanismo extrajudicial de resolução de litígios, cujos princípios basilares, quandoaplicados em relação a matérias específicas, poderão contribuir para ademocratização do acesso à justiça, facilitando a tutela jurídica do consumidorvirtual. A experiência de outros países que adotaram o modelo arbitral online parasolucionar conflitos oriundos do e-commerce deixa vestígios de sua efetividade,especialmente quando o procedimento é desenvolvido em parceria com o PoderPúblico, o que tem ocorrido por parte de universidades e do próprio Poder Judiciário,eliminando ou diminuindo problemas existentes na sua forma privada. No Brasil, oprojeto de lei no 1.589 de 1999, que dispõe sobre o comércio eletrônico, e a recentecomissão para reforma da lei brasileira de arbitragem mostram que o país vem sedirecionando no sentido de investir no sistema da arbitragem virtual para conflitos deconsumo. A partir do momento em que o procedimento arbitral deixar de serencarado como instituto responsável por desafogar o Judiciário para assumir suamais relevante missão de potencializar as capacidades humanas, estar-se-ácontribuindo para o desenvolvimento da economia, para a frutificação de novosnegócios e para a promoção de uma justiça muito mais célere e desburocratizada,compatível com os valores da era digital.

  • RENATA DE ALBUQUERQUE SILVEIRA
  • ASPECTOS JURÍDICOS AMBIENTAIS DA EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO NA CAMADA DO PRÉ-SAL
  • Data: 05/04/2013
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação versa sobre a relação existente entre as perspectivas para a sustentabilidade ambiental e o crescimento econômico no Brasil, provenientes da exploração de petróleo da camada do pré-sal, com vistas ao desenvolvimento sustentável. Tem por objetivos demonstrar que a prevenção de danos ao meio ambiente, na atualidade configura-se como o recurso mais adequado ao desenvolvimento humano, apontar que não necessariamente a exploração e produção de petróleo da camada do pré-sal trarão desenvolvimento para o país. Para uma melhor compreensão e investigação do tema é utilizado o método de abordagem dedutivo, os métodos de procedimento histórico, interpretativo e analítico, a técnica de pesquisa da documentação indireta e a abordagem qualitativa, tendo em vista o caráter social inerente ao assunto. Para tanto, realiza-se inicialmente, uma análise histórica do surgimento do petróleo no mundo e sua exploração pelo homem, assim como verifica-se a dependência econômica mundial de tal recurso natural não renovável. São apontas as normas que regulam o setor petrolífero e ambiental, bem como são demonstradas suas omissões a falhas na proteção ao meio ambiente. Ato contínuo, são explanados os desafios e a complexidade que envolve a exploração de petróleo da camada do pré-sal e os riscos que a atividade gera ao meio ambiente e, em especial, é mostrada a sua contribuição para o aumento do aquecimento global. Expõe-se que a proteção e prevenção de danos ao meio ambiente estão relacionadas com o desenvolvimento humano, conforme se conclui da análise do Relatório do Desenvolvimento Humano 2011, do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), com a finalidade de demonstrar que, para que um país aumente o seu desenvolvimento humano, é preciso levar em consideração a sustentabilidade ambiental e que, nesse sentido, desenvolvimento humano não se restringe a crescimento econômico.

  • KATHERINE LAGES CONTASTI BANDEIRA
  • DESMASCARANDO A VIOLÊNCIA - O PAPEL DO MOVIMENTO DE MULHERES TRABALHADORAS RURAIS NA APROPRIAÇÃO DOS DIREITOS DAS MULHERES NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO
  • Orientador : EDUARDO RAMALHO RABENHORST
  • Data: 01/04/2013
  • Hora: 15:00
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  • -

  • EDHYLA CAROLLINY VIEIRA VASCONCELOS ABOBOREIRA
  • JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E CIDADANIA: A ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS DE DIREITOS HUMANOS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
  • Data: 27/03/2013
  • Hora: 15:00
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  • A Jurisdição Constitucional ou controle de constitucionalidade das normas é modelo especial de atuação jurisdicional do Poder Público, desenvolvida a partir da noção de Estado Democrático de Direito. No Brasil, a guarda da Constituição é competência do Poder Judiciário, especialmente, ao Supremo Tribunal Federal. Este, após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e o alargamento das garantias constitucionais, tem sido cada vez mais acionado para se manifestar a respeito do conteúdo e interpretação constitucional de direitos humanos. Diante dessa intensa atuação da Suprema Corte brasileira, organizações não-governamentais de direitos humanos tem desenvolvido, junto ao Supremo Tribunal Federal, o litígio estratégico, trazendo a pauta discursiva da implementação dos direitos humanos para o interior do Poder Judiciário. Assim, este trabalho tem como objetivo diagnosticar as implicações que a participação das organizações não-governamentais de direitos humanos, no processo constitucional brasileiro, gera na construção jurisprudencial do conteúdo de direitos humanos fundamentais e sua proteção no âmbito da cidadania democrática. A fim de atingir tal escopo, são estudados os casos presentes na ADI nº. 3.510/DF, na ADPF nº. 54/DF, na ADI nº. 4.277/DF e na ADPF nº. 132/DF, em cuja análise são utilizados os métodos dialético e hermenêutico. Estuda-se a construção do paradigma hermenêutico da sociedade aberta dos intérpretes da Constituição na Jurisdição Constitucional brasileira. Examina-se como se dá a participação das organizações não-governamentais de direitos humanos no Supremo Tribunal Federal e, por fim, verifica-se em que medida a atuação judicial dessas entidades interfere na interpretação e proteção contramajoritária dos direitos fundamentais. Os resultados da pesquisa apontam para o fortalecimento da democracia participativa pós-1988, no Brasil; demonstram o momento de transição por que passam a hermenêutica constitucional e a técnica da decisão judicial no País; ao passo que evidenciam uma maior interface entre o ordenamento jurídico local e o Direito Internacional Público dos Direito Humanos.

  • Victor Alencar Mayer Feitosa Ventura
  • ECOLOGIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO. Perspectivas para maior efetividade da proteção ambiental durante conflitos armados.
  • Data: 27/03/2013
  • Hora: 15:00
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  • O presente trabalho tem por objeto o problema da eficácia das normas de Direito 
    Internacional Humanitário (DIH), em confronto com a proteção ao meio ambiente, no 
    contexto de conflitos armados. O fenômeno do aniquilamento intencional do meio ambiente
    para cumprir metas e decisões militares, em cenários bélicos, vem sendo usado como 
    estratégia de batalha que afeta a natureza tornando-a vítima silenciosa e comprometendo a 
    sadia qualidade de vida para esta e futuras gerações. Tratam-se de delitos de requintada
    crueldade e de difícil enfrentamento legal, que foram historiados, nos últimos anos, por 
    exemplo, nos conflitos do Golfo (1992), Kosovo (1999), Líbano (2006) e Palestina (2009).
    Apesar da regulamentação produzida pelos instrumentos de DIH, a eficácia normativa desses 
    atos acaba prejudicada pela ausência de definição dos requisitos legais para a fixação do dano 
    ambiental resultante de manobras militares, ou pela dificuldade em cumprir o rigor dos 
    requisitos existentes. O problema surge quando correntes doutrinárias enxergam o sistema 
    humanitário como regime jurídico fechado e autossuficiente (self-contained regime), ao passo 
    que outras concebem a possibilidade de, diante da ineficácia em proteger a natureza durante 
    hostilidades, torná-lo permeável a outros regimes especiais, como os Direitos Humanos e o 
    Direito Ambiental. Para os fins deste trabalho, ante a inexistência de incompatibilidade entre 
    os ramos especiais humanitário e ambiental, o enfrentamento do problema passa pela maior 
    interação entre as leges speciales do DIH e do Direito Internacional Ambiental, como modo 
    de ampliar os cânones de conservação natural. Sendo assim, sustenta-se a viabilidade formal e 
    material de interação entre esses sistemas, em processo de “ecologização” do direito 
    humanitário, com o propósito de efetivar a proteção do meio ambiente físico durante conflitos 
    armados.
    O presente trabalho tem por objeto o problema da eficácia das normas de Direito Internacional Humanitário (DIH), em confronto com a proteção ao meio ambiente, no contexto de conflitos armados. O fenômeno do aniquilamento intencional do meio ambientepara cumprir metas e decisões militares, em cenários bélicos, vem sendo usado como estratégia de batalha que afeta a natureza tornando-a vítima silenciosa e comprometendo a sadia qualidade de vida para esta e futuras gerações. Tratam-se de delitos de requintadacrueldade e de difícil enfrentamento legal, que foram historiados, nos últimos anos, por exemplo, nos conflitos do Golfo (1992), Kosovo (1999), Líbano (2006) e Palestina (2009).Apesar da regulamentação produzida pelos instrumentos de DIH, a eficácia normativa desses atos acaba prejudicada pela ausência de definição dos requisitos legais para a fixação do dano ambiental resultante de manobras militares, ou pela dificuldade em cumprir o rigor dos requisitos existentes. O problema surge quando correntes doutrinárias enxergam o sistema humanitário como regime jurídico fechado e autossuficiente (self-contained regime), ao passo que outras concebem a possibilidade de, diante da ineficácia em proteger a natureza durante hostilidades, torná-lo permeável a outros regimes especiais, como os Direitos Humanos e o Direito Ambiental. Para os fins deste trabalho, ante a inexistência de incompatibilidade entre os ramos especiais humanitário e ambiental, o enfrentamento do problema passa pela maior interação entre as leges speciales do DIH e do Direito Internacional Ambiental, como modo de ampliar os cânones de conservação natural. Sendo assim, sustenta-se a viabilidade formal e material de interação entre esses sistemas, em processo de “ecologização” do direito humanitário, com o propósito de efetivar a proteção do meio ambiente físico durante conflitos armados.

  • ALVARO HENRIQUE DE ARAUJO DUARTE
  • O PAPEL DO JUDICIÁRIO FRENTE AO DIREITO À MORADIA: ANÁLISE DOS MECANISMOS DE JUSTIFICAÇÃO NAS DECISÕES JUDICIAIS NO MUNICÍPIO DE OLINDA
  • Data: 27/03/2013
  • Hora: 12:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo estudar os mecanismos de justificação nas decisões judiciais relativas ao direito à moradia no município de Olinda,pretendendoresponder se há violação do direito fundamental à moradia e discutir sua efetividade junto ao ordenamento jurídico. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográficaejurisprudencial realizada na 1ª e 2ª Varas da Fazenda Pública de Olinda no Tribunal de Justiça de Pernambuco O estudo analisou a legislação referente ao direito à moradia e as decisões de Reintegração de Posse que envolve ações públicas para retirada de famílias de baixa renda para implantação de projeto de Urbanização do PAC-Plano de Aceleração do Crescimento. Apesar de haver um sem-número de preceitos que garantem a moradia como direito fundamental do ser humano (caputdo artigo 6º Constituição Federal 1988) a sua concretização por via judicial, ainda é tímida, faltando densidade jurídica no que se refere aos preceitos constitucionais.

  • TERLUCIA MARIA DA SILVA
  • VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E INTERFACES COM O RACISMO: O DESAFIO DA ARTICULAÇÃO DE GÊNERO E RAÇA
  • Orientador : EDUARDO RAMALHO RABENHORST
  • Data: 26/03/2013
  • Hora: 15:00
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  • O presente estudo dissertativo tem como objeto de pesquisa a violência contra as mulheres, sobretudo, a ocorrida no âmbito das relações afetivas e familiares. Por se tratar de uma temática bastante pesquisada, o entendimento é o de que outros aspectos precisam ser considerados na análise da problemática, nesse sentido, a pesquisa faz interface com o racismo, tendo por delimitação a análise da intersecção de gênero e raça no fenômeno. Para tanto, utilizou-se a interseccionalidade como uma proposta para efetivar a articulação de gênero e raça. Este é um conceito que possibilita a análise de determinados fenômenos sob uma perspectiva interseccional, considerando contextos, necessidades e demandas diversas. O aspecto teórico foi contemplado pela pesquisa bibliográfica, tendo como referenciais Kimberly Crenshaw, Heleieth Saffiotti e Antônio S. A. Guimarães e a pesquisa de campo foi realizada no Centro de Referência da Mulher “Ednalva Bezerra” (CRMEB-JP) onde foram coletadas informações nas Fichas de Atendimento. Realizou-se também levantamento de informações junto a secretarias e serviços governamentais. Concomitantemente com análise das informações das Fichas de Atendimento procedeu-se análise documental da Política Nacional Enfrentamento a Violência contra as Mulheres e do Plano Estadual de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres/PB. No que diz respeito à sua estrutura, optou-se por uma divisão em três capítulos. No primeiro capítulo é feito a discussão sobre as bases teóricas da pesquisa, com enfoque nas categorias gênero e raça, bem como sobre a perspectiva da interseccionalidade e o feminismo negro. O segundo traz as contribuições feministas tanto no estudo como na intervenção para a politização do problema, enfocando os instrumentos internacionais de proteção aos direitos humanos, principalmente, àqueles que abordam os direitos das mulheres e a questão do racismo. No terceiro capítulo consta a caracterização CRMEB-JP, a análise das informações levantadas no serviço e análise da Política Nacional e do Plano Estadual de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres. Os resultados da pesquisa apontam para a existência de uma relação entre o racismo e a violência cometida contra as mulheres negras, percebeu-se também em quase 40 anos de atuação feminista para dar visibilidade ao problema e inseri-lo na agenda governamental, a violência continua vitimando mulheres a cada dia, sem projeção de se findar.

  • AMANDA PATRYCIA COUTINHO DE CERQUEIRA
  • DIREITO AUTORAL NA REESTRUTURAÇÃO CAPITALISTA: O CASO DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NO BRASIL
  • Data: 26/03/2013
  • Hora: 14:00
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  • A partir da análise da reestruturação capitalista explora-se o movimento do capitalismo contemporâneo que explica a conveniência e a valorização do cultural e o papel do direito autoral nesse contexto. A própria economia depende cada vez mais dos bens e serviços dessa esfera. Fortemente amparada pela tecnologia, a cultura já não é residual à acumulação, senão uma atividade inscrita na própria produção e reprodução do capital. Esse movimento é atualmente legitimado através do discurso novo-desenvolvimentista que relaciona cultura, desenvolvimento e maximização dos padrões de proteção da PI (Propriedade Intelectual), na emergência de conceitos como Economia da cultura e criativa. Por isso, a hipótese básica propõe que o direito autoral, antes da remuneração do autor, assegura a lógica da escassez controlada e a extração de lucro para o capital. Nessa dinâmica, a indústria da música emerge como emblema analítico. A partir da articulação entre economia política e estudos culturais, espera-se contribuir para a compreensão do direito autoral, suas contradições e sentidos atuais. Colaborar para um campo de pesquisa contemporâneo e crescente, preocupado com regulamentações e políticas públicas que descentralize a produção cultural e representem as contradições estruturais da sociedade é a disposição final desta pesquisa.

  • ARTHUR HEINSTEIN APOLINARIO SOUTO
  • LAVAGEM DE CAPITAIS: Administração de Justiça e Ordem Socioeconômica Como Bens Jurídicos Tutelados
  • Data: 26/03/2013
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação tem por objetivo analisar alguns pontos de reconhecida importância dentro do tema lavagem de capitais. Trata-se de uma pesquisa científica, utilizando-se os métodos histórico e qualitativo, porquanto, se apresenta uma síntese da evolução histórica dessa conduta e se perfaz uma revisão bibliográfica de livros, revistas, periódicos, sites e jurisprudências referentes ao assunto. O tema focalizado tenta alcançar uma realidade criminal bastante refinada, aprimorada e pouco conhecida, até mesmo por boa parte dos operadores do direito, posto que, perfaz uma inovação legislativa de considerável complexidade. Objetiva-se expor a densidade do tema, apresentado suas particularidades, sintetizando a evolução histórica da legislação antilavagem, mostrando as gerações por que passa ou podem passar essas leis, em uma tentativa de contextualizar o tema, apresentando os conceitos que alcançam esse tipo penal e as diversas expressões que são utilizadas para cognominá-lo, demonstrando, assim, que, por sua complexidade, algumas fases, por vezes, se mostram necessárias para que os capitais de origem ilícita sejam reintroduzidos ao sistema socioeconômico-financeiro, para ganhar aparência de legítimo. Procurar-se-á, dentro desse contexto, apresentar os bens jurídicos protegidos pela norma antilavagem, interconectando-o aos aspectos penais da lei 9.613/98, expondo, por fim, algumas medidas assecuratórias de combate e prevenção à lavagem. Ante o plexo da ação criminal que alcança esse delito, o apelo por novos e eficientes sistemas legais é mundial, perfazendo uma recomendação internacional a constituição de textos legais, tratados, convenções etc. que permitam que todos os países atuem de forma cooperativa no combate a lavagem de capitais. Preocupa-se, assim, não em enaltecer a ferramenta legislativa que se encontra à disposição, mas, criticá-la com propriedade, apenas nas suas lacunas, pois, são muitos os que admoestam a Legislação Nacional Antilavagem, porém, poucos colaboram para colmatar suas brechas. Diante do aumento da macrocriminalidade organizada e das grandes somas por elas levantadas, quando do exercício de suas atividades delitivas, aliado a fácil circulação de valores em todo o mundo e a utilização dessas facilidades para ocultar os valores oriundos dos crimes praticados por citadas bandas criminais, uma preocupação de ordem internacional ganhou intensidade, no intuito de coibir de forma legal e concreta dito fenômeno globalizado. O problema evidenciado nesse trabalho ultrapassa as barreiras da política criminal, das normas jurídicas e dos estudos doutrinários sobre o tema. Suas consequências são deletérias e o que se mostra mais preocupante é o seu alcance; a circunscrição dessa atividade delituosa não encontra fronteiras. A única forma de se prevenir tal delito e combatê-lo com a necessária propriedade é levando-o a sério. Reconhecendo sua magnitude e desejando-se, verdadeiramente a criação de uma estrutura apta a detectar o crime prévio e aplacá-lo na origem. A Implantação de políticas públicas, o aparelhamento das autoridades competentes envolvidas no combate ao branqueamento, a conscientização das instituições financeiras, o recrudescimento das normas etc., são iniciativas que em médio prazo poderiam fazer surtir algum efeito concreto, no tocante a diminuição dessa criminalidade tão ofensiva à sociedade mundial.

  • CAROLINA DE BRITO BARBOSA
  • ORÇAMENTO DEMOCRÁTICO: IMPLICAÇÕES E REPERCUSSÕES NO INCREMENTO DA CIDADANIA
  • Data: 25/03/2013
  • Hora: 15:00
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  •  

    O cenário global, nos últimos tempos, vem refletindo mudanças econômicas e
    políticas que alteram a maneira como interagem os mais diversos agentes sociais e
    políticos. A necessidade de ampliação da democracia, na busca cada vez mais
    acentuada da incorporação dos atores sociais aos processos políticos, legitimada
    não apenas pelo voto formal, mas numa relação real com a vontade popular, confere
    destaque à democracia participativa. Estudos têm enfatizado que essa prática pode
    ser considerada método eficaz no resgate e prática da cidadania, a partir da
    ampliação de relação existente entre Estado e sociedade civil, fortalecendo o Estado
    Democrático de Direito. A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, o
    Brasil começou a se relacionar com novas formas de participação nas decisões
    políticas. Este novo modelo democrático desenvolve práticas participativas, a
    exemplo do orçamento democrático, instrumento que se propõe a democratizar os
    espaços públicos, valorizando a participação, pela concessão ao cidadão da
    oportunidade de opinar, debater e deliberar sobre matérias inerentes as despesas
    públicas. De tal modo, a experiência da gestão participativa, a partir da instituição
    do orçamento democrático e sua contribuição enquanto elemento propulsor da
    cidadania, constitui o nosso objeto de estudo. Este trabalho tem como objetivo
    contribuir com as discussões realizadas sobre participação popular e a efetivação da
    cidadania, a partir da apropriação dos mecanismos de funcionamento do Estado
    pelos atores da sociedade civil, abordando temas referentes à cidadania,
    participação popular e orçamento democrático. A hipótese é fundamentada na
    contribuição que o orçamento democrático possui na ampliação da cidadania de
    parcelas dos munícipes que participam desse processo, estimulando os
    aprendizados dos atores sociais a partir da inserção em espaços de participação
    social, como o orçamento democrático, colaborando com a concretização de uma
    cidadania mais ativa e participativa. Para o desenvolvimento da pesquisa, fez-se uso
    da metodologia qualitativa, e, como técnica de pesquisa, fez-se uso da pesquisa
    bibliográfica. Esse estudo procura refletir sobre a possibilidade de o orçamento
    democrático resgatar a efetividade da democracia, retomando o conceito de
    cidadania e soberania popular, pautado na ideia de participação dos cidadãos nos
    assuntos de interesse da coletividade.
    Palavras – chaves: Democracia participativ

    O cenário global, nos últimos tempos, vem refletindo mudanças econômicas epolíticas que alteram a maneira como interagem os mais diversos agentes sociais epolíticos. A necessidade de ampliação da democracia, na busca cada vez maisacentuada da incorporação dos atores sociais aos processos políticos, legitimadanão apenas pelo voto formal, mas numa relação real com a vontade popular, conferedestaque à democracia participativa. Estudos têm enfatizado que essa prática podeser considerada método eficaz no resgate e prática da cidadania, a partir daampliação de relação existente entre Estado e sociedade civil, fortalecendo o EstadoDemocrático de Direito. A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, oBrasil começou a se relacionar com novas formas de participação nas decisõespolíticas. Este novo modelo democrático desenvolve práticas participativas, aexemplo do orçamento democrático, instrumento que se propõe a democratizar osespaços públicos, valorizando a participação, pela concessão ao cidadão daoportunidade de opinar, debater e deliberar sobre matérias inerentes as despesaspúblicas. De tal modo, a experiência da gestão participativa, a partir da instituiçãodo orçamento democrático e sua contribuição enquanto elemento propulsor dacidadania, constitui o nosso objeto de estudo. Este trabalho tem como objetivocontribuir com as discussões realizadas sobre participação popular e a efetivação dacidadania, a partir da apropriação dos mecanismos de funcionamento do Estadopelos atores da sociedade civil, abordando temas referentes à cidadania,participação popular e orçamento democrático. A hipótese é fundamentada nacontribuição que o orçamento democrático possui na ampliação da cidadania deparcelas dos munícipes que participam desse processo, estimulando osaprendizados dos atores sociais a partir da inserção em espaços de participaçãosocial, como o orçamento democrático, colaborando com a concretização de umacidadania mais ativa e participativa. Para o desenvolvimento da pesquisa, fez-se usoda metodologia qualitativa, e, como técnica de pesquisa, fez-se uso da pesquisabibliográfica. Esse estudo procura refletir sobre a possibilidade de o orçamentodemocrático resgatar a efetividade da democracia, retomando o conceito decidadania e soberania popular, pautado na ideia de participação dos cidadãos nosassuntos de interesse da coletividade.

     

  • EMILIANA MARGARETH MORAIS NANGACOVIE
  • POLITICAS PÚBLICAS E DIREITO HUMANO À HABITAÇÃO EM ANGOLA NO PÓS-GUERRA.
  • Data: 25/03/2013
  • Hora: 10:00
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  • Angola é um pais pobre em franco crescimento econômico. Depois de 27 anos de guerra e 10 anos de paz é o tempo utilizado para analisar a consolidação de estruturas e a criação de condições de vida para todos os angolanos. Perante o crescimento desordenado das cidades, a pobreza gritante, democracia jovem e crescimento próspero, como traçar o caminho da política habitacional como meio de realização de direito humano à habitação condigna em Angola? Assim, Politicas públicas e direito humano à habitação lança-nos para o intrigante mundo da política e para o mundo rigoroso do direito, na busca de respostas práticas. O presente trabalho permeia política e direito, questionando o papel do Estado e do Direito, na realização de necessidades humanas. O estudo das políticas públicas nas categorias capitalista e socialita, traz a rational school de Chicago, explorando a rational choice, policys makers, politic decisors tendando desvendar as public decisions. é revelador como o centralismo e o autoritarismo socialista tendam esquivar-se a um processo semelhante ao americano. É no cruzamento entre direito e política que se percebe que é ainda acentuada as debilidades dos vários sistemas na garantia efetiva dos direitos sociais. No entanto, é notável ligeiro avanço doutrinário e institucional na efetivação de direitos sociais, mas não exatamente do direito à habitação. Nascido internacionalmente no século XX, os desdobramentos históricos do direito humano à habitação, e não apenas de propriedade, iniciam nas revoluções industriais, mas entre a doutrina unitária e a geracional dos direitos humanos, o destacável está em trabalhar para a realização do direito à habitação através de políticas de urbanização como eixo do direito humano ao desenvolvimento

  • GILMARA JOANE MACEDO DE MEDEIROS
  • O DIREITO A DEFENDER DIREITOS: OS DESAFIOS NA PROTEÇÃO DOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS
  • Data: 25/03/2013
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho dissertativo teve como objeto de estudo a defesa dos direitos humanos, pensando diante do cenário de violência existente contra os seus defensores quais os desafios na garantia da proteção dos mesmos. Para tanto, optou-se metodologicamente por realizar a análise dos desafios a partir do estudo de caso documental do assassinato do defensor de direitos humanos Manoel Bezerra de Mattos. A análise do caso foi realizada com base na distinção da violência praticada contra o mesmo diante de três categorias: quanto à forma, quanto ao alcance e quanto às fontes. A pesquisa foi estritamente documental e bibliográfica. O trabalho é composto por três capítulos mais considerações iniciais e finais. Optou-se por desenvolver o seguinte percurso analítico: trabalhar em primeiro lugar as modificações teóricas que possibilitaram a abertura dos direitos humanos para uma dimensão prática, isto é, evidenciar como os direitos humanos passaram a ser defendidos pelos ativistas, militantes, movimentos sociais e organizações não governamentais ao redor do mundo. O segundo capítulo preocupou-se em evidenciar como esta abertura provocou reações contrárias à defesa dos direitos humanos, gerando um forte cenário de violência contra os mesmos, e como este cenário repercutiu internacionalmente para a formulação do direito a defender direitos, prerrogativas do defensor de direitos humanos. Buscou-se trabalhar como na esfera internacional foi construído o arcabouço normativo da proteção dos defensores e como esta vem sendo interpretada pelo mecanismo de proteção do sistema interamericano de direitos humanos. No terceiro capítulo, aproximou-se a problemática da violência contra defensores de direitos humanos no Brasil, analisando quais os maiores desafios encontrados na proteção dos mesmos, a partir do estudo do caso Manoel Mattos. Conclui-se no presente trabalho que os direitos humanos se tornaram o horizonte ético de nossa sociedade, ao passo, que este engajamento em defesa dos mesmos ainda não conseguiu suplantar os cenários de violência generalizadas sofridos por alguns países, provocados pelos altos índices de exclusão social e de impunidade. Neste sentido, concluímos que a proteção do defensor de direitos humanos deve garantir a continuidade de seu trabalho e a sua permanência no local em que atua; além disto, a proteção deve assegurar o combate às causas da violência contra o defensor, assim como auxiliá-lo apurando as denúncias que o mesmo faça. Por fim, o maior desafio colocado diz respeito ao envolvimento do Estado nas violações de direitos humanos contra defensores, sendo urgente pensar as possibilidades de proteger o defensor dos agentes estatais. Concluiuse também que a defesa dos direitos humanos é tarefa essencial nas democracias e que proteger o defensor é estender esta proteção a um número indeterminado de pessoas, ou seja, é também garantir a aplicação dos próprios direitos humanos.
  • KASSIA LIRIAM DE LIMA COSTA CAPISTRANO
  • A Regulamentação dos Empregados Domésticos no Brasil face aos Princípios da Igualdade e da Dignidade da Pessoa Humana: as perspectivas da Convenção N. 189 da OIT e da PEC 478/2010
  • Data: 22/03/2013
  • Hora: 15:00
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  • Os trabalhadores domésticos são marcados pela segregação social que lhes acompanha desde sua origem, qual seja, a escravidão. Percebe-se que as vicissitudes sociais propiciaram-lhes gradativa conquista de liberdade, que para ser efetivada demanda a promoção da igualdade substancial. A conjugação da preservação dos princípios da liberdade e da igualdade, compreendidos estes em suas integrais dimensões, resultará no desenvolvimento pessoal do indivíduo, que, por sua vez, torna-se agente edificador da sociedade na medida em que adquire potencialidade. Logo, o desenvolvimento da pessoa humana colabora para o bem comum, desiderato da Constituição Federal. Nesse quadro indubitavelmente deve inserir-se o trabalhador doméstico. No decorrer do estudo demonstrar-se-á que o princípio da dignidade da pessoa humana opera como matriz e finalidade de todo o texto constitucional, projetando-se como apanágio de efetividade da cidadania. O trabalho digno, por sua vez, exsurge como valor constitucional preponderante, instigando a pauta de diversos debates supranacionais. Aventando a necessidade de se garantir aos trabalhadores domésticos um labor decente, sintonizado com os valores-referências dos direitos humanos, a OIT editou a Convenção nº 189 com escopo de promover a equiparação dos direitos dos trabalhadores domésticos aos já concedidos às outras categorias trabalhistas. Na esteira da aprovação da citada Convenção nº 189, a PEC nº 478/2010 alcançou o merecido fôlego e segue a passos largos para aprovação, com trâmite legislativo ordinário já no Senado da República. O presente trabalho objetiva demonstrar amiúde a viabilidade de adesão do Brasil àquela norma convencional e a utilidade socioeconômica que a aprovação da PEC nº 478/2010 proporcionará no contexto da evolução da cidadania dos trabalhadores domésticos. Fundamentos históricos, estatísticos, doutrinários, constitucionais, legais e mesmo filosóficos são alçados para revelar a viabilidade das concepções que se lastreiam nesse particular.

  • MONARA MICHELLY DE OLIVEIRA CABRAL
  • RELAÇÃO JORNADA DE TRABALHO E TRABALHO DECENTE: ENTRE A EFICÁCIA ECONÔMICA E O RETROCESSO SOCIAL
  • Data: 22/03/2013
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho volta-se ao estudo da proposta de redução da jornada de trabalho sem redução de salários como medida viável à concretização da dignidade do trabalhador e meio de contribuir para o progresso econômico, este aliado à valorização social do trabalho. Para a realização da pesquisa, de natureza basicamente qualitativa, foi utilizado método dialético para abordagem do tema. Como métodos de procedimento foram utilizados os métodos histórico e interpretativo. Foi empreendida como técnica de pesquisa a documentação indireta, por meio da pesquisa bibliográfica. Em um contexto de exploração do trabalho humano pelo capital, onde a questão do tempo do trabalho ocupa lugar de destaque, surge a necessidade de humanização das relações de trabalho. No intuito de proteger a dignidade humana através da concretização dos direitos fundamentais dos trabalhadores, encontra-se a demanda pela redução da jornada de trabalho. Alega-se que a implantação da medida promove a qualidade de vida do trabalhador, proporcionando-lhe tempo livre para o lazer, convívio familiar, descanso, qualificação profissional e se apresenta como medida eficaz de combate ao desemprego. O tema é bastante polêmico, traduzindo-se num verdadeiro embate entre forças de grupos sociais antagônicos, estando de um lado os trabalhadores, reivindicando o direito a uma jornada decente de trabalho, que lhes assegure a proteção à sua integridade física e psíquica, e de outro, os empregadores, que contrários à implantação da medida alegam impactos econômicos negativos para suas atividades e consequente perda de competitividade, devido ao aumento de custos sociais. As experiências de alguns países revelam que a implementação da medida não alcançou os resultados pretendidos quanto à criação de postos de trabalho, mas também não provocou retrocesso econômico. Para a proposta de redução da jornada de trabalho ter êxito é necessário que seja implementada por lei e ainda que estabeleça limitações quanto à intensificação do trabalho e utilização de horas extras, pois tais mecanismos evitam as novas contratações e, consequentemente, comprometem os avanços no combate ao desemprego. A redução da jornada de trabalho se mostra como um meio adequado para concretização da dignidade humana, tendo em vista que a jornada de trabalho limitada, justa, reduzida proporciona ao trabalhador qualidade de vida e possibilita o seu desenvolvimento pleno na comunidade em que vive. Tal medida também proporciona resultados positivos para o mercado de trabalho e para a economia, sobretudo quando é implementada sem redução salarial, o que possibilita o aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores que também são consumidores. A implantação da medida constitui um importante passo em direção à harmonização de valores econômicos e sociais, revelando-se como medida apta a colocar a economia em favor do homem.

  • ANNA STEPHANIE BRITO VEIGA PESSÔA
  • AS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ERA GLOBALIZADA: O DESAFIO DA AMPLIAÇÃO DA TUTELA AOS TRABALHADORES
  • Data: 22/03/2013
  • Hora: 13:00
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  • Esta dissertação focaliza as mudanças ocorridas no mercado de trabalho diante da reestruturação empresarial, evidenciando o surgimento de um coletivo de trabalhadores, denominados de parassubordinados ou autônomos economicamente dependentes. Para tanto, foi empreendida uma pesquisa jurídica teórico-instrumental, de natureza qualitativa, utilizando os métodos dialético e analítico para a abordagem do tema. Como procedimento foram empregados os métodos histórico, comparativo e de interpretação e, por fim, utilizou-se como técnica de pesquisa, a documentação indireta. A restrita intervenção do Estado na economia em virtude das políticas neoliberais possibilitou que as empresas promovessem uma reestruturação produtiva para se moldarem ao contexto de economias internacionais, desmantelando as estruturas do mercado de trabalho. O trabalho precário intensificou-se na década de 1990, uma vez que aos trabalhadores cabia a escolha entre o desemprego e o trabalho em condições precárias, por meio de contratos atípicos. As subcontratações e terceirizações ganharam destaque na descentralização empresarial, permitindo que as empresas concentrem em si apenas atividades ligadas à valorização das marcas e dos seus produtos, transferindo para terceiros a execução do processo produtivo. A utilização de mão de obra autônoma sem um vínculo estável tomou conta da sociedade. Os trabalhadores autônomos, com alta ou baixa qualificação, são arregimentados para desenvolverem atividades diretamente ligadas à dinâmica empresarial, consumindo grande parte da sua jornada de trabalho, impossibilitando, assim, a prestação de serviços para outras empresas. O Direito, então, a partir da teoria da parassubordinação, instrumento de inserção laboral utilizado na Itália e aprimorado na Espanha, por meio do Estatuto do Trabalho Autônomo, visa proteger esses trabalhadores que são juridicamente autônomos, mas economicamente dependentes, garantindo direitos mínimos a todos aqueles que trabalham, seja por conta própria, seja por conta alheia, conferindo uma identidade à classe trabalhadora para se mobilizar e atuar em busca da concretização do seu desenvolvimento.

  • LUANA NATIELLE BASILIO E SILVA
  • O direito dos "de baixo": uma análise cultural do direito
  • Orientador : LORENA DE MELO FREITAS
  • Data: 21/03/2013
  • Hora: 16:00
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  • Este é um trabalho que se propõe a fazer uma análise do direito, sob um enfoque cultural, compreendendo o direito como resultado de um processo delimitado geográfica e temporalmente. O objetivo dessa análise é compreender como as manifestações percebidas no interior das periferias, aqui chamadas de “os de baixo”, podem ser entendidas como criação de sociabilidades alternativas e como os discursos produzidos sobre “os de baixo” podem servir para legitimar posições estanques. Esta proposta traz em seu bojo uma reflexão sobre como os membros de sociedades políticas que vivem sob o Estado de direito são, ao mesmo tempo, produzidos e produtos de uma comunidade sociopolítica que está pré-dispostas a só reconhecer autoridade nos textos normativos. É feita uma apresentação inicial de algumas das perspectivas que se propõem a explicar o direito, com uma análise crítica das mesmas, apresentando-o como produto cultural. Para a consecução do fim proposto e delimitação do objeto de pesquisa, os temas principais aqui trabalhados foram detalhados sob o ponto de vista conceitual. Por fim foram apresentadas algumas das discussões sobre o direito achado na rua, como a manifestação de sócio-jurídica dos “de baixo”.

  • DAVID DE OLIVEIRA MONTEIRO
  • MATERNIDADE NA PRISÃO: INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 21/03/2013
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Ciências Jurídicas, do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba, vinculada à área de concentração em Direitos Humanos e à linha Gênero e Direitos, cuida da investigação sobre a maternidade na prisão. Para tanto, problematiza-se a partir da relação entre a realidade prisional brasileira e os instrumentos de proteção e defesa dos direitos humanos das mães e de seus filhos no contexto prisional nacional e estadual. A pesquisa é do tipo bibliográfico- documental. Teoricamente ancorada nas reflexões de dois autores principais: Loïc Wacquant e Irving Goffman. A prisão é discutida como instrumento de controle social a partir do deslocamento operado do Estado-Providência para o Estado- Penal. A maternidade no cárcere é questionada enquanto direito a ser tutelado pelo Estado, suposta e contraditoriamente, o seu principal violador. Abastecem ainda a pesquisa, dados oficiais (2003 a 2012) do Departamento Penitenciário Nacional/MJ e da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, sem prejuízo da literatura revisada e do estudo da legislação dos Sistemas Global, Regional (ONU e OEA) e interno a respeito dos direitos à maternidade em ambiente prisional. Pretende-se saber se a violação pode ser justificada, exclusivamente, pela noção de Estado patriarcal. A hipótese de partida é a de que a violação dos direitos relacionados ao exercício da maternidade no cárcere tem como causa exclusiva a natureza sexista do Estado, o que justificaria o desrespeito aos instrumentos nacionais e internacionais de proteção. Ao final percebeu-se que mesmo diante da possibilidade de associação entre tal modelo e o desrespeito aos direitos das mães e de seus filhos de conviverem dignamente durante a execução penal, o fato é que o sistema prisional brasileiro não viola direitos, exclusivamente, em razão do sexo, mas, também, da condição de excluídos de que são revestidos os indivíduos homogeneizados no universo de uma instituição total.
  • ANDREZZA RODRIGUES NOGUEIRA
  • ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO FAMILIAR URBANA A PARTIR DAS RELAÇÕES DE GÊNERO: em busca de legitimação e equidade
  • Data: 20/03/2013
  • Hora: 14:00
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  •  

    Este estudo analisa o lugar social atribuído às mulheres nos sistemas de produção familiar
    urbana. Para isso, além da pesquisa teórica empreendida, foi realizado um estudo de caso
    comparado com dois sistemas produtivos familiares urbanos na cidade de Caruaru/PE que
    realizam atividades historicamente desempenhadas por mulheres: o artesanato do barro e a
    confecção de roupas, por meio da facção. De acordo com a literatura discutida, apesar da
    contribuição e da crescente participação feminina no mundo trabalho, esta atuação ainda
    ocorre de maneira hierarquizada, desigual e pouco valorada, quando comparada ao trabalho
    masculino. Isto ocorre por influência dos traços do sistema patriarcal e da recorrente divisão
    sexual do trabalho contida nas relações de gênero que, ao longo da história constituíram-se
    enquanto relações de poder, na forma da dominação masculina perpassando as diversas
    instituições sociais. Nessa conjuntura, faz-se necessário compreender as relações de gênero no
    mundo do trabalho de maneira a dar visibilidade ao importante papel desempenhado pela
    mulher. Diante de tal quadro sócio-histórico, a luta pelos direitos econômicos e sociais das
    mulheres tem por desafio, além de garantir a equidade formal, encontrar caminhos possíveis
    dentro de sua competência para promover a igualdade material entre mulheres e homens.
    Neste sentido, defende-se que a autonomia econômica e a participação efetiva das mulheres
    na economia é um fator importante para seu empoderamento. O quadro metodológico
    escolhido foi o Método do Caso Alargado que se propõe a ampliar as compreensões do estudo
    de caso comum para o âmbito da sociedade. Assim, foi realizado um estudo de caso
    comparado que teve os dados coletados em campo analisados por meio da técnica de Análise
    de Conteúdo. As conclusões revelam um rico espaço de debates em meio à nova configuração
    das relações laborais, processo marcado por impactos decorrentes da globalização em que
    elementos do capitalismo e do patriarcado se combinam e demonstram a complexidade da
    sociedade contemporânea que interfere no cotidiano de mulheres e homens de forma desigual.
    Assim, estudar essas transformações auxilia na identificação de eventos e processos que
    causam consequências relevantes na vida social e possibilitam estudar caminhos para a
    superação das desigualdades existentes.

    Este estudo analisa o lugar social atribuído às mulheres nos sistemas de produção familiarurbana. Para isso, além da pesquisa teórica empreendida, foi realizado um estudo de casocomparado com dois sistemas produtivos familiares urbanos na cidade de Caruaru/PE querealizam atividades historicamente desempenhadas por mulheres: o artesanato do barro e aconfecção de roupas, por meio da facção. De acordo com a literatura discutida, apesar dacontribuição e da crescente participação feminina no mundo trabalho, esta atuação aindaocorre de maneira hierarquizada, desigual e pouco valorada, quando comparada ao trabalhomasculino. Isto ocorre por influência dos traços do sistema patriarcal e da recorrente divisãosexual do trabalho contida nas relações de gênero que, ao longo da história constituíram-seenquanto relações de poder, na forma da dominação masculina perpassando as diversasinstituições sociais. Nessa conjuntura, faz-se necessário compreender as relações de gênero nomundo do trabalho de maneira a dar visibilidade ao importante papel desempenhado pelamulher. Diante de tal quadro sócio-histórico, a luta pelos direitos econômicos e sociais dasmulheres tem por desafio, além de garantir a equidade formal, encontrar caminhos possíveisdentro de sua competência para promover a igualdade material entre mulheres e homens.Neste sentido, defende-se que a autonomia econômica e a participação efetiva das mulheresna economia é um fator importante para seu empoderamento. O quadro metodológicoescolhido foi o Método do Caso Alargado que se propõe a ampliar as compreensões do estudode caso comum para o âmbito da sociedade. Assim, foi realizado um estudo de casocomparado que teve os dados coletados em campo analisados por meio da técnica de Análisede Conteúdo. As conclusões revelam um rico espaço de debates em meio à nova configuraçãodas relações laborais, processo marcado por impactos decorrentes da globalização em queelementos do capitalismo e do patriarcado se combinam e demonstram a complexidade dasociedade contemporânea que interfere no cotidiano de mulheres e homens de forma desigual.Assim, estudar essas transformações auxilia na identificação de eventos e processos quecausam consequências relevantes na vida social e possibilitam estudar caminhos para asuperação das desigualdades existentes.

     

  • THEREZA MICHELLE A DE LIMA
  • REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO E DIREITOS HUMANOS: APLICAÇÃO DO DIREITO À LUZ DO REALISMO JURÍDICO
  • Data: 20/03/2013
  • Hora: 08:00
  • Mostrar Resumo
  • A atividade jurisdicional tem adotado nos últimos anos um método de atuar que se pauta numa liberdade interpretativa dos magistrados que se fundamentam em experiências particulares para prolatar uma sentença. Tal atitude foi observada na interpretação extensiva da remição de pena pelo estudo que foi inserida no cenário jurídico pela interpretação extensiva da LEP/84 que previa apenas a remição por meio do trabalho. A partir de então, uma concepção de um direito prático e real, existente, afastou-se da concepção hipotética de direito, influenciados pelos Direitos Humanos. Desta forma, os juristas viram a educação como meio ressocializador do indivíduo. Essa atitude nos fez observar características do Realismo Jurídico Norte-Americano, teorizado por Benjamin Cardozo, no entendimento que direito se constitui mesmo é no momento de sua aplicação pelos magistrados, diante de cada caso. A análise do § 2º do art. 5º da Constituição Federal mostra a base para esta interpretação, guiado pela possibilidade de aplicação dos direitos humanos não inseridos na legislação brasileira. Diante deste fato, pode se observar o processo de inserção e a aplicação dos direitos e garantias não escritos no texto constitucional, mas presentes em tratados de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. A morosidade do Legislativo diante dos projetos de Lei que abarcavam a remição de pena pelo estudo, não estancou o pensamento jurídico e sua atitude que diante desta questão viu nos Direitos Humanos uma maneira mais humanizada de garantir os direitos do preso e solidificar sua dignidade humana. Desta forma, surgiu nos fóruns e tribunais uma nova forma de remir a pena: a remição por meio do estudo. Essa sequência de decisões fizeram brotar um novo direito, constituído dentro dos fóruns e tribunais nacionais, fazendo com que o STJ editasse a Súmula 341, que apresentando o entendimento que “A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto”. Entendimento esse que fundamentou uma série de julgados, fruto da interpretação extensiva da LEP/84 e da influência direta dos direitos humanos, que podem ser analisados a partir das características do Realismo Jurídico.

  • ADRIANA GUEDES DE CASTILHO
  • ENTRE A JUSTIÇA E A INJUSTIÇA AMBIENTAL: ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NOS CONFLITOS AMBIENTAIS.
  • Data: 18/03/2013
  • Hora: 14:00
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  •  

    A pesquisa analisou a atuação do Poder Judiciário através do exame das decisões
    judiciais decorrentes de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal
    do estado da Paraíba e Amazonas diante de um dano ambiental. O foco de analise é
    a relação humana e ambiental com ênfase na questão ambiental não apenas em
    termos de preservação, mas distribuição e justiça. Para tanto, a pesquisa mergulhou
    no novo universo da ecologia política e do movimento por justiça ambiental que
    relacionam problemas ambientais e desigualdades sociais como originadas de um
    modelo de desenvolvimento injusto, onde os danos ambientais negativos recaem,
    em sua maioria, para as populações mais pobres e discriminadas. Este enfoque
    ambiental diferencia-se dos tradicionais estudos ecológicos sobre escassez e
    preservaçao de recursos naturais, haja analisar o meio ambiente e os atores sociais
    conjuntamente. Realizou-se, no primeiro capítulo, uma revisão de literatura sobre o
    meio ambiente e o dano ambiental, a origem do movimento por justiça ambiental,
    através de autores do campo do direito, sociologia ambiental, ecologia política e
    economia ecológica, e posteriormente a relação do movimento com o
    desenvolvimento de uma nação. Em um segundo momento, estudou-se os conflitos
    ambientais como forma de injustiça socioambiental, através da abordagem das
    ciências sociais, sendo destacado o conceito, os tipos de conflitos, as correntes que
    buscam soluções para os conflitos e as bases metodológicas em ecologia política
    para os conflitos ambientais. No terceiro capítulo foi realizada a pesquisa
    propriamente dita, através da análise de ações civis públicas ambientais propostas
    pelo Ministério Público Federal do estado da Paraíba e Amazonas, sendo os
    resultados distribuídos em tabelas e gráficos que indicam que o estado no estado da
    Paraíba ainda há poucas ações ambientais quando comparado com o Amazonas;
    que o conflito ambiental mais predominante é o espacial que decorre da ação
    humana; o tempo maior dos conflitos são os que decorrem de disputas territoriais e
    os que envolvem grandes empreendimentos; o pedido do Ministério Público e a
    decisão judicial tendem a uma obrigação de fazer ou não fazer para reparar o dano
    ambiental cumulada com condenação em dinheiro e o Poder Judiciário do estado do
    Amazonas relacionou degradação ambiental e riscos aos seres humanos na maioria
    de suas ações, comungando com as premissas do movimento por justiça ambiental
    e ecologia política que analisam o meio ambiente e suas conseqüências para as
    populações.

    A pesquisa analisou a atuação do Poder Judiciário através do exame das decisõesjudiciais decorrentes de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federaldo estado da Paraíba e Amazonas diante de um dano ambiental. O foco de analise éa relação humana e ambiental com ênfase na questão ambiental não apenas emtermos de preservação, mas distribuição e justiça. Para tanto, a pesquisa mergulhouno novo universo da ecologia política e do movimento por justiça ambiental querelacionam problemas ambientais e desigualdades sociais como originadas de ummodelo de desenvolvimento injusto, onde os danos ambientais negativos recaem,em sua maioria, para as populações mais pobres e discriminadas. Este enfoqueambiental diferencia-se dos tradicionais estudos ecológicos sobre escassez epreservaçao de recursos naturais, haja analisar o meio ambiente e os atores sociaisconjuntamente. Realizou-se, no primeiro capítulo, uma revisão de literatura sobre omeio ambiente e o dano ambiental, a origem do movimento por justiça ambiental,através de autores do campo do direito, sociologia ambiental, ecologia política eeconomia ecológica, e posteriormente a relação do movimento com odesenvolvimento de uma nação. Em um segundo momento, estudou-se os conflitosambientais como forma de injustiça socioambiental, através da abordagem dasciências sociais, sendo destacado o conceito, os tipos de conflitos, as correntes quebuscam soluções para os conflitos e as bases metodológicas em ecologia políticapara os conflitos ambientais. No terceiro capítulo foi realizada a pesquisapropriamente dita, através da análise de ações civis públicas ambientais propostaspelo Ministério Público Federal do estado da Paraíba e Amazonas, sendo osresultados distribuídos em tabelas e gráficos que indicam que o estado no estado daParaíba ainda há poucas ações ambientais quando comparado com o Amazonas;que o conflito ambiental mais predominante é o espacial que decorre da açãohumana; o tempo maior dos conflitos são os que decorrem de disputas territoriais eos que envolvem grandes empreendimentos; o pedido do Ministério Público e adecisão judicial tendem a uma obrigação de fazer ou não fazer para reparar o danoambiental cumulada com condenação em dinheiro e o Poder Judiciário do estado doAmazonas relacionou degradação ambiental e riscos aos seres humanos na maioriade suas ações, comungando com as premissas do movimento por justiça ambientale ecologia política que analisam o meio ambiente e suas conseqüências para aspopulações.

  • MARCUS JOELBY BEZERRA COSTA
  • A INFLUÊNCIA DA OBRA A SOCIEDADE ABERTA DE PETER HÄBERLE NAS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: O CASO FICHA LIMPA
  • Orientador : FREDYS ORLANDO SORTO
  • Data: 17/03/2013
  • Hora: 17:00
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação trata da influência que a participação de membros externos ao
    Poder Judiciário pode ter em ações desenvolvidas por agentes institucionais ligados a
    esse Poder, especialmente quando da análise, interpretação e aplicação de normas
    constitucionais. Analisa-se a referida influência a partir da assimilação de teoria de
    Häberle no âmbito jurídico institucional do país. O eixo teórico que fundamenta o
    problema da pesquisa é a relação entre a teoria da Sociedade Aberta dos Intérpretes da
    Constituição, sua assimilação pelo Judiciário e a questão da proteção e/ou efetivação
    de direitos humanos fundamentais. Configura-se em paradigma das prescrições
    teóricas a análise do “Caso Ficha Limpa”, por meio da qual se descreve de que modo
    as tensões prescritas – teórica e argumentativamente – no âmbito da interação entre
    integrantes da sociedade aberta dos intérpretes e agentes institucionais ligados ao
    Judiciário gera efeitos e quais os efeitos desse tipo de influência na atuação dos
    órgãos jurisdicionais brasileiros e na interpretação da Constituição. As conclusões
    decorrentes da análise auxiliam não somente na compreensão da interinfluência entre
    a tese da Sociedade Aberta dos Intérpretes e o Judiciário brasileiro, mas
    principalmente no descortinamento de processos de influência exercidos por
    signatários de grupos sociais com poder de pressão sobre instituições políticas e
    judiciais, em defesa de direitos particulamente relacionados com os respectivos
    interesses. A pesquisa revela qual a medida potencial dos resultados daí decorrentes:
    de que forma eles transbordam a esfera particular dos casos observados, de que
    maneira podem potencialmente se transformar em ameaça a direitos fundamentais
    instituídos na Constituição e, mais drasticamente, ameaça à própria ordem
    institucional vigente no Brasil. A concepção metodológica que ordena as abordagens
    ancora-se na utilização da Dialética Crítica. A metodologia escolhida está
    instrumentalizada pelo entrelaçamento de diversas fontes: livros, periódicos, artigos,
    relatórios, leis, regulamentos, decisões judiciais etc. A pesquisa também apresenta
    caráter exploratório.

  • ANNUSKA MACEDO SANTOS DE FRANÇA PAIVA MAIA
  • A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS PRODUTORAS DE PETRÓLEO: A REGULAÇÃO SOCIAL COMO GARANTIA DE DESENVOLVIMENTO
  • Data: 15/03/2013
  • Hora: 09:00
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  • Objetiva-se, através desta dissertação, analisar a responsabilidade social das empresas produtoras de petróleo no Brasil, buscando indicar qual perfil regulatório deve ser adotado pelo Estado para garantir que os grupos exploratórios cumpram sua função social nesta atividade, já que a E&P do petróleo geram riscos ao desenvolvimento do Brasil. Aponta-se que o Fundo Social do Petróleo não blinda o país da doença holandesa e da petropolitics. Ao vincular a atividade corporativa à promoção de sua função social, a Constituição Federal de 1988 mostra que a empresa não se destina exclusivamente ao lucro, devendo ser socialmente responsável, respeitando as obrigações legais e a comunidade em que se insere. Neste sentido, surge a responsabilidade social empresarial, corrente gerencial adotada pelas empresas devido a uma motivação instrumental, já que, empiricamente, gera benefícios para a companhia, aumentando o seu valor, mesmo indiretamente. No Brasil, verificou-se, através de estudo de caso de amostra estatisticamente relevante que, das 40 empresas que exploram petróleo, apenas nove apresentam programas de responsabilidade social. Tais programas, no entanto, consistem majoritariamente em apoio financeiro a ONGs, não mantendo relação com os danos sócio-econômico-ambientais decorrentes da atividade petroleira, não cumprindo totalmente sua função social. Para exigir seu cumprimento, propõe-se a responsabilização social, pelo Estado e pela sociedade civil, das empresas que causem danos sociais, inclusive utilizando a Ação Civil Pública como instrumento processual. Ainda, por meio contratual, pode-se exigir dessas empresas relatórios de impacto social e a evolução das ações tomadas pela entidade, através dos balanços sociais. Por fim, o incremento de exigências legais para que as empresas cumpram sua função social aumentam o mínimo exigido pelo Estado para responsabilidade social. A regulação social desse assunto é, portanto, soft, com centro hard. Quanto mais esse núcleo duro for reforçado com interesses sociais, mais facilmente o desenvolvimento será atingido, garantindo o bem estar social.

  • MONIQUE XIMENES LOPES DE MEDEIROS
  • A CRIMINALIZAÇÃO DA MIGRAÇÃO INTERNACIONAL DAS TRABALHADORAS DO SEXO E O SEU TRATAMENTO COMO VÍTIMAS DO TRÁFICO DE PESSOAS: O PAPEL DO LIVRE CONSENTIMENTO
  • Data: 14/03/2013
  • Hora: 09:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A migração internacional de trabalhadoras do sexo éinserida como crime pelo Código Penal Brasileiro. Diante dessa observação, o presente trabalho analisa a interferência do consentimento da migrante na definição legal do tráfico internacional de mulherespara fins de exploração sexual. Para tanto, é realizadoo estudo dos textos normativos adotados pelo Brasil sobre tráfico sexual de mulheres, revisão bibliográfica jurídica e feminista, bem como análise da jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O texto é dividido em três capítulos, sendo que o primeiro deles se centra basicamente na hermenêutica das leis e tratados que disciplinam o tráfico internacional de mulheres, especificamente o artigo 231 do Código Penal e o artigo 3º do Protocolo de Palermo, com estabelecimento, ao final, das diferenças conceituais entre tráfico de pessoas, contrabando de migrantes e migração. O segundo capítulo discorre acerca da prostituição e da migração para trabalho no mercado do sexo. Explana os modelos jurídicos de regulamentação da prostituição, o posicionamento das teóricas feministas sobre a venda de serviços sexuais e as suas consequências na distinção entre o tráfico de mulheres e a migração feminina. Por fim, o último capítulo analisa decisões de primeiro e segundo graus de jurisdição de processos vinculados ao TRF da 5ª Região. O estudo jurisprudencial foca na interpretação e aplicação dos textos legais disciplinadores do tráfico de pessoas, especificamente se os órgãos julgadores observaram a existência, no caso concreto, do consentimento feminino em migrar para prostituir-se e qual a interferência que essa possível constatação fez no julgamento dos crimes de tráfico de mulheres para fins de exploração sexual. Conclui-se pela necessidade de se compreender a mulher como autônoma e capaz de fazer escolhas que determinem a sua vida e a sua profissão, pois pensar diferente significaria inferiorizar o sujeito feminino, transferindo para instituições patriarcais, como o Direito, o poder de disciplinar suas opções. A capacidade de autodeterminação abrange inclusive o campo da liberdade sexual. E, portanto, as mulheres que mudam de país com o objetivo de se prostituírem são aqui entendidas como trabalhadoras do sexo migrantes, enquanto aquelas que são enganadas, oprimidas ou exploradas são compreendidas como vítimas de redes de tráfico de pessoas, a quem devem ser fornecidas proteção jurídica, social e psicológica, além da evidente salvaguarda dos seus direitos humanos.

  • JOSE DOMINGOS DE MORAIS
  • A INTERVENÇÃO DO PROVEDOR DE JUSTIÇA NA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE INJUSTIÇAS DOS PODERES PÚBLICOS
  • Data: 13/03/2013
  • Hora: 12:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • Este trabalho versa sobre a relevância da figura do Provedor de Justiça no ordenamento jurídico angolano, como uma instituição garantidora do respeito pelos direitos, liberdades e garantia dos cidadãos face aos poderes públicos. Portanto, esta pesquisa tem por objetivo analisar o papel deste órgão na sua intervenção com vista a prevenir e reparar as injustiças dos poderes públicos, tendo como mecanismo da sua atuação as recomendações aos órgãos visados após apresentação das queixas pelos particulares das ações ou omissões dos poderes públicos. Assim, dentre os principais entraves na intervenção do Provedor de Justiça reside na ausência do poder decisório das suas recomendações. A dissertação está referenciada numa pesquisa pautada em indicações bibliográficas, procurando fazer um estudo comparativo da figura do Provedor de Justiça no direito angolano relativamente algumas ordens jurídicas que consagram esta figura na sua Constituição. A hipótese pretende evidenciar a relevância do Provedor de Justiça como um mecanismo do sistema de acesso ao direito e à justiça, que visa à defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, assegurando, a justiça e a legalidade da atividade da administração pública, e, consequentemente clarificando o papel deste órgão relativamente às instituições que exercem a função jurisdicional nos termos do consagrado na Constituição da República de Angola, como forma a garantir a efetivação do Estado democrático e de direito. Assim sendo, pretendemos ainda aguçar a consciência de que, independentemente de apreciar sem poder decisório as reclamações requeridas a este órgão do Estado, o Provedor de Justiça exerce um papel fundamental na prevenção e reparação de injustiças e ilegalidades dos poderes públicos.

  • ROBERTO GONCALVES FRANCISCO
  • O DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA EM ANGOLA: desafios e problemas à luz do direito internacional dos direitos humanos.
  • Data: 08/03/2013
  • Hora: 09:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O tema em discussão pesquisa a eficácia do Direito à Educação Básica em Angola –
    período de 2002 a 2010 – analisando os desafios e problemas à luz do Direito Internacional 
    dos Direitos Humanos. Deste modo, foram levantadas duas perguntas que o presente estudo 
    aspira responder. Primeiro, pergunta-se, sob a perspectiva do Direito Internacional Público, 
    quais exatamente os deveres que decorrem dos tratados de direitos humanos aceites por 
    Angola em relação à garantia do direito à educação básica? Segundo, após a identifição destes 
    deveres, coloca-se a questão, se ou até que ponto o Estado angolano está a efetivá-los? 
    Portanto, a presente pesquisa parte do fato de que Angola aceitou, por meio da raticação de 
    tratados de direitos humanos ou adesão a eles, uma série de obrigações internacionais no que 
    se refere especificamente à garantia do direito à educação básica bem como da hipótese que o 
    Estado tem dificuldades do seu cumprimento, talvez até às vezes violando alguns dos seus 
    deveres decorrendo do Direito Internacional Público. Em função dos dados bibliográficos e, 
    sobretudo, documentais, foi possível concluir que nossa primeira hipótese é confrimada, uma 
    vez que Angola aderiu uma série de tratados internacionais, mas não confirmamos a segunda, 
    uma vez que o Estado angolano está cumprir os seus deveres, mas com falhas na elaboração e 
    implementação das políticas publicas para setor educativo, o que não significa que esteja a 
    violar o Direito Internacional dos Direitos Humanos.
    O tema em discussão pesquisa a eficácia do Direito à Educação Básica em Angola –período de 2002 a 2010 – analisando os desafios e problemas à luz do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Deste modo, foram levantadas duas perguntas que o presente estudo aspira responder. Primeiro, pergunta-se, sob a perspectiva do Direito Internacional Público, quais exatamente os deveres que decorrem dos tratados de direitos humanos aceites por Angola em relação à garantia do direito à educação básica? Segundo, após a identifição destes deveres, coloca-se a questão, se ou até que ponto o Estado angolano está a efetivá-los? Portanto, a presente pesquisa parte do fato de que Angola aceitou, por meio da raticação de tratados de direitos humanos ou adesão a eles, uma série de obrigações internacionais no que se refere especificamente à garantia do direito à educação básica bem como da hipótese que o Estado tem dificuldades do seu cumprimento, talvez até às vezes violando alguns dos seus deveres decorrendo do Direito Internacional Público. Em função dos dados bibliográficos e, sobretudo, documentais, foi possível concluir que nossa primeira hipótese é confrimada, uma vez que Angola aderiu uma série de tratados internacionais, mas não confirmamos a segunda, uma vez que o Estado angolano está cumprir os seus deveres, mas com falhas na elaboração e implementação das políticas publicas para setor educativo, o que não significa que esteja a violar o Direito Internacional dos Direitos Humanos.

  • JOAO BATISTA VASCONCELOS
  • FUNÇÃO ECONÔMICA DOS CONTRATOS DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO E O DIREITO FUNDAMENTAL A MORADIA
  • Data: 01/03/2013
  • Hora: 11:00
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  •  

    A modernidade impõe ao Brasil, a exemplo de outras nações, um modelo de estado
    social insculpido na Carta da República de 1988, modificando completamente o
    modelo anterior pela forma dos novos tempos, fixando-se com maior ênfase o direito
    fundamental, que, dentre tantas obrigações ao Estado, incluiu o direito à moradia
    digna para seus populares. Evidente que tal obrigação não poderá ser realizada de
    forma aleatória, principalmente perante o grande volume de dinheiro que será
    exigido para cumprir um direito fundamental suprimido por muitas décadas,
    problema, inclusive, que se avolumou significativamente com o processo de
    urbanização, o que acarretou grande êxodo rural e deu surgimento a habitações
    sub-humanas, fato este que cobre todo o país. Com isso, o Estado deve buscar
    cumprir sua função através de recursos retirados de diversos segmentos monetários,
    centrando-se particularmente o presente estudo, na importância oriunda do
    Orçamento Geral da União - OGU e no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -
    FGTS, dinheiro este que pertence aos trabalhadores e é repassado pelo Governo
    Federal para o cumprimento do direito social em análise. Veja-se de logo, que o
    cumprimento do direito fundamental, tem por obrigação atentar para a reserva do
    possível, posto que não se pode resolver o problema de maneira imediata. De outra
    banda, assume importância insofismável a recuperação do crédito colocado à
    disposição do programa, portanto, embora o estado social admitido na nova Carta
    Magna, quando impõe a obrigação da função social do contrato, porém tal
    determinação deve ser analisada de forma que não gere prejuízos a ambas as
    partes, sendo imperativa a quitação dos contratos, em razão da permanência do
    programa. Desta forma, em uma visão econômica, a inadimplência neste tipo de
    contrato assume uma importância imensa, até porque, mais do que atender ao
    programa, tem, por obrigação, existir uma preocupação maior em relação ao
    recebimento da importância utilizada para garantir a sobrevivência do programa de
    financiamento imobiliário. Logo, a recuperação do crédito é primordial. Este Trabalho
    buscará analisar a função social do Direito Econômico e sua inter-relação com os
    Direitos Humanos, visto que o primeiro funciona como instrumento para que as
    metas do segundo sejam alcançadas, ou seja, o Direito Econômico funciona como
    mecanismo, como meio através do qual se torna possível a concretização dos
    Direitos Sociais, posto que, somente com recursos se chegará à efetivação do
    Direito Social da moradia determinado na Constituição de 1988.
    Palavras

    A modernidade impõe ao Brasil, a exemplo de outras nações, um modelo de estadosocial insculpido na Carta da República de 1988, modificando completamente omodelo anterior pela forma dos novos tempos, fixando-se com maior ênfase o direitofundamental, que, dentre tantas obrigações ao Estado, incluiu o direito à moradiadigna para seus populares. Evidente que tal obrigação não poderá ser realizada deforma aleatória, principalmente perante o grande volume de dinheiro que seráexigido para cumprir um direito fundamental suprimido por muitas décadas,problema, inclusive, que se avolumou significativamente com o processo deurbanização, o que acarretou grande êxodo rural e deu surgimento a habitaçõessub-humanas, fato este que cobre todo o país. Com isso, o Estado deve buscarcumprir sua função através de recursos retirados de diversos segmentos monetários,centrando-se particularmente o presente estudo, na importância oriunda doOrçamento Geral da União - OGU e no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -FGTS, dinheiro este que pertence aos trabalhadores e é repassado pelo GovernoFederal para o cumprimento do direito social em análise. Veja-se de logo, que ocumprimento do direito fundamental, tem por obrigação atentar para a reserva dopossível, posto que não se pode resolver o problema de maneira imediata. De outrabanda, assume importância insofismável a recuperação do crédito colocado àdisposição do programa, portanto, embora o estado social admitido na nova CartaMagna, quando impõe a obrigação da função social do contrato, porém taldeterminação deve ser analisada de forma que não gere prejuízos a ambas aspartes, sendo imperativa a quitação dos contratos, em razão da permanência doprograma. Desta forma, em uma visão econômica, a inadimplência neste tipo decontrato assume uma importância imensa, até porque, mais do que atender aoprograma, tem, por obrigação, existir uma preocupação maior em relação aorecebimento da importância utilizada para garantir a sobrevivência do programa definanciamento imobiliário. Logo, a recuperação do crédito é primordial. Este Trabalhobuscará analisar a função social do Direito Econômico e sua inter-relação com osDireitos Humanos, visto que o primeiro funciona como instrumento para que asmetas do segundo sejam alcançadas, ou seja, o Direito Econômico funciona comomecanismo, como meio através do qual se torna possível a concretização dosDireitos Sociais, posto que, somente com recursos se chegará à efetivação doDireito Social da moradia determinado na Constituição de 1988.Palavras

     

  • RAFAEL PONTES VITAL
  • Tutela preventiva dos consumidores dos sites de compras coletivas
  • Data: 01/03/2013
  • Hora: 09:00
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  • Com o advento do comércio eletrônico, muito se discutiu sobre a aplicação das
    normas do Código de Defesa do Consumidor nas relações onlines. Existia, de um
    lado, posicionamento retrógrado que defendia a descaracterização das lojas virtuais
    como fornecedoras de produtos ou serviços. O outro entendimento, que acabou
    sendo o predominante, preconizava que a relação virtual era mera extensão do
    mercado tradicional, motivo pelo qual deveria haver a mesma proteção estatal,
    incidindo todos os dispositivos possíveis do diploma consumerista. Porém, apesar
    de indiscutível a formação da relação de consumo nos negócios do comércio
    eletrônico, as fronteiras deste método vão além das do consumismo tradicional,
    principalmente porque ele é gênero com várias espécies que se encontram em
    evolução e suscitam discussões que ainda não são acobertadas pelo direito. Nesse
    sentido, uma das espécies que mais vem trazendo questões sobre a efetividade do
    atual Código de Defesa do Consumidor é o modelo de compras coletivas, meio de
    negociação online que requer número mínimo de pessoas para que a oferta seja
    cumprida. Esse mecanismo moldou completamente a tradicional relação de
    consumo, que deixou de ser bilateral, para ser multipolar, reunindo, muitas vezes,
    milhares de consumidores e apenas dois fornecedores. Em função da presença de
    muitas pessoas numa única relação de consumo, o lado mais forte do negócio,
    aproveitando-se, quase sempre, da sua superioridade econômica e da ignorância
    dos consumidores, vem impondo diversas práticas abusivas que ainda não são
    devidamente reprimidas pelo poder estatal e que trazem prejuízos milionários, já que
    as relações são coletivas. Há, dessa maneira, necessidade de intervenção do
    Estado nas relações de consumo virtuais coletivas, em que o Poder Público, através
    da atuação conjunta do executivo, Judiciário e legislativo, deve buscar medidas
    profiláticas para evitar as lesões aos direitos dos consumidores dos sites de
    compras coletivas, bem como transformar o ambiente online em algo seguro, pois
    ele será, num futuro próximo, o principal mecanismo de efetivação de negócios de
    compra e venda de produtos e serviços.
    Com o advento do comércio eletrônico, muito se discutiu sobre a aplicação dasnormas do Código de Defesa do Consumidor nas relações onlines. Existia, de umlado, posicionamento retrógrado que defendia a descaracterização das lojas virtuaiscomo fornecedoras de produtos ou serviços. O outro entendimento, que acabousendo o predominante, preconizava que a relação virtual era mera extensão domercado tradicional, motivo pelo qual deveria haver a mesma proteção estatal,incidindo todos os dispositivos possíveis do diploma consumerista. Porém, apesarde indiscutível a formação da relação de consumo nos negócios do comércioeletrônico, as fronteiras deste método vão além das do consumismo tradicional,principalmente porque ele é gênero com várias espécies que se encontram emevolução e suscitam discussões que ainda não são acobertadas pelo direito. Nessesentido, uma das espécies que mais vem trazendo questões sobre a efetividade doatual Código de Defesa do Consumidor é o modelo de compras coletivas, meio denegociação online que requer número mínimo de pessoas para que a oferta sejacumprida. Esse mecanismo moldou completamente a tradicional relação deconsumo, que deixou de ser bilateral, para ser multipolar, reunindo, muitas vezes,milhares de consumidores e apenas dois fornecedores. Em função da presença demuitas pessoas numa única relação de consumo, o lado mais forte do negócio,aproveitando-se, quase sempre, da sua superioridade econômica e da ignorânciados consumidores, vem impondo diversas práticas abusivas que ainda não sãodevidamente reprimidas pelo poder estatal e que trazem prejuízos milionários, já queas relações são coletivas. Há, dessa maneira, necessidade de intervenção doEstado nas relações de consumo virtuais coletivas, em que o Poder Público, atravésda atuação conjunta do executivo, Judiciário e legislativo, deve buscar medidasprofiláticas para evitar as lesões aos direitos dos consumidores dos sites decompras coletivas, bem como transformar o ambiente online em algo seguro, poisele será, num futuro próximo, o principal mecanismo de efetivação de negócios decompra e venda de produtos e serviços.

  • RODRIGO MONTEIRO PESSOA
  • A proteção das relações trabalhistas em face da automação para a concretização do desenvolvimento
  • Data: 24/01/2013
  • Hora: 10:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A proteção jurídica às relações trabalhistas em face da automação sempre gerou
    dúvidas sobre seus delineamentos e parâmetros. A própria etimologia do vocábulo
    automação é comumente confundido quando se aborda o termo conjunto com
    automatização, o que tornou mister a discussão acerca do seu significado
    interdisciplinar. As discussões sempre estiveram involucradas na eficácia
    constitucional do dispositivo constante na CRFB/88. Entretanto a perspectiva
    perseguida através deste trabalho parte do princípio econômico de resultados
    obtidos através da implementação de políticas solidárias e redistributivas na
    história brasileira, demonstrando através de indicadores o comportamento não
    apenas da macroeconomia como também da esfera social – através de
    indicadores desta natureza – para trazer a extensão do desenvolvimento em sua
    esfera plural. Dessa forma, estudando a industrialização brasileira, os impactos da
    automação e cotejando através da estatística este cenário, é possível encontrar
    outra justificativa para a tutela trabalhista face à automação, concretizando o
    desenvolvimento que propõe um antropocentrismo no seu diálogo global.
    A proteção jurídica às relações trabalhistas em face da automação sempre geroudúvidas sobre seus delineamentos e parâmetros. A própria etimologia do vocábuloautomação é comumente confundido quando se aborda o termo conjunto comautomatização, o que tornou mister a discussão acerca do seu significadointerdisciplinar. As discussões sempre estiveram involucradas na eficáciaconstitucional do dispositivo constante na CRFB/88. Entretanto a perspectivaperseguida através deste trabalho parte do princípio econômico de resultadosobtidos através da implementação de políticas solidárias e redistributivas nahistória brasileira, demonstrando através de indicadores o comportamento nãoapenas da macroeconomia como também da esfera social – através deindicadores desta natureza – para trazer a extensão do desenvolvimento em suaesfera plural. Dessa forma, estudando a industrialização brasileira, os impactos daautomação e cotejando através da estatística este cenário, é possível encontraroutra justificativa para a tutela trabalhista face à automação, concretizando odesenvolvimento que propõe um antropocentrismo no seu diálogo global.

2012
Descrição
  • HEBERT VIEIRA DURAES
  • EXPLORAÇÃO DE LOTERIA PELA UNIÃO: RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DA CHANCE DO APOSTADOR
  • Data: 14/11/2012
  • Hora: 10:00
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  • A dissertação que se apresenta tem por objeto o estudo da exploração exclusiva de loterias pela União, a sua natureza jurídica, analisando como se aperfeiçoa o vínculo entre os sujeitos que figuram a referida atividade (União, Caixa Econômica Federal, Casas Lotéricas e apostador) e suas respectivas atribuições no âmbito desse mercado explorado pelo Estado. Alguns dados públicos são levantados e demonstrados através de gráficos, a fim de se verificar os percentuais da destinação dos recursos captados pela Loteria, como os setores destinatários estão sendo beneficiados e se, de fato, a atividade lotérica estatal contribui para o desenvolvimento. Além disso, discute a teoria dos contratos de jogo e aposta no Código Civil, e em qual dessas modalidades se insere a prática de loteria, em confronto com a Lei das Contravenções Penais que tipifica a extração lotérica como jogos de azar. Ato contínuo, se observa se é possível afirmar que existe uma relação jurídica de consumo envolvendo o apostador e os entes que figuram ativamente na atividade lotérica estatal, compreendendo, como sujeitos ativos, além da União, a empresa pública Caixa Econômica Federal e as Casas Lotéricas (permissionárias de serviços públicos), como análise dos elementos subjetivo e, como verificação dos elementos objetivos, confronta a atuação lotérica a fim de identificar, nos moldes do Código de Defesa do Consumidor – CDC, possível fornecimento de produto ou serviço. Tal investigação busca responder se o apostador é consumidor, nos termos do Código Consumerista, pois, o sendo, incidirá sobre a multicitada relação todo o arsenal protetivo da Lei nº. 8.078/90. Por fim, busca-se aplicar toda carga teórica, até então construída, ao estudo da responsabilidade civil no âmbito da Loteria estatal, imprimindo ao trabalho, além da responsabilidade objetiva do CDC, os atributos da novel teoria da perda da chance (perte d`une chance). A doutrina pátria e estrangeira, além da jurisprudência nacional, são corolários para a referida abordagem. Além disso, a pesquisa não se furta à realidade de que a responsabilidade civil em tela envolve sujeitos e institutos públicos e privados, simultaneamente. Por isso, além da responsabilidade prevista no Código de Defesa do Consumidor e da teoria da perda da chance, outras formas de responsabilização são abordadas, tais como as previsões do bojo constitucional, do Direito Administrativo e do diploma cível. A pesquisa é desenvolvida através de buscas bibliográficas e documentais, de fontes primárias, secundárias e terciárias, a exemplo de circulares e contratos públicos, jurisprudências, projetos de lei, pareceres e pesquisas de estudiosos do Direito. Utiliza-se do método hipotético-dedutivo, haja vista que os conhecimentos disponíveis sobre o assunto proposto não são suficientes para enfrentamento do fenômeno em tela (problema). Por isso, mormente no quarto capítulo, quando se trata da responsabilidade civil pela perda da chance, foi necessário formular conjecturas e hipóteses complementares, das quais se deduzem conseqüências que são aplicadas e testadas no decorrer da argumentação. Trata-se de uma pesquisa descritiva e explicativa, pois não apenas pretende descobrir a existência de relações entre variáveis (exploração de loteria pela União em si e a relação de consumo entre diversos sujeitos, de naturezas diferentes), mas busca identificar os fatores que fornecem os elementos de um determinado fenômeno (responsabilidade civil perda da chance do apostador, e.g.), respectivamente. Ou seja, através de uma pesquisa qualitativa, o presente estudo busca, utilizando-se de diferentes técnicas, traduzir e expressar os fenômenos jurídicos em torno da exploração exclusiva de loterias pela União e as conseqüências jurídico-econômica e social advindas desta atividade. 

  • LAINA PEREIRA MAIA
  • RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE BRASIL E ANGOLA: IMPLICAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO ANGOLANO
  • Data: 13/07/2012
  • Hora: 10:00
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  • A presente pesquisa avalia as relações econômicas entre Brasil e Angola financiadas por uma linha de crédito, instituída em 1983, entre os dois países, atualmente sob a gestão do BNDES, no que diz respeito à promoção de desenvolvimento no país africano. O estudo está inserido na linha de pesquisa “Estado, mercado e sujeitos sociais: juridicidade e economicidade”, no âmbito do direito econômico internacional, das relações internacionais e do desenvolvimento, analisando os aspectos jurídicos das relações entre Angola e Brasil na questão do desenvolvimento. Apresenta também vínculos com a linha de pesquisa “Justiça e desenvolvimento econômico”, ao abordar o desenvolvimento socioeconômico e perpassar temas relacionados com a Constituição econômica. A integração entre essas áreas de pesquisa vai permitir algumas reflexões acerca das conexões entre Estado, desenvolvimento e relações internacionais. A cooperação internacional constitui um dos principais instrumentos de promoção ao desenvolvimento dos países em desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos, entre os quais se inclui Angola. A crise econômica deflagrada em 2008 evidenciou a falência do modelo de desenvolvimento/crescimento apregoado pelas economias desenvolvidas, apresentando-se a cooperação Sul-Sul como alternativa viável aos países em desenvolvimento. Neste cenário, o Brasil assumiu posição de destaque em razão principalmente da reorientação da política externa brasileira durante o governo Lula. No entanto, resta o questionamento sobre a atuação do governo brasileiro junto a países em estágio inferior de desenvolvimento, como Angola. A proposta é saber se, de fato, o princípio de responsabilidade comum, mas diferenciada está sendo respeitado nas relações entre esses dois países; se há efetivo compromisso da República Federativa do Brasil com a promoção do desenvolvimento, em escala nacional e internacional, nos limites dos princípios do direito internacional; se a execução de instrumentos governamentais, no caso a linha de crédito entre Brasil e Angola, atende aos objetivos definidos na Constituição Federal brasileira ou nos princípios de direito internacional reconhecidos pelo Brasil; se os benefícios econômicos resultantes das relações econômicas financiadas pela linha de crédito devem ser os únicos fatores na concessão do pagamento ou se não seria necessária atuação mais ativa e positiva do governo brasileiro para garantir o desenvolvimento do país beneficiário; por último, no que isso altera a lógica das relações de cooperação dos países do eixo Sul-Sul. 

  • NARLADIENE DE OLIVEIRA VIANA
  • ANÁLISE DA LEI Nº 11.105/2005: UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS À LUZ DA DUBDH.
  • Data: 09/07/2012
  • Hora: 10:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar o limite ao exercício da liberdade de investigação científica, na questão de utilização de células-tronco embrionárias, a partir da comparação entre o instrumento legislativo nacional de biossegurança (Lei nº 11.105/2005), e a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH). A natureza da vertente metodológica será qualitativa, em virtude da preocupação social quanto aos possíveis danos que podem decorrer do exercício da liberdade de investigação científica. O método de abordagem utilizado é o dedutivo, partindo-se da premissa de que a DUBDH, segundo a alínea “d” de seu artigo 2º, reconhece que a liberdade de investigação científica deve respeitar a dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais; assim, o exercício da liberdade de investigação científica, permitida pela Lei 11.105/2005, deve estar em conformidade com os limites previstos na DUBDH. O método de procedimento é o comparativo, aliado ao histórico, bem como, classifica-se como exploratória, pois lida com reflexões ético-jurídicas. O procedimento técnico utilizado é o bibliográfico, baseando o estudo em livros, artigos, revistas, jornais e todo material científico necessário à elaboração da análise pretendida. A técnica de pesquisa é documental indireta, compondo a análise de documentos como a Constituição Federal de 1988, a Lei Federal nº 11.105/2005, a Lei nº 8.974/95, a ADIn nº 3.510-0, a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos de 2005, e outros documentos pertinentes ao tema. Tendo em vista a descrição da metodologia do trabalho vertente, em linhas gerais, conclui-se que a liberdade não deve ser exercida de forma ilimitada. Valendo ressaltar que não pretende a presente pesquisa, apresentar os limites práticos da utilização de células-tronco embrionárias, e, sim, analisar a adequação do artigo 5º da Lei 11.105/2005, aos limites éticos, previstos pela DUBDH na questão específica da liberdade de investigação científica.

  • BRUNO BASTOS DE OLIVEIRA
  • REGULAÇÃO FINANCEIRA E INCENTIVO AO MICROCRÉDITO COMO FORMAS DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
  • Orientador : MARIA LUIZA PEREIRA DE ALENCAR MAYER FEITOSA
  • Data: 18/06/2012
  • Hora: 10:00
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação versa sobre a necessidade de eficaz regulação financeira
    como forma de implementação de políticas de microcrédito, capaz de ser importante
    aliado no combate à pobreza e consequente efetivação do projeto de
    desenvolvimento nacional programado pelo texto constitucional vigente. Tem por
    objetivo realizar uma delimitação dessa espécie de crédito, apontar as situações nas
    quais incide, o benefício que representa para o país e a sua repercussão na área
    econômica e na concretização da dignidade da pessoa humana. Para sua
    consumação, foi utilizado o método de abordagem dedutivo, os métodos de
    procedimento histórico, comparativo, interpretativo e analítico, bem como as técnicas
    de pesquisa bibliográfica e documental. Cumprindo todos os objetivos estabelecidos,
    descreve a regulação dos mercados e, em especial, a do sistema financeiro,
    apontando as justificativas para que essa regulação seja implementada da forma
    mais efetiva possível. Procede à relação entre regulação financeira e
    desenvolvimento nacional, destacando a necessidade de consecução de fins sociais
    pelas instituições que compõem esse sistema, sendo o microcrédito a política social
    de destaque. Firma a conclusão de que o incentivo ao microcrédito como política
    social é fundamental, não devendo ser somente implementado pelo setor público,
    ganhando aí aspectos de política pública, mas também pelo setor privado,
    necessitando-se assim um espécie de regulação indutiva, de forma que o
    desenvolvimento nacional possa ser alcançado em sua maior medida possível.

  • OSVALDO DE FREITAS TEIXEIRA
  • SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UM ENSAIO SOBRE A ECONOMIA SOLIDÁRIA
  • Data: 12/06/2012
  • Hora: 14:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O presente trabalho trata do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
    com uma sadia qualidade de vida, como direito fundamental humano. Dessa forma
    discorremos sobre a inserção dos direitos sociais no constitucionalismo e a
    postivação do direito ao meio ambiente na Constituição de 1988. Verificamos que o
    presente direito possui influência dos tratados internacionais, trantando-o como um
    bem de todos e de caráter difuso. Em seguida, buscamos relacionar o princípio da
    solidariedade com a dignidade da pessoa humana para a construção de um direito
    latente, que necessita  proteção. Evidenciamos a preocupação de um bem-estar
    coletivo, com base num desenvolvimento sustentável, onde se procura racionalizar
    as atividades econômicas em vista de uma proteção e consciência ambiental. A
    partir do direito ao desenvolvimento  procuramos estabeler às diferenças entre
    crescimento econômico e desenvolvimento. Assim, apresentamos um ensaio sobre
    a economia solidária que visa à efetividade de um desenvolvimento includente e
    sustentável, com o fito de atingir uma melhor qualidade de vida com base na
    proteção socioambiental.

  • ALYNNE MENEZES BRINDEIRO DE ARAUJO
  • ORÇAMENTO DEMOCRÁTICO (OD) COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO: Estudo de caso do OD-João Pessoa.
  • Orientador : HERTHA URQUIZA BARACHO
  • Data: 16/05/2012
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho visa analisar a experiência do Orçamento Democrático de João Pessoa, enquadrando-o como uma experiência de democracia participativa, que é trazido como o modelo mais legítimo de exercício do poder político, já que permite o debate público entre o Estado e a população de forma a conduzir a atuação do governo em favor dos reais interesses dos cidadãos. A participação popular prevista na Constituição da República brasileira de 1988 concedeu ao cidadão o direito de deliberar acerca das decisões a serem tomadas pelo Estado, com o propósito de satisfazer as demandas sociais, servindo como meio para consolidação da cidadania. Ao mesmo tempo, propiciou o desenvolvimento da política da justiça distributiva, que se traduz na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Apesar de não ser um instrumento com previsão expressa no texto constitucional, o Orçamento Democrático consegue reunir essa lógica, pois cria condições para que o debate público seja possível e o orçamento público seja definido em razão das prioridades aí elencadas. Na experiência de João Pessoa, o trabalho sugere que esse arranjo propiciou maiores investimentos do poder estatal nas regiões mais carentes da cidade.

  • ALYNNE MENEZES BRINDEIRO DE ARAUJO
  • ORÇAMENTO DEMOCRÁTICO (OD) COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO: Estudo de caso do OD-João Pessoa
  • Orientador : HERTHA URQUIZA BARACHO
  • Data: 16/05/2012
  • Hora: 09:00
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho visa analisar a experiência do Orçamento Democrático de João Pessoa, enquadrando-o como uma experiência de democracia participativa, que é trazido como o modelo mais legítimo de exercício do poder político, já que permite o debate público entre o Estado e a população de forma a conduzir a atuação do governo em favor dos reais interesses dos cidadãos. A participação popular prevista na Constituição da República brasileira de 1988 concedeu ao cidadão o direito de deliberar acerca das decisões a serem tomadas pelo Estado, com o propósito de satisfazer as demandas sociais, servindo como meio para consolidação da cidadania. Ao mesmo tempo, propiciou o desenvolvimento da política da justiça distributiva, que se traduz na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Apesar de não ser um instrumento com previsão expressa no texto constitucional, o Orçamento Democrático consegue reunir essa lógica, pois cria condições para que o debate público seja possível e o orçamento público seja definido em razão das prioridades aí elencadas. Na experiência de João Pessoa, o trabalho sugere que esse arranjo propiciou maiores investimentos do poder estatal nas regiões mais carentes da cidade.
    Palavras-chave: democracia participativa. cidadania. Justiça distributiva.
    Este trabalho visa analisar a experiência do Orçamento Democrático de João Pessoa, enquadrando-o como uma experiência de democracia participativa, que é trazido como o modelo mais legítimo de exercício do poder político, já que permite o debate público entre o Estado e a população de forma a conduzir a atuação do governo em favor dos reais interesses dos cidadãos. A participação popular prevista na Constituição da República brasileira de 1988 concedeu ao cidadão o direito de deliberar acerca das decisões a serem tomadas pelo Estado, com o propósito de satisfazer as demandas sociais, servindo como meio para consolidação da cidadania. Ao mesmo tempo, propiciou o desenvolvimento da política da justiça distributiva, que se traduz na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Apesar de não ser um instrumento com previsão expressa no texto constitucional, o Orçamento Democrático consegue reunir essa lógica, pois cria condições para que o debate público seja possível e o orçamento público seja definido em razão das prioridades aí elencadas. Na experiência de João Pessoa, o trabalho sugere que esse arranjo propiciou maiores investimentos do poder estatal nas regiões mais carentes da cidade.

  • JOSE NETO BARRETO JUNIOR
  • DISFUNÇÕES DO SISTEMA PENAL ECONÔMICO: OBSTÁCULOS À SUA CORREÇÃO NO BRASIL
  • Data: 14/05/2012
  • Hora: 11:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • Este estudo, eminentemente bibliográfico, tem por objetivo investigar as principais
    dificuldades para a correção das disfunções do sistema penal econômico no Brasil. Apresenta
    a teoria dos sistemas sociais, de Niklas Luhmann, e seus principais fundamentos, pelos quais
    se compreende a sociedade como um sistema autopoiético, que produz a si mesmo e gera
    diversos subsistemas sociais, como o político, o econômico e o jurídico. O sistema jurídico
    tem como principal mecanismo de conexão com os demais sistemas sociais a Constituição
    Federal, por meio da qual seleciona os bens jurídicos que merecem a proteção do subsistema
    penal econômico. A pesquisa identifica as falhas sistêmicas, em razão das quais o
    funcionamento do sistema penal econômico não confere a devida proteção à ordem
    econômica prevista na Constituição. Em seguida, concebendo o Brasil, sob a perspectiva de
    seus sistemas político, jurídico e econômico, como um sistema transicional, sujeito à
    interferências externas, analisa os principais obstáculos decorrentes de sua condição de
    sistema em desenvolvimento, que impedem os ajustes necessários no Direito Penal
    Econômico, buscando desmistificar o equivocado pensamento social de que o agravamento
    das medidas penais, ou a edição de mais leis criminalizadoras impedirá o crescimento da
    criminalidade.
    Palavras-chave: Niklas Luhmann. Constituição. Sistema Penal Econômico. Disfunções.
    Sistemas Transicionais.
    Este estudo, eminentemente bibliográfico, tem por objetivo investigar as principaisdificuldades para a correção das disfunções do sistema penal econômico no Brasil. Apresentaa teoria dos sistemas sociais, de Niklas Luhmann, e seus principais fundamentos, pelos quaisse compreende a sociedade como um sistema autopoiético, que produz a si mesmo e geradiversos subsistemas sociais, como o político, o econômico e o jurídico. O sistema jurídicotem como principal mecanismo de conexão com os demais sistemas sociais a ConstituiçãoFederal, por meio da qual seleciona os bens jurídicos que merecem a proteção do subsistemapenal econômico. A pesquisa identifica as falhas sistêmicas, em razão das quais ofuncionamento do sistema penal econômico não confere a devida proteção à ordemeconômica prevista na Constituição. Em seguida, concebendo o Brasil, sob a perspectiva deseus sistemas político, jurídico e econômico, como um sistema transicional, sujeito àinterferências externas, analisa os principais obstáculos decorrentes de sua condição desistema em desenvolvimento, que impedem os ajustes necessários no Direito PenalEconômico, buscando desmistificar o equivocado pensamento social de que o agravamentodas medidas penais, ou a edição de mais leis criminalizadoras impedirá o crescimento dacriminalidade.

  • DANIELLE MARINHO BRASIL
  • A PROSTITUIÇÃO FEMININA E ASSOCIAÇÃO DE PROSTITUTAS DA PARAÍBA: MOVIMENTO SOCIAL, LUTA POLÍTICA E REIVINDICAÇÃO DE DIREITOS
  • Data: 26/04/2012
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho analisa a prostituição feminina e seu movimento associativo a
    partir do cotidiano das prostitutas e da Associação que as representa aqui na Paraíba.
    Nossa opção metodológica foi por um estudo qualitativo. A técnica de analise adotada foi a
    hermeneutica-dialética. Esta opção metodolóogica nos pareceu a mais adequada para o
    nosso objeto de pesquisa, especialmente tendo em vista o nosso compromisso político com
    a transformação social e luta do movimento de prostitutas. Realizamos uma pesquisa
    qualitativa em três fases: pesquisa bibliografia e documental, observações em campo e
    entrevistas. Nesta pesquisa abordamos a história do movimento de prostitutas no Brasil e na
    Paraíba buscando contextualizar as discussões e ações. Além disso, buscou-se demonstrar
    como foi realizada a pesquisa de campo, os métodos e o referencial teórico. E por fim
    tentamos relacionar reflexões teóricas e a pesquisa de campo, buscando através da
    experiência, problematizar os temas conflituosos no fenômeno da prostituição. Neste
    estudo, consideramos a prostituição como um trabalho,especialmente por ser algo que vem
    da própria fala das prostitutas e uma bandeira de luta de seu movimento. Mais ainda,
    consideramos a prostituição como uma expressão de direitos sexuais. O grupo de mulheres
    prostitutas que estão envolvidas na APROS desenvolveu um sentimento muito positivo em
    relação a categoria. Elas encontraram defesa para o preconceito ao ostentar sem vergonha
    a sua atividade de prostituta. A associação trabalha contra a discriminação. Mais que isso,
    mostrando como essas as prostitutas não são vítimas, mas protagonistas de suas histórias e
    que podem unidas reivindicar melhores condições de vida. A existência da APROS é
    importância para articulação das prostitutas contra o preconceito em uma perspectiva
    política, para mostrar que elas são dignas e merecem respeito e que não precisam ter
    vergonha do que fazem.
    Palavras-chave: Prostituição feminina. Mobilização política. Movimento associativo.
    O presente trabalho analisa a prostituição feminina e seu movimento associativo apartir do cotidiano das prostitutas e da Associação que as representa aqui na Paraíba.Nossa opção metodológica foi por um estudo qualitativo. A técnica de analise adotada foi ahermeneutica-dialética. Esta opção metodolóogica nos pareceu a mais adequada para onosso objeto de pesquisa, especialmente tendo em vista o nosso compromisso político coma transformação social e luta do movimento de prostitutas. Realizamos uma pesquisaqualitativa em três fases: pesquisa bibliografia e documental, observações em campo eentrevistas. Nesta pesquisa abordamos a história do movimento de prostitutas no Brasil e naParaíba buscando contextualizar as discussões e ações. Além disso, buscou-se demonstrarcomo foi realizada a pesquisa de campo, os métodos e o referencial teórico. E por fimtentamos relacionar reflexões teóricas e a pesquisa de campo, buscando através daexperiência, problematizar os temas conflituosos no fenômeno da prostituição. Nesteestudo, consideramos a prostituição como um trabalho,especialmente por ser algo que vemda própria fala das prostitutas e uma bandeira de luta de seu movimento. Mais ainda,consideramos a prostituição como uma expressão de direitos sexuais. O grupo de mulheresprostitutas que estão envolvidas na APROS desenvolveu um sentimento muito positivo emrelação a categoria. Elas encontraram defesa para o preconceito ao ostentar sem vergonhaa sua atividade de prostituta. A associação trabalha contra a discriminação. Mais que isso,mostrando como essas as prostitutas não são vítimas, mas protagonistas de suas histórias eque podem unidas reivindicar melhores condições de vida. A existência da APROS éimportância para articulação das prostitutas contra o preconceito em uma perspectivapolítica, para mostrar que elas são dignas e merecem respeito e que não precisam tervergonha do que fazem.

  • RUI JOSÉ SEAMBA
  • A CIDADANIA E A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ANGOLANA DE 2010
  • Data: 23/04/2012
  • Hora: 10:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O trabalho ora proposto tem como objetivo analisar a efetivação dos direitos de cidadania e participação política à luz da Constituição da República de Angola como garantia dos Direitos Humanos nesse país. A investigação parte das contribuições teóricas acerca da democracia, suas perspectivas e outros conexos, no quadro do processo da democratização em Angola. O trabalho examina as ideias dos autores com os seus respetivos modelos democráticos: Schumpeter e Dahl (minimalista) destacam o voto como essência da legitimidade democrática. Para Harbemas (modelo deliberativo), a argumentação, o diálogo no “espaço público” é o centro, enquanto para o Bobbio (constitucionalista), a democracia tem que obedecer às regras para se saber quem toma as decisões e quais procedimentos a serem adotados, procurando contextualizá-los com a realidade em Angola. Constata a práxis democrática que, na África, Angola se efetuava no período pré-colonial. A pesquisa faz um resumo histórico de Angola, desde o período de luta de libertação, passando pela abertura democrática, em 1991; até a época atual. Nesse processo, o que interessa mais à presente pesquisa é a analise sobre o processo constituinte que ocorreu em Angola no de 2009, culminando em 2010 com a entrada em vigor da atual Constituição. Sendo o país membro das Nações Unidas e da União Africana e aderido aos instrumentos legais sobre a participação e cidadania, seu dever é lutar para garantir, reconhecer e respeitar os referidos direitos. Por esta razão, é outra referência para o presente trabalho avaliar como Angola se comporta diante desse fato. Essa avaliação está centrada na análise das liberdades públicas como realce à liberdade de imprensa, liberdade de reunião e manifestação e outros aspetos que indiretamente influenciam nas questões de cidadania e participação política do cidadão.
  • RUI JOSÉ SEAMBA
  • A CIDADANIA E A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ANGOLANA DE 2010
  • Data: 23/04/2012
  • Hora: 10:00
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  • O trabalho ora proposto tem como objetivo analisar a efetivação dos direitos de cidadania e
    participação política à luz da Constituição da República de Angola como garantia dos Direitos
    Humanos nesse país. A investigação parte das contribuições teóricas acerca da democracia,
    suas perspectivas e outros conexos, no quadro do processo da democratização em Angola. O
    trabalho examina as ideias dos autores com os seus respetivos modelos democráticos:
    Schumpeter e Dahl (minimalista) destacam o voto como essência da legitimidade
    democrática. Para Harbemas (modelo deliberativo), a argumentação, o diálogo no “espaço
    público” é o centro, enquanto para o Bobbio (constitucionalista), a democracia tem que
    obedecer às regras para se saber quem toma as decisões e quais procedimentos a serem
    adotados, procurando contextualizá-los com a realidade em Angola. Constata a práxis
    democrática que, na África, Angola se efetuava no período pré-colonial. A pesquisa faz um
    resumo histórico de Angola, desde o período de luta de libertação, passando pela abertura
    democrática, em 1991; até a época atual. Nesse processo, o que interessa mais à presente
    pesquisa é a analise sobre o processo constituinte que ocorreu em Angola no de 2009,
    culminando em 2010 com a entrada em vigor da atual Constituição. Sendo o país membro das
    Nações Unidas e da União Africana e aderido aos instrumentos legais sobre a participação e
    cidadania, seu dever é lutar para garantir, reconhecer e respeitar os referidos direitos. Por esta
    razão, é outra referência para o presente trabalho avaliar como Angola se comporta diante
    desse fato. Essa avaliação está centrada na análise das liberdades públicas como realce à
    liberdade de imprensa, liberdade de reunião e manifestação e outros aspetos que indiretamente
    influenciam nas questões de cidadania e participação política do cidadão.
    Palavras-chave: Cidadania. Participação política. Direitos Humanos. Constituição da
    República de Angola.
    O trabalho ora proposto tem como objetivo analisar a efetivação dos direitos de cidadania eparticipação política à luz da Constituição da República de Angola como garantia dos DireitosHumanos nesse país. A investigação parte das contribuições teóricas acerca da democracia,suas perspectivas e outros conexos, no quadro do processo da democratização em Angola. Otrabalho examina as ideias dos autores com os seus respetivos modelos democráticos:Schumpeter e Dahl (minimalista) destacam o voto como essência da legitimidadedemocrática. Para Harbemas (modelo deliberativo), a argumentação, o diálogo no “espaçopúblico” é o centro, enquanto para o Bobbio (constitucionalista), a democracia tem queobedecer às regras para se saber quem toma as decisões e quais procedimentos a seremadotados, procurando contextualizá-los com a realidade em Angola. Constata a práxisdemocrática que, na África, Angola se efetuava no período pré-colonial. A pesquisa faz umresumo histórico de Angola, desde o período de luta de libertação, passando pela aberturademocrática, em 1991; até a época atual. Nesse processo, o que interessa mais à presentepesquisa é a analise sobre o processo constituinte que ocorreu em Angola no de 2009,culminando em 2010 com a entrada em vigor da atual Constituição. Sendo o país membro dasNações Unidas e da União Africana e aderido aos instrumentos legais sobre a participação ecidadania, seu dever é lutar para garantir, reconhecer e respeitar os referidos direitos. Por estarazão, é outra referência para o presente trabalho avaliar como Angola se comporta diantedesse fato. Essa avaliação está centrada na análise das liberdades públicas como realce àliberdade de imprensa, liberdade de reunião e manifestação e outros aspetos que indiretamenteinfluenciam nas questões de cidadania e participação política do cidadão.

  • THIAGO ARRUDA QUEIROZ LIMA
  • A DIALÉTICA DA EFETIVIDADE DOS DIREITOS HUMANOS SOB O CAPITALISMO: A EXPERIÊNCIA DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA
  • Data: 23/04/2012
  • Hora: 08:30
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  • Investigamos, nesta dissertação, a efetividade dos direitos humanos dos
    trabalhadores sob o capitalismo a partir da experiência do Movimento dos
    Trabalhadores Rurais Sem Terra. Conjugamos a utilização de método bibliográfico com
    o recurso ao trabalho de campo, através de entrevistas com membros do setor de direitos
    humanos do MST. Do ponto de vista epistemológico, tomamos como base o método
    dialético-materialista. O objetivo do trabalho compreende, centralmente, contribuir com
    o entendimeto dos direitos humanos a partir das experiências de organização popular,
    no caso, mediante a análise do ponto de vista do MST acerca da possibilidade de
    efetivação dos direitos humanos dos trabalhadores sob o sistema capitalista. Para
    desenvolver essa reflexão, o trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro,
    tratamos da história dos direitos humanos, considerando a relação entre seu processo de
    desenvolvimento e as determinações do desenvolvimento capitalista. No segundo
    capítulo, tratamos da crítica dos direitos humanos sob três frentes: a crítica da forma; a
    crítica da efetividade; e a crítica da práxis dos direitos humanos. No terceiro capítulo,
    finalmente, traçamos o histórico do Movimento Sem Terra, o desenvolvimento do seu
    setor de direitos humanos e caracterizamos o que seria sua concepção de direitos
    humanos. Conclui-se, por fim, que, a partir da luta pela terra no Brasil, o MST
    compreende como inviável a efetivação dos direitos humanos dos trabalhadores, dentro
    de um quadro capitalista; conclui-se, ainda, que o Movimento gestou uma concepção
    contra-hegemônica dos direitos humanos em sua práxis.

  • THIAGO DE MEDEIROS DUTRA

  • FEMINICÍDIO DOMÉSTICO E FAMILIAR: UM ESTUDO SOBRE O
    “CASO MÁRCIA

  • Data: 30/03/2012
  • Hora: 14:30
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  • O trabalho versa sobre o feminicídio doméstico e familiar,  onde este seria aqui
    considerado o assassinato de mulheres por questões de Gênero, ou seja, quando se
    mata como reflexo de uma violência simbólica, de uma dominação ministrada pelos
    homens em face das mulheres. O caso estudado foi o de Márcia Barbosa de Sousa,
    uma estudante do interior do estado que, em meio a um relacionamento com o então
    Deputado Estadual Aércio Pereira, foi brutalmente  espancada e, posteriormente,
    assassinada por este.  Dados indicam que setenta por cento de todos os
    assassinatos de mulheres são praticados por pessoas próximas, tais como
    (ex)maridos, (ex)noivos, (ex)namorados, parentes ou vizinhos. Considerar esta
    violência, outrora entendida como privada, algo que merece ação do Estado,
    buscando-se alcançar a dignidade da pessoa humana da mulher tem sido o objetivo
    de ONGs feministas que lutam pelos Direitos Humanos na perspectiva de Gênero.
    Dessa forma, este trabalho versa sobre os três principais elementos que contribuem
    para a realidade do feminicídio doméstico: o Gênero, como sendo uma percepção
    social inferiorizada das mulheres, causando discriminação e violência; a mídia, meio
    que espetaculariza feminicídios, transformando morte em entretenimento, e que tem
    apenas ratificado discursos de Gênero e; o Direito, que, pautado em dogmas como o
    da neutralidade penal, não tem enxergado o contexto de dominação – subordinação
    no qual as mulheres estão inseridas, gerando um suposto direito à igualdade formal
    que não enxerga as diferenças e contribui ainda mais para a violência patriarcal. O
    estudo dos Direitos Humanos das Mulheres entende que estas precisam ser
    tratadas de forma diferenciada quando a igualdade as inferioriza, e este é o caso do
    feminicídio doméstico e familiar. Dessa forma, este trabalho analisa o “Caso Márcia”
    sob a perspectiva de um feminicídio doméstico e familiar que, assim como tantos
    outros, e, principalmente pelos elementos acima elencados, acabou na impunidade.

  • CLARISSA CECILIA FERREIRA ALVES
  • UMA ANÁLISE FEMINISTA ACERCA DO CONTRATO DE CASAMENTO E DA OBRIGAÇÃO DE CARÁTER SEXUAL DELE DECORRENTE
  • Data: 30/03/2012
  • Hora: 10:00
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  • A presente dissertação se propõe a investigar o posicionamento do direito brasileiro acerca
    da existência de uma obrigação de caráter sexual decorrente do contrato de casamento, no
    intuito de avaliar se este, enquanto principal acordo que cria a família nos moldes
    patriarcais, tem sido, desde o início da teorização contratual, concebido tendo como
    pressuposto a subordinação feminina ao domínio masculino, como se isto resultasse de uma
    ordem natural e universal. Partindo de um ponto de vista feminista, notadamente da
    corrente conhecida como Feminismo Radical, buscar-se-á analisar o casamento em sua
    manifestação contratual, tendo como pressuposto a teoria do contrato sexual de Carole
    Pateman e sua tese de que existe um direito sexual masculino de acesso sistemático ao
    corpo das mulheres, do qual a obrigação sexual deriva diretamente. Inicialmente, será
    apresentada a discussão acerca da separação proposta pela teoria liberal entre público e
    privado, considerando o quanto as desigualdades presentes na esfera privada têm sido
    ignoradas ao longo da história e, portanto, legitimadas socialmente. Posteriormente, far-se-á
    uma análise crítica acerca da ficção liberal do contrato social, a partir da concepção
    moderna do patriarcado. Em seguida, será empreendida a investigação propriamente dita
    acerca do acolhimento da obrigação de caráter sexual (ou débito conjugal) na doutrina e na
    jurisprudência brasileira. Por fim, ter-se-á em conta que, embora seja possível vislumbrar
    uma evolução legal no sentido de tratar formalmente homens e mulheres como iguais, o
    ordenamento jurídico brasileiro mostra-se conservador e sexista ao dignificar o casamento
    como principal forma de constituição da família e ao servir de respaldo ao direito sexual
    masculino de acesso sistemático ao corpo das mulheres.
    PALAVRAS CHAVE: Casamento. Contrato. Patriarcado. Débito Conjugal.
    A presente dissertação se propõe a investigar o posicionamento do direito brasileiro acercada existência de uma obrigação de caráter sexual decorrente do contrato de casamento, nointuito de avaliar se este, enquanto principal acordo que cria a família nos moldespatriarcais, tem sido, desde o início da teorização contratual, concebido tendo comopressuposto a subordinação feminina ao domínio masculino, como se isto resultasse de umaordem natural e universal. Partindo de um ponto de vista feminista, notadamente dacorrente conhecida como Feminismo Radical, buscar-se-á analisar o casamento em suamanifestação contratual, tendo como pressuposto a teoria do contrato sexual de CarolePateman e sua tese de que existe um direito sexual masculino de acesso sistemático aocorpo das mulheres, do qual a obrigação sexual deriva diretamente. Inicialmente, seráapresentada a discussão acerca da separação proposta pela teoria liberal entre público eprivado, considerando o quanto as desigualdades presentes na esfera privada têm sidoignoradas ao longo da história e, portanto, legitimadas socialmente. Posteriormente, far-se-áuma análise crítica acerca da ficção liberal do contrato social, a partir da concepçãomoderna do patriarcado. Em seguida, será empreendida a investigação propriamente ditaacerca do acolhimento da obrigação de caráter sexual (ou débito conjugal) na doutrina e najurisprudência brasileira. Por fim, ter-se-á em conta que, embora seja possível vislumbraruma evolução legal no sentido de tratar formalmente homens e mulheres como iguais, oordenamento jurídico brasileiro mostra-se conservador e sexista ao dignificar o casamentocomo principal forma de constituição da família e ao servir de respaldo ao direito sexualmasculino de acesso sistemático ao corpo das mulheres.

  • FELIPE CAMELO FREITAS EVANGELISTA
  • AÇÕES AFIRMATIVAS E SITUAÇÕES CONTINGENTES:
    EM BUSCA DE CRITÉRIOS
    AÇÕES AFIRMATIVAS E SITUAÇÕES CONTINGENTES:EM BUSCA DE CRITÉRIOS

  • Data: 26/03/2012
  • Hora: 15:00
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  •  

    A inquestionável irrepetibilidade dos seres humanos provoca uma imensa diversidade na
    demanda pelo atendimento de necessidades. A depender do contexto em que se inserem,
    características semelhantes determinam carências distintas. Embora possam ser traçados
    muitos pontos em comum entre as insuficiências peculiares a cada um dos indivíduos, todas
    elas apresentam pormenores cuja detecção é viabilizada apenas no exame dos casos concretos.
    Portanto, a análise das situações contingentes é crucial na luta contra os cenários de
    subordinação cultural e econômica. É precisamente na aferição das circunstâncias que as
    ações afirmativas, concebidas com o escopo de atingirem a igualdade material, devem buscar
    equilibrar as relações entre os indivíduos, de forma que eles alcancem uma satisfação
    homogênea de suas necessidades. Nesse processo, a apreciação de características identitárias
    só é útil quando circunscrita por algum contexto específico. Assim, são demasiado restritas as
    medidas que tomam como critério para a concessão de direitos especiais o mero
    pertencimento a um grupo delimitado por traços delineadores da identidade, a exemplo do
    sexo, da raça, da compleição física ou da religião. De fato, a recorrência de exigüidades
    vividas por indivíduos em razão de suas características identitárias leva ao erro de atribuir a
    fragilidade à própria essência de um dado traço. Não obstante, o equilibro dessas
    suscetibilidades só pode ser obtido através da investigação e do contrabalanço das
    hipossuficiências de cada indivíduo concretamente considerado. Do contrário, se os
    beneficiários de ações afirmativas forem agrupados grosseiramente, conforme suas
    identidades, conferir-se-ão vantagens descabidas a alguns, e outros deixarão de ter seus
    direitos protegidos pelo simples fato de não pertencerem a determinada coletividade. Tal
    constatação contraria o princípio da proibição da proteção insuficiente de direitos
    fundamentais. Os propósitos dos direitos humanos são mais facilmente conseguidos a partir
    de uma solidariedade que não setorize identidades, mas que esteja atenta aos distintos tipos de
    vulnerabilidade. Nesse sentido, em substituição à especialização de direitos, propõe-se a
    edificação de um universalismo que esteja realmente voltado à concretude do indivíduo,
    diferente daquele proclamado após a Revolução Francesa, cuja cegueira às particularidades
    individuais advinha da adoção de modelos centrados sobre um grupo hegemônico bem
    definido. As ações afirmativas não encontram fundamento na ficção erigida por qualquer
    interesse público, mas no amparo à dignidade de cada indivíduo. Esse empreendimento
    encontra respaldo em documentos internacionais de proteção aos direitos humanos (como a
    Declaração Universal dos Direitos Humanos e, mais recentemente, a Convenção sobre os
    Direitos das Pessoas com Deficiência). Sua realização pressupõe a averiguação dos papéis
    individuais na sociedade, possibilitada por órgãos públicos de investigação social.
    Palavras-Chave: Ação afirmativa. Critérios. Situação contingente. Proteção insuficiente.
    Universalismo estratégico.

    A inquestionável irrepetibilidade dos seres humanos provoca uma imensa diversidade nademanda pelo atendimento de necessidades. A depender do contexto em que se inserem,características semelhantes determinam carências distintas. Embora possam ser traçadosmuitos pontos em comum entre as insuficiências peculiares a cada um dos indivíduos, todaselas apresentam pormenores cuja detecção é viabilizada apenas no exame dos casos concretos.Portanto, a análise das situações contingentes é crucial na luta contra os cenários desubordinação cultural e econômica. É precisamente na aferição das circunstâncias que asações afirmativas, concebidas com o escopo de atingirem a igualdade material, devem buscarequilibrar as relações entre os indivíduos, de forma que eles alcancem uma satisfaçãohomogênea de suas necessidades. Nesse processo, a apreciação de características identitáriassó é útil quando circunscrita por algum contexto específico. Assim, são demasiado restritas asmedidas que tomam como critério para a concessão de direitos especiais o meropertencimento a um grupo delimitado por traços delineadores da identidade, a exemplo dosexo, da raça, da compleição física ou da religião. De fato, a recorrência de exigüidadesvividas por indivíduos em razão de suas características identitárias leva ao erro de atribuir afragilidade à própria essência de um dado traço. Não obstante, o equilibro dessassuscetibilidades só pode ser obtido através da investigação e do contrabalanço dashipossuficiências de cada indivíduo concretamente considerado. Do contrário, se osbeneficiários de ações afirmativas forem agrupados grosseiramente, conforme suasidentidades, conferir-se-ão vantagens descabidas a alguns, e outros deixarão de ter seusdireitos protegidos pelo simples fato de não pertencerem a determinada coletividade. Talconstatação contraria o princípio da proibição da proteção insuficiente de direitosfundamentais. Os propósitos dos direitos humanos são mais facilmente conseguidos a partirde uma solidariedade que não setorize identidades, mas que esteja atenta aos distintos tipos devulnerabilidade. Nesse sentido, em substituição à especialização de direitos, propõe-se aedificação de um universalismo que esteja realmente voltado à concretude do indivíduo,diferente daquele proclamado após a Revolução Francesa, cuja cegueira às particularidadesindividuais advinha da adoção de modelos centrados sobre um grupo hegemônico bemdefinido. As ações afirmativas não encontram fundamento na ficção erigida por qualquerinteresse público, mas no amparo à dignidade de cada indivíduo. Esse empreendimentoencontra respaldo em documentos internacionais de proteção aos direitos humanos (como aDeclaração Universal dos Direitos Humanos e, mais recentemente, a Convenção sobre osDireitos das Pessoas com Deficiência). Sua realização pressupõe a averiguação dos papéisindividuais na sociedade, possibilitada por órgãos públicos de investigação social. 

     

  • DOMINGOS JOSE JOAO DA CRUZ
  • A LIBERDADE DE IMPRENSA EM ANGOLA: OBSTÁCULOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO.
  • Data: 23/03/2012
  • Hora: 15:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A liberdade de expressão e de imprensa em Angola, no âmbito do processo de democratização, é o centro do debate desta pesquisa, com destaque para a relação que vem se estabelecendo entre governo e órgãos de imprensa públicos. A investigação parte das contribuições da filosofia política liberal acerca dos conceitos de democracia, liberdade de expressão e de imprensa e outros conexos, no quadro do processo de democratização de Angola. Dedica-se às ideias de Norberto Bobbio sobre a democracia liberal, especialmente aos limites do poder, direitos individuais como chave de compreensão da relação entre cidadão e representantes, pluralismo, contrato constitucional, Estado como mal menor, igualdade, tolerância etc. Relaciona as contribuições teóricas de Bobbio com as de John Stuart Mill, Rousiley Maia e Jürgen Habermas, para destacar o lugar que a liberdade de expressão e a de imprensa ocupam no regime democrático, identificando suas funções. Parte das contribuições da filosofia política e jurídica liberais sobre as liberdades de expressão e de imprensa plasmaram-se no Direito Internacional Público e no Direito Internacional dos Direitos Humanos, com forte presença na comunidade internacional. Por isso, é outra referência que serve de barômetro para este trabalho avaliar como Angola está nessa matéria. Essa avaliação centra-se na análise dos mais variados entraves a tais liberdades, observadas também por instituições nacionais e internacionais que se dedicam à temática da liberdade de imprensa.
  • JIMENNA GARCIA ROCHA
  • CONCILIAÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA NO BRASIL:
    ENTRE A FLEXIBILIZAÇÃO E A INDISPONIBILIDADE DOS
    DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS
    CONCILIAÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA NO BRASIL:ENTRE A FLEXIBILIZAÇÃO E A INDISPONIBILIDADE DOSDIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS

  • Orientador : CLAUDIO PEDROSA NUNES
  • Data: 19/03/2012
  • Hora: 11:00
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação visa compreender o instituto da conciliação judicial trabalhista no
    Brasil. Para tal, considera-se a contradição que a conciliação enfrenta por ter de lidar com
    direitos fundamentais indisponíveis no âmbito do Poder Judiciário e por configurar como a
    única alternativa, em nível individual, a permitir a negociação destes direitos. Para
    compreender a razão do papel contraditório que esta desempenha, pesquisou-se sobre o valor
    do trabalho na história e a sua atual crise, a construção dos direitos humanos e o
    reconhecimento dos direitos laborais como tais, bem como a tentativa de desconstrução destes
    como fundamentais através do instituto da flexibilização. A partir da compreensão do papel
    da conciliação, tentou-se construir uma crítica dogmática, com traços econômicos e
    sociológicos, sobre a coerência da configuração jurídica deste instituto com o ordenamento
    jurídico brasileiro.
    Palavras-chave: Conciliação judicial trabalhista. Trabalho. Direitos fundamentais.
    Flexibilização.
    A presente dissertação visa compreender o instituto da conciliação judicial trabalhista noBrasil. Para tal, considera-se a contradição que a conciliação enfrenta por ter de lidar comdireitos fundamentais indisponíveis no âmbito do Poder Judiciário e por configurar como aúnica alternativa, em nível individual, a permitir a negociação destes direitos. Paracompreender a razão do papel contraditório que esta desempenha, pesquisou-se sobre o valordo trabalho na história e a sua atual crise, a construção dos direitos humanos e oreconhecimento dos direitos laborais como tais, bem como a tentativa de desconstrução destescomo fundamentais através do instituto da flexibilização. A partir da compreensão do papelda conciliação, tentou-se construir uma crítica dogmática, com traços econômicos esociológicos, sobre a coerência da configuração jurídica deste instituto com o ordenamentojurídico brasileiro.

  • RIVANA BARRETO RICARTE DE OLIVEIRA
  • APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA DE INTERNAÇÃO
    AOS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS, EM FACE
    DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
    O CASO DA CIDADE DE RIO BRANCO-AC (2005/2010)
    Dissertação
    APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA DE INTERNAÇÃOAOS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS, EM FACEDO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:O CASO DA CIDADE DE RIO BRANCO-AC (2005/2010)

  • Orientador : FREDYS ORLANDO SORTO
  • Data: 16/03/2012
  • Hora: 15:00
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    A grande revolução da humanidade, em perspectiva global, é a afirmação do ser humano como centro de decisão da organização coletiva. A construção deste conhecimento culmina com a noção de que a dignidade humana é o reflexo do progresso moral que consiste em reconhecer na pessoa um valor inerente em torno do qual se estruturariam as organizações sociais e políticas, não cabendo qualquer distinção ou discriminação entre os seres humanos, sejam eles sujeitos sãos ou portadores de transtornos mentais. Apoiado neste contexto, o presente trabalho analisa a forma como é aplicada e executada a medida de segurança de internação aos portadores de transtornos mentais de Rio Branco-AC, no período de 2005 a 2010, demonstrando a situação do sistema atual de execução desta medida em face do princípio da dignidade da pessoa humana. A concepção kantiana de dignidade humana foi tomada como referência para construção da dignidade do portador de transtorno mental, apropriando-se do conceito de autonomia em seu caráter abstrato, qual seja a capacidade potencial do indivíduo de autodeterminar sua conduta, independente de sua efetiva realização por parte da pessoa em concreto. Delineia-se a história da loucura com base na obra de Foucault de maneira a perceber o processo de criminalização da loucura, revisitando aspectos do surgimento da psiquiatria e do hospital psiquiátrico. Discute-se os dispositivos da legislação penal brasileira, salientando a consolidação da medida de segurança como instituto que promove a exclusão da inclusão do portador de transtorno mental. Enfatiza-se o movimento da reforma psiquiátrica, que ensejou mudanças significativas na legislação de saúde mental e tem subsidiado, ainda que de maneira embrionária, programas alternativos para o tratamento da questão do louco infrator. Através das análises dos processos judiciais, das instituições e das entrevistas relizadas foi possível obter informação concreta da situação atual dos portadores de transtornos mentais, autores de injusto penal, em Rio Branco, e verificar as violações aos direitos elementares de cidadania, saúde e dignidade. Os resultados da pesquisa demonstram a necessidade de reflexão profunda para combate a aparente apatia quanto às violações apontadas, pois o procedimento jurídico relacionado à loucura aparece subvertido em toda a extensão de sua aplicação prática, evidenciando-se os paradoxos entre a prática e o discurso teórico. Por fim, aponta-se a imprescindibilidade de readequação da política de aplicação e de cumprimento da medida de segurança de internação na cidade de Rio Branco-AC.
    Palavras-chave: Dignidade. Transtorno mental. Medida de segurança.

    A grande revolução da humanidade, em perspectiva global, é a afirmação do ser humano como centro de decisão da organização coletiva. A construção deste conhecimento culmina com a noção de que a dignidade humana é o reflexo do progresso moral que consiste em reconhecer na pessoa um valor inerente em torno do qual se estruturariam as organizações sociais e políticas, não cabendo qualquer distinção ou discriminação entre os seres humanos, sejam eles sujeitos sãos ou portadores de transtornos mentais. Apoiado neste contexto, o presente trabalho analisa a forma como é aplicada e executada a medida de segurança de internação aos portadores de transtornos mentais de Rio Branco-AC, no período de 2005 a 2010, demonstrando a situação do sistema atual de execução desta medida em face do princípio da dignidade da pessoa humana. A concepção kantiana de dignidade humana foi tomada como referência para construção da dignidade do portador de transtorno mental, apropriando-se do conceito de autonomia em seu caráter abstrato, qual seja a capacidade potencial do indivíduo de autodeterminar sua conduta, independente de sua efetiva realização por parte da pessoa em concreto. Delineia-se a história da loucura com base na obra de Foucault de maneira a perceber o processo de criminalização da loucura, revisitando aspectos do surgimento da psiquiatria e do hospital psiquiátrico. Discute-se os dispositivos da legislação penal brasileira, salientando a consolidação da medida de segurança como instituto que promove a exclusão da inclusão do portador de transtorno mental. Enfatiza-se o movimento da reforma psiquiátrica, que ensejou mudanças significativas na legislação de saúde mental e tem subsidiado, ainda que de maneira embrionária, programas alternativos para o tratamento da questão do louco infrator. Através das análises dos processos judiciais, das instituições e das entrevistas relizadas foi possível obter informação concreta da situação atual dos portadores de transtornos mentais, autores de injusto penal, em Rio Branco, e verificar as violações aos direitos elementares de cidadania, saúde e dignidade. Os resultados da pesquisa demonstram a necessidade de reflexão profunda para combate a aparente apatia quanto às violações apontadas, pois o procedimento jurídico relacionado à loucura aparece subvertido em toda a extensão de sua aplicação prática, evidenciando-se os paradoxos entre a prática e o discurso teórico. Por fim, aponta-se a imprescindibilidade de readequação da política de aplicação e de cumprimento da medida de segurança de internação na cidade de Rio Branco-AC.

     

  • RAQUEL PEIXOTO DO AMARAL CAMARGO
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    IMIGRAÇÃO INTERNACIONAL E CIDADANIA: O PROBLEMA DA AUSÊNCIA DE
    CIDADANIA POLÍTICA PARA OS IMIGRANTES

    IMIGRAÇÃO INTERNACIONAL E CIDADANIA: O PROBLEMA DA AUSÊNCIA DECIDADANIA POLÍTICA PARA OS IMIGRANTES

     

  • Orientador : RENATA RIBEIRO ROLIM
  • Data: 16/03/2012
  • Hora: 10:00
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    A presente dissertação tem como principal objetivo a reflexão acerca do problema da ausência
    de cidadania para os imigrantes internacionais. A importância de pensar a cidadania para os
    imigrantes que se deslocam em um espaço internacional – ou transnacional – se justifica
    porque, desde o início da modernidade com a Revolução Francesa, foi através da cidadania
    que tomou forma a proteção dos direitos dos indivíduos. No tempo presente, alguns
    acontecimentos, como o fenômeno convencionalmente chamado de globalização e o aumento
    contínuo das imigrações internacionais, contribuíram para uma série de críticas e
    questionamentos ao tradicional conceito de cidadania. Todavia, a despeito de todas as
    modificações pelas quais vem passando este conceito, acredita-se que ainda é por meio dele
    que se pode garantir o próprio “direito a ter direitos”. No caso dos imigrantes internacionais,
    por via de regra, o deslocamento provoca a perda da nacionalidade, pois aos saírem de seus
    países de origem, deixam de pertencer a um Estado enquanto nacionais e passam a residir em
    outro na condição de estrangeiros. Neste trabalho, partir-se-á da hipótese segundo a qual esta
    perda da nacionalidade por parte dos imigrantes dificultaria o acesso destes mesmos à
    cidadania, sobretudo em sua dimensão política. Para refletir acerca deste problema, a presente
    dissertação está estruturada em quatro capítulos. Nos dois primeiros serão delimitados
    teoricamente o fenômeno da imigração internacional e a cidadania moderna, respectivamente.
    No terceiro capítulo serão identificadas algumas possibilidades de separação entre cidadania e
    nacionalidade buscando mostrar em que medida esta empreitada facilitaria o acesso dos
    imigrantes internacionais à cidadania. Por fim, o quarto capítulo verificará, a partir de alguns
    recortes espaciais e temporais, de que forma o problema da ausência de cidadania se apresenta
    no contexto brasileiro. Tanto no terceiro como no quarto capítulo, ao abordar a relação entre
    cidadania e nacionalidade, será levada em consideração a existência de uma dimensão cultural
    para além das dimensões política e jurídica da nacionalidade.
    Palavras-chave: imigrações internacionais; cidadania; nacionalidade.

    A presente dissertação tem como principal objetivo a reflexão acerca do problema da ausênciade cidadania para os imigrantes internacionais. A importância de pensar a cidadania para osimigrantes que se deslocam em um espaço internacional – ou transnacional – se justificaporque, desde o início da modernidade com a Revolução Francesa, foi através da cidadaniaque tomou forma a proteção dos direitos dos indivíduos. No tempo presente, algunsacontecimentos, como o fenômeno convencionalmente chamado de globalização e o aumentocontínuo das imigrações internacionais, contribuíram para uma série de críticas equestionamentos ao tradicional conceito de cidadania. Todavia, a despeito de todas asmodificações pelas quais vem passando este conceito, acredita-se que ainda é por meio deleque se pode garantir o próprio “direito a ter direitos”. No caso dos imigrantes internacionais,por via de regra, o deslocamento provoca a perda da nacionalidade, pois aos saírem de seuspaíses de origem, deixam de pertencer a um Estado enquanto nacionais e passam a residir emoutro na condição de estrangeiros. Neste trabalho, partir-se-á da hipótese segundo a qual estaperda da nacionalidade por parte dos imigrantes dificultaria o acesso destes mesmos àcidadania, sobretudo em sua dimensão política. Para refletir acerca deste problema, a presentedissertação está estruturada em quatro capítulos. Nos dois primeiros serão delimitadosteoricamente o fenômeno da imigração internacional e a cidadania moderna, respectivamente.No terceiro capítulo serão identificadas algumas possibilidades de separação entre cidadania enacionalidade buscando mostrar em que medida esta empreitada facilitaria o acesso dosimigrantes internacionais à cidadania. Por fim, o quarto capítulo verificará, a partir de algunsrecortes espaciais e temporais, de que forma o problema da ausência de cidadania se apresentano contexto brasileiro. Tanto no terceiro como no quarto capítulo, ao abordar a relação entrecidadania e nacionalidade, será levada em consideração a existência de uma dimensão culturalpara além das dimensões política e jurídica da nacionalidade.

     

  • ANA CAROLINA GONDIM DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • CORPOS ESTRANHOS: REFLEXÕES SOBRE A INTERFACE
    ENTRE A INTERSEXUALIDADE E OS DIREITOS HUMANOS
    CORPOS ESTRANHOS: REFLEXÕES SOBRE A INTERFACEENTRE A INTERSEXUALIDADE E OS DIREITOS HUMANOS. 

  • Data: 15/03/2012
  • Hora: 15:00
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  • Desde tempos imemoriais a humanidade construiu como metanarrativa a crença que a
    verdade do sujeito de direito está no ser masculino ou feminino, levando o humano a se
    concretizar apenas na perspectiva do sexo binário, desconsiderando qualquer outra forma de
    corporalidade. Há pessoas que nascem com corporalidade diferente da considerada normal,
    com características de ambos os sexos. São denominadas pelo discurso médico de
    intersexuais. Por transgredirem o modelo binário, essas pessoas são relegadas a um não-lugar,
    uma não-vida e são, reiteradas vezes, violadas em sua dignidade humana. A presente
    dissertação propõe uma reflexão sobre a interface entre a intersexualidade e os direitos
    humanos a partir da análise de como os saberes médico e jurídico legitimam o binarismo
    sexual e, em seu nome, violam direitos e negam a condição de pessoa humana aos
    intersexuais. A estrutura desta dissertação está dividida em três capítulos. No primeiro
    capítulo foi realizada uma análise sobre a construção dos corpos como uma ferramenta sóciohistórico-
    cultural a partir de conceitos como corpo, gênero e sexo na perspectiva de Michel
    Foucault, de Judith Butler, de Berenice Bento e de Thomas Laqueur e como o discurso
    jurídico se utiliza desses conceitos e disponta como saber dogmático que assume as
    características do masculino a partir das reflexões de Frances Olsen e Carole Pateman. No
    segundo capítulo, foi analisado o discurso médico sobre a intersexualidade, a partir de seu
    conceito e de sua tipologia, bem como os protocolos das cirurgias retificadoras do sexo.
    Ainda no segundo capítulo, foi utilizada a perspectiva de George Canguilhem e Thomas Kuhn
    para compreender que os conceitos de normalidades e anormalidade são políticos e culturais e
    não biológicos ou naturais objetivando a despatologização da intersexualidade. No terceiro, e
    último capítulo, foi realizada a discussão sobre como o Direito legitima o binarismo sexual
    amparado cientificamente no discurso biomédico e como a prática das cirurgias que definem o
    sexo nas pessoas intersexuais ferem a dignidade humana a partir da análise dos princípios que
    norteiam a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Nas considerações finais
    constata-se que a impotência da pessoa humana diante da rigidez do destino biológico,
    transforma a vida humana em um determinismo irrefutável e inflexível, incompatível,
    portanto, com o princípio da dignidade da pessoa humana que justifica a teoria dos direitos
    humanos.
    Palavras Chave: Direitos Humanos. Intersexualidade. Corpo. Gênero. Bioética
    Desde tempos imemoriais a humanidade construiu como metanarrativa a crença que averdade do sujeito de direito está no ser masculino ou feminino, levando o humano a seconcretizar apenas na perspectiva do sexo binário, desconsiderando qualquer outra forma decorporalidade. Há pessoas que nascem com corporalidade diferente da considerada normal,com características de ambos os sexos. São denominadas pelo discurso médico deintersexuais. Por transgredirem o modelo binário, essas pessoas são relegadas a um não-lugar,uma não-vida e são, reiteradas vezes, violadas em sua dignidade humana. A presentedissertação propõe uma reflexão sobre a interface entre a intersexualidade e os direitoshumanos a partir da análise de como os saberes médico e jurídico legitimam o binarismosexual e, em seu nome, violam direitos e negam a condição de pessoa humana aosintersexuais. A estrutura desta dissertação está dividida em três capítulos. No primeirocapítulo foi realizada uma análise sobre a construção dos corpos como uma ferramenta sóciohistórico-cultural a partir de conceitos como corpo, gênero e sexo na perspectiva de MichelFoucault, de Judith Butler, de Berenice Bento e de Thomas Laqueur e como o discursojurídico se utiliza desses conceitos e disponta como saber dogmático que assume ascaracterísticas do masculino a partir das reflexões de Frances Olsen e Carole Pateman. Nosegundo capítulo, foi analisado o discurso médico sobre a intersexualidade, a partir de seuconceito e de sua tipologia, bem como os protocolos das cirurgias retificadoras do sexo.Ainda no segundo capítulo, foi utilizada a perspectiva de George Canguilhem e Thomas Kuhnpara compreender que os conceitos de normalidades e anormalidade são políticos e culturais enão biológicos ou naturais objetivando a despatologização da intersexualidade. No terceiro, eúltimo capítulo, foi realizada a discussão sobre como o Direito legitima o binarismo sexualamparado cientificamente no discurso biomédico e como a prática das cirurgias que definem osexo nas pessoas intersexuais ferem a dignidade humana a partir da análise dos princípios quenorteiam a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Nas considerações finaisconstata-se que a impotência da pessoa humana diante da rigidez do destino biológico,transforma a vida humana em um determinismo irrefutável e inflexível, incompatível,portanto, com o princípio da dignidade da pessoa humana que justifica a teoria dos direitoshumanos.

  • ROBERTA CANDEIA GONCALVES
  • ÉTICA DO CUIDADO E EMPATIA: EM DEFESA DE UMA METAÉTICA SENTIMENTALISTA PARA OS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 15/03/2012
  • Hora: 10:30
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  • Nesta dissertação, apresenta-se a ética do cuidado que, contemporaneamente,
    opera-se pelo uso da empatia como ferramenta de reconhecimento e motivação morais. O
    objetivo é pugnar pela consistência teórica da ética do cuidado como alternativa levada a
    cabo por uma revisão deontológica dos direitos humanos, uma vez que gera resultados mais
    robustos quanto à efetividade de suas prescrições, no âmbito da teoria da ação moral. Os
    métodos utilizados para a confecção do trabalho são, concorrentemente, o método dedutivo
    de abordagem teórica, com o escopo de verificar se as conclusões obtidas da análise
    argumentativa desta teoria metaética encontrarão resposta satisfatória aos problemas
    previamente identificados e, a seguir, em que patamar as críticas a algumas de suas
    alegações põem os fundamentos de tal teoria, da mesma forma que o método dialético, para
    justificar a adoção dessa nova teoria em detrimento da teoria atual, o que desempenhará o
    papel de formulador de parâmetros lógico-argumentativos com finalidade resolutiva. O
    presente estudo é composto de 04 (quatro) capítulos, sendo o primeiro a introdução,
    ademais de considerações finais. No segundo capítulo, apresentam-se as bases teóricofilosóficas
    da ética do cuidado contemporânea, a partir do sentimentalismo e do emotivismo
    ético, ademais da ética do cuidado seminal, da teoria feminista. No terceiro, esboçam-se os
    fundamentos de alguns dos encurtamentos teóricos da racionalidade kantiana,
    especialmente o chamado processo de assepsia moral que a unicidade da razão pretende
    promover. No quarto, elabora-se uma tentativa conceitual para empatia e delineiam-se os
    principais argumentos da ética do cuidado de bases empáticas, recortando-se categorias
    através da análise de alguns autores atuais da filosofia e psicologia moral. Por fim, concluise
    que é possível a sustentação teórica da ética do cuidado a partir da empatia, bem como
    ser possível e mais recomendável a aplicação desta teoria como base deontológica em
    detrimento da kantiana, às normativas de direitos humanos, uma vez que compaginam com
    maior sucesso os juízos morais e a ação segundo suas prescrições. Propõe-se os
    sentimentos como elementos não-textuais dos direitos humanos e, portanto, a urgência de
    que uma educação em/para direitos humanos seja, também, uma educação sentimental.
    Outras questões de validade da ética do cuidado como empatia permanecem em aberto nas
    considerações finais, o que ressalta relevância da continuidade da investigação desta teoria
    no âmbito do Direito.
    Palavras-chave: Ética do cuidado; Direitos Humanos; Empatia; Sentimentalismo;
    Racionalismo.
    Nesta dissertação, apresenta-se a ética do cuidado que, contemporaneamente,opera-se pelo uso da empatia como ferramenta de reconhecimento e motivação morais. Oobjetivo é pugnar pela consistência teórica da ética do cuidado como alternativa levada acabo por uma revisão deontológica dos direitos humanos, uma vez que gera resultados maisrobustos quanto à efetividade de suas prescrições, no âmbito da teoria da ação moral. Osmétodos utilizados para a confecção do trabalho são, concorrentemente, o método dedutivode abordagem teórica, com o escopo de verificar se as conclusões obtidas da análiseargumentativa desta teoria metaética encontrarão resposta satisfatória aos problemaspreviamente identificados e, a seguir, em que patamar as críticas a algumas de suasalegações põem os fundamentos de tal teoria, da mesma forma que o método dialético, parajustificar a adoção dessa nova teoria em detrimento da teoria atual, o que desempenhará opapel de formulador de parâmetros lógico-argumentativos com finalidade resolutiva. Opresente estudo é composto de 04 (quatro) capítulos, sendo o primeiro a introdução,ademais de considerações finais. No segundo capítulo, apresentam-se as bases teóricofilosóficasda ética do cuidado contemporânea, a partir do sentimentalismo e do emotivismoético, ademais da ética do cuidado seminal, da teoria feminista. No terceiro, esboçam-se osfundamentos de alguns dos encurtamentos teóricos da racionalidade kantiana,especialmente o chamado processo de assepsia moral que a unicidade da razão pretendepromover. No quarto, elabora-se uma tentativa conceitual para empatia e delineiam-se osprincipais argumentos da ética do cuidado de bases empáticas, recortando-se categoriasatravés da análise de alguns autores atuais da filosofia e psicologia moral. Por fim, concluiseque é possível a sustentação teórica da ética do cuidado a partir da empatia, bem comoser possível e mais recomendável a aplicação desta teoria como base deontológica emdetrimento da kantiana, às normativas de direitos humanos, uma vez que compaginam commaior sucesso os juízos morais e a ação segundo suas prescrições. Propõe-se ossentimentos como elementos não-textuais dos direitos humanos e, portanto, a urgência deque uma educação em/para direitos humanos seja, também, uma educação sentimental.Outras questões de validade da ética do cuidado como empatia permanecem em aberto nasconsiderações finais, o que ressalta relevância da continuidade da investigação desta teoriano âmbito do Direito.

  • FLORITA CUHANGA ANTONIO TELO
  •   ANGOLA: A trajetória das lutas pela cidadania e a educação em direitos humanos.
  • Data: 15/03/2012
  • Hora: 09:30
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  •  

    Este trabalho se propõe a dar uma contribuição ao estudo dos direitos humanos em Angola.
    Inicialmente, procurou-se conhecer os elementos que contribuíram para a formação histórica
    dos cidadãos angolanos, com destaque para os anos de 1975, 1991 e 1992, e analisar o
    entendimento que os governos tiveram sobre direitos humanos a partir da leitura legislativa e
    sua relação com as práticas sociais de violência. Em seguida, apresentaram-se referenciais
    conceituais de direitos humanos em função desta leitura histórica. Neste processo, inclui-se a
    educação como o meio através do qual os sujeitos são socializados. Num contexto de
    naturalização da violência, a educação desempenha papel fundamental. Buscou-se, ainda,
    compreender a educação formal em Angola e sua relação com a emancipação social. E, assim,
    perceber como e por que a educação em direitos humanos pode ser um meio de concretização
    da democracia, da tolerância e de combate à violência. Também foram analisadas as
    atividades das ONGs que desenvolvem ações em prol dos direitos humanos em Angola. A
    pesquisa teve caráter bibliográfico, documental e pesquisa de campo utilizando a história oral.
    Palavras chave: Angola. Direitos Humanos. Educação em Direitos Humanos. Participação
    Política e Cidadania. História

    Este trabalho se propõe a dar uma contribuição ao estudo dos direitos humanos em Angola.Inicialmente, procurou-se conhecer os elementos que contribuíram para a formação históricados cidadãos angolanos, com destaque para os anos de 1975, 1991 e 1992, e analisar oentendimento que os governos tiveram sobre direitos humanos a partir da leitura legislativa esua relação com as práticas sociais de violência. Em seguida, apresentaram-se referenciaisconceituais de direitos humanos em função desta leitura histórica. Neste processo, inclui-se aeducação como o meio através do qual os sujeitos são socializados. Num contexto denaturalização da violência, a educação desempenha papel fundamental. Buscou-se, ainda,compreender a educação formal em Angola e sua relação com a emancipação social. E, assim,perceber como e por que a educação em direitos humanos pode ser um meio de concretizaçãoda democracia, da tolerância e de combate à violência. Também foram analisadas asatividades das ONGs que desenvolvem ações em prol dos direitos humanos em Angola. Apesquisa teve caráter bibliográfico, documental e pesquisa de campo utilizando a história oral.

  • PEDRO IVO SOARES BEZERRA
  •   CONTROLE JURISDICIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS: APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE COMO CRITÉRIO DEFINIDOR DE LIMITES CONTROLE JURISDICIONAL DE POLÍTICASPÚBLICAS: APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DAPROPORCIONALIDADE COMO CRITÉRIODEFINIDOR DE LIMITES  
  • Data: 12/03/2012
  • Hora: 15:30
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  •  

    Os direitos fundamentais necessitam de efetivação, em especial na era da normatividade dos
    princípios e da supremacia hierárquica dos dispositivos constitucionais. No Estado
    democrático de direito, são definidas, na constituição e demais documentos legislativos
    infraconstitucionais, diretrizes a serem concretizadas a partir da adoção de políticas públicas,
    as quais servem como instrumentos para a realização dos objetivos estatais que devem ser
    direcionados para o bem comum. A proposta é analisar o controle jurisdicional sobre políticas
    públicas, observando o confronto entre a necessidade de concretização de direitos
    fundamentais, especialmente aqueles que servem para assegurar a implementação do mínimo
    existencial, e a obrigatoriedade de observância dos princípios da divisão harmônica das
    funções estatais, da legitimidade democrática, bem como as limitações decorrentes da reserva
    do possível e da microvisão do Poder Judiciário. Para solucionar esse embate entre princípios
    de hierarquia constitucional, será imperiosa a aplicação do princípio da proporcionalidade,
    como forma de possibilitar o exercício do controle jurisdicional sobre políticas públicas, sem
    que se promova uma atuação exacerbada dos magistrados nem tampouco que se deixem de
    efetivar direitos constitucionais em razão da inércia do Estado na realização de políticas
    públicas.
    Palavras-chave: Políticas públicas. Controle jurisdicional. Princípio da proporcionalidade.

    Os direitos fundamentais necessitam de efetivação, em especial na era da normatividade dosprincípios e da supremacia hierárquica dos dispositivos constitucionais. No Estadodemocrático de direito, são definidas, na constituição e demais documentos legislativosinfraconstitucionais, diretrizes a serem concretizadas a partir da adoção de políticas públicas,as quais servem como instrumentos para a realização dos objetivos estatais que devem serdirecionados para o bem comum. A proposta é analisar o controle jurisdicional sobre políticaspúblicas, observando o confronto entre a necessidade de concretização de direitosfundamentais, especialmente aqueles que servem para assegurar a implementação do mínimoexistencial, e a obrigatoriedade de observância dos princípios da divisão harmônica dasfunções estatais, da legitimidade democrática, bem como as limitações decorrentes da reservado possível e da microvisão do Poder Judiciário. Para solucionar esse embate entre princípiosde hierarquia constitucional, será imperiosa a aplicação do princípio da proporcionalidade,como forma de possibilitar o exercício do controle jurisdicional sobre políticas públicas, semque se promova uma atuação exacerbada dos magistrados nem tampouco que se deixem deefetivar direitos constitucionais em razão da inércia do Estado na realização de políticaspúblicas.

  • ANA PAULA MARQUES DE SOUZA
  •  

    A RESPONSABILIDADE DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS EM FACE DO
    CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

    A RESPONSABILIDADE DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS EM FACE DOCÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

  • Orientador : FERNANDO ANTONIO DE VASCONCELOS
  • Data: 12/03/2012
  • Hora: 13:00
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  •  

    Inovações tecnológicas surgem a cada momento, com objetivo maior de facilitar a
    vida do homem em sociedade. A globalização marcou o início de uma modificação
    sem precedentes no mundo moderno, com quebra de fronteiras e a possibilidade de
    negociação com diversos pontos do mundo. A Internet e o comércio eletrônico
    surgiram em meio a esse processo de globalização cultural e econômico, facilitando
    ainda mais o surgimento dessa nova noção de movimento, em que o espaço deixou
    de ser obstáculo, para ser aliado no crescimento econômico e no consumismo
    mundial. O consumidor foi atingido diretamente por essas mudanças, com a
    possibilidade de aquisição de produtos em qualquer parte do globo, tudo sem sair de
    casa e com um simples arrastar de mouse. Em qualquer ponto do mundo há
    possibilidade de contratação com qualquer outro ponto do mundo. As fronteiras
    foram quebradas e modelos de negócios foram criados para adequar-se ao mundo
    virtual. O presente trabalho tratará do novo segmento de negócios intitulado “compra
    coletiva” e sua relação com o Código de Defesa do Consumidor, analisando a
    questão da responsabilidade desses sites, representantes do mais novo fenômeno
    no comércio eletrônico. Sua principal característica é impulsionar o consumidor a
    adquirir, em virtude de uma oferta com um grande desconto e um prazo limitado
    para comprar. O Direito não consegue acompanhar as mutações sociais na mesma
    velocidade em que ocorrem, cabendo ao intérprete a adequação e aplicação das leis
    existentes, juntamente com as normas e princípios da Constituição Federal de 1988.
    O Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor são os suportes legais
    existentes para o comércio eletrônico. Enquanto o CC define regras gerais para a
    contratação, desde o momento de formação, até o tempo de formação, com
    conceitos básicos a serem utilizados em qualquer contratação, o CDC protege o
    consumidor que realiza qualquer tipo de negociação, inclusive as realizadas em
    meio eletrônico. Não há diferenças na realização de negócios no comércio virtual ou
    no comércio físico, o conceito de contrato foi mantido, com a diferença básica de que
    seu suporte deixou de ser o papel, para ser digital. Pela característica de
    extraterritorialidade das lojas virtuais, com a possibilidade de atingir um grande
    número de consumidores, o contrato de adesão passou a ser a maior ferramenta
    utilizada, como uma espécie de formulário digital em que ao consumidor só resta
    aceitar ou não. Ao CDC recai a responsabilidade de proteger o consumidor contra
    eventuais abusos dos fornecedores, como cláusulas abusivas inseridas em contratos
    de adesão e publicidade enganosa sobre produtos e serviços. Em plena era de
    globalização, nenhuma empresa está excluída de responsabilização por seus atos,
    seja ela virtual ou real.
    Palavras-chave: compras coletivas, contrato eletrônico, e-commerce, comércio
    eletrônico, direito do consumidor.

    Inovações tecnológicas surgem a cada momento, com objetivo maior de facilitar avida do homem em sociedade. A globalização marcou o início de uma modificaçãosem precedentes no mundo moderno, com quebra de fronteiras e a possibilidade denegociação com diversos pontos do mundo. A Internet e o comércio eletrônicosurgiram em meio a esse processo de globalização cultural e econômico, facilitandoainda mais o surgimento dessa nova noção de movimento, em que o espaço deixoude ser obstáculo, para ser aliado no crescimento econômico e no consumismomundial. O consumidor foi atingido diretamente por essas mudanças, com apossibilidade de aquisição de produtos em qualquer parte do globo, tudo sem sair decasa e com um simples arrastar de mouse. Em qualquer ponto do mundo hápossibilidade de contratação com qualquer outro ponto do mundo. As fronteirasforam quebradas e modelos de negócios foram criados para adequar-se ao mundovirtual. O presente trabalho tratará do novo segmento de negócios intitulado “compracoletiva” e sua relação com o Código de Defesa do Consumidor, analisando aquestão da responsabilidade desses sites, representantes do mais novo fenômenono comércio eletrônico. Sua principal característica é impulsionar o consumidor aadquirir, em virtude de uma oferta com um grande desconto e um prazo limitadopara comprar. O Direito não consegue acompanhar as mutações sociais na mesmavelocidade em que ocorrem, cabendo ao intérprete a adequação e aplicação das leisexistentes, juntamente com as normas e princípios da Constituição Federal de 1988.O Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor são os suportes legaisexistentes para o comércio eletrônico. Enquanto o CC define regras gerais para acontratação, desde o momento de formação, até o tempo de formação, comconceitos básicos a serem utilizados em qualquer contratação, o CDC protege oconsumidor que realiza qualquer tipo de negociação, inclusive as realizadas emmeio eletrônico. Não há diferenças na realização de negócios no comércio virtual ouno comércio físico, o conceito de contrato foi mantido, com a diferença básica de queseu suporte deixou de ser o papel, para ser digital. Pela característica deextraterritorialidade das lojas virtuais, com a possibilidade de atingir um grandenúmero de consumidores, o contrato de adesão passou a ser a maior ferramentautilizada, como uma espécie de formulário digital em que ao consumidor só restaaceitar ou não. Ao CDC recai a responsabilidade de proteger o consumidor contraeventuais abusos dos fornecedores, como cláusulas abusivas inseridas em contratosde adesão e publicidade enganosa sobre produtos e serviços. Em plena era deglobalização, nenhuma empresa está excluída de responsabilização por seus atos,seja ela virtual ou real.

  • TALISSA ESTEFANIA TOMAZ TOMIYOSHI
  • INSTRUMENTOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM FACE DA PARCERIA COMERCIAL BRASIL - CHINA: REFLEXOS DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E (DES) LEADADE CONCORRENCIAL

  • Orientador : BELINDA PEREIRA DA CUNHA
  • Data: 08/03/2012
  • Hora: 15:00
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  • Durante décadas, o desenvolvimento das nações esteve relacionado ao crescimento econômico, por entender que o enriquecimento ocasionaria a melhoria dos padrões sociais. Entretanto, a adoção desse critério não segue parâmetros de sustentabilidade, bem-estar social, progresso tecnológico e de preservação ambiental. Principalmente nos países em desenvolvimento, que possuem como característica predominante a concentração de renda. Com a globalização, as necessidades deste século apontam para uma nova realidade, pautada sobre uma cooperação ominidirecionada, com diálogo intercivilizacional e a cooperação em prol do desenvolvimento para sustentar a nova ordem multipolar da aldeia global.
    Para atingir o desenvolvimento é necessário que ocorra uma conjuntura de aspectos fundamentais, dentre eles o incentivo à inovação tecnológica, pois os bens incorpóreos passaram a ser considerados moeda de troca, inclusive para medir a capacidade de desenvolvimento de uma nação. Como também a regulamentação concorrencial para garantir a segurança jurídica nas transações mercantis, frente à porosidade das fronteiras no sistema globalizado com atenção ao desenvolvimento sustentável, para que o meio ambiente seja utilizado de forma a satisfazer os objetivos econômicos e a qualidade de vida da população. Ou seja, a demanda social deve solidificar bases sustentáveis, sem colocar a natureza a serviço do lucro
    Brasil e China são grandes parceiros comerciais submetidos ao mesmo desafio, atingir padrões mais altos de riqueza com o escopo de melhorar a qualidade de vida da população. A China é considerada o novo player do mercado e a nação que mais cresce no mundo, devido aos seus grandes investimentos para se tornar competitiva no mercado internacional. Já o Brasil promove políticas governamentais de incentivo aos seus parques industriais, melhoria da infraestrutura e fortalece seus centros de pesquisa para substituir as exportações de commodities por produtos e serviços com valor agregado.
    Considerada a China a “fábrica do mundo”, por apresentar tecnologia de ponta e um comércio exterior dinâmico, é sabido diante as denúncias impetradas em âmbito internacional e nacional a prática delituosa de concorrência desleal. Por ser considerado o maior mercado consumidor mundial é carente de inúmeros produtos e serviços, sejam eles, primários ou tecnológicos, que o Brasil possui a capacidade de fornecê-los. Tornou-se imprescindível analisar essa relação comercial, para que se possa focar nas melhores oportunidades econômicas, seja através das exportações, transferências tecnológicas ou acordos de cooperação para fomentar o desenvolvimento brasileiro.
    PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável. Brasil. China. Inovação Tecnológica. Lealdade Concorrencial.
    Durante décadas, o desenvolvimento das nações esteve relacionado ao crescimento econômico, por entender que o enriquecimento ocasionaria a melhoria dos padrões sociais. Entretanto, a adoção desse critério não segue parâmetros de sustentabilidade, bem-estar social, progresso tecnológico e de preservação ambiental. Principalmente nos países em desenvolvimento, que possuem como característica predominante a concentração de renda. Com a globalização, as necessidades deste século apontam para uma nova realidade, pautada sobre uma cooperação ominidirecionada, com diálogo intercivilizacional e a cooperação em prol do desenvolvimento para sustentar a nova ordem multipolar da aldeia global.Para atingir o desenvolvimento é necessário que ocorra uma conjuntura de aspectos fundamentais, dentre eles o incentivo à inovação tecnológica, pois os bens incorpóreos passaram a ser considerados moeda de troca, inclusive para medir a capacidade de desenvolvimento de uma nação. Como também a regulamentação concorrencial para garantir a segurança jurídica nas transações mercantis, frente à porosidade das fronteiras no sistema globalizado com atenção ao desenvolvimento sustentável, para que o meio ambiente seja utilizado de forma a satisfazer os objetivos econômicos e a qualidade de vida da população. Ou seja, a demanda social deve solidificar bases sustentáveis, sem colocar a natureza a serviço do lucroBrasil e China são grandes parceiros comerciais submetidos ao mesmo desafio, atingir padrões mais altos de riqueza com o escopo de melhorar a qualidade de vida da população. A China é considerada o novo player do mercado e a nação que mais cresce no mundo, devido aos seus grandes investimentos para se tornar competitiva no mercado internacional. Já o Brasil promove políticas governamentais de incentivo aos seus parques industriais, melhoria da infraestrutura e fortalece seus centros de pesquisa para substituir as exportações de commodities por produtos e serviços com valor agregado.Considerada a China a “fábrica do mundo”, por apresentar tecnologia de ponta e um comércio exterior dinâmico, é sabido diante as denúncias impetradas em âmbito internacional e nacional a prática delituosa de concorrência desleal. Por ser considerado o maior mercado consumidor mundial é carente de inúmeros produtos e serviços, sejam eles, primários ou tecnológicos, que o Brasil possui a capacidade de fornecê-los. Tornou-se imprescindível analisar essa relação comercial, para que se possa focar nas melhores oportunidades econômicas, seja através das exportações, transferências tecnológicas ou acordos de cooperação para fomentar o desenvolvimento brasileiro.

  • ANA ROSA DE BRITO MEDEIROS
  • A COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL E A RECUPERAÇÃO DE ATIVOS NO EXTERIOR: AVANÇOS E DESAFIOS AO ESTADO BRASILEIRO À LUZ DO COMBATE INTERNACIONAL À LAVAGEM DE DINHEIRO
  • Data: 06/03/2012
  • Hora: 15:30
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  • A presente dissertação de mestrado debruça-se sobre a cooperação penal internacional e a recuperação de ativos. A análise geral da problemática restringe-se em examinar a atuação do Estado brasileiro neste processo, focando na cooperação internacional, no combate ao delito de lavagem de dinheiro, e seus crimes anteriores. Devido a internacionalização da vida privada, os Estados perceberam a necessidade de cooperar entre si para poder garantir sua soberania e diligências dentro dos outros territórios. A fim de facilitar este processo de cooperação os governos adotaram uma série de instrumentos internacionais, além de tipificarem vários crimes (participação em organização criminosa, corrupção, etc., a fim de criar mecanismos para institucionalizar a cooperação internacional contra a lavagem de dinheiro. Todavia vários doutrinadores acreditam que os esforços financeiros exigidos para recuperar os bens produtos da lavagem de dinheiro não compensam, uma vez que é arrecadada uma quantia ínfima, se comparado ao dinheiro lavado. A partir da análise do delito de lavagem de dinheiro, estuda-se a atividade de diversos órgãos responsáveis pelo seu combate e prevenção, como a Polícia Federal, a Advocacia-Geral da União, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A partir da ação de combate a lavagem de dinheiro foi criado o Departamento de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, a fim de funcionar como autoridade central e influenciar positivamente em qualquer processo de cooperação internacional que objetive a recuperação de ativos. Constatou-se alguns dados da cooperação jurídica internacional entre o Brasil e outros Estados, e entendeu que ainda o país ainda precisa aperfeiçoar suas técnicas de auxílio direto, driblar a burocracia e diversos outras dificuldades a para que seja realmente eficaz no combate ao crime de lavagem de dinheiro e na recuperação de ativos.
    PALAVRAS-CHAVE: Cooperação Internacional. Recuperação de Ativos. Lavagem de Dinheiro.
    A presente dissertação de mestrado debruça-se sobre a cooperação penal internacional e a recuperação de ativos. A análise geral da problemática restringe-se em examinar a atuação do Estado brasileiro neste processo, focando na cooperação internacional, no combate ao delito de lavagem de dinheiro, e seus crimes anteriores. Devido a internacionalização da vida privada, os Estados perceberam a necessidade de cooperar entre si para poder garantir sua soberania e diligências dentro dos outros territórios. A fim de facilitar este processo de cooperação os governos adotaram uma série de instrumentos internacionais, além de tipificarem vários crimes (participação em organização criminosa, corrupção, etc., a fim de criar mecanismos para institucionalizar a cooperação internacional contra a lavagem de dinheiro. Todavia vários doutrinadores acreditam que os esforços financeiros exigidos para recuperar os bens produtos da lavagem de dinheiro não compensam, uma vez que é arrecadada uma quantia ínfima, se comparado ao dinheiro lavado. A partir da análise do delito de lavagem de dinheiro, estuda-se a atividade de diversos órgãos responsáveis pelo seu combate e prevenção, como a Polícia Federal, a Advocacia-Geral da União, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A partir da ação de combate a lavagem de dinheiro foi criado o Departamento de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, a fim de funcionar como autoridade central e influenciar positivamente em qualquer processo de cooperação internacional que objetive a recuperação de ativos. Constatou-se alguns dados da cooperação jurídica internacional entre o Brasil e outros Estados, e entendeu que ainda o país ainda precisa aperfeiçoar suas técnicas de auxílio direto, driblar a burocracia e diversos outras dificuldades a para que seja realmente eficaz no combate ao crime de lavagem de dinheiro e na recuperação de ativos.

  • MARCOS JOSE DE OLIVEIRA LIMA FILHO
  • UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DA VALIDADE DA TEORIA DIALÉTICA DO DIREITO A PARTIR DA VERIFICAÇÃO DE SUA UTILIZAÇÃO PELOS ADVOGADOS POPULARES

  • Orientador : ENOQUE FEITOSA SOBREIRA FILHO
  • Data: 10/02/2012
  • Hora: 16:00
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  • Nesta dissertação, faz-se uma avaliação da teoria dialética do direito elaborada por Roberto Lyra Filho. Objetiva-se, com isso, elucidar a validade desta formulação teórica seja para o uso dos juristas práticos, seja para descrever e explicar o movimento real do fenômeno jurídico. Os métodos utilizados para a confecção do trabalho variaram conforme os objetivos específicos dos capítulos. Assim, nos capítulos um, dois e cinco, prevaleceu a pesquisa epistemológica unida à técnica bibliográfica e nos tópicos três e quatro, sobressaiu a pesquisa empírica utilizando diversas métodos de procedimento, como a participação observante, análise de documentos, história oral. Entrecortando todos os pontos, usou-se o método dialético tanto no sentido objetivo, do próprio movimento da realidade, quanto no sentido gnosiológico de captação do objeto de pesquisa na totalidade. A dissertação é composta de cinco capítulos mais introdução e considerações finais. No primeiro, explica-se a parte metodológica do trabalho. No segundo, apresenta-se a teoria dialética do direito, objeto principal da pesquisa. No terceiro, labora-se a noção de advocacia popular enquanto categoria mediadora do estudo principal. No quarto, analisa-se diversas peças jurídicas produzidas por advogados populares, a fim de investigar-se a aplicação das noções aduzidas pela teoria jurídica de Roberto Lyra Filho. No quinto e último capítulo, realiza-se um estudo comparativo entre Lyra Filho e as obras marxianas de onde ele retira suas ideias para formular a teoria dialética do direito, comparando-se os dois teóricos perquiridos. Ao final, conclui-se que a teoria avaliada, não obstante o esforço do seu artífice, não possui validade para uso prático nem, principalmente, para explicar o fenômeno jurídico, pois sua tese dignificante do direito não encontra respaldo na mediação com a realidade, bem como sua interpretação do direito nos textos marxianos não é compatível com o sistema teórico deste autor, restando, como pontos positivos de sua construção filosófica, as distinções entre direito e lei, a crítica ao direito positivo e ao natural e a proposição da união entre filosofia e sociologia para abordagem de tal fenômeno.

  • LAMINE SISSE
  • LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE MÍDIA NO PROCESSO DEMOCRÁTICO DA GUINÉ-BISSAU
  • Data: 10/02/2012
  • Hora: 15:00
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  •  

    Esta dissertação trata da liberdade de expressão e de mídia no processo democrático Guineense. A sua estrutura está repartida em quatro capítulos. No primeiro capítulo, foram analisadas as questões relacionadas à liberdade de expressão e de mídia e os seus significados para o processo democrático, demonstrando que, sem a democracia, não haveria como falar em uma liberdade verdadeira e como um atributo humano. Ao longo desse trabalho foram citados vários pontos problemáticos sobre as liberdades em estudo; nesse contexto, o segundo capítulo refere-se à conjuntura jurídica e fática da liberdade de expressão e de mídia na Guiné-Bissau, ou seja, a discrepância entre a existência das garantias formais e a sua não aplicabilidade na Guiné, onde comprovamos a existência de legislação doméstica sobre a liberdade de expressão e de mídia – apesar de lacunosa e desatualizada - como também dos meios e dos procedimentos para garanti-las e analisamos os principais problemas que dificultam a sua aplicabilidade e identificamos os principais responsáveis por essa discrepância entre as garantias legais e a sua não aplicabilidade. O terceiro capítulo é reservado à avaliação do sistema internacional dos direitos humanos e à necessidade de imposição da liberdade de expressão e de mídia na Guiné, trazendo assim os artigos (sobre as liberdades em estudo) dos instrumentos de proteção e promoção dos direitos humanos dos quais o Estado é signatário, as instituições e os mecanismos para a sua implementação. Avaliando, portanto as possibilidades de interpretá-las ou não como um Direito Internacional Costumeiro, descrever as reais contribuições do Direito Internacional dos direitos humanos, para garantir a efetiva aplicação e o devido respeito da liberdade de expressão e de mídia nesse Estado. Por fim, por ser um Estado que nunca se preocupou muito com as exigências da comunidade internacional, não aderindo a certos tratados internacionais de suma importância, por ter pouco valor político a nível internacional e por ser vulnerável em termos econômicos, no quarto capitulo – o último -, o pesquisador trouxe para o debate algumas medidas que poderiam ser úteis – caso sejam adotadas -, para garantir os direitos humanos de uma forma plena e segura, em especial a liberdade de expressão e de mídia na Guiné; finalmente, segundo a estrutura dos três poderes existentes no Estado, o autor propõe as medidas que cada um deles deveria adotar para garantir os direitos e liberdades fundamentais dos Cidadãos Guineenses de uma forma mais eficaz e concreta.
    PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos. Liberdade de Expressão e de Mídia. Guiné-Bissau

    Esta dissertação trata da liberdade de expressão e de mídia no processo democrático Guineense. A sua estrutura está repartida em quatro capítulos. No primeiro capítulo, foram analisadas as questões relacionadas à liberdade de expressão e de mídia e os seus significados para o processo democrático, demonstrando que, sem a democracia, não haveria como falar em uma liberdade verdadeira e como um atributo humano. Ao longo desse trabalho foram citados vários pontos problemáticos sobre as liberdades em estudo; nesse contexto, o segundo capítulo refere-se à conjuntura jurídica e fática da liberdade de expressão e de mídia na Guiné-Bissau, ou seja, a discrepância entre a existência das garantias formais e a sua não aplicabilidade na Guiné, onde comprovamos a existência de legislação doméstica sobre a liberdade de expressão e de mídia – apesar de lacunosa e desatualizada - como também dos meios e dos procedimentos para garanti-las e analisamos os principais problemas que dificultam a sua aplicabilidade e identificamos os principais responsáveis por essa discrepância entre as garantias legais e a sua não aplicabilidade. O terceiro capítulo é reservado à avaliação do sistema internacional dos direitos humanos e à necessidade de imposição da liberdade de expressão e de mídia na Guiné, trazendo assim os artigos (sobre as liberdades em estudo) dos instrumentos de proteção e promoção dos direitos humanos dos quais o Estado é signatário, as instituições e os mecanismos para a sua implementação. Avaliando, portanto as possibilidades de interpretá-las ou não como um Direito Internacional Costumeiro, descrever as reais contribuições do Direito Internacional dos direitos humanos, para garantir a efetiva aplicação e o devido respeito da liberdade de expressão e de mídia nesse Estado. Por fim, por ser um Estado que nunca se preocupou muito com as exigências da comunidade internacional, não aderindo a certos tratados internacionais de suma importância, por ter pouco valor político a nível internacional e por ser vulnerável em termos econômicos, no quarto capitulo – o último -, o pesquisador trouxe para o debate algumas medidas que poderiam ser úteis – caso sejam adotadas -, para garantir os direitos humanos de uma forma plena e segura, em especial a liberdade de expressão e de mídia na Guiné; finalmente, segundo a estrutura dos três poderes existentes no Estado, o autor propõe as medidas que cada um deles deveria adotar para garantir os direitos e liberdades fundamentais dos Cidadãos Guineenses de uma forma mais eficaz e concreta.

2011
Descrição
  • JAILTON MACENA DE ARAÚJO
  • Orientador : ANA LUISA CELINO COUTINHO
  • Data: 20/12/2011
  • Hora: 00:00

  • RENAN DO VALLE MELO MARQUES
  • Orientador : ROMULO RHEMO PALITOT BRAGA
  • Data: 28/11/2011
  • Hora: 00:00

  • NILCE ELAINE BYRON RAMOS
  • A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS CÍVEIS COMO INSTRUMENTO DE EMPODERAMENTO DA MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
  • Data: 11/10/2011
  • Hora: 17:00
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  • Este trabalho trata da pesquisa e relato de experiência da utilização de forma alternativa de resolução de conflitos em casos de violência contra a mulher. O presente estudo foi fundamentado nas questões de gênero, que têm impactado nas relações sociais e familiares, gerando violência para as mulheres, porém delimitou-se na violência doméstica contra a mulher, seja nas relações íntimas presentes ou parte do passado dos envolvidos. A pesquisa relata a experiência do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAMe) na cidade de Manaus, mas seus aspectos teóricos não se limitam a essa experiência podendo ser utilizados em outras realidades. A mediação apresentada na pesquisa não é uma tentativa de tolerância a violência contra a mulher, a fim de promover reconciliações com seus agressores, mas apresenta-se a mediação como um instrumento de empoderamento da mulher, sendo esta colocada no papel de agente de transformação de sua própria vida e não somente como espectadora das decisões judiciais. Além disso, a mediação é apresentada como prevenção de novos episódios de violência.
  • LUCIANA SOUZA DA SILVA
  • O MARCO REGULATÓRIO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E O POLO INDUSTRIAL DE MANAUS: DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO DA REGIÃO AMAZÔNICA
  • Data: 10/10/2011
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação de mestrado tem como objetivo principal verificar se o marco regulatório da inovação científica e tecnológica em vigor no país teria potencial para gerar desenvolvimento científico-tecnológico efetivo para a região amazônica, com preservação adequada do meio ambiente e gerando a sustentabilidade socioeconômica do Polo Industrial de Manaus. A pesquisa parte da análise do tema da globalização situando suas vinculações com a inovação tecnológica; em seguida, analisa algumas teorias desenvolvimentistas no âmbito da ciência e da tecnologia; destaca a construção de políticas públicas nas áreas de desenvolvimento industrial e ciência, tecnologia e inovação; e envereda pelas políticas industriais setoriais passando a discutir o projeto da Zona Franca de Manaus, seus elementos históricos, fundamentos constitucionais, elementos de gestão, fragilidades e mudanças provocadas pelas sucessivas alterações no marco regulatório. Ao longo da trajetória de implantação da Política Industrial setorial, merecem destaque no trabalho os obstáculos, conquistas e fracassos da Política Nacional de Informática, evidenciando sua importância como precursora para a implantação da Política Pública de Ciência, Tecnologia e Inovação. No contexto de aplicação da pesquisa, o trabalho enfatiza a necessidade latente de integração entre as políticas públicas de desenvolvimento industrial local e as políticas de ciência, tecnologia e inovação, principalmente quando analisadas à luz das demandas do Polo Industrial de Manaus, com incentivos fiscais oriundos de ambas as políticas. Por fim, é evidenciado o potencial do marco legal para impulsionar o desenvolvimento científico-tecnológico do Polo, aliado à estruturação de um planejamento sistêmico, ainda não realizado.

  • ANA CAROLINA PEDROSA RIBEIRO PESSOA
  • O Direito à Educação e a Educação em/para os Direitos no PNDH-3
  • Data: 19/09/2011
  • Hora: 18:00
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  • Informacao nao disponivel nos documentos da secretaria do PPGCJ.
  • ANA CAROLINA PEDROSA RIBEIRO PESSOA
  • O Direito à Educação e a Educação em/para os Direitos no PNDH-3
  • Data: 19/09/2011
  • Hora: 18:00
  • Mostrar Resumo
  • Informacao nao disponivel nos documentos da secretaria do PPGCJ.
  • ANA CAROLINA PEDROSA RIBEIRO PESSOA
  • Data: 19/09/2011
  • Hora: 00:00

  • PAULO DE ASSIS FERREIRA DA LUZ
  • A EMPRESA E O DIREITO CONSTITUCIONAL ECONÔMICO BRASILEIRO:
    Análise da Relevância da Função Social da Empresa para o Alcance da Dignidade
    da Pessoa Humana
    A EMPRESA E O DIREITO CONSTITUCIONAL ECONÔMICO BRASILEIRO:Análise da Relevância da Função Social da Empresa para o Alcance da Dignidadeda Pessoa Humana.

  • Orientador : HERTHA URQUIZA BARACHO
  • Data: 16/09/2011
  • Hora: 08:00
  • Mostrar Resumo
  • O objeto da presente pesquisa busca analisar a empresa além de como instrumento
    de capitalização de lucros para os seus titulares e sim também como instrumento
    colaborador do desenvolvimento e alcance da justiça social e, sobretudo,
    preservação da dignidade da pessoa humana. Nestes fins, abordou inicialmente a
    Teoria Geral do Direito de Empresa – já a contextualizando dentro da atual ordem
    constitucional – logo, não se deixando de galgar lucros, mas indo além. Ato contínuo
    abordou-se a ordem econômica e social no tocante aos seus princípios gerais da
    atividade econômica. Ao final, em seus dois últimos capítulos, tratou-se da função
    social propriamente dita – donde, inicialmente se analisou suas influências históricas
    e superficial análise semântica da expressão para, posteriormente, tratar-se dos
    seus reflexos nos instrumentos clássicos do direito privado como a propriedade,
    posse, contratos e, ao final, a própria empresa – como titular dos meios de
    produção. Em finalização – foi tratada as relações da empresa junto à coletividade –
    suas repercussões e influências junto a sociedade, sendo observada não apenas
    como instrumento de lucro – mas sobretudo, de acordo com a nova perspectiva
    cultural empresarial, como meio de se colaborar à construção de uma sociedade
    mais justa, equânime e digna de respeito.
    Palavras-chave: empresa; lucros; dignidade da pessoa humana
    O objeto da presente pesquisa busca analisar a empresa além de como instrumentode capitalização de lucros para os seus titulares e sim também como instrumentocolaborador do desenvolvimento e alcance da justiça social e, sobretudo,preservação da dignidade da pessoa humana. Nestes fins, abordou inicialmente aTeoria Geral do Direito de Empresa – já a contextualizando dentro da atual ordemconstitucional – logo, não se deixando de galgar lucros, mas indo além. Ato contínuoabordou-se a ordem econômica e social no tocante aos seus princípios gerais daatividade econômica. Ao final, em seus dois últimos capítulos, tratou-se da funçãosocial propriamente dita – donde, inicialmente se analisou suas influências históricase superficial análise semântica da expressão para, posteriormente, tratar-se dosseus reflexos nos instrumentos clássicos do direito privado como a propriedade,posse, contratos e, ao final, a própria empresa – como titular dos meios deprodução. Em finalização – foi tratada as relações da empresa junto à coletividade –suas repercussões e influências junto a sociedade, sendo observada não apenascomo instrumento de lucro – mas sobretudo, de acordo com a nova perspectivacultural empresarial, como meio de se colaborar à construção de uma sociedademais justa, equânime e digna de respeito.

  • FRANCISCO NAILSON DOS SANTOS PINTO JUNIOR
  • PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 05/07/2011
  • Hora: 17:00
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  • O objeto do estudo deste trabalho é a população em situação de Rua. O trabalho
    teve como objetivo principal analisar a condição das pessoas em situação de Rua
    que se localizam no centro da cidade de Manaus. Foram considerados para estudos
    moradores adultos, homens e mulheres, maiores de 18 anos. O estudo aborda o
    processo de exclusão e desqualificação social, bem como caracteriza quem são e
    como vivem esses moradores. Foi realizada uma pesquisa de campo com roteiro de
    entrevista semiestruturada para que se pudesse traçar um perfil da população,
    verificando como ocorreu sua exclusão e o rompimento com suas redes de
    pertencimento, além de seu retorno para a sociedade. O trabalho de campo foi
    realizado com um total de 27 indivíduos, sendo apenas um do sexo feminino. Após a
    coleta das entrevistas, foi feita uma análise através da confecção de gráficos. A
    seguir, concluiu-se que as pessoas em situação de Rua do centro da cidade de
    Manaus vivenciam o processo de desqualificação social, sobrevive de trabalho
    informal ou da mendicância, o que aponta a necessidade da intervenção mais
    enérgica do poder estatal com políticas públicas direcionadas a este segmento da
    população da cidade.
    O objeto do estudo deste trabalho é a população em situação de Rua. O trabalhoteve como objetivo principal analisar a condição das pessoas em situação de Ruaque se localizam no centro da cidade de Manaus. Foram considerados para estudosmoradores adultos, homens e mulheres, maiores de 18 anos. O estudo aborda oprocesso de exclusão e desqualificação social, bem como caracteriza quem são ecomo vivem esses moradores. Foi realizada uma pesquisa de campo com roteiro deentrevista semiestruturada para que se pudesse traçar um perfil da população,verificando como ocorreu sua exclusão e o rompimento com suas redes depertencimento, além de seu retorno para a sociedade. O trabalho de campo foirealizado com um total de 27 indivíduos, sendo apenas um do sexo feminino. Após acoleta das entrevistas, foi feita uma análise através da confecção de gráficos. Aseguir, concluiu-se que as pessoas em situação de Rua do centro da cidade deManaus vivenciam o processo de desqualificação social, sobrevive de trabalhoinformal ou da mendicância, o que aponta a necessidade da intervenção maisenérgica do poder estatal com políticas públicas direcionadas a este segmento dapopulação da cidade.

  • MIGUEL HENRIQUE TINOCO DE ALENCAR
  • A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS DIANTE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
  • Data: 28/06/2011
  • Hora: 17:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O presente trabalho de pesquisa analisa os principais aspectos do funcionamento da
    Defensoria Pública do Estado do Amazonas, enfocando visão crítica em torno de sua atuação
    diante da proteção e garantia dos direitos fundamentais, através da missão que lhe impõe o
    artigo 134 da atual Carta Magna, que erige em seu artigo 1º, III, a dignidade da pessoa
    humana à qualidade de pilar da República e fonte dos direitos humanos. A Instituição, em que
    pese a aquisição da autonomia financeira com a aprovação da Emenda Constitucional no.
    45/2004 tem encontrado severas dificuldades para o cumprimento de suas árduas tarefas
    constitucionais, notadamente a prestação de assistência jurídica integral aos carentes, que se
    constituem na grande maioria da população do Estado. Como se verá neste estudo, a presença
    da Defensoria Pública representa vetor de redução das desigualdades, fomenta a inclusão
    social e propicia a paz, vez que é o principal portal de acesso à Justiça, razão pela qual
    segundo estudos do Ministério da Justiça elevou o Índice de Desenvolvimento Humano –
    IDH nos locais onde se instalou. Infelizmente, a realidade da sua efetiva atuação é duvidosa,
    especialmente quando seus serviços estão restritos a poucos municípios da quase inacessível
    hileia amazônica. Por outro giro, dentro do marco teórico, a teoria da evolução das ondas de
    acesso à Justiça, de autoria de Cappelletti e Garth, valoriza-se a defesa dos direitos coletivos,
    principalmente através das Ações Civis Públicas, talvez a mais importante ferramenta jurídica
    colocada à disposição da Defensoria Pública a partir da edição da Lei no. 11.448/2007 quando
    adquiriu a condição de legitimada para a propositura de ações dessa natureza, o que permitiu a
    extensão sem precedentes de seu raio de ação, antes restrito a demandas individuais. É
    inegável que este fato democratiza ainda mais o acesso à Justiça, permitindo agora que não
    apenas o indivíduo, mas grupos ou classes sociais possam ser beneficiados com a defesa de
    seus direitos. Após um breve histórico a respeito do surgimento da Defensoria Pública no
    Estado e de seus princípios institucionais, a pesquisa aponta em suas conclusões as
    deficiências estruturais e de pessoal na complexa tarefa de prestar assistência jurídica ao
    universo de hipossuficientes, o que pode ser em parte atribuída a desconformidades
    orçamentárias e de gestão administrativa. Destaca, ainda, a conquista do Fundo Especial da
    Defensoria Pública do Estado do Amazonas, que tem se mostrado indispensável ao
    aparelhamento e manutenção do Órgão, tendo já permitido a renovação da frota de veículos e
    dos sistemas de informática, incluindo computadores e notebooks. O presente trabalho
    buscou com a pesquisa de campo aferir o nível de satisfação dos assistidos, traçando além de
    um instantâneo de suas características uma proposta de interação que permite sugestões de
    gestão administrativa com vistas ao redirecionamento das ações conciliando-as às reais
    necessidades, para obtenção de eficiência e mais do que isso a efetividade na prestação de
    seus serviços. Chama-se, todavia, atenção para os obstáculos não superados que podem ser a
    causa e efeito de exclusão sócio jurídica, razão pela qual não apenas o Estado, mas toda a
    sociedade civil organizada deve tanto cobrar quanto contribuir para o seu aperfeiçoamento e
    engrandecimento, num caminho longo para se obter a igualdade material e o respeito à
    dignidade da pessoa humana.
    O presente trabalho de pesquisa analisa os principais aspectos do funcionamento daDefensoria Pública do Estado do Amazonas, enfocando visão crítica em torno de sua atuaçãodiante da proteção e garantia dos direitos fundamentais, através da missão que lhe impõe oartigo 134 da atual Carta Magna, que erige em seu artigo 1º, III, a dignidade da pessoahumana à qualidade de pilar da República e fonte dos direitos humanos. A Instituição, em quepese a aquisição da autonomia financeira com a aprovação da Emenda Constitucional no.45/2004 tem encontrado severas dificuldades para o cumprimento de suas árduas tarefasconstitucionais, notadamente a prestação de assistência jurídica integral aos carentes, que seconstituem na grande maioria da população do Estado. Como se verá neste estudo, a presençada Defensoria Pública representa vetor de redução das desigualdades, fomenta a inclusãosocial e propicia a paz, vez que é o principal portal de acesso à Justiça, razão pela qualsegundo estudos do Ministério da Justiça elevou o Índice de Desenvolvimento Humano –IDH nos locais onde se instalou. Infelizmente, a realidade da sua efetiva atuação é duvidosa,especialmente quando seus serviços estão restritos a poucos municípios da quase inacessívelhileia amazônica. Por outro giro, dentro do marco teórico, a teoria da evolução das ondas deacesso à Justiça, de autoria de Cappelletti e Garth, valoriza-se a defesa dos direitos coletivos,principalmente através das Ações Civis Públicas, talvez a mais importante ferramenta jurídicacolocada à disposição da Defensoria Pública a partir da edição da Lei no. 11.448/2007 quandoadquiriu a condição de legitimada para a propositura de ações dessa natureza, o que permitiu aextensão sem precedentes de seu raio de ação, antes restrito a demandas individuais. Éinegável que este fato democratiza ainda mais o acesso à Justiça, permitindo agora que nãoapenas o indivíduo, mas grupos ou classes sociais possam ser beneficiados com a defesa deseus direitos. Após um breve histórico a respeito do surgimento da Defensoria Pública noEstado e de seus princípios institucionais, a pesquisa aponta em suas conclusões asdeficiências estruturais e de pessoal na complexa tarefa de prestar assistência jurídica aouniverso de hipossuficientes, o que pode ser em parte atribuída a desconformidadesorçamentárias e de gestão administrativa. Destaca, ainda, a conquista do Fundo Especial daDefensoria Pública do Estado do Amazonas, que tem se mostrado indispensável aoaparelhamento e manutenção do Órgão, tendo já permitido a renovação da frota de veículos edos sistemas de informática, incluindo computadores e notebooks. O presente trabalhobuscou com a pesquisa de campo aferir o nível de satisfação dos assistidos, traçando além deum instantâneo de suas características uma proposta de interação que permite sugestões degestão administrativa com vistas ao redirecionamento das ações conciliando-as às reaisnecessidades, para obtenção de eficiência e mais do que isso a efetividade na prestação deseus serviços. Chama-se, todavia, atenção para os obstáculos não superados que podem ser acausa e efeito de exclusão sócio jurídica, razão pela qual não apenas o Estado, mas toda asociedade civil organizada deve tanto cobrar quanto contribuir para o seu aperfeiçoamento eengrandecimento, num caminho longo para se obter a igualdade material e o respeito àdignidade da pessoa humana.

  • ROSA OLIVEIRA DE PONTES
  • Data: 18/06/2011
  • Hora: 00:00

  • BRUNO DOMINGOS VIANA BATISTA
  • Data: 27/05/2011
  • Hora: 00:00

  • EISENHOWER PEREIRA CAMPOS
  • Data: 26/05/2011
  • Hora: 00:00

  • ANDREA CRISTINA MONTENEGRO
  •  

    TUTELA DO EMPREGO COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DA
    DIGNIDADE DO TRABALHADOR

    TUTELA DO EMPREGO COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DADIGNIDADE DO TRABALHADOR

     

  • Orientador : MARIA AUREA BARONI CECATO
  • Data: 18/05/2011
  • Hora: 09:00
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  •  

    A presente dissertação investiga a importância da tutela do emprego como instrumento de
    promoção da dignidade humana. O assunto em tela deve-se às sequentes transformações que a
    globalização econômica dos mercados vem originando na dinâmica laboral, principalmente
    porque nas últimas décadas, existe uma maior tendência à precarização em torno da legislação
    do Direito do Trabalho praticamente no mundo todo. Fatores como: automação, trabalho
    escravo, trabalho temporário, trabalho autônomo e outros somam o resultado considerável do
    desemprego estrutural. Em contraponto, espera-se que as normas de fato proponham o
    nivelamento entre os interesses do capital e os do trabalho, para que haja o desenvolvimento
    econômico com justiça social. Sendo assim, a Organização Internacional do Trabalho na
    união dos Estados Membros busca a concretização prática dos Direitos do Homem, sendo este
    último tendência humanitária internacional. Enquanto os Direitos e Garantias Fundamentais é
    prerrogativa dos Estados. Para tanto, vale-se do método de procedimento histórico e das
    técnicas de pesquisa documental e bibliográfica. A pesquisa evolui a cada capítulo no sentido
    de alçar a proteção do emprego por ser este último promotor da dignidade do trabalhador.

    A presente dissertação investiga a importância da tutela do emprego como instrumento depromoção da dignidade humana. O assunto em tela deve-se às sequentes transformações que aglobalização econômica dos mercados vem originando na dinâmica laboral, principalmenteporque nas últimas décadas, existe uma maior tendência à precarização em torno da legislaçãodo Direito do Trabalho praticamente no mundo todo. Fatores como: automação, trabalhoescravo, trabalho temporário, trabalho autônomo e outros somam o resultado considerável dodesemprego estrutural. Em contraponto, espera-se que as normas de fato proponham onivelamento entre os interesses do capital e os do trabalho, para que haja o desenvolvimentoeconômico com justiça social. Sendo assim, a Organização Internacional do Trabalho naunião dos Estados Membros busca a concretização prática dos Direitos do Homem, sendo esteúltimo tendência humanitária internacional. Enquanto os Direitos e Garantias Fundamentais éprerrogativa dos Estados. Para tanto, vale-se do método de procedimento histórico e dastécnicas de pesquisa documental e bibliográfica. A pesquisa evolui a cada capítulo no sentidode alçar a proteção do emprego por ser este último promotor da dignidade do trabalhador.

     

  • THIAGO BRAGA DANTAS
  • Data: 18/05/2011
  • Hora: 00:00

  • TELMA DE VERÇOSA ROESSING
  • A EXECUÇÃO PENAL ALTERNATIVA NO BRASIL: PARADIGMA DE PREVENÇÃO CRIMINAL E DE PROTEÇÃO DE DIREITOS
  • Data: 12/05/2011
  • Hora: 17:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objetivo perquirir a forma como as alternativas penais
    são executadas no Brasil a fim de identificar se essa prática constitui modelo de prevenção de
    reincidência criminal e proteção de direitos fundamentais de pessoas que foram sancionadas
    criminalmente pelo cometimento de delitos de pequena e média gravidade. A pesquisa parte
    da análise da pretensão punitiva a partir da ótica do Estado Democrático de Direito e dos
    princípios penais constitucionais brasileiros, situando as penas e medidas alternativas dentro
    da visão minimalista do Direito Penal. A seguir analisa as políticas públicas que enxergam o
    problema da segurança pública de maneira mais ampla, com foco principal na prevenção da
    criminalidade e evidencia o movimento pendular da legislação penal brasileira entre maior e
    menor rigor penal. Destaca o fracasso da pena de prisão e as penas alternativas são
    apresentadas como sanções penais de caráter educativo e reintegrador. A partir do tratamento
    dado às penas e medidas alternativas pelas Regras Mínimas das Nações Unidas para a
    Elaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade (Regras de Tóquio), enfoca as penas e
    medidas alternativas na legislação brasileira e analisa as alternativas penais como processo de
    interação entre Estado, comunidade e indivíduos. Enfatiza, ainda, o percurso da experiência
    brasileira na implementação de políticas públicas voltadas para a execução penal alternativa,
    com destaque para o Programa de Fomento às Penas e Medidas Alternativas do Ministério da
    Justiça brasileiro. A sustentabilidade da política de apoio às penas e medidas alternativas nos
    estados, por meio da experiência de algumas unidades da federação, também é analisada, bem
    como a proposta de política de segurança pública com cidadania na execução das penas e
    medidas alternativas e, por fim, evidencia a possibilidade da estruturação de sistema penal
    alternativo autônomo no país.
    A presente dissertação tem por objetivo perquirir a forma como as alternativas penaissão executadas no Brasil a fim de identificar se essa prática constitui modelo de prevenção dereincidência criminal e proteção de direitos fundamentais de pessoas que foram sancionadascriminalmente pelo cometimento de delitos de pequena e média gravidade. A pesquisa parteda análise da pretensão punitiva a partir da ótica do Estado Democrático de Direito e dosprincípios penais constitucionais brasileiros, situando as penas e medidas alternativas dentroda visão minimalista do Direito Penal. A seguir analisa as políticas públicas que enxergam oproblema da segurança pública de maneira mais ampla, com foco principal na prevenção dacriminalidade e evidencia o movimento pendular da legislação penal brasileira entre maior emenor rigor penal. Destaca o fracasso da pena de prisão e as penas alternativas sãoapresentadas como sanções penais de caráter educativo e reintegrador. A partir do tratamentodado às penas e medidas alternativas pelas Regras Mínimas das Nações Unidas para aElaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade (Regras de Tóquio), enfoca as penas emedidas alternativas na legislação brasileira e analisa as alternativas penais como processo deinteração entre Estado, comunidade e indivíduos. Enfatiza, ainda, o percurso da experiênciabrasileira na implementação de políticas públicas voltadas para a execução penal alternativa,com destaque para o Programa de Fomento às Penas e Medidas Alternativas do Ministério daJustiça brasileiro. A sustentabilidade da política de apoio às penas e medidas alternativas nosestados, por meio da experiência de algumas unidades da federação, também é analisada, bemcomo a proposta de política de segurança pública com cidadania na execução das penas emedidas alternativas e, por fim, evidencia a possibilidade da estruturação de sistema penalalternativo autônomo no país.

  • ALAN FERNANDES MINORI
  • Data: 04/05/2011
  • Hora: 00:00

  • MAURILIO CASAS MAIA
  • Data: 29/04/2011
  • Hora: 00:00

  • WALDEMAR DE ALBUQUERQUE ARANHA NETO
  • Data: 28/04/2011
  • Hora: 00:00

  • HIGYNA JOSITA S. DE ALMEIDA BEZERRA
  • Interpretação da lei Maria da Penha pelo Judiciário à luz da perspectiva gênero-sensitiva: o acesso à justiça da mulher vítima de violência doméstica em João Pessoa/PB.
  • Data: 20/04/2011
  • Hora: 14:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  •  

    A despeito das conquistas alcançadas no espaço público, as mulheres ainda se encontram
    vulneráveis à violência doméstica no espaço privado. Diante da necessidade de enfrentamento
    dessa problemática, um dos caminhos apontados pelo Direito foi a criação da lei 11.340/2006
    como forma de compensá-las pela discriminação sofrida, já que a violência doméstica é uma
    das expressões do poder patriarcal e da situação de subordinação da mulher na sociedade.
    Entretanto, apenas a existência formal da lei não garante que a vítima de violência doméstica
    tenha efetivo acesso à justiça, nem que haverá transformação das relações hierárquicas de
    gênero. No presente trabalho, parte-se da hipótese de que a interpretação/aplicação da lei
    Maria da Penha à luz da perspectiva gênero-sensitiva facilita o acesso à justiça da vítima de
    violência doméstica, porque esse enfoque leva em conta que essa violência é produto do
    sistema patriarcal de gênero e é gerada a partir de um construto cultural que estabelece
    parcelas desiguais de poder em detrimento da mulher, colocando-a em posição de
    inferioridade em relação ao homem, sendo instrumento de reprodução/manutenção da
    dominação masculina. O estudo em epígrafe se propôs a investigar a atuação dos juízes na
    comarca de João Pessoa/PB em 2009, com o fim de saber se a lei 11.340/2006 foi interpretada
    e aplicada de modo a facilitar o acesso à justiça da mulher vítima de violência doméstica, o
    que foi feito através de pesquisa empírica junto aos livros de registros de sentenças de 2009
    das varas criminais da capital paraibana, com ajuda de instrumento semiestruturado de
    pesquisa, tendo-se chegado à ilação de que os julgados foram proferidos, em sua maioria, sem
    que houvesse efetiva contribuição com o direito das mulheres a uma vida livre de violência.
    Isso porque ao não vincular o campo jurídico ao campo social, o Judiciário acabou por aplicar
    a lei Maria da Penha incorporando o viés pragmático, e não político, dessa lei, ratificando o
    caráter androcêntrico do Direito e estimulando a reprivatização do conflito doméstico
    conjugal.

    A despeito das conquistas alcançadas no espaço público, as mulheres ainda se encontramvulneráveis à violência doméstica no espaço privado. Diante da necessidade de enfrentamentodessa problemática, um dos caminhos apontados pelo Direito foi a criação da lei 11.340/2006como forma de compensá-las pela discriminação sofrida, já que a violência doméstica é umadas expressões do poder patriarcal e da situação de subordinação da mulher na sociedade.Entretanto, apenas a existência formal da lei não garante que a vítima de violência domésticatenha efetivo acesso à justiça, nem que haverá transformação das relações hierárquicas degênero. No presente trabalho, parte-se da hipótese de que a interpretação/aplicação da leiMaria da Penha à luz da perspectiva gênero-sensitiva facilita o acesso à justiça da vítima deviolência doméstica, porque esse enfoque leva em conta que essa violência é produto dosistema patriarcal de gênero e é gerada a partir de um construto cultural que estabeleceparcelas desiguais de poder em detrimento da mulher, colocando-a em posição deinferioridade em relação ao homem, sendo instrumento de reprodução/manutenção dadominação masculina. O estudo em epígrafe se propôs a investigar a atuação dos juízes nacomarca de João Pessoa/PB em 2009, com o fim de saber se a lei 11.340/2006 foi interpretadae aplicada de modo a facilitar o acesso à justiça da mulher vítima de violência doméstica, oque foi feito através de pesquisa empírica junto aos livros de registros de sentenças de 2009das varas criminais da capital paraibana, com ajuda de instrumento semiestruturado depesquisa, tendo-se chegado à ilação de que os julgados foram proferidos, em sua maioria, semque houvesse efetiva contribuição com o direito das mulheres a uma vida livre de violência.Isso porque ao não vincular o campo jurídico ao campo social, o Judiciário acabou por aplicara lei Maria da Penha incorporando o viés pragmático, e não político, dessa lei, ratificando ocaráter androcêntrico do Direito e estimulando a reprivatização do conflito domésticoconjugal.

     

  • HIGYNA JOSITA S. DE ALMEIDA BEZERRA
  • Data: 20/04/2011
  • Hora: 00:00

  • Larissa Cristine Daniel Gondim
  • Data: 18/04/2011
  • Hora: 00:00

  • André Gomes de Sousa Alves
  • Data: 13/04/2011
  • Hora: 00:00

  • FERNANDA CRISTINA DE OLIVEIRA FRANCO
  • Data: 13/04/2011
  • Hora: 00:00

  • KAROLINE DE LUCENA ARAUJO
  • Data: 13/04/2011
  • Hora: 00:00

  • ROGERIO NEWTON DE CARVALHO SOUSA
  • Data: 11/04/2011
  • Hora: 00:00

  • HUGO BELARMINO DE MORAIS
  • A DIALÉTICA ENTRE EDUCAÇÃO JURÍDICA E EDUCAÇÃO DO
    CAMPO: A EXPERIÊNCIA DA TURMA “EVANDRO LINS E
    SILVA” DA UFG DERRUBANDO AS CERCAS DO SABER
    JURÍDICO
    A DIALÉTICA ENTRE EDUCAÇÃO JURÍDICA E EDUCAÇÃO DOCAMPO: A EXPERIÊNCIA DA TURMA “EVANDRO LINS ESILVA” DA UFG DERRUBANDO AS CERCAS DO SABER JURÍDICO

  • Orientador : ROSA MARIA GODOY SILVEIRA
  • Data: 06/04/2011
  • Hora: 11:00
  • Mostrar Resumo
  • O que acontece quando uma experiência que possibilita a compreensão e
    instrumentalização do Direito por parte das populações do Campo, historicamente
    apartadas de atuar com e refletir sobre o fenômeno jurídico, é criada dentro de um curso
    hegemonicamente conservador e impermeável às classes e grupos populares? O objetivo
    desta dissertação é justamente analisar e sistematizar uma iniciativa singular: a Turma
    Especial de Direito para beneficiários(as) da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar
    na Universidade Federal de Goiás (UFG), criada em 2007 e atualmente em
    desenvolvimento no campus da cidade de Goiás (GO). Esta é a primeira iniciativa de
    Educação Jurídica nos moldes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária
    (PRONERA) e foi intitulada pelos próprios estudantes de “Turma Evandro Lins e
    Silva”. Através de uma pesquisa de campo e de abordagem crítico-dialética,
    examinaram-se os motivos pelos quais uma única Turma, de 60 estudantes,
    desencadeou tantos conflitos, compreendidos enquanto temas articulados
    dialeticamente, que permitem refletir sobre o contexto mais amplo que o condiciona e
    influencia. No início, apresentaram-se alguns detalhes sobre a realidade do campus de
    Goiás e da idealização da proposta, seguindo-se os trâmites administrativos até sua
    aprovação e apontando diversos conflitos que surgiram durante este processo. Logo
    após, analisou-se o chamado modelo central de Educação Jurídica estabelecido no
    Brasil, buscando caracterizar, a partir de um pequeno apanhado histórico, seus pontos
    fundamentais: o dogmatismo, a descontextualização e a unidisciplinaridade. Já no
    quarto capítulo, refletiu-se sobre duas concepções de Direitos Humanos – uma
    tradicional e outra crítico-dialética –, aplicando essa discussão ao contexto sóciohistórico
    do Campo brasileiro, observando a afirmação jurídico-constitucional dos
    direitos à Terra/Território e à Educação como elementos para compreender o chamado
    “Paradigma da Educação do Campo” enquanto um Direito Humano. Por fim, retornouse
    à experiência com os demais dados da pesquisa de campo, analisando criticamente os
    argumentos judiciais presentes nos processos que envolvem a Turma, sistematizados
    pelo pesquisador. Foram expostas algumas opiniões de estudantes que compõem a
    Turma, indicando as dificuldades e desafios para a concretização da proposta. Concluise
    que a Turma “Evandro Lins e Silva” – além de juridicamente adequada – representa
    um marco simbólico e material de alternativa ao modelo central de Educação Jurídica,
    permitindo um “conflito pedagógico” entre estes dois modelos de “Educação” – a
    Jurídica e a do Campo. Tais reflexões resultam em grandes potencialidades para refletir
    sobre uma reorientação da Educação Jurídica num sentido mais crítico e emancipatório,
    dada a novidade do debate sobre as políticas afirmativas para a população do campo na
    Educação Jurídica. A especificidade da Turma indica uma possibilidade de ampliação
    do debate para além das tradicionais “soluções curriculares”, permitindo formular
    hipóteses e perguntas somente existentes, na prática, nesta iniciativa, o que, por si só, já
    justificaria sua existência, com conseqüências sociais e acadêmicas de grande
    relevância.
    Palavras-chave: Educação Jurídica – Educação do Campo – Direitos Humanos –
    PRONERA – Teorias críticas do Direito
    O que acontece quando uma experiência que possibilita a compreensão einstrumentalização do Direito por parte das populações do Campo, historicamenteapartadas de atuar com e refletir sobre o fenômeno jurídico, é criada dentro de um cursohegemonicamente conservador e impermeável às classes e grupos populares? O objetivodesta dissertação é justamente analisar e sistematizar uma iniciativa singular: a TurmaEspecial de Direito para beneficiários(as) da Reforma Agrária e da Agricultura Familiarna Universidade Federal de Goiás (UFG), criada em 2007 e atualmente emdesenvolvimento no campus da cidade de Goiás (GO). Esta é a primeira iniciativa deEducação Jurídica nos moldes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária(PRONERA) e foi intitulada pelos próprios estudantes de “Turma Evandro Lins eSilva”. Através de uma pesquisa de campo e de abordagem crítico-dialética,examinaram-se os motivos pelos quais uma única Turma, de 60 estudantes,desencadeou tantos conflitos, compreendidos enquanto temas articuladosdialeticamente, que permitem refletir sobre o contexto mais amplo que o condiciona einfluencia. No início, apresentaram-se alguns detalhes sobre a realidade do campus deGoiás e da idealização da proposta, seguindo-se os trâmites administrativos até suaaprovação e apontando diversos conflitos que surgiram durante este processo. Logoapós, analisou-se o chamado modelo central de Educação Jurídica estabelecido noBrasil, buscando caracterizar, a partir de um pequeno apanhado histórico, seus pontosfundamentais: o dogmatismo, a descontextualização e a unidisciplinaridade. Já noquarto capítulo, refletiu-se sobre duas concepções de Direitos Humanos – umatradicional e outra crítico-dialética –, aplicando essa discussão ao contexto sóciohistóricodo Campo brasileiro, observando a afirmação jurídico-constitucional dosdireitos à Terra/Território e à Educação como elementos para compreender o chamado“Paradigma da Educação do Campo” enquanto um Direito Humano. Por fim, retornouseà experiência com os demais dados da pesquisa de campo, analisando criticamente osargumentos judiciais presentes nos processos que envolvem a Turma, sistematizadospelo pesquisador. Foram expostas algumas opiniões de estudantes que compõem aTurma, indicando as dificuldades e desafios para a concretização da proposta. Concluiseque a Turma “Evandro Lins e Silva” – além de juridicamente adequada – representaum marco simbólico e material de alternativa ao modelo central de Educação Jurídica,permitindo um “conflito pedagógico” entre estes dois modelos de “Educação” – aJurídica e a do Campo. Tais reflexões resultam em grandes potencialidades para refletirsobre uma reorientação da Educação Jurídica num sentido mais crítico e emancipatório,dada a novidade do debate sobre as políticas afirmativas para a população do campo naEducação Jurídica. A especificidade da Turma indica uma possibilidade de ampliaçãodo debate para além das tradicionais “soluções curriculares”, permitindo formularhipóteses e perguntas somente existentes, na prática, nesta iniciativa, o que, por si só, jájustificaria sua existência, com conseqüências sociais e acadêmicas de granderelevância.

  • FRANCISCO PAULINO DA SILVA JUNIOR
  • Data: 01/04/2011
  • Hora: 00:00

  • ANDRE TADDEI ALVES PEREIRA PINTO BERQUO
  • Data: 23/03/2011
  • Hora: 00:00

  • MARIANA PETIT HORACIO DE BRITO
  • COOPERATIVAS DE MÃO-DE-OBRA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO: ENTRE A ALTERNATIVA SOLIDÁRIA E A PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
  • Orientador : ARNALDO JOSE DUARTE DO AMARAL
  • Data: 18/03/2011
  • Hora: 10:00
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação objetiva analisar a fraude à legislação trabalhista por meio de
    cooperativas de mão-de-obra, analisando a legalidade dessa relação triangular e as
    consequências dela advindas para o trabalhador e para as cooperativas regulares.
    Parte do estudo da economia solidária, forma de produção com características
    diferentes do capitalismo, pautada na garantia de novos meios de ocupação e
    subsistência, por intermédio da autogestão e da democratização dos meios de
    produção, responsável por possibilitar a reinserção de trabalhadores no cenário de
    reestruturação produtiva instalado a partir da década de 70, em função de fatores
    como a globalização, o neoliberalismo e a automação dos meios de produção. As
    cooperativas são empreendimentos solidários, organizados como sociedades civis,
    desprovidas de finalidade lucrativa, compostas por pessoas que se obrigam a
    contribuir com bens e serviços para produzir de forma coletiva e organizada. Em
    razão da autonomia presente nessas sociedades, a Lei n° 8.949, de 9 de dezembro
    de 1994, acrescentou um parágrafo único ao art. 442 da CLT, dispondo que
    independente do ramo de atividade da cooperativa, a relação entre os cooperados e
    a sociedade e entre aqueles e o tomador dos serviços não gera vínculo de emprego.
    A partir da edição deste dispositivo, muitas empresas passaram a mascarar relações
    de emprego com cooperativas. Estudar-se-á a forma em que se deu a fraude, com
    seus efeitos negativos para os direitos fundamentais do trabalhador e para o
    desenvolvimento da economia solidária.
    Palavras-chave: Economia solidária. Cooperativas de trabalho. Terceirização.
    Fraude. Direitos fundamentais do trabalhador.
    A dissertação objetiva analisar a fraude à legislação trabalhista por meio decooperativas de mão-de-obra, analisando a legalidade dessa relação triangular e asconsequências dela advindas para o trabalhador e para as cooperativas regulares.Parte do estudo da economia solidária, forma de produção com característicasdiferentes do capitalismo, pautada na garantia de novos meios de ocupação esubsistência, por intermédio da autogestão e da democratização dos meios deprodução, responsável por possibilitar a reinserção de trabalhadores no cenário dereestruturação produtiva instalado a partir da década de 70, em função de fatorescomo a globalização, o neoliberalismo e a automação dos meios de produção. Ascooperativas são empreendimentos solidários, organizados como sociedades civis,desprovidas de finalidade lucrativa, compostas por pessoas que se obrigam acontribuir com bens e serviços para produzir de forma coletiva e organizada. Emrazão da autonomia presente nessas sociedades, a Lei n° 8.949, de 9 de dezembrode 1994, acrescentou um parágrafo único ao art. 442 da CLT, dispondo queindependente do ramo de atividade da cooperativa, a relação entre os cooperados ea sociedade e entre aqueles e o tomador dos serviços não gera vínculo de emprego.A partir da edição deste dispositivo, muitas empresas passaram a mascarar relaçõesde emprego com cooperativas. Estudar-se-á a forma em que se deu a fraude, comseus efeitos negativos para os direitos fundamentais do trabalhador e para odesenvolvimento da economia solidária.

  • ADAUMIRTON DIAS LOURENCO
  • Data: 18/03/2011
  • Hora: 00:00

  • MAZUKYEVICZ RAMON SANTOS DO NASCIMENTO SILVA
  • Data: 18/03/2011
  • Hora: 00:00

  • PAULO ITALO DE OLIVEIRA VILAR
  • Data: 14/03/2011
  • Hora: 00:00

  • BIANOR ARRUDA BEZERRA NETO
  • Data: 28/02/2011
  • Hora: 00:00

  • ALUISIO MARIO LINS SOUTO
  • Data: 07/02/2011
  • Hora: 00:00

2010
Descrição
  • ANTONIO CAVALCANTE DA COSTA NETO
  • Data: 03/12/2010
  • Hora: 00:00

  • ANDREA COSTA DO AMARAL MOTTA
  • Data: 12/11/2010
  • Hora: 00:00

  • RICARDO JOSE DE MEDEIROS E SILVA
  • Data: 12/11/2010
  • Hora: 00:00

  • FRANCISCO SERAPHICO FERRAZ DA NOBREGA FILHO
  • Data: 24/09/2010
  • Hora: 00:00

  • SAULO DE TARSO GAMBARRA DA NOBREGA
  • Data: 03/08/2010
  • Hora: 00:00

  • NALBIA ROBERTA ARAUJO DA COSTA
  • Data: 15/07/2010
  • Hora: 00:00

  • TIAGO CESAR DE ABRANTES OLIMPIO
  • POLÍTICAS PÚBLICAS E BIOENERGIA: DO ECODESENVOLVIMENTO À SUSTENTABILIDADE
  • Data: 15/06/2010
  • Hora: 09:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • O Direito Econômico estabelece os parâmetros a serem observados na consecução de projetos voltados à atividade econômica. No caso da produção dos biocombustíveis, seu viés constitucional serve de paradigma para a compreensão de que as políticas econômicas e ambientais configurem, verdadeiramente, políticas sociais. Através desta pesquisa, temas como desenvolvimento socioambiental e sustentabilidade são enfatizados no setor da produção do Biodiesel, relevando como campos ativos de realização de políticas públicas. A proposta é averiguar se as esferas governamentais (Federal, Estadual e Municipal) preocupam-se apenas com a projeção econômico-financeira desse novo produto ou se realmente consideram a sua natureza multidisciplinar abrangente, com vistas à efetivação de políticas públicas lastreadas no ordenamento jurídico-econômico pátrio. A ordem econômica e constitucional vigente oferece mecanismos aptos à promoção da justiça social, no caso da realização de programas de exploração dos biocombustíveis, restando ainda ilidir a omissão legislativa infraconstitucional, de modo a conseguir aplicar mais corretamente tais instrumentos.

  • TIAGO CESAR DE ABRANTES OLIMPIO
  • Data: 15/06/2010
  • Hora: 00:00

  • GUTHEMBERG CARDOSO AGRA DE CASTRO
  • Data: 07/06/2010
  • Hora: 00:00

  • CARLA MIRANDA
  • Data: 04/06/2010
  • Hora: 00:00

  • RAFFAELA MEDEIROS E MORAIS
  • Data: 28/05/2010
  • Hora: 00:00

  • WAGNER SOLANO DE ARANDAS
  • Data: 21/05/2010
  • Hora: 00:00

  • JOYCE DE MATOS BARBOSA
  • Data: 17/05/2010
  • Hora: 00:00

  • DUINA MOTA DE FIGUEIREDO PORTO
  • Data: 14/05/2010
  • Hora: 00:00

  • GIORDANNO LOUREIRO CAVALCANTI GRILO
  • Data: 30/04/2010
  • Hora: 00:00

  • CARLOS FERNANDO LOPES DE OLIVEIRA
  • Data: 27/04/2010
  • Hora: 00:00

  • ANNE AUGUSTA ALENCAR LEITE REINALDO
  • Data: 20/04/2010
  • Hora: 00:00

  • ILDANKASTER MUNIZ PEREIRA DA SILVA
  • Data: 20/04/2010
  • Hora: 00:00

  • LARA SANABRIA VIANA
  • Data: 20/04/2010
  • Hora: 00:00

  • EDDLA KARINA GOMES PEREIRA
  • Data: 19/04/2010
  • Hora: 00:00

  • PAULA GECISLANNY VIEIRA DA SILVA GOMES
  • Data: 19/04/2010
  • Hora: 00:00

  • MICHELLE BARBOSA AGNOLETI
  • Data: 19/03/2010
  • Hora: 00:00

  • EDUARDO PORDEUS SILVA
  • Data: 25/02/2010
  • Hora: 00:00

2009
Descrição
  • MAGNO CARDOSO BRANDAO
  • Data: 19/11/2009
  • Hora: 00:00

  • MARIA CREUSA DE ARAUJO BORGES
  • Data: 09/11/2009
  • Hora: 00:00

  • MARIA MARCONIETE FERNANDES PEREIRA
  • Data: 06/11/2009
  • Hora: 00:00

  • JULIAN NOGUEIRA DE QUEIROZ
  • Data: 08/09/2009
  • Hora: 00:00

  • HELMA JANIELLE SOUZA DE OLIVEIRA
  • O DIREITO PENAL MÍNIMO E A EXECUÇÃO DAS PENAS ALTERNATIVAS NA ÓTICA DOS DIREITOS HUMANOS
  • Data: 24/08/2009
  • Hora: 15:00
  • Visualizar Dissertação/Tese   Mostrar Resumo
  • Os estudos científicos que cuidam das medidas penais apresentam a existência de duas propostas punitivas para o enfrentamento da violência: a teoria do Direito Penal Máximo e a teoria do Direito Penal Mínimo. A primeira expressa o intenso movimento criminalizador de comportamentos sociais e o enrijecimento das punições, que provocam a superpopulação carcerária e coadunam-se com o perfil de um Estado intervencionista na esfera repressora em detrimento da sua atuação no âmbito social. Já a teoria do Direito Penal Mínimo, juntamente com a teoria do Garantismo Penal, traz a proposta da redução do caráter punitivo do Estado ao mínimo necessário e, assim, almeja provocar o menor sofrimento possível na aplicação das penas. É a garantia dos direitos humanos dos apenados que vai repercutir nesse sofrimento mínimo e, no âmbito da execução penal brasileira, possibilitar seu objetivo ressocializador. Diante das condições de desrespeito à dignidade humana, encontradas na maioria dos estabelecimentos prisionais brasileiros, o Direito Penal Mínimo tende a ser aplicado através de penas alternativas à prisão. Assim, a organização da política penitenciária nacional oferece direcionamentos para a criação de órgãos que cuidem da implementação das penas alternativas à prisão nos Estados brasileiros, entre eles, a Central de Fiscalização e Acompanhamento das Penas e Medidas Alternativas (CEFAPA), existente na Paraíba. Diante do tema exposto, este trabalho desenvolveu-se através de pesquisa qualitativa, respaldada em estudos bibliográficos e empíricos, junto a CEFAPA, no sentido de verificar se a prática da execução penal alternativa é menos violadora dos direitos humanos e se alcança uma resposta penal garantista e adequada ao Direito Penal Mínimo. Para tanto, ocorreram visitas ao Núcleo Psicossocial desta Central, localizado na Comarca de João Pessoa, as quais oportunizaram a realização de entrevistas com profissionais e prestadores de penas alternativas. Os resultados apontaram dificuldades quanto ao monitoramento e quanto à compreensão do sistema de punição, por parte de alguns prestadores, diante do peso brando das penas e de causas acidentais. Entretanto, também foram verificadas vantagens em se afastar infratores de menor e médio potencial ofensivo dos ambientes prisionais; considerar as individualidades dos prestadores; amenizar os estigmas e preconceitos ligados às pessoas aprisionadas; dar meios do prestador refletir sobre sua conduta ilícita, alcançando um senso de responsabilidade social, sem a incongruência de estar fora do seu grupo social. Com isso, conclui-se que a aplicação dessas penas é menos violadora dos direitos humanos e, por isso, possibilita o menor sofrimento possível aos seus cumpridores.

  • AMANDA SANTOS SOARES
  • Orientador : RENATA RIBEIRO ROLIM
  • Data: 07/08/2009
  • Hora: 00:00

  • GIULIANNA MARIZ MAIA V BATISTA
  • Data: 04/08/2009
  • Hora: 00:00

  • CLAUDIO TAVARES NETO
  • Data: 29/06/2009
  • Hora: 00:00

  • TATYANE GUIMARAES OLIVEIRA
  • Data: 19/06/2009
  • Hora: 00:00

  • RONNY CHARLES LOPES DE TORRES
  • Data: 27/05/2009
  • Hora: 00:00

  • THIAGO LIA FOOK MEIRA BRAGA
  • Data: 26/05/2009
  • Hora: 00:00

  • ARNALDO SOBRINHO DE MORAIS NETO
  • Data: 20/05/2009
  • Hora: 00:00

  • BARTOLOMEU FERREIRA DA SILVA
  • Data: 20/05/2009
  • Hora: 00:00

  • SILMARY ALVES DE QUEIROGA
  • Data: 20/05/2009
  • Hora: 00:00

  • MARINA MACHADO ADEODATO
  • Data: 18/05/2009
  • Hora: 00:00

  • MARITZA NATALIA FERRETTI CISNEROS FARENA
  • Data: 15/05/2009
  • Hora: 00:00

  • MARCIO FERNANDO M FRANCA
  • Data: 12/05/2009
  • Hora: 00:00

  • SANCHA MARIA F C E R DE ALENCAR
  • Data: 12/05/2009
  • Hora: 00:00

  • JACYARA FARIAS SOUZA
  • Data: 07/05/2009
  • Hora: 00:00

  • MARCIA GLEBYANE MACIEL QUIRINO
  • Data: 07/05/2009
  • Hora: 00:00

  • ANA LIA VANDERLEI DE ALMEIDA
  • Data: 30/04/2009
  • Hora: 00:00

  • MARCIO FLAVIO LINS DE ALBUQUERQUE E SOUTO
  • CUSTAS JUDICIAIS COMO OBSTÁCULO SOCIOECONÔMICO AO ACESSO À JUSTIÇA E AS INCONSTITUCIONALIDADES DA LEI N° 8.071/2006 DO ESTADO DA PARAÍBA
  • Data: 09/04/2009
  • Hora: 11:00
  • Mostrar Resumo
  • Campo preenchido para emissão de diploma.
  • LEANDRO FERRAZ DAMASCENO RIBEIRO
  • Data: 06/04/2009
  • Hora: 00:00

  • CHRISTIANE SOARES CARNEIRO NERI
  • Data: 25/03/2009
  • Hora: 00:00

2008
Descrição
  • ROSANA BATISTA DE LUCENA
  • Data: 19/12/2008
  • Hora: 00:00

  • GLAUCO FERREIRA DE SOUZA RIBEIRO
  • Orientador : ELIANA MONTEIRO MOREIRA
  • Data: 15/12/2008
  • Hora: 00:00

  • MARIO SERGIO FALCAO MAIA
  • Data: 09/12/2008
  • Hora: 00:00

  • MELISSA GUSMAO RAMOS
  • Data: 04/12/2008
  • Hora: 00:00

  • PABLO DAYAN TARGINO BRAGA
  • Data: 25/09/2008
  • Hora: 00:00

  • LIDYANE MARIA FERREIRA DE SOUZA
  • Data: 29/08/2008
  • Hora: 00:00

  • DISIANE DE FATIMA ARAUJO DA COSTA
  • Data: 26/08/2008
  • Hora: 00:00

  • EDUARDO FERNANDES DE ARAUJO
  • AGOSTINHA - POR TRÊS LÉGUAS EM QUADRA: A Temática Quilombola na Perspectiva Global-Local
  • Data: 18/08/2008
  • Hora: 15:00
  • Mostrar Resumo
  • -
  • FABIO FERNANDO BARBOSA DE FREITAS
  • Data: 15/08/2008
  • Hora: 00:00

  • CATARINA MOTA DE FIGUEIREDO PORTO
  • Data: 14/08/2008
  • Hora: 00:00

  • MICHELINE MARIA MACHADO DE CARVALHO
  • Data: 14/08/2008
  • Hora: 00:00

  • LUCIANE GOMES SANTOS
  • Data: 25/07/2008
  • Hora: 00:00

  • JOSSANO MENDES DE AMORIM
  • Data: 22/07/2008
  • Hora: 00:00

  • HUMBERTO MADRUGA BEZERRA CAVALCANTI
  • Data: 18/07/2008
  • Hora: 00:00

  • MARINA JOSINO DA SILVA SOUZA
  • Data: 18/07/2008
  • Hora: 00:00

  • PEDRO PONTES DE AZEVEDO
  • Data: 17/07/2008
  • Hora: 00:00

  • RACHEL BEZERRA DUARTE
  • Data: 17/07/2008
  • Hora: 00:00

  • JOSE HUMBERTO DE GOES JUNIOR
  • Data: 08/07/2008
  • Hora: 00:00

  • LUCIO MENDES CAVALCANTE
  • Data: 08/07/2008
  • Hora: 00:00

  • DANTE PONTE DE BRITO
  • Data: 03/07/2008
  • Hora: 00:00

  • ROGERIO ROBERTO GONCALVES DE ABREU
  • Data: 03/07/2008
  • Hora: 00:00

  • GLAUBER DE LUCENA CORDEIRO
  • Data: 18/06/2008
  • Hora: 00:00

  • BRUNO TEIXEIRA DE PAIVA
  • Data: 18/03/2008
  • Hora: 00:00

2007
Descrição
  • DIMITRE BRAGA SOARES DE CARVALHO
  • Data: 19/12/2007
  • Hora: 00:00

  • LUDMILA CERQUEIRA CORREIA
  • Data: 23/11/2007
  • Hora: 00:00

  • JULIA SARA ACCIOLY QUIRINO
  • Data: 22/11/2007
  • Hora: 00:00

  • EVELINE LUCENA NERI
  • Data: 28/09/2007
  • Hora: 00:00

  • ANA KAROLINA SOARES BEZERRA CAVALCANTI
  • Data: 24/09/2007
  • Hora: 00:00

  • CIANI SUELI DAS NEVES
  • Data: 10/09/2007
  • Hora: 00:00

  • PAULO VIEIRA DE MOURA
  • Data: 03/09/2007
  • Hora: 00:00

  • ADRIANA DIAS VIEIRA
  • Data: 31/08/2007
  • Hora: 00:00

  • JOAO FERNANDES DE LIMA NETO
  • Data: 29/06/2007
  • Hora: 00:00

  • RAISSA DE SENA XAVIER V BATISTA
  • Data: 29/06/2007
  • Hora: 00:00

  • ANTONIO CARLOS IRANLEI TOSCANO MOURA DOMINGUES
  • Data: 28/06/2007
  • Hora: 00:00

  • INGRID BANDEIRA SANTOS
  • Data: 28/06/2007
  • Hora: 00:00

  • MARIANA TAVARES DE MELO
  • Data: 28/06/2007
  • Hora: 00:00

  • SHEYLA BARRETO BRAGA DE QUEIROZ
  • Data: 27/06/2007
  • Hora: 00:00

  • MARCOS AURELIO MOTA JORDAO
  • Data: 26/06/2007
  • Hora: 00:00

  • JONABIO BARBOSA DOS SANTOS
  • Data: 21/06/2007
  • Hora: 00:00

  • CRISTINA FERNANDES FERREIRA
  • Data: 20/06/2007
  • Hora: 00:00

  • PAULO HENRIQUES DA FONSECA
  • Data: 20/06/2007
  • Hora: 00:00

  • RICARDO AURELIANO DE BARROS CORREIA
  • Data: 19/06/2007
  • Hora: 00:00

  • FELIPE RIBEIRO COUTINHO G. DA SILVA
  • Data: 18/06/2007
  • Hora: 00:00

  • ANNA TADDEI ALVES PEREIRA PINTO BERQUO
  • Data: 06/06/2007
  • Hora: 00:00

  • MARIA COELI NOBRE DA SILVA
  • Data: 28/05/2007
  • Hora: 00:00

2006
Descrição
  • MYLLENA FORMIGA CAVALCANTE DE ALENCAR MEDEIROS
  • ANÁLISE DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS NOS CONTRATOS DE LEASING FINANCEIRO À LUZ DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
  • Data: 11/12/2006
  • Hora: 14:00
  • Mostrar Resumo
  • A SECRETARIA NAO DISPOE DESSA INFORMACAO
  • FERNANDA HOLANDA DE VASCONCELOS BRANDAO
  • Data: 30/11/2006
  • Hora: 00:00

  • FERNANDO AMERICO DE FIGUEIREDO PORTO
  • Data: 31/10/2006
  • Hora: 00:00

  • MARCELA DE ALMEIDA MAIA ASFORA
  • Data: 29/09/2006
  • Hora: 00:00

  • DEMETRIUS ALMEIDA LEAO
  • DA LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA DA ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS NO BRASIL – PARTICIPAÇÃO CIDADà E CONTROLE SOCIAL PELO PROCEDIMENTO
  • Data: 31/07/2006
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho analisa a participação do cidadão nas decisões e regulações feitas pelas agências regulatórias brasileiras, com o objetivo de verificar se há efetivamente a legitimidade democrática na atuação das agências. Examina a questão buscando as bases da formação das entidades que realizam, atualmente, a regulação dentro do sistema administrativo brasileiro, que são as agências reguladoras, autarquias criadas especialmente para este fim. Faz uma análise do modelo brasileiro de regulação, baseado nas agências norte-americanas, procurando esclarecer as diferenças entre os dois sistemas. Para tanto, busca no desenvolvimento da federação norte-americana e na brasileira, elementos que ajudam a compreender a diferença entre as condições nas quais foram implantados os modelos regulatórios nos dois países. Verifica elementos históricos e conceitos democráticos do Estado de Direito e da Democracia Representativa e Participativa, pontos básicos na realização da legitimidade democrática, fazendo remissão ao nível de participação e de evolução dos sistemas democráticos e participativos nos Estados Unidos e no Brasil. Constatou o presente trabalho as diferenças significativas nas realidades brasileira e norte-americana no momento em que se aplicam os institutos das agências reguladoras, apontando as diferentes previsões sobre a participação dos cidadãos nas leis que regulam as atividades das agências nos dois países. Verifica também que há, efetivamente, um déficit democrático nas atuações das agências reguladoras brasileiras. Verifica também a tramitação de projeto de lei brasileiro de n.º 3337/2004, que tenta empregar maior legitimidade democrática à atuação das agências reguladoras no Brasil pela uniformização dos procedimentos, através da consulta pública e das audiências públicas.
  • DEMETRIUS ALMEIDA LEAO
  • Data: 31/07/2006
  • Hora: 00:00

  • ERICK MAGALHAES COSTA
  • Data: 31/07/2006
  • Hora: 00:00

  • GERALDO BATISTA JUNIOR
  • Data: 30/07/2006
  • Hora: 00:00

  • HENRY IURE DE PAIVA SILVA
  • Data: 21/07/2006
  • Hora: 00:00

  • ANA PAULA CORREIA DE ALBUQUERQUE DA COSTA
  • Data: 19/07/2006
  • Hora: 00:00

  • IGOR ASCARELLI CASTRO DE ANDRADE
  • Data: 04/07/2006
  • Hora: 00:00

  • HERLEY DA LUZ BRASIL
  • Data: 27/06/2006
  • Hora: 00:00

  • CHRISTIANO FILGUEIRA SOARES GOMES
  • Data: 03/05/2006
  • Hora: 00:00

  • SHEILA DANTAS GERIZ
  • Data: 28/04/2006
  • Hora: 00:00

  • PAULO ROBERTO VIEIRA ROCHA
  • Data: 20/04/2006
  • Hora: 00:00

  • ULISSES DA SILVEIRA JOB
  • Data: 20/04/2006
  • Hora: 00:00

  • TALDEN QUEIROZ FARIAS
  • Data: 19/04/2006
  • Hora: 00:00

  • WERTON MAGALHAES COSTA
  • Data: 18/04/2006
  • Hora: 00:00

  • ANDRE RICARDO FONSECA DA SILVA
  • Data: 12/04/2006
  • Hora: 00:00

  • LAURA TADDEI ALVES PEREIRA PINTO BERQUO
  • Data: 05/04/2006
  • Hora: 00:00

  • ANDRE LUIZ CAVALCANTI CABRAL
  • Data: 03/04/2006
  • Hora: 00:00

  • MARTSUNG FORMIGA CAVALCANTE E RODOVALHO DE ALENCAR
  • Data: 21/02/2006
  • Hora: 00:00

2005
Descrição
  • LICURGO JOSEPH M.DE OLIVEIRA
  • Data: 28/11/2005
  • Hora: 00:00

  • SEVERINO PESSOA DOS SANTOS
  • Data: 28/11/2005
  • Hora: 00:00

  • MARILIA MARQUES DE SOUSA REGO
  • Data: 25/11/2005
  • Hora: 00:00

  • LUCIANA VILAR DE ASSIS
  • Data: 27/10/2005
  • Hora: 00:00

  • NEYDJA MARIA DIAS DDE MORAIS
  • Data: 24/10/2005
  • Hora: 00:00

  • ALESSANDRA DANIELLE CARNEIRO DOS SANTOS HILARIO
  • Data: 11/10/2005
  • Hora: 00:00

  • LUIZ AUGUSTO DA FRANCA CRISPIM
  • Data: 07/10/2005
  • Hora: 00:00

  • SANDRA MARIA GALDINO PADILHA
  • Data: 31/05/2005
  • Hora: 00:00

  • VALERIA TORRES AMARAL BURITY
  • Data: 29/04/2005
  • Hora: 00:00

  • JAIR RODRIGUES NOBREGA
  • Data: 27/04/2005
  • Hora: 00:00

  • ROGÉRIO DE ARAUJO LIMA
  • Data: 20/04/2005
  • Hora: 00:00

  • FRANCISCO TARCISO LEITE JUNIOR
  • Data: 15/03/2005
  • Hora: 00:00

  • SERGIO MONTEIRO MEDEIROS
  • Data: 11/03/2005
  • Hora: 00:00

2004
Descrição
  • ANTONIO SILVEIRA NETO
  • Data: 21/06/2004
  • Hora: 00:00

  • LEONARDO FERNANDES DOS ANJOS
  • Data: 30/03/2004
  • Hora: 00:00

  • ARLEIDE LUCENA CABRAL
  • Data: 12/03/2004
  • Hora: 00:00

2003
Descrição
  • CRISTIANE BRITO FERNANDES
  • Data: 27/11/2003
  • Hora: 00:00

  • FRANCISCO LEITE DUARTE
  • Data: 26/11/2003
  • Hora: 00:00

  • ORIONE DANTAS DE MEDEIROS
  • Data: 26/11/2003
  • Hora: 00:00

  • ANTONIO AECIO BANDEIRA DA SILVA
  • O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: TEORIA E PRÁTICA
  • Data: 26/05/2003
  • Hora: 14:00
  • Mostrar Resumo
  • O PRINCIPIO CONSTITUCIONAL DA FUNCAO SOCIAL DA PROPRIEDADE: TEORIA E PRATICA
  • ANTONIO AECIO BANDEIRA DA SILVA
  • O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: TEORIA E PRÁTICA
  • Data: 26/05/2003
  • Hora: 10:04
  • Mostrar Resumo
  • O PRINCIPIO CONSTITUCIONAL DA FUNCAO SOCIAL DA PROPRIEDADE: TEORIA E PRATICA
  • MARIA LIGIA MALTA DE FARIAS
  • A LIBERDADE SINDICAL E OS ORGANISMOS JURÍDICOS INTERNACIONAIS
  • Data: 24/03/2003
  • Hora: 10:30
  • Mostrar Resumo
  • -
  • MARIA ZELIA RIBEIRO
  • Data: 22/01/2003
  • Hora: 00:00

  • EDUARDO JORGE PEREIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 17/01/2003
  • Hora: 00:00

  • OTACILIO DOS SANTOS SILVEIRA NETO
  • Data: 17/01/2003
  • Hora: 00:00

2002
Descrição
  • ROBERTA CRUZ DA SILVA
  • Data: 10/12/2002
  • Hora: 00:00

1900
Descrição
  • PAULLA CHRISTIANNE DA COSTA NEWTON
  • Data: 01/01/1900
  • Hora: 00:00

  • PAULO HENRIQUE TAVARES DA SILVA
  • Data: 01/01/1900
  • Hora: 00:00